Surgem, por aqui, comentários que, pela sua pertinência, me facilitam a vida. Estando, como estou, ocupado em trabalhos absorventes, passo por aqui, transcrevo um outro comentário surgido (já agradeci ao Ricardo O.), e volto ao que está entre mãos (e excel, e teclas, e outras manigâncias). Agora, agradeço a Mário Reis.
Diz este bem-vindo visitante:
Diz este bem-vindo visitante:
«As descobertas de Cavaco e as congratulações do BE, deixam-me confuso...
1) A coisa (a exploração e a indignidade resultante do capitalismo) não se resolve com a desvalorização do euro;
2) Exportando nós cerca de 75% para os países da zona euro, a tal desvalorização em muito pouco resolvia os nossos problemas;
3) O problema fulcral que vem desde 1992 com Maastricht e com o euro depois, tudo coisas que a cavacal governança apoiou cegamente, é não podermos competir (panela de barro c/ a panela de ferro), neste quadro de ortodoxia monetária desenhado pelo capital industrial e financeiro, com o colosso industrial alemão.
E isso impica (implicou e implicará) pensar o futuro, fora destas politicas de "asfixia" dos países como Portugal.
Já estávamos avisados que Cavaco quando fala, pouco acerta. Agora as congrutalações do BE?»
4 comentários:
Não sei se o Mario Reis tem razão. Se apenas exportamos 25% para fora da zona euro, a desvalorização torna-nos mais competitivos perante esses potenciais mercados.
Com amizade
um simpatizante do BE
Apesar de representar um forte e importante instrumento de análise económica, tão utilizado como justificação para determinadas opções políticas, por vezes a macroeconomia (diria clássica) prega-nos algumas rasteiras.
Aquilo que as tendências dos grandes números, grandes agregados, que pretendem representar funções económicas, escondem é que todas as decisões são tomadas por pessoas, não por funções matemáticas, que usando, ou não, expectativas (raccionais ou adaptativas) determinam de forma inflexível o movimento das opções das forças sociais.
A chamada competitividade das exportações é um desses casos. Sendo um importante instrumento, a política cambial, não é a solução.
Esta afirmação poderá parecer contraditória com o que o PCP tem vindo a defender. A recuperação da soberania também na política monetária não resolverá os problemas da economia nacional, nem acabará com a exploração em Portugal, mas poderemos ter a certeza que será uma ferramenta de política económica que ao serviço dos interesses do povo poderá vir a ser muito útil.
Uma coisa sabemos, ao valorizar a moeda, a nossa produção perde competitividade, mas depois de destruida a capacidade produtiva, anteriormente instalada, não temos qualquer certeza que, através de uma desvalorização cambial, essa competitividade regresse. Lembremo-nos de 1983...
Também porque Cavaco está associado às opções de valorização artificial da moeda que nos foi imposta, as suas afirmações sobre política monetária são um «fait divers».
Eu até concordo com o Mário Reis, mas a sua justificação tem grandes deficiências. Lá porque uma grande percentagem das exportações nacionais se destina a países da zona euro (já agora, não é 75%, essa é a percentagem da União Europeia, por exemplo o Reino unido, 4º destino das exportações portuguesas, não está na zona euro) isso não significa que uma desvalorização do euro não tivesse efeitos sobre elas, na medida em que encareceria as importações de países terceiros que concorrem com as produções portuguesas.
O que quis chamar atenção é para uma tecla cavaquista logo tocada por BE e PS que está (vai) servir para quase tudo... sem ir ao fundo dos problemas.
Vamos ouvir falar imenso das exportações (interessam para esgrimir a tal competitividade e reduções de salários, entre outros) e nada do crescimento e do desenvolvimento interno esse sim crucial para dinamizar a actividade produtiva e gerar emprego.
Em todo o mundo há uma vontade expressa para sair da crise pela via do aumento das exportações.!?!
Então, estando metidos num buraco porque o devemos continuar a afundar?
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