A taxa de desemprego em Portugal atingiu os 15,7% em Julho, valor idêntico a Junho, enquanto na Zona Euro e no conjunto da União Europeia se manteve nos 11,3 e 10,4% respectivamente, revela esta sexta-feira o Eurostat.
Os dados do gabinete oficial de estatísticas da União Europeia revêm em alta os números referentes a Junho - o Eurostat estimara antes uma taxa de 15,4% em Portugal, tendo agora corrigido para 15,7 -, e "mantêm" Portugal como o terceiro país com uma taxa de desemprego mais elevada, apenas atrás de Espanha (subiu para 25,1%) e Grécia (23,1, valor referente a Abril).
Na comparação homóloga - com o mesmo mês do ano anterior - a taxa de desemprego em Portugal subiu 3,2 pontos percentuais (em Junho de 2011 era de 12,5% ), ou seja, 25,6%!.
Existem actualmente mais de 25 milhões de pessoas desempregadas na União Europeia, 18 milhões das quais na Zona Euro.
Entre os jovens (com menos de 25 anos), Portugal registou um recuo, de 37,6 para 36,4%, continuando, todavia, a registar a terceira taxa mais elevada entre os países sobre os quais há dados disponíveis e muito acima da média da Zona Euro (22,6%) e da UE (22,5%).
1 comentário:
Há dias o tal consultor do governo, com fortes ligações à grande finança internacional (transnacional), dizia que não tinhamo que nos preocupar com o valordo défice; importante será a correcção dos desequilíbrios externos e que a resposta da economia portuguesa ao pacto de agressão (programa de assistência no discurso deles) demonstrava que portugal estava no bom caminho. Todo orgulhoso afirmava que desde 1943 (ou 42, não me recordo...) perspectivava-se que pela primeira vez teríamos um excedente comercial.
Ninguém poderá acusar ou mesmo insinuar que para o PCP o défice externo e a dívida externa não sejam indicadores fundamentais para a economia e para o povo português. Garantir que somos capazes de produzir valores suficientes para proporcionar a satisfação das necessidades do povo português é e terá que ser sempre um objectivo central da eocnomia política e da política económica portuguesa. Em tempos, alguns destes senhores afirmavam que tal não era fundamental, mas isso será para outras conversas...
O que nestas linhas pretendo relevar é a hipocrisia de afirmar que empobrecendo a população, impedindo que mais de um quarto dos jovens portugueses (activos, com todos os problemas que este activos representa...) sejam capazes de produzir o que quer que seja para obter meios para satisfazer as suas necessidades, estaremos no bom caminho.
Esta ideia de que estamos no bom caminho porque podemos descartar-nos de parte da população e «ficar» com os activos produtivos, mais os seus familiares dependentes, e assim termos um país e uma economia e um povo a gastar o que produz, é profundamente reaccionária e fascizante...
Esta dezenas de milhare de jovens portugueses, estas centenas de milhare de portugueses não podem ser reduzidas a um número, a uma representação de uma realidade espurgada de toda as dimensões social, económica, política e cultural, ou seja de toda a sua dimensão humana, concreta.
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