terça-feira, setembro 30, 2008

... e com "bons modos"

Vale a pena ler em império bárbaro.

Sobre os 700 mil milhões de dólares que viriam em socorro do capitalismo

A propósito desta notícia, e da sucessão de comentários que justifica, duas "lembranças" de outra informação por aqui circulante:

  • No avante! de 5ª, escrevia Henrique Custódio, em a talhe de foice, que «(...)Para se ter a ideia da enormidade desta verba bastará dizer que é o triplo do PIB português (actualmente nos 232 mil milhões de dólares/ano) e supera os orçamentos anuais conjuntos dos ministérios norte-americanos (dos EUA) da Defesa, Educação e Saúde. É tempo de recordar que esta derrocada é da completa responsabilidade do famoso "mercado liberalizado" e o desastre capitalista que por aí progride demonstra, na crueza dos factos, que afinal não se "auto regula", como se tem andado a impingir (...)».
  • Na Assembleia Municipal de Ourém, na 6ª feira, na declaração de política geral, disse «(...) Há grandes bancos estado-unidenses que se nacionalizam (e não por boas razões…), há seguradoras de dimensão transnacional que vão à falência, há injecções de dinheiro dos bancos centrais, como quem mete para a veia de drogados mais droga como se isso pudesse ajudar à recuperação do que está doente, muito doente. O capitalismo está em crise, em grave crise. Não que augure o descalabro, a hecatombe. Não! O sistema tem mais fôlegos que o gato mais resistente e há formas de o fazer sobreviver, e de preservar os interesses cada vez mais polarizados, mais concentrados, formas que, se assustam – e muito – se sabe também que há próceres que não recuarão perante o seu uso, mesmo que isso ponha em risco a Humanidade. (...)»

Materialismo histórico - 25

As novas condições materiais, qualitativamente diferentes num processo dialéctico, impõem novas relações de produção, novos modos dos seres humanos se relacionarem e produzirem.
O fogo, a roda, o zero, o “atrelar ao peito”, a descoberta e a criação de novos materiais, a transformação de objectos de trabalho em instrumentos de trabalho, tudo converge num desenvolvimento acelerado das forças produtivas.
A terra aparece como a criadora de valor, isto é, com a capacidade e criar bens e produtos que, pelo uso, satisfazem necessidades e, depois, pela troca, são tornados acessíveis a essa satisfação, valor que não é senão “a mera gelatina do trabalho indiferenciado” (O Capital)[1]
Da escravatura passou-se ao feudalismo. Não como golpe de mágica, não como mudança em um momento e em todo o universo. Na dinâmica do processo histórico passou a ser predominante ou mais significativo o modo de produção e a formação social que se pode – e ao que penso acertadamente – definir como feudal.
Neste modo de produção e formação social, a base material assenta no trabalho sobre a terra, com os instrumentos que então, nesse momento (histórico, ou seja, séculos), apoiavam a força de trabalho. Nas relações sociais de produção as predominantes são as de quem possui a terra com quem a trabalha, entre os senhores (da terra, classe dominante) e os servos (camponeses ligados à gleba e obrigados a fornecer um sobretrabalho, desprovidos de meios de produção sobretudo de terra).
O servo da gleba, à diferença do escravo, não é uma mercadoria, está ligado à terra e só com ela pode ser vendido pelos senhores, enquanto tal direito (dos senhores de vender servos com a terra, dos servos de não serem vendidos como coisa à parte) estiver incluído nas relações de produção que se vão transformando, sem perderem a sua natureza de classe e no quadro da luta de classes.
Em esquema (que não pode ser redutor), o feudalismo engendrou, sob a autoridade superior de um monarca, duas categorias de privilegiados, o clero e a nobreza, e um “terceiro estado” agrupando estratos nascentes da burguesia, além do Povo, dos trabalhadores dos campos e das cidades directamente dependentes da monarquia, do clero e da nobreza.
_______________________________________________________

[1] - mas sobre esta questão fica tanto por dizer…

segunda-feira, setembro 29, 2008

O novo US dollar

E, em vez de in god we trust,
... ai valha-me deus!


