sexta-feira, maio 18, 2012

A ida a Coimbra, com desvio pela Galiza

Em anterior "post" deixei dito que teria de comentar a ida a Coimbra. Sabia que teria de comentar o que foi tão agradável, útil (para mim!), intenso. A companhia camarada (desta vez, não a companheira companhia...), o encontro com amigos queridos e o jantar muito agradável, a sessão numa sala da Casa da Cultura em que, após uma exposição que preparei para sintetizar "como se chegou a isto", se conversou sobre o que é urgente dizermo-nos, a convicção que nada "ficou por ali...", que muito ficou por responder (mas... que respostas?, a que prazo?, com que força?), que há "muito trabalho para casa", o regresso em conversa amena diminuindo os quilómetros e adiando o sono.
Afinal, recebo um mail da Galiza (!), a comentar o que por lá foi lido no Diário de Notícias. Que mais ou que melhor poderia desejar? Chega-me transcrever o que está no facebook:

«Interesante reflexión de Sérgio Ribeiro camarada e amigo:
"Euro não é a moeda do futuro" - Economia - DN
www.dn.pt


antigo eurodeputado do PCP
"Euro não é a moeda do futuro"
por LusaHoje

O antigo eurodeputado comunista Sérgio Ribeiro defendeu hoje, em Coimbra, que o euro não é a moeda do "futuro" e que o projeto da "moeda única" falhou no espaço europeu e está a desagregar-se.
"É evidente que esta Zona Euro, tal como existe, está a desagregar-se. A saída da Grécia, que parece ser inevitável, arrastará depois aquilo a que chamam efeito dominó", disse Sérgio Ribeiro, à entrada para uma sessão pública organizada pelo PCP, intitulada "Posições de ontem e de hoje sobre a moeda única".
Segundo o político comunista, mesmo que a Grécia não saia da moeda única, a Zona Euro está a desagregar-se: "Mesmo que consigam pôr uns adesivos, isto está preso por linhas e o problema de sempre é o tempo", disse.
Para o antigo eurodeputado, que no Parlamento Europeu integrou a comissão para a criação da moeda única, hoje está "mais do que comprovado que não havia uma zona económica que justificasse uma zona monetária única", a qual acabou por agravar as "desigualdades e as assimetrias".
Sérgio Ribeiro, que votou contra a criação do euro, considerou que o projeto da moeda única se destinou a beneficiar certos países e os seus interesses, forçando alguns países periféricos, como Portugal e Grécia, a adaptar as "suas economias fracas a uma moeda forte".
"Neste momento, a situação é muitíssimo mais complicada porque se concretizou tudo o que tínhamos previsto e a situação é de autêntico desnorte", sublinhou.
Para o antigo parlamentar, "o que está em causa não é sair, é como é que se sai, como é que toda esta Zona Euro, que não tem sentido nenhum, consegue recuperar depois dos interesses que serviu estarem servidos".
O autor do livro "Não à moeda única" salientou que o problema que se coloca atualmente é o da indemnização "aos países e aos povos que foram tão prejudicados" por este projeto.
"Como é que se indemniza um país como Portugal, que durante todos estes anos desconvergiu, quando havia intenção afirmada, mas não concretizada, de que o país ia convergir económica e socialmente?", questionou Sérgio Ribeiro.
O antigo eurodeputado do PCP disse ainda que seria "muito mau para Grécia e Portugal" se saíssem "empurrados" da Zona Euro, defendendo saídas negociadas.
"Estivemos durante estes anos a servir interesses que nos têm de ressarcir do que foi o nosso prejuízo", advogou.


Obrigado
e um grande abraço, Duarte,
camarada lá do norte do Minho,
sempre atento e amigo

5 comentários:

samuel disse...

A mostrar que um "antigo deputado" não é a mesma coisa que um deputado antigo... :-)

Abraço.

Olinda disse...

Lúcida reflexão do camarada e,que muito contribui para nos sentirmos mais informados.

Um abraço

José Rodrigues disse...

Por acaso tinha lido o artigo no DN e pensei;que é que se passará para tanta atenção do jornal.Li por lá umas bacoradas/comentarios do costume e coloquei uma das muitas interrogações do Sérgio publicadas na revista Portugal e a CEE 1997-JAN/JUN nº 26/27.Assumi assim como uma espécie de defesa da HONRA.
Abraço

GR disse...

Melhor é impossível!
Enviei por mail e tirei cópias (devidamente identificadas).

BJS,

GR

Jorge Manuel Gomes disse...

Bom dia Camarada Sérgio,

Fiquei estupefacto!!!

Ao fim de 15 anos (O não à moeda única é de 1997) é que estes senhores começam a ouvir os "outsiders". Depois da casa roubada...(literalmente).

E fiquei muito contente!

Um grande abraço,

Jorge

P.S. Feliz por estar do lado certo da barricada. A luta continua!