КПУ не намерена объединяться ни с одной из сил и будут проводить самостоятельную политику. Об этом в интервью РБК-Украина заявил лидер Компартии Петр Симоненко. Интервью записывалось до начала военной экспансии России в Украину, потому в ответе на в вопрос о федерализации данный момент оказался упущенным. При этом Симоненко утверждает, что, приняв закон по референдуму, предложенный его партией, ситуацию еще можно исправить
(...)
Piotr Simonenko, Primeiro Secretário do Comité Central do Partido Comunista da Ucrânia
3 de Março de 2014
3 de Março de 2014
Eu, no ano passado, disse aos emissários
europeus que sem um referendo sobre a integração na UE, a Ucrânia estava à
beira da cisão
Como
avalia a revogação da lei sobre as línguas regionais?
Negativamente. A Ucrânia é diversa do ponto
de vista étnico, é diversa no plano linguístico. Muitíssimos cidadãos utilizam
a língua russa na sua vida diária. Por isso a revogação da lei sobre as línguas
regionais viola os direitos dos cidadãos, e o nosso grupo parlamentar não votou
pela sua abolição.
A Ucrânia ratificou a Carta Europeia de
defesa das línguas das minorias nacionais, e foi precisamente com base nesta
Carta que foi aprovada a lei sobre as línguas regionais. Portanto vamos apelar
para a comunidade europeia, uma vez que a Ucrânia, como membro da Assembleia
Parlamentar do Conselho da Europa, deve cumprir todas as resoluções europeias.
Qual
é a possibilidade de uma proibição da actividade do Partido Comunista na
Ucrânia ?
Segundo a Constituição da Ucrânia, a
proibição de qualquer partido só é possível por decisão de um tribunal. E a
proibição da actividade do Partido Comunista em 1991, aprovada pela Rada
Suprema, foi 10 anos mais tarde cancelada pelo Tribunal Constitucional como
ilegal. E todos os governantes da Ucrânia , quaisquer que sejam, devem
lembrar-se desta lição.
E não esqueçamos também a história – só os
fascistas proibiram o Partido Comunista.
Em
países da Europa Oriental foi proibida a actividade dos partidos comunistas
locais após a desintegração da União Soviética — como culpados pelos actos do
regime soviético. E quem o fez não foram regimes fascistas .
O PCU foi registado pelo Ministério da
Justiça da Ucrânia independente em 1993. Por isso, aqueles que agora tentam
declarar uma «caça às bruxas» não se esqueçam de que ela irá virar-se
principalmente contra eles próprios.
Entretanto,
no país destroem-se em massa monumentos a Lénine e incendeiam-se instalações do
Partido Comunista. O que tencionam opor a isto?
É claro que agora se está a praticar
banditismo político. E aquilo em que se devia estar a pensar era como alimentar
as pessoas, organizar o trabalho das empresas, organizar a arrecadação de
impostos e o pagamento de salários aos funcionários do Estado. Porque o tesouro
hoje está vazio. As instituições financeiras estrangeiras não abrirão linhas de
financiamento à Ucrânia, porque no país prossegue uma guerra civil. E é preciso
trabalhar para evitar as consequências inelutáveis.
O que entende por
consequências inelutáveis?
As consequências inelutáveis consistem no
facto de a Ucrânia perder a maioria das indústrias e não ser capaz de entrar
nos mercados europeus. O mercado interno do país é tomado por empresas
estrangeiras. O sistema bancário está a desmoronar-se. A agricultura está a
começar as sementeiras e necessita de fundos e combustível.
Não lhe parece que falar de
que a Primavera chegou, começou a sementeira, os agricultores precisam de ajuda
— são consequências do facto de em 23 anos não se ter reformado o Estado e
continuarmos a viver, de facto, na Ucrânia soviética, mas sem os recursos que
havia na União Soviética?
Durante todos estes anos os comunistas não
estiveram no poder, e isso dá-me fundamento para declarar que se se desse
atenção ao programa anticrise do PCU, talvez pudéssemos já hoje tomar medidas
decididas para restaurar a ordem e desenvolver uma economia diversificada. Mas
ninguém quer prestar atenção às propostas do Partido Comunista. Mas se
adoptarem este programa ainda há possibilidades. Se não, qualquer cenário é
possível.
