quarta-feira, agosto 29, 2012

OUTRA INFORMAÇÃO - A Conferência dos Não-Alinhados


Xinhua: Três temas a destacar 

na Conferência dos Não Alinhados


A 16ª Conferência de chefes de estado ou governo dos países do Movimento dos Não Alinhados (MNA) acontecerá dias 30 e 31 de agosto em Teerão. São esperados governantes e altos funcionários de mais de 100 países. 

Por Du Yuanjiang, Yang Shuyi, Zhu Xiaolong, na Agência Xinhua



Antes da Conferência, haverá encontro de ministros dos países membros do MNA, logo depois de um dia de discussões entre especialistas convidados, que aconteceu no domingo. 

Este ano, a Conferência dos Não Alinhados acontece com o pano de fundo de várias questões na Ásia Ocidental* e no Norte da África. 

Para os analistas, além das questões já tradicionais, como direitos humanos, combate ao terrorismo, desarmamento das Armas de Destruição em Massa, a questão palestina e reformas na estrutura da ONU, três outras questões serão objeto de atenção concentrada, na realização da Conferência. 

A crise na Síria 

Os analistas preveem que, com a crise na Síria ainda sem solução à vista, o Irão, aliado muito próximo dos sírios, tentará usar o fato de hospedar essa reunião da Conferência do MNA para obter apoio para o governo sírio. 

O secretário de Segurança Nacional e Relações Exteriores do Parlamento iraniano, Alaeddin Boroujerdi disse no domingo que o Irão opõe-se a qualquer intervenção externa na Síria, destacando que a Conferência do MNA em Teerão visa a criar um modo de ajudar a resolver a crise síria, que já dura 18 meses. 

No sábado, o porta-voz do ministro de Relações Exteriores do Irão Ramin Mehmanparast disse que o Irão apresentará proposta “extensa e compreensiva” para o fim da crise síria, e que a proposta iraniana seria discutida no contexto da 16ª Conferência dos Não Alinhados. 

Na quinta-feira, o ministro das Relações Exteriores do Irão Ali-Akbar Salehi já anunciara a proposta de Teerão, dizendo que seria “aceitável e racional”

A posição do Irão é que todos devem recuar, evitar qualquer violência e tentar construir algum tipo de solução de convivência entre os vários partidos políticos na Síria – disse em recente entrevista à rede Xinhua o Dr. Sadeq Zibakalam, professor de ciência política na Universidade de Teerão. “O Irão sabe que, se Bashar al-Assad for deposto, aumentarão as pressões sobre o Irão” – disse o professor Zibakalam. 

A questão nuclear iraniana 

Recentemente, altos funcionários israelitas ameaçaram com ataque militar de Israel às instalações nucleares iranianas. A ameaça foi respondida com firmeza pelo Irão, que disse que o país retaliaria com plena força, se fosse atacado. O ministro da Defesa do Irão, brigadeiro-general Ahmad Vahidi disse, dia 22 de agosto, que, se atacado por exército estrangeiro, o país defenderia a própria soberania e a integridade de seu território. 

Já há anos, o Irão opera para obter apoio internacional para seu programa nuclear. Durante esta Conferência, de novo tentará obter apoio do maior número possível de países para sua posição relativa à questão nuclear – contra sanções e ameaças militares e apoio ao diálogo e à negociação –, de modo a conter a crescente pressão ocidental. 

O Irão tentará usar a reunião dos Não Alinhados, para obter que pelo menos alguns dos participantes manifestem apoio à busca de solução negociada e de diálogo, disse o professor Zibakalam. “O Irão tentará usar essa oportunidade para tentar obter alguma espécie de contrapeso à pressão que virá especialmente dos EUA” – acrescentou. 

Relações Irão-Egito 

Há notícias de que o presidente do Egito, Mohamed Mursi, visitará Teerão durante a reunião dos Não Alinhados, para entregar a presidência rotativa do grupo ao Irão. É visita significativa, se se considera que os dois países romperam relações diplomáticas há mais de trinta anos. 

Egito e Irão romperam relações diplomáticas depois da Revolução Popular Islâmica de 1979, quando o Egito deu asilo no Cairo ao deposto Xá Pahlevi e assinou tratado de paz com Israel. Há dois anos, funcionários dos dois países fizeram comentários considerados “de boa vontade” sobre laços bilaterais, e há rumores de que é possível uma normalização das relações. Desde a posse de Mursi, esse ano, têm-se renovado sinais, dos dois lados, de que há interesse nessa direção. 

Há anos o Irã vem expandindo sua influência na região, e o Egito ocupa posição muito importante no mundo árabe. Para muitos especialistas, o aquecimento de relações bilaterais entre os dois países afetará significativamente a estrutura geopolítica da região. Por isso, tudo que Mursi diga ou faça, ou se participará de reuniões com representantes do Irã enquanto acontece a 16ª Conferência dos Não Alinhados, será objeto de observação atenta. 

Para o professor Zibakalam, “do ponto de vista dos líderes iranianos, não há motivo que impeça o pleno restabelecimento de relações diplomáticas com o Egito, depois da posse do novo governo egípcio”
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*Ásia Ocidental é como os chineses se referem à construção linguística americana "oriente médio".

de Vermelho

1 comentário:

Olinda disse...

Esta conferencia nao deve agradar nada ao impêrio,por muitas razoes e a principal ê ser feita em Teerao,penso eu.

Beijo