Palavras-chave – 2 – racionalidade

Não vou consultar manuais (nem dicionários)...

À palavra-chave rentabilidade, usada e abusada, contraponho a palavra-chave racionalidade.

A primeira fecha-nos no modo de produção capitalista, traduz-se em números a que se dá a aparência de certos, de precisos, de rigorosos (até às décimas, centésimas ou milésimas de percentagem…), mas que estão em permanente revisão e “correcção”, porque são – em quase todos os casos – estimativas manipuladas, querendo representar uma realidade que não aceita coletes de forças estatísticas. É uma palavra-chave ao serviço da acumulação de meios de produção (ou o que os represente, mesmo que ficticiamente) nas mãos de quem deles se apropriou, e concentra e centraliza.

A outra palavra-chave, racionalidade, abre-nos ao entendimento da economia.

Racionalidade económica é universal, atravessa temporalmente a História, e corresponde a procurar, pelo trabalho com e sobre os recursos que nos rodeiam (e somos),  com a finalidade de satisfação das humanas necessidades, cumprir dois princípios:

1. O do menor uso possível de recursos para a obtenção de uma pré-determinada quantidade de produtos,
2. o da obtenção da maior quantidade de produtos possível para um pré-determinado uso de recursos.
3. ou uma simbiose dos dois princípios: menor uso possível para o maior produto possível.

Com o princípio anexo da vital atenção à preservação da qualidade da natureza, de que, como seres humanos, somos parte integrante e dependente, por mais (e tanto foi ao longo de séculos e milénios) que do seu jugo total nos tenhamos libertado.