quarta-feira, maio 23, 2012

Dispersão - 20% + com 6 vezes o que dispõem os 20% -

Pode ler-se, em documento da OCDE, e foi aqui transcrito:

«(...) Em Portugal, as pessoas ganham em média 14.662 euros por ano,
menos que a média da OCDE que ronda os 17.917 dólares anuais.
Mas existe um fosso considerável entre os mais ricos e os mais pobres:
20% da população mais rica
ganha seis vezes mais
do que os 20% mais pobres.(...)»

Temos as reservas conhecidas (por alguns... dado que não nos cansamos de as afirmar) relativamente às estatísticas.
As estatísticas não são a realidade! Mas reflectem-na. Umas vezes, aproximadamente, outras vezes, muito longe dela, umas e outras ainda, manipuladamente, para desinformar, para enganar, para iludir.
Estes números vindos da OCDE, ontem divulgados - embora já antes conhecidos -, desafiam para um exercício.
 
Que quer dizer "20% da população mais rica ganha seis vezes mais do que os 20% mais pobres"?
 
Suponha-se um pais P1 (imaginário, claro...) de 10 milhões de habitantes, com um Rendimento Nacional (RN) de 146.662 milhões de euros, o que se arredonda para 150 mil milhões de euros, e com 20% da população mais (digamos...) abonada a dispor, em média, de 6 vezes mais do que a sua população menos (digamos...) abonada.
Quer isto dizer que 2 milhões dos seus habitantes dispõem, em média, do equivalente a 30 mil euros por ano, enquanto outros (!) 2 milhões dos seus habitantes dispõem, em média, do equivalente a 5 mil euros por ano. Os 6 milhões de habitantes (digamos...) "intermédios" disporiam, em média, de 13,3 mil euros por ano.
 
Suponha-se, agora, um país P2 (ainda mais imaginário...) também de 10 milhões de habitantes, também com um RN de 150 mil milhões de euros, mas com outra distribuição de rendimentos em que os 20% mais "abonados" disporiam de 3,3 vezes mais que os rendimentos dos 20% menos "abonados" do país. Deste "cenário" resultaria, para o País 2, que 2 milhões dos seus habitantes disporiam, em média, de 25 mil euros por ano (menos 5 mil do que os de P1, ou seja, menos 16,7%), enquanto os outros 2 milhões de habitantes do fundo da escala social disporiam, em média, de 7,5 mil euros por ano (mais 2,5 mil euros do que os de P1, mais 50%!).
 
 

1 comentário:

Graciete Rietsch disse...

Contas aõ contas. Certas.

Um beijo.