No dossier do Expresso sobre o OE2011, Nicolau Santos veio de lá do seu suplemento de economia e da sua página neste, preencher uma coluna que dá gosto ler. Embora um gosto que acaba por saber a pouco...
Não por o que está escrito (e pode e deve ser lido) suscitar desacordos, pois até surpreende dadas as fronteiras que este director-adjunto e prolixo comentador não usa ousar pisar... mas por isso mesmo.
Se ele escreve, depois o rol de malfeitorias e contra-dições do primeiro ministro (e do das finanças a quem chega a acusar de que estaria a incitar o primeiro a "lançar uma punição sobre este povo ignaro e gastador, obrigando-o a sorver até à última gota a cicuta que o há-de conduzir à redenção"!):
- "Não há alternativa? Há sempre alternativa mesmo com uma pistola encostada à cabeça.",
se, para encurtar..., NS termina, dramaticamente:
- "Senhor primeiro-ministro, talvez ainda possa arrepiar caminho. Até lá, sinto uma força a crescer-me nos dedos e uma raiva a nascer-me nos dentes.",
é irresistível perguntar:
- Então porque não morde?!
- Então porque não apoia os que, há semanas, meses, anos, vêm denunciando - prevendo e prevenindo - o que, agora, parece ter descoberto?
- Ou são só raivinhas de dentes... daquelas que passam com uma pomadita?
7 comentários:
...mas ficou bem no texto citar Sérgio Godinho...
Abraço.
Parece que a ultima agressao deste desgoverno está a colocar uma raiva a nascer nos dentes até de quem nao
se espera.
... Estarei a exagerar ao achar que tanta indignação e «revolta» serviu às mil maravilhas para que o PS ganhasse espaço para votar contra o Orçamento, com a desculpa de que, aparentemente, o governo que junta o PSD e o CDS, os Passos, Portas, Relvas, Macedos (1 e 2) e tantos outros, foi longe demais e passou pela direita o pacto de agressão?
Será que Nicolau Santos tem assim tanta consciência e estará disponível para apoiar a alternativa patriótica e de esquerda por um Portugal com futuro?
Não sei. Sinceramente não sei, mas podemos e devemos usar as suas palavras para mobilizar e lutar! Sem esquecer outras palavras mais esclarecidas e consequentes... como «Sabe lá o que é a vida!»
samuel - A imagem do Sérgio Godinho serviu-lhe... ou veio lembrar-lhe que tinha dentes. Eventualmente postiços...
Anónimo - Até (nalguns casos, sobretudo) em quem já não os tem.
Ricardo - Levantas hipóteses muito interessantes quanto às motivações nicolauzinas das palavras. Mas as palavras estão lá e podem ser mobilizadoras... até contra possíveis motivações. Aliás, acho curioso que não tenho conseguido encontrar aquela coluna no expresso-online,e julgo que não foi por azelhice...
Abraços
Independentemente de tudo se num momento como este ostracizamos aqueles que se manifestam publicamente contra as medidas deste governo, não vamos muito longe. Ou fazemos questão de ser os únicos?
Quem ostraciza quem?, quem ataca quem?
Achas, anónimo que parece quereres conversar, que devemos abrir os nossos braços, sem reservas, a quem, vindo à luta - o que é excelente e se saúda! - o faz agredindo, uns explícita e directamente, outros metendo-nos num mesmo saco, quem está na luta de antes, de agora e de sempre. Nem sempre bem, algumas vezes mal... mas sempre!
Pelo meu lado - e por mim falo -, a maior vontade de contribuir para que nos entendamos, mas com respeito mútuo. Não sou, nunca fui, espero nunca fazer questão de único... mas sou!
...faltou-me uma palavra no final:
Não sou, nunca fui, espero nunca fazer questão de único ser... mas sou!
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