segunda-feira, agosto 23, 2010

Poemas cucos* (e outras coisas cucas) - 8 (Antonio Guerrero)

Não será bem “de cuco” esta mensagem, a tirar dos ninhos de outros as palavras que quero dizer e a dar-lhes ares meus às maneiras suas.
Neste caso, a situação é mais séria que a simples (e importante!) intenção, estulta..., de melhor dizer o que outros disseram tão bem que me desafiou.
Neste caso, traduzo “à minha maneira” – sendo boa a tradução que conheço – e denuncio! Denuncio a prisão do poeta, desde 12 de Setembro de 1998 (há 12 anos!), e de mais 4 companheiros, acusados de “conspiração por espionagem” e de acção consciente como “agentes não registados de um governo estrangeiro”, quando esse governo estrangeiro é o da sua Cuba, e a acção de conspiração era a de procurar conhecer, informar e impedir actos de sabotagem e terrorismo contra a sua Pátria.
de António Guerrero
(Desde mi altura)


Hasta quando

Muitos Abris passaram sem regresso,
tanto se atarda a primavera nova
que não poderei dizer-te ao certo
até quando será esta espera, esta demora.

Dá-me pena saber as flores em tuas mãos
e não as poder regar todas as manhãs.
Causa-me dor adivinhar os frutos dos teus lábios
e não os misturar com meus doces morangos.

Não sei até quando estará seco este vale,
quando voltarão às árvores as flores e os frutos,
mas neste rego onde hoje morre a rosa
sempre se incendeia de vida o coração.

1 comentário:

Maria disse...

Até quando continuarão os CINCO presos?
Gostei deste poema cuco.
Boa discussão e bom trabalho!

Um beijo.