Regressámos, agora mesmo, de quase 400 quilómetros para ir ajudar a apagar as simbólicas velas de um bolo de aniversário. Do 7º aniversário do fluviário de Mora, essa realização de um sonho que o Poder Local concretizou, porque estava (e está) em boas mãos, e para que me convidaram como animador de um colóquio integrado na assinalação do feito. Que feito é!
Propuseram-me o tema e procurei cumprir o tempo que me destinaram, depois de uma visita de actualização (ah! as lontras mudaram de residência e aumentaram a família... e o resto), e a anteceder outras intervenções e a entrega do prémio ao investigador do ano (que foram dois).
Vou aqui registar o guião que preparei para tentar não me perder. Em 3 ou 4 "posts".
1. Agradecer o convite para aqui vir assinalar, convosco, o 7º aniversário do fluviário.
O convite começou por me assustar por me terem falado em
conferência ou palestra… depois acalmei quando de passou a chamar colóquio.
Embora o tema seja de susto!
Vamos então conversar ou procurar introduzir uma
conversa e uma reflexão sobre cultura em austeridade.
2. Austeridade
e Cultura
A cultura em tempo de dita austeridade
A austeridade como “solução”
De quê, para quê?
A
austeridade como forma de controlar o presente procurando que se esqueça como
aqui se chegou.
É
uma aparente proposta (mas) inquestionável de resolver as consequências de desvarios, ignorando as causas, ou anatematizando “causadores”… que são sempre ou outros,
os anteriores, como no barbeiro a que se vai de novo, e que começa sempre por dizer que o anterior
cortou mal o nosso cabelo (desculparão, mas esta imagem do corte de
cabelo é deles, dos financeiros empedernidos…)
Mas… austeridade para quem?
Georges Orwell
(em 1984)à “Who controls the past controls the future: who controls the present
controls the past.”
Mas… recue-se
ao genético e ao processo histórico
As
necessidades do ser humano
Primárias (de
animais que somos)
Humanas (sociais, de tempo
livre, culturais)
E assim chegaríamos ao outro tema-palavra, à cultura.
3. Assim teríamos chegado à cultura
Teríamos chegado... ou ela acompanha-nos - sempre! - neste processo?
neste caminho sempre cheio de escolhos, tortuoso, por vezes com dois passos a trás depois de um passo em frente, mas sempre tendencialmente ascendente.
É a totalização da experiência, citando Abel Salazar em A crise da Europa, de 1942.
Já em citações, refiro os "livros-bengala" que fui buscar à estante para me apoiarem neste regresso às reflexões sobre cultura.
Balades dans la culture (avec arrets frequents chez les travailleurs), de Guy Konopnicki,1978
Culture, personalité et societés, de Gérard Belloin, de 1973 (referência ao O.E. francês de então)
e
A Culura Integral do Indivíduo (problema central do nosso tempo, de Bento de Jesus Caraça, (conferência de 1933, publicada em 1939)
2 comentários:
Já vi e admirei o Fluviário de Mora.
Gostava muito de lá voltar pois já evoluiu bastante desde que lá fui. Parabéns pelo seu 7º aniversário, dirigidos aos seus criadores e à força que deu origem e continuidade a essa extraordinária obra, a CDU.
Um beijo.
Tenho de reler o BdJC!
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