domingo, setembro 28, 2008

Pequena crónica dominical

e política ou a falta que faz o exercício da auto-crítica

Conhecedor dos “hábitos da casa”, preparara a declaração política com breve - mas de desejada contundência - nota sobre a situação de crise que se atravessa, com particular ênfase no ambiente de quase desespero que vivem famílias, e em que encontram pequenos e médios empresários, e que se procura adiar e se agrava com os "remédios". Procurando identificar as causas, num sistema que agrava contradições mas tem mais fôlegos que o gato mais resistente, E terminava assim: (…) tudo na “política” (Obama e MacKein, PSD e PS) me faz lembrar ping-pong e um poema de Zé Gomes Ferreira, como sempre cheio de pontaria e genialidade:
«Democracia é alternância»
repetiu de novo a embalar o tédio,
um senhor de sonho espesso.
Como se fosse possível! - ó glória! ó ânsia! –
construir um prédio,
mudando de vez em quando
os mesmos tijolos do avesso.

O modo como correu a sessão até aquele ponto tornaram a intervenção ainda mais pertinente (a meu ver), com os do PSD a atirarem-se ao poder central como gato a bofe e a tentarem passar para ele as culpas das suas dificuldades e incompetências, já em campanha para as autárquicas do próximo ano (para dentro e por fora), e os do PS a valorizarem tudo o que o poder central está fazendo, até descobrindo benefícios incontáveis cá pelo burgo, e já em plena campanha para as autárquicas do próximo ano (para dentro e por fora)-.
Logo a seguir ao que li, veio a intervenção do “leader” do grupo do PS que, lendo a sua intervenção, começou por dizer que havia duas maneiras de fazer política, a social-democrata e a neo-liberal. E disse (mais ou menos) que nos neo-liberais havia uns com vocação para ultra-liberais e outros para escorregar para sociais-democratas e que, entre os sociais-democratas, havia uns com tendência neo-liberal e uns outros ainda agarrados a concepções de intervenção estatal… mas estes em vias de extinção “face ao claudicar dessas políticas por todo o mundo”!
Não fui capaz de deixar de sorrir com toda a cara. No final de Setembro deste ano, quando por todo o mundo claudicam as políticas neo-liberais mescladas de social-democracia, ou as políticas social-democratas mescladas de neo-liberalismo, aquele “político” era peremptório nas suas análises e prospectivas. E candidatava-se à alternância! Isto é, a mudar os tijolos do avesso no poder local, enquanto, no poder central, os que aqui detém o poder se propõem mudar os tijolos para o outro avesso.

(esta crónica estaria talvez melhor no ficçõesdocordel ou, ainda, no porcá-porourém – onde se pode ler a minha declaração integral neste ponto da ordem de trabalhos da AM de 26 de Setembro -, mas fica aqui por ser essencialmente política)

sexta-feira, setembro 26, 2008

quinta-feira, setembro 25, 2008

"Com uma imensa alegria"!

  1. Há muitos muitos meses, o Congresso (o XVIIIº) foi marcado, pelo Comité Central, para o final de Novembro.
  2. Também em CC, foram decididas linhas gerais, calendário, e adoptado o lema Por Abril, pelo Socialismo – um Partido mais forte.
  3. Os organismos executivos, e grupos de trabalho entretanto formados, elaboraram, discutiram e adoptaram textos, e chegaram a propostas de Teses (projecto de resolução política).
  4. O projecto foi enviado a todos os membros do CC, para estudo e propostas de alteração para a reunião de 20 e 21 de Setembro.
  5. Apesar dos curtos prazos, chegaram 468 propostas de alteração e foram integradas 349.
  6. Durante o fim-de-semana, ao cabo de mais de 13 horas de trabalho, com intervenções de dezenas de membros, o CC chegou a um novo projecto de resolução política.
  7. Este documento saiu hoje, publicado em separata, no avante!, para ser discutido em TODO o Partido.

  8. Esta fase é crucial, talvez a mais empolgante (e difícil) de todas, em que se procura que o projecto chegue a todos, por todos seja discutido, e de todos receba contributos.
  9. Com as alterações que forem adoptadas, chegar-se-á com o projecto de resolução política ao plenário do Congresso, onde os delegados ainda o poderão alterar e adoptarão.
  10. Duas palavras: uma, este trabalho é empolgante, porque colectivo, genuinamente democrático; outra, de enorme satisfação, mesmo orgulho, por nele estar a participar!









