Há quem não resista a uma boa patuscada, a um tinto de estalo, a uma conversa animada, a um passeio ensolarado, ou enluarado, desde que bem acompanhado (ou sozinho/a), há quem não resista a muita coisa mais.
Há quem não resista a uma montra, ou a uma estante, de livros, há quem não resista a alguns temas, como o da moeda única.
Vê-se:
Já cá canta!
Com um prefácio de João Ferreira do Amaral, que, além de ter a qualidade de ser um homem e um técnico sério, tem a outra inestimável "virtude" de não ser comunista, pelo que pode dizer algumas coisas que os comunista vêm dizendo, assim os calando ou tornando obsoletos.
Mas não é só o euro que é uma tragédia, o livro também (quase) o é, O autor está metido no colete de forças do pensamento único, embora o autor se procure mexer dentro dele.
Para Philipp Bagus, há Duas Visões para a Europa (capítulo I): a "visão liberal clássica" e a "visão socialista". Que, segundo ele, seriam divergentes, sendo a "visão socialista" ("ou imperial") a "defendida por políticos como Jacques Delors ou François Mitterand", e a que tem vingado na "construção europeia", tendo criado "uma moeda sujeita a interesses políticos e, portanto, destinada ao fracasso" (da contracapa).
No livro, Bagus procura desmontar os mecanismos que sustentam um sistema que ele próprio apelida de insustentável. E essa desmontagem até tem algum interesse e utilidade.
Mas...
- Que "visão socialista"? Não será visão social-democrata, totalmente rendida aos "interesses políticos" dominantes e ao "sistema" vigente?
- Que "interesses políticos"? Não serão interesses de classe?
- Que "sistema"? Não será o capitalismo?
O autor não tem, evidentemente, respostas para perguntas destas, porque elas estão banidas da abordagem consentida. Como se comprova pela (extensa e redutora) bibliografia.
4 comentários:
A tragédia não é do euro, é nossa!!!!
Parece-me que falta uma palavra:
Visão LIBERAL-Socialista. Admito que seja um conceito confuso mas no final a razão é dada por ti:
Capitalismo, puro e do mais duro, acrescento eu.
Até a democracia passa para segundo plano. Até este momento o capitalismo serviu-se da democracia como meio para atingir as suas metas. Com a urgência dos tempos em que vivemos a própria democracia é um sistema que reage demasiado lentamente e como tal foi já ultrapassado por um outro, como pudemos ver na Grécia e na Itália onde Governos democraticamente eleitos foram substituidos por outros através do sistema da nomeação...
Cumps.
Faltam-lhes as bases do “materialismo histórico e dialético” para poder explicar o capitalismo tão bem como Marx o fez.
Depois confundem "alhos com bugalhos".
Mas não deixa de ser mais um contributo...
Abraço,
Jorge
O autor anda baralhado.
Mas então não há quem diga que a política seguida por estes nossos desgovernos é a mais "social" da Europa? Já ouvi isso muitas vezes!!!!!
Um beijo.
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