Excerto de um artigo que me foi pedido pela revista Seara Nova, e hoje enviei:
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«(...)
E agora?
Sim, agora que habemus tratado, há que encarar a nova situação criada. Porque algo mudou com a existência do Tratado de Lisboa. Não se trata da «constituição europeia» e de que, decerto, haverá quem não desista, mas também não é apenas mais um tratado na senda do de Roma. Foi o passo possível, conseguido árdua e ardilosamente por uns, consentido por outros, ou por não terem força para mais impedir ou por serem sujeitos passivos, ou tornados passivos, através de manhas e artimanhas.
Para já, apesar das pompas e circunstâncias, adrede proporcionadas por uma Cimeira Ibero-Americana (escrevo a 30 de Novembro de 2009), parece-me notória a precaução no aproveitamento de tal passo para alargar a passada. Haverá discursos coloridos e cerimónias com algum espavento. Que se esticarão para convencimento mediático. Mas sem sumo, sem consistência. Na expectativa.
O que realmente seria a consolidação do alcançado e, talvez, o correr o risco de mais avançar, não me parece ter sido feito. Porque… se está em crise e sem saber bem como sair dela, embora tal se apregoe aos quatro ventos? Talvez.
O mundo unipolar tem destas coisas que só a dialéctica ajudará a perceber, ou a aproximar do entendimento. Quando se poderia esperar que a escolha do Presidente do Conselho Europeu e do Alto Representante da União para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, novos cargos criados pelo Tratado e símbolos ou marcos federalistas, viesse a ser mais importante que os folclores e as festividades, ou para estes contribuíssem, essa escolha ocorreu como é dado parirem as cadelas apressadas e, ao querer-se pouco relevante, esconde as enormes dificuldades e clivagens no seio da aparente unipolaridade.
Falou-se de nomes sonantes, antevia-se uma disputa acesa e, de repente, tudo apareceu resolvido, á mesa de um jantar quase-íntimo, em que se escolheram as figuras de uns apagados político belga e baronesa inglesa (do leque centrista, ela mais à esquerdinha, ele mais à direitinha). Tudo equilibrado, sem fazer ondas. E que tiveram os cidadãos a ver com isto? Nada!
Sim, agora que habemus tratado, há que encarar a nova situação criada. Porque algo mudou com a existência do Tratado de Lisboa. Não se trata da «constituição europeia» e de que, decerto, haverá quem não desista, mas também não é apenas mais um tratado na senda do de Roma. Foi o passo possível, conseguido árdua e ardilosamente por uns, consentido por outros, ou por não terem força para mais impedir ou por serem sujeitos passivos, ou tornados passivos, através de manhas e artimanhas.
Para já, apesar das pompas e circunstâncias, adrede proporcionadas por uma Cimeira Ibero-Americana (escrevo a 30 de Novembro de 2009), parece-me notória a precaução no aproveitamento de tal passo para alargar a passada. Haverá discursos coloridos e cerimónias com algum espavento. Que se esticarão para convencimento mediático. Mas sem sumo, sem consistência. Na expectativa.
O que realmente seria a consolidação do alcançado e, talvez, o correr o risco de mais avançar, não me parece ter sido feito. Porque… se está em crise e sem saber bem como sair dela, embora tal se apregoe aos quatro ventos? Talvez.
O mundo unipolar tem destas coisas que só a dialéctica ajudará a perceber, ou a aproximar do entendimento. Quando se poderia esperar que a escolha do Presidente do Conselho Europeu e do Alto Representante da União para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, novos cargos criados pelo Tratado e símbolos ou marcos federalistas, viesse a ser mais importante que os folclores e as festividades, ou para estes contribuíssem, essa escolha ocorreu como é dado parirem as cadelas apressadas e, ao querer-se pouco relevante, esconde as enormes dificuldades e clivagens no seio da aparente unipolaridade.
Falou-se de nomes sonantes, antevia-se uma disputa acesa e, de repente, tudo apareceu resolvido, á mesa de um jantar quase-íntimo, em que se escolheram as figuras de uns apagados político belga e baronesa inglesa (do leque centrista, ela mais à esquerdinha, ele mais à direitinha). Tudo equilibrado, sem fazer ondas. E que tiveram os cidadãos a ver com isto? Nada!
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