domingo, março 23, 2014

No regresso de uma festa de aniversário - em MORA, do SEU FLUVIÁRIO-2

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4. Sobretudo A Cultura Integral do Indivíduo, de Bento de Jesus Caraça, que considero um dos livros-fundadores/formadores, e de que transcrevo alguns trechos, com breves comentários.



“(…) em todas as épocas de transformação nas relações sociais  se encontram sempre pessoas a quem os acontecimentos surpreendem e que até ao fim negam aquilo que é a própria evidência.” (pg. 16)

"O caminho seguido não é direito e fácil, é antes um caminho tortuoso, sempre ascendente (…)” (pg. 20)

O homem escravo da coisa  (hoje diria: o ser humano escravo da representação imaterializada - o dinheiro - da coisa) eis a grande condenação, no campo moral, do regime social contemporâneo.” (pg. 25)

“(…) Poucas questões há que tenham sido tam mal posta como esta do nacionalismo e isso não admira, pois foram sempre as água turvas o ambiente propício para as manobras de certos pescadores (depois de ter advertido que assim é) por aqueles para quem a Pátria é um balcão de compra e venda(…)” (pg. 29)

"Eis a grande tarefa que está posta, com toda a sua simplicidade crua, a nossa geração – despertar a alma colectiva das massas.
(pag. 31)

O que é o homem culto? É aquele que
1º. Tem consciência da sua posição no cosmos e, em particular, na sociedade a que pertence;
2º - Tem consciência da sua personalidade e da dignidade que é inerente â existência como ser humano;
3º - Faz do aperfeiçoamento do seu ser interior a preocupação máxima e fim último da vida.
Ser-se culto não implica ser-se sábio; há sábios que não são homens cultos e homens cultos que não são sábios; mas o que ser culto implica, é um certo grau de saber, aquele precisamente que fornece uma base mínima para a satisfação das três condições enunciadas (trata-se, enfim) do desenvolvimento sempre crescente de todas as suas qualidades potenciais, consideradas do quádruplo ponto de vista físico, intelectual, moral artístico; significa, numa palavra, conquista da liberdade (tempo livre, lazer, cultura versus desemprego) .” (pg. 35/36)

5. Alguns dados (não muitos) sobre o O.E. para 2014 e a dotação da cultura
        menos de 200 milhões de €
        ligeira subida em relação a 2013 - fim QREN e novo quadro
        total de receita O.E. de 36 mil milhões 
        despesa total do Estado de 76 mil milhões
        0,55% e 0,26%, respectivamente
        quebras significativas - 
        Cinemateca, Instituto Cinema e Audiovisual, 
        D-G Património Cultural
        maior controlo político-partidário, menor apoio, cultura como  mercadoria (e exportação)
        
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3 comentários:

Justine disse...

Gostei de assistir à "aula" - e aprendi bastante, como sempre!

Graciete Rietsch disse...

Para esta gente que nos desgoverna A cultura é indesejável. Pode abrir muitos olhos.
Um beijo.

Antuã disse...


O que é preciso é futebol, cretinice e carnaval. São assim os capitalistas e seus lacaios.