EXPRESSO:
Ministros das finanças dos 27 dão acordo de princípio à
pretensão portuguesa, mas não se comprometem com alcance da decisão, nem com
prazo para a conclusão da discussão.
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União Europeia
aceita "ajustar"
duração de alguns empréstimos
a Portugal
Daniel do Rosário, correspondente
em Bruxelas
Os ministros das finanças da União Europeia mandataram a
troika para apresentar uma proposta para permitir a Portugal e à Irlanda
terem mais tempo para pagar alguns dos empréstimos recebidos no âmbito dos
respetivos programas de ajustamento.
"Acordámos pedir à Troika que apresente uma proposta com a melhor
opção possível para cada um dos países em relação aos empréstimos do FEEF e do
MEEF", lê-se na declaração dos ministros das finanças dos 27, divulgada esta
manhã em Bruxelas.
O comunicado não dá qualquer referência temporal para a conclusão
deste assunto, embora ontem Olli Rehn, o comissário europeu responsável pelos
assuntos económicos e monetários, tenha declarado esperar uma decisão em
abril.
Apesar de elogiarem os esforços envidados até ao momento por
ambos os países, os ministros europeus não se comprometem com qualquer decisão:
"discutimos se os ministros das finanças da UE estariam preparados, em
princípio, para considerar um ajustamento das maturidades (...) para suavizar o
perfil de amortização da dívida dos dois países".
Em causa estão os primeiros empréstimos recebidos por Portugal e
Irlanda do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) e do Mecanismo
Europeu de Estabilização Financeira (MEEF) que, por serem particularmente
curtos, criam picos de financiamento susceptíveis de complicar o regresso aos
mercados. No caso português, esses picos ocorrem em 2016 e 2021.
De fora desta decisão fica a parte do financiamento assegurada
pelo FMI (correspondente a um terço dos 78 mil milhões negociados por
Portugal).
A declaração de hoje não faz qualquer referência aos possíveis
contornos técnicos da decisão, nem sobre a extensão em causa, nem sobre
eventuais contrapartidas adicionais que poderão ser exigidas a Portugal e à
Irlanda.
A utilização da expressão "ajustamento" pode indicar que o
prolongamento não será tão longo como o pretendido por Lisboa e Dublin. O
ministro das finanças irlandês admitiu ontem que o seu país pediu uma extensão
média de 15 anos, mas antecipou desde logo a relutância dos parceiros europeus:
"não penso que haja uma disposição para prolongar tanto".
Ao que o Expresso apurou, as possibilidades já colocadas em cima
da mesa pela Comissão Europeia avançam com vários cenários, que vão desde uma
extensão "neutra" das maturidades (prolongar alguns prazos, mas reduzir outros
para não alterar a respectiva média), a um prolongamento de 2,5 anos, de 5 anos,
ou superior.
Esta última possibilidade parece estar descartada, enquanto ambos
os cenários intermédios poderão implicar a consulta prévia dos parlamentos dos
países credores (nomeadamente Alemanha, Finlândia e Holanda), o que poderá
acabar por conduzir às "dificuldades políticas" que todos protagonistas parecem
apostados em evitar.
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... é a "isto" que se
pode chamar renegociação?
1 comentário:
Mais tempo e mais juros?!!!
E uma auditoria não seria necessário?
Um beijo.
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