terça-feira, janeiro 17, 2012

Adenda à mensagem sobre o catrogueiro défice tarifário

Recebeu-se este comentário que, a nosso critério, merece ser mensagem:

É a desonestidade habitual do tipo gato escondido com rabo de fora ou numa versão mais familiar: «[escondida atrás do muro, junto ao monte de areia do avô, ela, encolhida, desculpava-se] oh! Senhor! não fui eu, meu senhor!»

Então as rendas que a EDP recebe pelas barragens, pela cogeração nas centrais térmicas, pela eólica, etc. não beneficiam do tal défice tarifário? E a separação entre produção, transporte, distribuição e venda a retalho não está na origem do tal défice tarifário? E desta «nova» cadeia de produção a EDP não benefícia desse tal défice tarifário? É que apenas o transporte não está nas mãos do monopólio privado EDP (ou quase monopólio, para ser mais preciso).

Por acaso Catroga (que há algum tempo é conselheiro da EDP, privatizada) queixa-se de toda a produção da EDP ser adquirida pela REN, a preço pré-estabelecido?

Por acaso Catroga queixa-se do monopólio natural que a distribuição de energia em média e baixa tensão representa para um grupo privado?

Por acaso Catroga queixa-se da liberalização da venda de electricidade - um bem de primeira necessidade, um bem totalmente inelástico com muito fraca sensibilidade da procura às alterações do seu preço - quando fala de uma empresa que cujo negócio não pode ser encarado como uma normal cotnratualização entre dois agentes onde existe informação assimétrica?

Por acaso Catroga queixa-se do poder de mercado, mas também do poder político que a EDP detém, por razões históricas e não por qualquer mérito (tal como é defendido pelas teses neo-liberais)?

Bom, para já, resta-me concluir que o défice tem costas largas e pesa muito... nos lucros da EDP à custa da carteira dos trabalhadores.

Ricardo Oliveira

(Obrigado, Ricardo
S.R)

1 comentário:

samuel disse...

Em cheio!

Abraço.