Enquanto é Agosto e o nosso (con)viver está cheio dos que abalaram e agora, em Agosto, vieram minorar saudades. Alguns, talvez, preparar o regresso definitivo, (quase) sempre adiado. São os nossos emigrantes!
Enquanto é Agosto, estes três curtos poemas do desterro e da espera, “cucados” dos poemitas 1, 2 e 14 dos 19 de El Otoño otra vez, de Rafael Alberti.
Enquanto é Agosto, estes três curtos poemas do desterro e da espera, “cucados” dos poemitas 1, 2 e 14 dos 19 de El Otoño otra vez, de Rafael Alberti.
À maneira de
Rafael Alberti
Também eu ladrava! Quem não ladra
depois de tantos anos a falar sozinho
e tão cansado do linguajar estrangeiro?
Acaso com outros idiomas
poderiam entender-me melhor,
porque este que de mim se escapa
já não me serve para dar mais luz
ao que quero dizer.
Este bosque, esta floresta
é igual aos outros bosques.
E, apesar disso, como eu queria
estar em outros bosques,
estar nos pinhais da minha terra.
É muito triste esperar que chegue o verso,
que apareça o poema
e, em vez disso, morrer um amigo
ou, no lugar do verso, algo acontecer
que para sempre do verso nos afasta.
depois de tantos anos a falar sozinho
e tão cansado do linguajar estrangeiro?
Acaso com outros idiomas
poderiam entender-me melhor,
porque este que de mim se escapa
já não me serve para dar mais luz
ao que quero dizer.
Este bosque, esta floresta
é igual aos outros bosques.
E, apesar disso, como eu queria
estar em outros bosques,
estar nos pinhais da minha terra.
É muito triste esperar que chegue o verso,
que apareça o poema
e, em vez disso, morrer um amigo
ou, no lugar do verso, algo acontecer
que para sempre do verso nos afasta.
2 comentários:
Muito bom. E tantas vezes esquecidos, os nossos emigrantes...
Um beijo de bom dia!
Bom dia, Maria!
Enviar um comentário