Discurso sobre "materialismo histórico"

Minhas senhoras e meus senhores,
.
Não vou, evidentemente, esgotar-me de esclarecimento em esclarecimento até ao esclarecimento final…
Esta série sobre “materialismo histórico” surgiu de uma proposta-desafio que veio ao encontro de um procedimento pessoal já velho de muitas décadas, e que muito gostaria de ir apurando: observar a realidade que vivo, e nela intervir, escorado numa perspectiva global - quer no espaço quer no tempo - sempre em revisita. Isto é, procurar descortinar os caboucos e as dinâmicas em cada facto observado e vivido, para que a intervenção possa ser de acordo com o que desejo e defendo. Errando aqui, corrigindo ali. Sempre com os outros. Os que já viveram e os que me são contemporâneos.
Se não “fechamos para congresso” – fórmula que muito me agrada porque a vida e a luta não param para que congressemos – não podemos deixar de fazer o vai-vem da História para confrontar o que estamos fazendo com os caminhos feitos e as dinâmicas detectáveis.
Nesta série, sinto-me a fazer, de novo, uma viagem sempre repetida e sempre nova. E não será ela que me impedirá de intervir, com o instrumental que, pela viagem, mais actualizado e adequado quero que esteja. Se o consigo ou não é outra questão...
Não abordo lucro, especulação, financeirização, transnacionalização, e etc. sem a permanente revisita dos mecanismos da exploração, da mais-valia, sem o “mercado mundial” do Manifesto e o imperialismo leniniano, sem o voltar à circulação e o regresso à origem dos circuitos e às (sem) razões das injecções monetárias, sem o capital a perder rosto, e como o vai perdendo enquanto ganha personagens-vedetas em ideologia doentiamente individualista. Sempre na busca de o que fazer em respostas colectivas.
Nesta viagem continuarei sem deixar de estar onde estou. E intervindo em cada gesto e minuto deste tempo.
Tenho dito e obrigado pela atenção.

quarta-feira, setembro 24, 2008

Adenda a materialismo histórico - 24

(De onde menos se espera, de um comentário que de antemão se sabe que vem com intenções duvidosas ou, sem sombra de dúvidas, para “chatear”, salta uma questão interessantísima. Cá por mim, rejubilo. Bem-vindo comentário!)

As questões da troca equivalente e da troca desigual desafiam para umas considerações de natureza linguística.
O que em português chamamos troca, em francês pode ser troc ou échange. Por exemplo, L’échange inégale, o original de Arghiri Emmanuel, que foi muito lido – e usado – no final dos anos 60/começo dos anos 70, foi editado em português com o título A troca desigual. E de que outra forma poderia ser?
Mas o facto é que são, em francês, conceitos diferentes que têm a mesma, e por isso perturbadora, designação em português.
No dicionário que me acompanha há décadas, e que por vezes parece ganhar actualidade, lá está, como “cabeça”, intróito aos respectivos artigos:
Echanges – (traduzo:) termo genérico para designar os movimentos das mercadorias, efectuando-se quer directamente quer por intermédio da moeda.
Troc – (traduzo:) forma de troca (échange) não monetária que consiste em trocar (échanger) directamente um objecto contra um outro.
A diferença (enorme!) está em que a troca-échange é genérica e a troca-troc é não-monetária e directa, objecto por objecto.
A partir da dúvida do comentário – fosse qual fosse a intenção do comentador –, fique claro que a troca a que me refiro neste passo (24) do “materialismo histórico” é a troca-troc, não-monetária e directamente de objecto contra objecto, com estes já a tomarem a forma conceptual de mercadoria.

Como se verá adiante, este "pormenor" tem a maior importância. Aliás, não é por acaso que aparece aquele sinal de igual ( = ) na ilustração gráfica, em que - talvez! - as setas devessem estar ao contrário.

