A população activa tem aumentado, ao longo do tempo. Tendencialmente. Poderia não acontecer assim. Porque a população activa, se soma da população empregada com a desempregada é, também - estatisticamente - parcela da população total, da população em idade activa. E aqui se cruzam as duas medidas. Até porque se as oscilações da população empregada e desempregada estão condicionadas pela economia (e, no essencial, condicionam esta pois sem população activa, sem trabalho, não há economia!), a parte da população em idade activa é condicionante demográfica. Mas não só... pois também pode variar a partir de decisões políticas. Na verdade, hoje, de forma simples, a população em idade activa é a população entre os 15 e os 64 anos, mas a idade mínima (relacionada com o ensino obrigatório) já foi, recentemente, de 12 anos até 1991, de 14 anos de 1992 a 1997. e só desde 1998 é de 15 anos, enquanto a idade máxima para se ser considerado em idade activa é alvo de potenciais alterações, ligadas à questão das reformas e da segurança social.
No cruzamento destas variáveis, a população activa era de menos de 4 milhões em 1974, atingia quase 5 milhões em 1990 e é, hoje - últimos números estimados -, de 5.543,2 milhares, já tendo atingido o máximo de 5.624,9 milhares em 2008, antes da explosão da crise .
Em percentagem da população em idade activa, a evolução recente da população activa, desde 2001, também é de progressão, inserida na tendência social-histórica, com uma quebra de 2008 para 2009, recuperada pelas estimativas do recenseamento e por via de alterações metodológicas que dificultam o rigor das representações da realidade.
No entanto, e apesar destas "correcções", não se pode esconder que a população activa está em contra-tendência de progresso social, com aumento do desemprego e a passagem a população não activa de parcelas da população em idade activa do sexo feminino, como a desagregação por sexos (e noutra escala) o mostra clramente no gráfico seguinte, em que se vê, na curva de baixo como a população activa feminina em percentagem da população feminina em idade activa desceu claramente em 2011, não sendo tal queda (para percentagem inferior à de 2007) compensada pelo aumento de percentegem na população masculina na curva de cima e correspondente acréscimo de desemprego.
Assim se explica a menor parcela de desempregados/as do sexo feminino e se criam condições para repor o "exército de reserva de mão obra", sobretudo feminino, ilustração de regressão social do maior significado, colocando parte da população feminina na situação de "stock" inaproveitado" socialmente, como ilustrado por Luís Afonso em O Mistério da D. População Activa, publicado há quase um quarto de século.
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