Com quem é que agora o
Partido Comunista pretende realizar um trabalho conjunto: com os que saíram do
Partido das Regiões, com aqueles que permaneceram no PR, com a nova maioria na
Rada?
O PCU aplicará apenas a sua
própria política. Esta política é descrita no nosso programa e é apoiada pelos
nossos eleitores. Tudo o resto são enganos. Nós consideramos a natureza e
conteúdo do projeto de lei, e, independentemente do autor da lei, votamos nele
se uma nova norma permite introduzir a ordem, ajuda os trabalhadores a defender
os seus interesses. E é assim que procedemos sempre.
O PCU apoia, e em que
condições, a lei da depuração, se for apresentada na Rada?
Se essa lei for adoptada e forem realizadas
investigações, não ficará ninguém na Rada além do grupo parlamentar do Partido
Comunista.
Qual
é a sua opinião sobre a federalização da Ucrânia?
Hoje a questão é como preservar a
integridade territorial e a soberania do país. Ele está sob ameaça devido a
vários factores.
Primeiro, as contradições internas,
construídas sobre premissas históricas, tradições culturais e linguísticas.
Essas contradições foram usados pelo capital oligárquico, especialmente durante
todas as campanhas eleitorais.
Em segundo lugar, o factor externo. A
Roménia prossegue uma agressiva política de informação em relação à Bessarábia
e à Bucovina setentrional. Ressoam declarações de que os romenos estão
dispostos a defender de armas na mão os interesses dos romenos no território da
Ucrânia.
Na região transcarpática foram activamente
emitidos passaportes de cidadãos da Hungria. E não está excluído que os cidadãos
da Ucrânia com passaporte de cidadãos da Hungria venham a participar em
eleições na Hungria.
Quanto à federalização, neste contexto nós,
comunistas, propomos que se realize uma amplíssima discussão na sociedade,
estudando a experiência estrangeira, e no fim se realize um referendo. Esse
processo será concluído quando as pessoas entenderem do que se trata. Como foi
feito na Bélgica e outros países.
Para realizar um referendo é
necessário, pelo menos, regressar à antiga lei-quadro. Porque a lei actual
sobre referendos em princípio não permite fazê-lo.
Temos na Rada uma proposta sobre
este tema. E no ano passado eu disse aos emissários europeus — Štefan
Füle, Aleksander Kwasniewski e Pat Cox — que, sem um
referendo sobre a integração na UE, a Ucrânia estava à beira da cisão. Mas
então o processo de referendo foi bloqueado tanto pelos representantes do poder
como pelos representantes da oposição.
[Fonte: RBK Ukraína
Tradução: JO]
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RADA é o parlamento da Ucrânia,
onde o Partido Comunista tem (tinha?) 27 eleitos!
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RADA é o parlamento da Ucrânia,
onde o Partido Comunista tem (tinha?) 27 eleitos!
5 comentários:
Muitas coisas importantes se estão a passar por esses lados...e acho que nós não as entendemos todas! Mas entendemos o suficiente...
Fiz link, impossível deixar de o fazer.
Obrigado, meu caro
Eu entendo que os nazis no poder nos EUA e na UE estão dispostos a acabar com a vida na Terra.
Estamos mesmo a precisar de outra informacao,sobre o assunto.A que assistimos diäriamente atravês da TV e râdio,ê muito facciosa e pouco sêria.Tenho"ouvisto" verdadeiras barbaridades,em defesa de ilegîtimos interesses internacionais.
Um beijo
Parece-me que a primeira grande guerra ocorrida há cem anos ajuda de alguma maneira a compreender o que nos últimos tempos se tem passado nomeadamente nos Balcãs(desagregação da Jugoslávia) e agora na Ucrânia. E, para quem como a UE e os EUA promoveram à separação do Kosovo em relação à Sérvia, instigada pela Albânia, parece não terem muitos argumentos válidos para se oporem a uma eventual independência da Crimeia.
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