terça-feira, setembro 23, 2008

CUBA por todos, todos por CUBA

Ver

Materialismo histórico - 24

Recomecemos, então. Aliás, nós não fazemos outra coisa que não seja recomeçar, como diria (mais ou menos) o sr. Jacques Brel, se tivesse falado português. Sim, porque “isto” do materialismo histórico pode ser contado e conversado de muitas maneiras, até a cantar.
Ora no episódio 20, ainda no esclavagismo, foi escrito que: “Ora, havendo excedentes, colhendo e produzindo os escravos mais do que seria necessário para que a sua sobrevivência fosse assegurada pelos proprietários (enquanto útil a estes), e possibilitando as novas forças produtivas que cada vez mais e maiores fossem sendo esses excedentes, a troca é a consequência de o trabalho de colheita e de produção ter deixado de colher e produzir para quem trabalha, para a satisfação das suas necessidades e dos seus proprietários (no modo de produção da escravatura), de cada vez mais o que uns colhem e produzem viesse sendo colhido e produzido para ser trocado pelo que outros colhem ou produzem.”
E é antes de se abordar a passagem ao patamar seguinte, ao feudalismo, que se antolha muito útil escrever sobre a troca, aliás, conversa já várias vezes prometida (ou ameaçada) e adiada.
Se uma comunidade de humanos - até porque integrou elementos, também humanos mas escravos de que se serve como instrumentos - recolhe da natureza e produz, transformando a natureza, para além do que necessita para satisfazer as suas necessidades próprias, de sobrevivência, de um determinado bem, e se, para satisfazer algumas outras das suas necessidades, começa a recorrer ao que outras comunidades recolhem e produzem para além do que as suas necessidades exigem, está a entrar-se abertamente no tempo (histórico) da troca e dão-se os primeiros passos no “reino da mercadoria”. O que tinha um valor de uso, porque satisfazia necessidades, passa a ter, também, valor de troca.
Aqui - “lugar 1” –, produziram-se x medidas de trigo tirado da terra, ali – “lugar 2” –, produziram-se y medidas de pano tirado de peles. Aqui – 1 –, sobraram, do uso próprio (ux1, ou seja, parte do trigo usado em 1), x-ux1 medidas de trigo e, ali – 2 –, sobraram do uso próprio (ou seja, parte do pano usado em 2), y-uy2 medidas de pano. Como em 1 se necessita de pano e em 2 se necessita de trigo, uma parte ou a totalidade de x-u1 troca-se com uma parte ou a totalidade de y-u2.

E quem quiser tentar perceber o que está para trás e o que vai vir, como é o caso deste escriba, tem de reter esta passagem, até porque a esta ilustração outras se seguirão (algumas já desenhadas, à espera de oportunidade para aparecerem) como sua sequência.

segunda-feira, setembro 22, 2008

Aviso aos visitantes e navegantes

Pouco depois da meia-noite, no começo do outono, quando os dias começam a ser mais pequenos que as noites, novo episódio do materialismo dialéctico, com o numero 24.

domingo, setembro 21, 2008

A cor da coisa, segundo ele, Nicky Florentino

diz ele:
Cor de rosa quando foge. Sobre o ps, algumas observações breves. O flanco parlamentar socialista é o partido armário, cabe lá tudo e o seu oposto e, com um bocadinho de jeito, ainda pode caber mais alguma coisa, porque, como as consciências socialistas em deputação, o futuro é grande. Não por acaso, uma parte significativa dos sedimentos flutuantes da vasa do ps está aí, na assembleia da república. O flanco governamental socialista, esse, é o lado halibut, sem é e sem escamas, daquele em bisnaga, para ver se alivia e não dói muito, tão alérgico a confusões é o senhor eng.º José Pinto de Sousa. Daí que, embora a malta socialista tente fingir, o ps seja cada vez mais um partido político flat. Com rei, sem rock, uma máquina de captação abrangente de sufrágios. Um andor para alcandorar gente, portanto. Nicky Florentino.
(in albergue dos danados)

De regresso...

Voltei a casa. Se eu tenho dificuldade em deixar este cantinho, mais difícil se torna se os amigos (e não só) notam a minha falta por estas paragens.
Por um lado, fico satisfeito; por outro lado, repito, fica tudo mais difícil ainda...
Pois regressei!, depois de um dia sem (a)postar. Isto é que é vício... porque parece que foi muito mais.
Com tudo o que vivi sexta-feira (foi mesmo bonito!), com a ida para Lisboa, ontem muito cedo, e o regresso, agora, depois de dois dias de muito trabalho. E empolgante! Porque colectivo, porque democrático. Porque militante!
As "teses" ficaram aprovadas no CC. Agora vão ser apreciadas por TODOS os militantes (e discutidas, e emendadas). Por todos os militantes, e por mais quem queira participar neste processo.
Isto vai! "É possível mudar com este Partido". "Sem este Partido não há alternativa..."

sexta-feira, setembro 19, 2008

Mais um...

Com urgência, em o cravo de abril, ver.
E no dia 1 de Outubro temos de nos encontrar TODOS. E nos que se lhe seguirem...

O Código...

