(Arte poética)
A poesia não é um dialecto
para bocas irreais.
Nem o suor concreto
das palavras banais
É talvez o sussurro daquele insecto
de que ninguém sabe os sinais.
O silêncio insurrecto.
José Gomes Ferreira
(Dias Comuns IV - Laboratório de Cinzas)
Gostei (sem falsas modéstias) de ter escrito:
(...) Se a circulação das mercadorias – ou dos “factores de produção” – se passou a iniciar com a troca da mercadoria-especial dinheiro, como expressão material do capital, e se, no final do processo, havia mais dinheiro – ou, não havendo, o sistema “entrava em crise” –, com essa “desmaterialização”, primeiro lenta e complicada, depois acelerada, e logo em verdadeira vertigem, o funcionamento do capitalismo alterou-se significativamente, sem que a sua substância, ou essência, se tivesse alterado. Como relação social que o capital é.
A circulação dos “factores de produção” fazia-se, e faz-se, no espaço. Sobre pernas, sobre rodas, por tracção humana ou animal, em cima de carris, em veículos movidos a vapor, a derivados do petróleo, a gás, a jacto. E esse espaço está dividido, historicamente, por muitos espaços, numa designação genérica por nações. Assim, a circulação tem estado condicionada pela propriedade nacional dos recursos, desses “factores de produção”. Também quando, e enquanto, na forma dinheiro. (...)»
2 comentários:
Se nós temos os recursos, temos que os utilizar e pôr a circular.
Actualmente o dinheiro é o valor de troca, mas se ele é desviado para a especulação financeira, as noossas riquezas perder-se-ão.
Terei percebido bem ou estarei a "especular"?
Um beijo.
Graciete - Percebeste bem, claro. Acontece é que se especula para compensar a dificuldade de acumular dinheiro através da produção, isto é, do aproveitamento dos recursos e da exploração do trabalho.
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