Já não é só uma questão de equilíbrio.
Parece que a corrente saltou da roda dentada e continua-se a pedalar desalmadamente.
E nós? Não vemos que é isso? Que a questão do tempo presente nos remete para a imagem velocipédica? O que temos é de fazer saltar quem está agarrado ao guiador, a fazer-nos pedalar no vazio, como se estivesse num ginásio privado num 5º andar das Avenidas Novas (que já estão velhas!), a viver dos rendimentos, que são juros e rendas e não mais-valias.
Apeá-los, primeiro, mas apearmo-nos, também!
Depois, com jeitinho, mas sem medo de sujar as mãos, de óleo, de terra, de lama, ferindo-nos nos calhaus e nas ferramentas, fazendo algum sangue, colocar a corrente na roda dentada, pôr em pneus em boa pressão (talvez, se preciso for..., tapar uns furos nas rodas), saltar para o selim... e continuar a corrida. Que é sempre em frente, apesar de muitas curvas e de pedaços de caminho em que parece que o raio da bicicleta tem marcha-atrás.
Pedalar, é preciso!
(original em
docordel.blogspot.com)
8 comentários:
Boas tardes. O que me vale é que todos os dias encontro alento no seu blogue.
Bem haja e cumprimentos
É isso mesmo! Metáfora explícita,grande texto, bela foto!!
E havemos de encontrar o caminho,"custe o que custar".
Um abraço,
mário
Muito temos que lutar, muitas lágrimas de sangue teremos que chorar, mas lá chegaremos,lá chegaremos.
Um beijo.
Mais vale bater contra uma janela - numa parede é melhor não! - numa bicicleta que anda, do que estar a pedalar, numa que não anda, virada para a parede - ao menos que arranjem um espelho para ver quem está a atrás!
Tens de limpar e olear essa tua bicicleta para fazer caminho até à icê. Amanhã ou depois de amanhã?!...
(vale a pena bater contra estes postes - este blogue está a variar!)
Um abraço de varanda posta
Não sei se é do caminho (difícil este caminho)se é do raio da bicicleta,que de vez em quando me sinto desanimar.Vale-me os cinco réis de esperança...
Abraço
Bela prosa!
Abraço.
Só tenho dúvidas se é na bicicleta deles...
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