Não costumo parar neste "apeadeiro" da Quadratura do círculo, na SIC, que - se bem me recordo - começou por ser um programa de rádio, na TSF, há umas décadas, com um painel de três personalidades escolhidas por origem partidária (o José Magalhães era o do PCP... onde isso já vai, ou como isso foi).
Depois, passou para a televisão e foi-se adaptando aos tempos, sempre em declive ideológico na rampa neo-liberal do pensamento único, com o Pacheco Pereira a manter, resistentemente, um nível mínimo de debate, por mais que se esteja em desacordo com as suas (ex)posições. Claro que qualquer soprozinho vindo de fora do sistema (capitalista!) foi sanitariamente banido, ou cirurgicamente absorvido, e abandonei a paragem no "apeadeiro" por me parecer pura perda de tempo... e/ou acumular de irritação.
Ontem, na passagem, parei. E fiquei a "ouver". Era Grande Greve Geral em debate, a realidade a impor-se. Pelos (e independentemente dos) intervenientes.
Convidados os representantes da CGTP e da UGT, conversaram, civilizadamente, com os residentes Pacheco Pereira e Pinheiro Xavier (não sei se se pretendia substituir, com os sindicalistas, a presença da "esquerda"-António Costa, ou quem por lá anda..., o que seria pura provocação).
E, a meu critério, conversou-se com utilidade. Com a realidade a impor-se! O resumo abaixo é uma amostra paupérrima e distorcida (para mais, com a insuportável abertura publicitária que nos insulta a sensibilidade e a inteligência), mas dá para pegar. Com pinças.
O que se releva é o título do programa, e o conteúdo ter estado concordante com ele. Parece evidente que, a partir de diferentes posições, o que se depara é um beco. Mas um beco bem identificável: o beco sem saída do capitalismo. Ou que tem a saída de que nem se quer adivinhar qual a única em capitalismo, verdadeiramente aterradora do ponto de vista humanitário. Que seria a de destruição brutal de forças produtivas (e de vidas humanas!).
Mas aquele beco não é o exclusivo espaço deste tempo! E, em vez de se bater, na barreira em frente, há que lutar (e vencer!) por outros caminhos. Que são os do futuro, que estão nas nossas mãos, que por outros lugares se procuram, depois de (n)alguns nos terem obrigado a recuar para, agora, de novo avançar (a expressão correcta que tanto se cita é dois passos atrás, um passo em frente, e é de Lenine!).
Vivemos um momento histórico apaixonante (algum não o será para cada um de nós, quando vivido por cada um de nós?). Tendo o futuro nas nossas mãos e nos nossos passos. Fácil? Senti-lo seria grave erro, dizê-lo seria leviandade ou crime.
1 comentário:
bom post!
grande abraço
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