segunda-feira, dezembro 17, 2012

aponta mentes sobre o estado do mundo - 1 (a armadilha da dívida externa)

Nesta "altura do campeonato", sinto necessidade de iniciar uma série de apontamentos (aponta mentes), para arrumar ideias. Série que, talvez, se venha a tornar noutra coisa. A ver vamos...

Para começar, e antes de pegar em anterior "post" (de ontem), em que se transcreve o editorial do "site" do PNUD apresentando o próximo relatório de desenvolvimento humano, relativo a 2013, e em que se justifica o adiamento da sua publicação para Março de 2013, deixaria a lembrança de um título  de 1974.
Como o subtítulo logo esclarecia, tratava-se de "O Fundo Monetário Internacional e o desenvolvimento da dependência".

Apesar de não confinado, o âmbito espacial do assunto dedicava-se sobretudo aos países em vias de desenvolvimento, à "periferia", a todo o universo dos países saídos de situação colonial em busca de caminhos de independência económica sequente e coerente com a alcançada independência política, nalguns casos duramente conquistada.
Os programas de ajustamento estrutural, o novo estilo de concessão de "ajudas do FMI", vieram cumprir o papel que o sistema capitalista atribuiu a esta sua estrutura, nascida (com o Banco Mundial) em Bretton-Woods, no pós-guerra.
Num mundo em que havia um "sistema de países socialistas", em que os "não-alinhados" e a OPEP confluíam na necessidade de uma NOEI (Nova Ordem Económica Internacional).
A armadilha da dívida externa, com o dólar a ser a indiscutível (e inconvertível, desde Agosto de 1973) moeda internacional, começou a ser USAda e abUSAda.
Tratava-se, então e naquele "estado do mundo", de impedir o possível reforço do sistema alternativo (e sequente historicamente) ao capitalismo, do socialismo real e multiforme, e de criar uma periferia através  do desenvolvimento da dependência, do que também se apostrofou "colonialismo nova-maneira".
Passados estes quarenta anos, com tudo o que neles aconteceu - com destaque para o ascenso de liberalismo e monetarismo, e a erosão da URSS e do "sistema de países socialistas"  -, as mesmas receitas, ou armadilha, mantém-se e renovam-se no actual momento de explosão de crise do capitalismo. Agora, já não só na periferia exterior ao centro, mas também, e sobretudo, na periferia do centro.

Estas "pontes", ligando intervalos de tempo aparentemente extensos mas historicamente muito curtos, são, a meu ver, imprescindíveis. Nada se percebe do hoje se não se colocar o que hoje acontece na dinâmica histórica que vem do ontem. E do ante-ontem.
(...)


1 comentário:

Olinda disse...

A armadilha ê como um cancro,expande-se e fortalece-se ,atê asfixiar as vîtimas.Hoje tem muito mais metâsteses.

Bjo