Ver em o tempo das cerejas este e mais este, e no cantigueiro ainda este.
E há mais aí pela blogosfera!
No dia 1 de Outubro temos de ser TODOS.

quinta-feira, setembro 18, 2008

Código do Trabalho na Assembleia da República

Ia editar um post sobre este assunto.
Mas se alguém já o fez como o gostaria de ter feito, porque não o recomendar?
Veja

Campanha de ajuda humanitária ao povo de Cuba

Todos por Cuba clicar sobre a foto para ver melhor estas caras espantosas... e a forma de ajudar!

quarta-feira, setembro 17, 2008

A terapia...

Estão a injectar milhões e mais milhões.
Mas a doença não é precisamente provocada por excesso de milhões relativamente aos milhões necessários para fazer funcionar a economia, perdão, o doente?
Estes "médicos"!
E já tudo isto foi explicado nas suas linhas gerais e tendenciais... Há 160 anos, sempre actualizados e em actualização.
Assim me Manifesto. Agora e aqui, porque há outros tempos e lugares. A 1 de Outubro, por exemplo.

terça-feira, setembro 16, 2008

Materialismo histórico - 23

Retome-se o trilho.
Mas, antes de o fazermos no momento da História em que foi deixado, termine-se a reflexão suscitada pela pausa provocada por vários (e bons) motivos.Esta ilustração gráfica do materialismo histórico, com a comunidade primitiva, o esclavagismo, o feudalismo, o capitalismo como patamares de um caminho da Humanidade, exige um complemento. Além da intenção de, através do diferente tamanho dos “patamares”, dar a ideia de que há um evidente diferente dimensionamento temporal de cada modo de produção e formação social, deve acrescentar-se que a passagem a um patamar superior não representa a extinção imediata e completa dos anteriores. Em muitas zonas do mundo há situações ainda assimiláveis a comunidade primitiva, em muitas “cabeças”, ao nível da consciência social, há quem pense como se estivesse no esclavagismo, no feudalismo, no salazarismo (e a estes “estádios” desejasse voltar).
Por outro lado, as roturas, isto é, as passagens ao degrau acima, quando vistas de perto, ou melhor, quando vividas na contemporaneidade, não são momentos (históricos) simples, sem passos atrás (dois passos atrás, um passo em frente - Lenine).
Vendo à lupa a actualidade (séculos xx e xxi), poderia ser assim representado o que avançou, o que recuou e o que (é nossa convicção) se perspectiva em virtude da leitura das dinâmicas económico-político-sociais, em que o patamar mais acima (e não o último) é o do SOCIALISMO:
Então, até ao feudalismo e à troca… de que os “leitores” estarão à espera há alguns episódios.

segunda-feira, setembro 15, 2008

Está bonito isto está!

Então o "sistema" já não tem capacidade para "nacionalizar" mais bancos?
Não há dúvida, a "globalização" quando nasce é para todos...
Só que uns poucos, durante a sua curta e miserável existência, vivem como nababos ainda que vão, dia-a-dia, hora-a-hora, comprovando a sua incompetência,
enquanto muitos muitos outros vão sendo obrigados a arrastar miseravelmente a sua curta existência,
quando a Humanidade - todos nós, os que antes e os que hoje - criou condições materiais para que todos-os-de-hoje tivessem uma existência digna!

domingo, setembro 14, 2008

Carta aberta a um comentador

Nesta forma de comunicação, os comentários são desejados. Há, no entanto, vários tipos de comentadores: i) os de complemento, dúvidas, apoio; ii) os de crítica a que, à falta de melhor, chamaria de “boa fé”; iii) os de ataque desbragado, caceteiro, insultuoso. A estes, não devia ligar nenhuma mas, por vezes, não resisto; aos primeiros, agradeço o estímulo e com eles, tal como com os segundos, gostaria de conversar, à volta das dúvidas (que também não me faltam) e das críticas.
Um comentador, que assina José Manuel, nos últimos “posts" ilustrou o segundo tipo e descortinei dúvidas (todas legítimas), preconceitos (alguns na fronteira da tal “boa fé”), pressupostos (vários e de vária origem). Fazendo afirmações e tocando temas que me desafiam a esta carta aberta.

Não vou ser muito longo, porque aqui não é o lugar para largos textos, mas aqui quero deixar umas notas. Com uma questão prévia: não escrevo em nome do PCP, apesar de ser do CC e da responsabilidade que isso implica.

