No quadro de inicativas que o Biblioteca-Museu Resistência e República (BMRR) vai tomando, incluiu este chamado ciclo de conferências.
Crise do capitalismo: que alternativas? é tema-título aliciante. Só à volta do seu significado etimológico-conceptual, palavra a palavra, se pode provocar um interessante debate
Crise? Que pensa cada um de nós, e cada nós como participantes numa corrente de pensamento do conceito de crise? Não há uma resposta estatística, por mais que alguns, na sua própria (ou imprópria se apresentada como objectiva, neutra...) opção ideológica, a estatistifique, isto é, estabeleça uma gaduzção em que as percentagens e os pontos percentuais sejam mandantes e digam, por exemplo, quando é que se entrou em depressão, e quando é a depressão passa a crise. Mas o conceito não se deixa amarrar, e, cá por minha conta (e risco), lá vou dizendo (e irei dizer) que o capitalismo, pelo seu funcionamento, pelas contradições que a sequência dialéctica desencadeia, está sempre em crise, passando esta por fases larvares e momentos (históricos) de explosão.
Capitalismo? Mas o que acabei de escrever baseia-se numa concepção em que a palavra capitalismo tem um significado conceptual que outros recusam. É um modo de produção e formação social assente sobre relações sociais determinadas historicamente, desencadeando relações de forças entre classes, de que estas tomam ou não consciência, e que são variáveis, em vários planos, não são as mesmas hoje e onte, aqui e ali.
Alternativas? Para mim/nós é evidente que sim. Que há alternativa para o capitalismo. Melhor: sendo um modo de produção e formação social historicamente determinada, o capitalismo não é perene, é perecível, não tem alternativa na base que o define como modo e formação,como "sistema". E são as dinâmicas sociais que determinarão o que virá, no tempo histórico que for e como for, a seguir ao capitalismo, como nós o definimos. Ao mesmo tempo que afirmamos que, em capitalismo, no capitalismo, não há saída, ou seja, não tem alternativa dentro de si. Tem adiamentos, quanto a relação de forças, a luta social, o permita.
3 comentários:
Com a minha ignorância sobre Economia,julgo que uma alternativa é pôr o capital a produzir o que, quanto a mim, implica luta de classes.Esta opinião é mesmo muito
simplista, mas terei alguma razão?
Um beijo.
Claro que tens. Pôr o capital, enquanto expressão material de uma relação social, a produzir, transformado de dinheiro em matérias primas e trabalho/força de trabalho, isto é, capital produtivo.
Um beijo
Como foi possível terem-nos mentalizado que era mais produtivo não produzir, arrastando o trabalhador para o desemprego e o país para a miséria. Cavaco (e não só) subsidiou os pescadores para não pescarem, os agricultores para não cultivarem, os pastores para se desfazerem dos animais e hoje o que temos? Nada!
COMO e QUANDO iremos novamente Produzir?
Que alternativas?!!!
Como gostaria de assistir (não a todos) mas, a alguns dos Debates.
BJS,
GR
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