Às vezes, estou à procura de palavras, de forma de dizer o que quero dizer, e elas aparecem-me - as palavras e a forma - escritas por outro. Ora aí está, digo eu... No
de hoje:
«O sacrifício americano»
Obama anunciou a retirada, até final de Agosto, de parte dos soldados norte-americanos que ocupam o Iraque. A ocupar o país ficam, agora, apenas 50 mil soldados. Isto porque, explica o Prémio Nobel da Paz no seu linguajar imperial, «a triste realidade é que ainda não vamos ver o fim do sacrifício americano no Iraque».
São uns sacrificados estes «americanos»: sempre, sempre a semear democracia, liberdade e direitos humanos por tudo quanto é sítio - numa sementeira de sacrifícios que, no Iraque, provocou a destruição do país e a morte de centenas de milhares de homens, mulheres e crianças inocentes.
Aliás, o «sacrifício americano» não é de hoje: tem tantos anos de idade quantos tem a ambição do imperialismo norte-americano de domínio do mundo, com o implacável vale-tudo a que é uso recorrer para concretizar essa ambição.
Como é sabido, foi com grande «sacrifício» que, faz agora 65 anos, os EUA lançaram as bombas atómicas sobre Hiroshima e Nagasáqui – três meses depois da rendição de Hitler e quando o Japão estava irremediavelmente vencido. Foi com igual «sacrifício» que os bombardeiros norte-americanos espalharam a devastação e a morte no Vietnam. Foi com esse mesmo «sacrifício» que os sucessivos governos norte-americanos instalaram no poder e apoiaram ditaduras fascistas um pouco por todo o mundo - e não nos esqueçamos que o fascismo salazarista/caetanista teve o sacrificado apoio dos EUA até ao dia 24 de Abril de 1974. Foi ainda desse «sacrifício» que nasceu há 50 anos o criminoso bloqueio a Cuba e, há um ano, o golpe fascista nas Honduras e, mais recentemente, a ocupação da Costa Rica e as sucessivas provocações contra os povos que na América Latina decidiram ser donos do seu próprio destino. E por aí fora, numa sucessão de «sacrifícios» que deixa atrás de si um rasto de destruição e morte – a barbárie.
O «sacrifício americano» - sempre com consequências trágicas para milhões de cidadãos não norte-americanos - é uma expressão que, de tantas vezes utilizada pelos vários presidentes dos EUA ao longo da história, bem pode passar a constituir o refrão do hino nacional daquele país.
Obama anunciou a retirada, até final de Agosto, de parte dos soldados norte-americanos que ocupam o Iraque. A ocupar o país ficam, agora, apenas 50 mil soldados. Isto porque, explica o Prémio Nobel da Paz no seu linguajar imperial, «a triste realidade é que ainda não vamos ver o fim do sacrifício americano no Iraque».
São uns sacrificados estes «americanos»: sempre, sempre a semear democracia, liberdade e direitos humanos por tudo quanto é sítio - numa sementeira de sacrifícios que, no Iraque, provocou a destruição do país e a morte de centenas de milhares de homens, mulheres e crianças inocentes.
Aliás, o «sacrifício americano» não é de hoje: tem tantos anos de idade quantos tem a ambição do imperialismo norte-americano de domínio do mundo, com o implacável vale-tudo a que é uso recorrer para concretizar essa ambição.
Como é sabido, foi com grande «sacrifício» que, faz agora 65 anos, os EUA lançaram as bombas atómicas sobre Hiroshima e Nagasáqui – três meses depois da rendição de Hitler e quando o Japão estava irremediavelmente vencido. Foi com igual «sacrifício» que os bombardeiros norte-americanos espalharam a devastação e a morte no Vietnam. Foi com esse mesmo «sacrifício» que os sucessivos governos norte-americanos instalaram no poder e apoiaram ditaduras fascistas um pouco por todo o mundo - e não nos esqueçamos que o fascismo salazarista/caetanista teve o sacrificado apoio dos EUA até ao dia 24 de Abril de 1974. Foi ainda desse «sacrifício» que nasceu há 50 anos o criminoso bloqueio a Cuba e, há um ano, o golpe fascista nas Honduras e, mais recentemente, a ocupação da Costa Rica e as sucessivas provocações contra os povos que na América Latina decidiram ser donos do seu próprio destino. E por aí fora, numa sucessão de «sacrifícios» que deixa atrás de si um rasto de destruição e morte – a barbárie.
O «sacrifício americano» - sempre com consequências trágicas para milhões de cidadãos não norte-americanos - é uma expressão que, de tantas vezes utilizada pelos vários presidentes dos EUA ao longo da história, bem pode passar a constituir o refrão do hino nacional daquele país.
José Casanova
8 comentários:
Acabei de ler esse artigo. Admirável.
Um beijo.
Em Portugal o (sacrifício)prolongou-se para além de 24 de Abril de 1974, através do seu embaixador Frank Carlluci aliado ao (pai da democracia portuguesa).
Os americanos não prestam- pior que eles são os (patriotas) fantoches pagos por eles para fazerem o jogo deles.
Abraço
Agora de férias (do trabalho habitual)que nunca da leitura...vou lendo (de entre outros) este "Anónimo" com muita atenção.Por estar "de volta" com o "poeta militante" chamo-lhe "O BLOGUISTA MILITANTE". Apenas uma pequena pergunta sobre o artigo do José Casanova.OS Américas vão sair do Iraque e vão para onde? Ao preço que estão os transportes e com o Iraque ali ao lado!...
Queria dizer IRÃO e não Iraque.
Muito interessante "o enorme pesar pelos mártires" do sacrifício americano. Isso deve ser contágio que persiste dos "Heróis do mar Nação valente"...
Em cheio!
Abraço.
Graciete - É a minha avaliação. Por isso o transcrevi.
poesianopopular - Pois. E essa tal "nossa democracia" ter mais mais que um pai não abona nada quanto ao comportamento da mãe.
Fel de cão - Bem aparecido. Fico muito satisfeito com esta (re)visita, eu que sou apreciador das escolhas poéticas a jeito de reciclagem permanente. Quanto à dúvida (angustiante) sobre para irão os consumos das "mercadorias" produzidas pelocomplexo industrial-militar... partilho-a. Porque isso e iram para o Irão é assustador.
samuel - foi mesmo.
Abraços para todos
PS - estou a pensar fazer um perfil de um ratito enquanto
jovem anónimo...
Agora foi que tem o desplante de pôr entre aspas como se fosse citação o que, evidentemente, não é mas... lança o veneno. Não há um pingo de ética!
Na realidade assusta-me pensar que esses malfeitores possam entrar em força na América Latina.
Quem dera que pudessem responder por crimes contra a Humanidade, dos muitos milhares de mortes que fizeram ao longos dos anos.
Eles até queriam por as patas no Irão…mas os yankees não são tão fortes quanto parecem!
(mas que lindo nome para mais um teu blog “O BLOGUISTA MILITANTE")
Bjs,
GR
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