sábado, agosto 18, 2012

Uma "crise"... dos 40? - 2


Num anterior “post” (de 2ª feira) escrevi sobre as minhas andanças e reflexões, e confessava ter tropeçado, nos últimos tempos, num verdadeiro “buraco” na intervenção cívica e partidária do estrato etário dos 40 anos. Para ser mais preciso (tanto quanto tal é possível nestas reflexões…), entre os 38 e os 51 anos, balizando entre os nascidos em 1961 e 1974, que serão (para mim são!) anos de referência histórica.
Acrescentava que, por razões militantes (e pessoais… que se confundem), tenho distribuído os eleitos em estruturas partidárias por estratos decenais etários e, na composição do actual Comité Central do PCP, tal como eleito no XVIII Congresso, de 2008, essa situação parece-me evidente, e fi-lo, agora, relativamente à recente eleita Direcção da Organização Regional de Santarém (DORSA).
Como se resume nas tabelas, os 43 eleitos distribuíram-se da forma que os gráficos, depois, ilustram, fazendo-o por número de membros em cada década etária e por percentagem, e cotejando essa distribuição com uma outra, que seria “normal” – não no sentido estatístico e científico (da curva de Gauss) mas empírica e arbitrária –, projectando uma subida progressiva do número de membros entre os estratos etários dos 20 aos 50 anos, seguindo-se uma queda nos de 51 e mais anos.


Como se comprova, passa-se do número significativo de 6 eleitos na casa dos 20 anos (e menos) para uma grande subida para 12 na casa dos 30 anos, para se cair abruptamente para 8 na casa dos 40 anos criando o que vou chamando “buraco”, com uma também grande recuperação para 12 na casa dos 50 anos e a “normal” queda nas casas dos 60 anos, com 4, e apenas 1 com mais de 70 anos.
Também aqui, e ainda mais (com 42% abaixo dos 40 anos e a média de 45,1 anos), se desmente quem chama o PCP de “partido de velhos”!... faria rir se não fosse c alunioso pelas intenções.
Com a distribuição mais equilibrada, “normal”, haveria uma subida progressiva até aos 50 anos, com o “buraco” da década dos 40 anos compensado pelas décadas anterior e sequente.
Importará sublinhar (e estudar multidisciplinarmente!) o que, nestas reflexões quantificadas, é tão-só indicativo. Ficam pistas, mas – até por outros exemplos, e não apenas de estruturas partidárias – parece evidente haver um fenómeno sociológico de alheamento cívico-político nesse estrato etário da década dos 40 anos.

A reflexão (com/como a luta!) continua.

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