Há dois lemas - "in inglish"!... - que, sendo muito próximos, estão a distância enorme em termos de ética. Um, é o dito fair trade, que se pode traduzir por comércio leal, em que fui "educado", filho de comerciante que sou: outro, é o chamado free trade, que, para começo de conversa, se poderia traduzir por comércio livre.
O grupo Pingo Doce, com a sua "operação 1º de Maio", além de muita outra coisa inqualificável, entrou na alçada de quem tem por obrigação velar e zelar por que o free trade não seja, em português mais corrente e escorreito, um "vale tudo", uma espécie de "catch as catch can".
Parece que os veladores e zeladores descobriram que, entre as centenas ou milhares de tipos de artigos envolvidos na "operação", 15-artigos-15 seriam os únicos que, tendo sido vendidos a metade do preço, o foram abaixo do custo, o que, entre outras coisas, levaria a concluir que apenas esses artigos teriam lucros inferiores a 100% do preço de custo, sendo essa a fasquia para o comércio leal, lá na perspectiva da concorrência que não na dos produtores nem dos consumidores. Que, em todos os dias do ano menos naquele 1º de Maio, pagarão o que compram com margens de lucro que podem chegar a 99%, ou seja, um produto com o custo de 100 ser-lhes vendido por 199!
Isto sou eu que digo, que mal "educado" fui e, por isso, mal educado estarei nas contas que faço e, pior ainda, nas ilacções que (a)tiro.
3 comentários:
Um auto-controlo disfarçado,de ladrões para gatunos.
Um abraço,
mário
E convencer disso as pessoas que nesse 1º. de Maio compraram o que precisavam e o que não precisavam e ainda agradeceram muito o benefício que lhes foi proporcionado.
Um beijo.
Estás muito bem educado.
Enviar um comentário