sábado, dezembro 26, 2009

Notas caRIOcas - 15

As últimas no Rio bre o Rio e adjacências (haverá mais nos Zambujais sobre o Rio):


  • O presente e o futuro do/no Brasil

    O convívio camarada.
    A amizade parece palavra do falar brasilês. Camarada é palavra do léxico universal. Juntar os dois vocábulos no Rio de Janeiro pode ser redundante ou quase excessivo.
    O encontro de convívio com camaradas, recebido com o Carlos do Carlos a cantar Ary, foi momento excepcional numa estadia lúdica e repleta de atenções e manifestações de amizade e de carinho.
    Foi simples, foi natural, foi (quase) emocionante. Falámos sério a brincar, brincámos a falar de coisas sérios, enquanto comíamos e bebíamos coisas “bem gostosas” (como bolinhos de bacallhau feitos carinhosamente pelo anfitrião), e eu atendia telefonemas calorosos vindos de S. Paulo.
    Mudámos o mundo em palavras de luta, disponíveis para o mudar por actos. Em que alguns de nós insistimos e persistimos, em que outros se iniciam.
    Tendo sido o pretexto para o convívio informal, tive de dizer duas palavras. Que pouco mais de duas foram. Sobre o tempo que vivemos, aqui e em Portugal. Sobre o tempo brasileiros que vivemos (BRIC e BASIC sempre a começar por Brasil). Sobre a exemplificação que foi esta estadia da regra de aprender, aprender sempre e muito. Sobre a importância da luta de massas e da luta ideológica na luta de classes. Marxistas-leninistas que somos.
    Foi marcado encontro para a Festa do Avante de 2011. Porque em 2010 há que lutar muito no Brasil para continuar(mos) um caminho brasileiro e em que o Brasil é peça fundamental para o troço e atalho(talvez) decisivo. E em que o respeito e admiração pelo PCP foi motivo de orgulho, estímulo e estimulante.

    (um obrigado pessoal, e muito amigo, para a Márcia, o Carlos, o João e o Marcos)

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  • Nataliando
  • Os aniversários, só há que aniversariá-los; os natais, só haveria que nataliá-los…
    Por mais que tentemos fugir-lhes, todos os anos aí estão.
    Este, aí esteve! Muito especialmente. Porque em família.
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    Os natais! Ao mesmo tempo enternecedores e irritantes.
    Enternecedores porque trazem ao de cima o melhor de nós: o gosto de oferecer, o prazer de receber, a solidariedade, a total desinibição na afirmação de que gostamos uns dos outros.
    Irritantes pela razão da comemoração, por algum exibicionismo, pelo que se escondem provisoriamente.
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    Neste, tudo isto poderia ser ilustrado. Sob o olhar-testemunho, frio e mudo, de Bento XV.
    Mas guardo, para guardada ser, uma funda recordação deste natal. A imagem de uma família que nos acolheu e adoptou. "Gente boa", muito boa, Com um encantador casal de nonagenários, verdadeiramente sublimando ternura, os dois o centro de tudo, o nó afluente e irradiante. Bonito, muito bonito.
    E angustiante. De várias maneiras, sendo a minha a de quem está tão mais perto deles, do casal de tão simpáticos velhinhos, e tão certo de saber que comigo não será assim se vier a durar quanto eles.
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    Natal? Nunca mais! Até para o ano…


5 comentários:

cristal disse...

Não sei porque "não será assim"... Com tanta ternura semeada tens direito a colher muita. Beijos e bom regresso. Cávospero..-

Anónimo disse...

Cristal disse tudo!

Maria disse...

Até (quase) já...

Beijos

Graciete Rietsch disse...

Que linda descrição do Natal!!!!! Eu não consigo senti-lo como uma espécie de privilégio que faz com que os nossos melhores sentimentos se manifestem. Se se manifestam é porque já existiam e isso sim é que é um privilégio. Caso contrário é hipocrisia. Mas gostei muito daquele bocadinho do post referente aos nonagenários. Comovente!!!!!
Um abraço e que a luta continue para que ràpidamente possa ser Natal todos os dias e para todos.

Anónimo disse...

Aos teus noventa, eu terei setenta. Acho que nos equilibramos...seja no SAARA ou no Zambujal!