  1. “política de esquerda” é expressão controvertida, e é difícil que o JM, ou quem quer que seja, a encontre em actuais textos programáticos do PCP.
  2. Para o 18º Congresso, a formulação nas teses em discussão por todo o Partido (que é aberta a quem queira participar… de “boa fé”) é a de alternativa de esquerda (ou alternativa política de esquerda), no quadro claro de luta de classes.
  3. Para este Congresso, o projecto de resolução política tem o título proposto de por Abril, pelo Socialismo – um Partido mais forte, sem qualquer ambiguidade quanto ao objectivo-socialismo, que o JM quer descobrir não sei onde.
  4. A distinção entre anti-monopolismo e anti-capitalismo – a que JM parece dar tanta importância –não tem qualquer significado se o anti-monopolismo é integrado na luta anti-capitalista.
  5. O capital é uma relação social definida há 160 anos, com duas classes antagónicas – a burguesia que, no seu bojo, cria o proletariado de que se alimenta –, nas condições concretas historicamente mutantes e uma complexidade social que não pode ser encarada redutoramente.
  6. É no quadro da luta de classes, tendo tomado partido insofismável por uma classe – a do proletariado – que tomo posições relativamente à situação de micro, pequenas e médias empresas (muitos delas de falsos empresários, que se desconhecem explorados).
  7. Não confundo classes com os “estados médios” ou "intermédios" (“Os estados médios (Mittelstände) – o pequeno industrial, o pequeno comerciante, o artesão, o camponês -, todos eles combatem a burguesia para assegurar, face ao declínio, a sua existência como estados médios. Não são, pois, revolucionários, mas conservadores. Mais ainda, são reaccionários, procuram fazer andar para trás a roda história. Se são revolucionários são-no apenas à luz da sua iminente passagem para o proletariado, e assim não defendem os seus interesses presentes, mas os futuros, e assim abandonam a sua posição própria para se colocarem na do proletariado.”), tal como está no Manifesto (e muito mais poderia transcrever) e subscrevo inteiramente.
  8. Também é preciso ter presente que o Socialismo não se construirá sobre “terra queimada”, que “a burguesia desempenhou na história um papel altamente revolucionário” (Manifesto) e que não seria revolucionário deitar fora o bebé com a água suja do banho.
  9. A luta é muito dura, mas também é vital para a Humanidade, o voluntarismo e a especificidade na escolha de palavras e slogans pode ser perniciosa se não se escora na acção permanente, na reflexão e no estudo, e bem me parece que JM tem poucas (e más) leituras arvorando-se em avaliador encartado do marxismo-leninismo dos outros.

Ainda assim, fica um abraço

sábado, setembro 13, 2008

E uma migalha de honestidade intelectual?...

Lá terá que ser. O Expresso.
Nesta edição, a (relativa) surpresa de uma capa do caderno actual colocando “perante nós a grisalha moldura” de Marx de que falava o poema de Maiakovski.
Mas, logo na capa, o rabo do gato: “Qual a importância de Marx no século xxi? António Guerreiro, Daniel Oliveira e Henrique Raposo fornecem as respostas. O consenso permanece impossível.”
Lá dentro, o gato esparramado em quatro páginas, aliciantemente paginadas, com textos de António Guerreiro, licenciado em Letras e Literatura Moderna, critico literário do Expresso, acolitados por duas colunas de opinião dos opinantes Daniel Oliveira e Henrique Raposo, um, conhecido bloquista (parece que de esquerda), outro, o supra-sumo ou o sumo-sacerdote do liberalismo, tanto sumo deita a sua caudalosa verborreia.
Nos textos, a glosa sobre o momentoso problema do interesse intelectual relativamente ao pensamento de Marx, 160 anos depois da edição do Manifesto do Partido Comunista que ele publicou em co-autoria com Engels.
Não há dúvida: anda um espectro pela Europa! Não se pode resistir à enorme actualidade do que há 160 anos foi escrito e publicado por Marx e Engels. E há que procurar vacinas, choques profilácticos e imunitários. O Expresso vem na rebentação desta vaga e procura “surfar”, recorrendo ao crítico literário residente que, com o seu Walter Benjamin e outros , se esforça (de balde...) por manter “a coisa” no plano literário-intelectual, enquanto os outros dois dão as “cassetadas” que lhes competem, com o ar (inteligentíssimo) de quem está acima das políticas enquanto cozinham as políticas rasteiras, rasteirinhas, rasteiríssimas.
Não encontro as palavras. Talvez náusea…
Aqui, e em primeira reacção, chamo a atenção (de quem?) para o facto de O militante, revista do PCP, nos seus números de Maio-Junho e de Julho-Agosto, ter publicado dois cadernos-separatas sobre os 190 anos do nascimento de Marx e os 160 anos do Manifesto. Com originais de seus membros do Comité Central e da Direcção do Sector Intelectual e doutorados em filosofia e em economia – um deles, até há pouco Reitor da Universidade Clássica de Lisboa – e vária documentação. O que, evidentemente, foi ignorado – e ignorado se procurará que fique para sempre – nesta oportuna recensão do Expresso. Oportuna, oportunista e demonstração de que há quem esteja assustado com a evidente actualidade do Manifesto. Que, no seu bojo, trazia virtualidades incompreensíveis por alguns, decerto a abarrotarem de “inteligência”:
a capacidade de “arrumar” conhecimentos acumulados pela História e de abrir caminhos para o entendimento de dinâmicas sociais,
a humildade de se manter aberto às actualizações e à correcção dos erros de análise e prospectiva (ver, por exemplo, o prefácio de 1872, verdadeiramente exemplar para quem se queira marxista, e indispensável para quem queira escrever, com um mínimo de probidade intelectual, sobre Marx e marxismo).

