(...)
4. Sobretudo A Cultura Integral do Indivíduo, de Bento de Jesus Caraça, que considero um dos livros-fundadores/formadores, e de que transcrevo alguns trechos, com breves comentários.
“(…) em todas as épocas
de transformação nas relações sociais se
encontram sempre pessoas a quem os acontecimentos surpreendem e que até ao fim
negam aquilo que é a própria evidência.” (pg. 16)
"O caminho seguido não
é direito e fácil, é antes um caminho tortuoso, sempre ascendente
(…)” (pg. 20)
“O homem escravo da coisa (hoje diria: o ser humano escravo da representação imaterializada - o dinheiro - da coisa) eis a grande condenação, no campo moral, do regime social contemporâneo.”
(pg. 25)
“(…) Poucas questões há que tenham sido tam
mal posta como esta do nacionalismo e isso não admira, pois foram sempre as
água turvas o ambiente propício para as manobras de certos pescadores (depois de ter advertido que assim
é) por aqueles para quem a Pátria é um balcão de compra e venda(…)” (pg.
29)
"Eis
a grande tarefa que está posta, com toda a sua simplicidade crua, a nossa
geração – despertar a alma colectiva das massas.”
(pag.
31)
“O
que é o homem culto? É aquele que
1º.
Tem consciência da sua posição no cosmos e, em particular, na sociedade a que
pertence;
2º
- Tem consciência da sua personalidade e da dignidade que é inerente â
existência como ser humano;
3º
- Faz do aperfeiçoamento do seu ser interior a preocupação máxima e fim último
da vida.
Ser-se culto não
implica ser-se sábio; há sábios que não são homens cultos e homens cultos que
não são sábios; mas o que ser culto implica, é um certo grau de saber, aquele
precisamente que fornece uma base mínima para a satisfação das três condições
enunciadas (trata-se, enfim) do desenvolvimento
sempre crescente de todas as suas qualidades potenciais, consideradas do
quádruplo ponto de vista físico, intelectual, moral e artístico; significa,
numa palavra, a conquista da liberdade (tempo livre, lazer, cultura versus desemprego) .”
(pg. 35/36)
5. Alguns dados (não muitos) sobre o O.E. para 2014 e a dotação da cultura
menos de 200 milhões de €
ligeira subida em relação a 2013 - fim QREN e novo quadro
total de receita O.E. de 36 mil milhões
despesa total do Estado de 76 mil milhões
0,55% e 0,26%, respectivamente
quebras significativas -
Cinemateca, Instituto Cinema e Audiovisual,
D-G Património Cultural
maior controlo político-partidário, menor apoio, cultura como mercadoria (e exportação)
(...)
3 comentários:
Gostei de assistir à "aula" - e aprendi bastante, como sempre!
Para esta gente que nos desgoverna A cultura é indesejável. Pode abrir muitos olhos.
Um beijo.
O que é preciso é futebol, cretinice e carnaval. São assim os capitalistas e seus lacaios.
Enviar um comentário