A propósito da Assembleia pela Paz, fui buscar e folhear, uma "relíquia", um volume da colecção Cosmos, Quanto Custa a Guerra, de A. Sebastião Gonçalves.
Nesse folhear, quase diria carinhoso, do livro de 1945, reforcei a "descoberta", que fiz há 25 anos, de que a Paz não é necessária para (ou porque). Não é necessária para que não haja guerra, para que não se gastem recursos em pura (total e desumana) perda, não é necessária porque morre gente (nume redacção dos meus 12/13 anos escrevi um libelo contra a guerra porque nela morrer gente que não a fazia... porque se fosse só soldados não estaria mal...), porque se podiam fazer escolas e hospitais com o que custa a guerra.
Nada disso: a paz é necessária! Ponto final.
Mais, neste modo de produção, nesta formação social, a paz é vital porque o capitalismo vive e sobrevive, desumana, criminosamente, através da guerra (ou das guerras em que se desmultiplica), dando valor de uso à sua mercadoria natural, as armas, destruindo forças produtivas... e gente a mais para ultrapassar crises que são inerentes ao seu funcionamento.
Vou voltar, inevitavelmente, ao tema e às contradições que encerra - gente a mais... e então o exército de reserva que também lhe é indispensável? - mas, nesta reflexão do dia seguinte à Assembleia pela Paz, ontem realizada, venho aqui para deixar um pequeníssimo trecho do livro de Sebastião Gonçalves neste volume da biblioteca-colecção verdadeiramente histórica, criada e dirigida por Bento de Jesus Caraça:
(...) Nem sempre se é tão feliz nas imagens encontradas como Yves Guiot quando, em 1885, pretendeu dar uma idéia do elevado preço da colonização: « Se se quiser representar, de uma forma alegórica - dizia ele - quanto tem custado em vidas humanas os 25.000 colonos estabelecidos em Argélia, veremos que cada um deles está sentado sobre quatro cadáveres, guardados por dois soldados.» (...)
As glosas que se poderiam fazer!...
2 comentários:
Nunca houve um ministério da PAZ, porquê?
Por isso os Movimentos pela Paz sempre foram perseguidos pelo fascismo.
É terrivelmente irónico ver as guerras que eles fazem "para defender a PAZ".
Um beijo.
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