As confissões do general
Os media dominantes não têm dado notícias sobre o caso do general colombiano Maurício Santoyo – que foi chefe dos Serviços de Segurança do governo de Uribe e braço direito do então presidente da Colômbia e agora está a ser julgado num tribunal norte-americano.
Percebe-se o silêncio: em
matéria de notícias sobre o que se passa na Colômbia (como, aliás, em relação ao
que se passa no resto do mundo: Afeganistão, Iraque, Líbia, Síria, etc, etc.) os
media do grande capital funcionam
numa onda
informativa
rigorosamente definida e da qual não saem por nada deste mundo – e muito menos em nome da
verdade.
Mas vamos ao caso: o tal
general, no tal tribunal, declarou-se culpado de, no desempenho do tal cargo,
ter colaborado com os paramilitares e narcotraficantes das milícias fascistas
das «Auto-Defesas Unidas da Colômbia» – que foram criadas por Uribe e
são responsáveis por mais de 200 mil assassinatos e «desaparecimentos» e eram
fornecedoras de droga para vários países, incluindo para os EUA. Para qualquer
cidadão não afectado pela mediática desinformação organizada, o caso não oferece
qualquer estranheza, antes suscita a questão de saber se o réu vai confessar
tudo – porque se o fizer veremos certamente confirmado o verdadeiro papel do
narco-fascista Uribe em todo esse processo.
No entanto, há que reconhecer
que esta não é notícia para ser divulgada pelos media dominantes, os quais se têm
esfalfado, durante anos e anos, a apresentar-nos a Colômbia de Uribe (e, depois,
de Santos) como «democracia exemplar» – para utilizar a expressão
criada pelos EUA e caninamente seguida pelos media dominantes em todo o
planeta.
Por esses media
soubemos, vejam bem!, que o narco-fascista Uribe foi um
intrépido defensor da liberdade, da democracia e dos direitos humanos,
de tal forma se destacando nessa gesta heróica que Bush lhe atribuíu a «Medalha
da Liberdade»... não sem que, antes da medalha, Uribe tenha aberto as portas da
Colômbia a sete bases militares dos EUA – as quais, segundo Obama,
constituem importantes trunfos no combate ao terrorismo e ao
narcotrafico.
Está-se mesmo a ver, não
está?...
- José Casanova
em avante!
23.08.2012
Sem comentários:
Enviar um comentário