sexta-feira, setembro 12, 2008

Ainda a propósito de 11 de Setembro

Sem pretender esgotar a efeméride de 11 de Setembro, e na que referi incluindo todas as vítimas do da violência fascista e do terrorismo, ver também sobre 11 de Setembro de 1942, data da morte de Bento Gonçalves no Campo de Concentração do Tarrafal.

Pronto! E agora?

O Povo tinha de votar. Era considerado indispensável que o fizesse cumprindo as normas impostas pelos tuteladores da "democracia" e dos "direitos humanos", com observadores (ou fiscais ou lá o que eram) e tudo.

E o Povo, em assembleia nacional popular plenária, esperando o tempo que fosse preciso, com uma exasperando (africana) calma e paciência para os observadores (ou lá o que eram) excitados com os atrasos e as dificuldades burocráticas, votou. Alguns, decerto achando graça àquela maneira de se exprimirem para escolherem os seus representantes. Mas, se era preciso... fez-se. Mais uma vez!

E o resultado foi: mais de 80% de votos no Movimento Popular de Libertação de Angola!

Insisto: no MPLA, isto é, no Movimento Popular de Libertação de Angola, um movimento-partido de que ouço falar, eu, português incurável, há meio século!

Foi nesse que o Povo, em assembleia nacional popular plenária, votou.

quinta-feira, setembro 11, 2008

11 de Setembro de 1973

Há 35 anos!
A agressão brutal a um povo.
A violentação de uma esperança.
O assassinato de tantos companheiros.
O Chile vencerá
A luta continua.

terça-feira, setembro 09, 2008

Materialismo histórico - 22

A Festa é a Festa. É a Festa.
Na Festa encontramo-nos. Vendo-nos envelhecer, vendo crescer outros e outras, uns e umas que parecem ter nascido na Festa.
Nesta “página” do M.H. tem de estar a vivência destes dias. E há razões para isso. Muitas.
Uma delas, talvez a mais funda – é, pelo menos no plano afectivo – foi… uma prenda! Esta:
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Uma Amiga deu-se ao trabalho de imprimir os 20 primeiros episódios e, com eles, fez um volume de que me ofereceu cópia.
Se logo fiquei grato, e emocionado!, no regresso da Festa folheei o volumezinho e muito aprendi. Sobre M.H. E sobre os riscos e as virtualidades da “aventura” em que me meti.
Não tinha considerado esta possibilidade de edição – assim – de “episódios” que, embora respeitando um esquema e uma linha de progressão pré-estabelecida, "saem ao momento” serem juntos num mesmo volume, ressaltando dois aspectos, a sua “momentalidade” – aliás, como tenho sublinhado, tendo muito em atenção comentários – e a ausência de sentido de conjunto dos textos e gravuras – embora cumprindo um esquema – o que, aliás, se entre-explica.
De qualquer modo, esta prenda – que prenda é – obriga a um patamar de reflexão. Se o M.H. se pode assemelhar a uma rampa ascendente – as forças produtivas – onde se incrustam degraus e patamares – as relações de produção – assim é porque assim é a vida. Um processo ininterrupto com degraus e patamares.
Recusando esquematismos, mas usando esquemas gráficos, já se ilustrou com os modos de produção:
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E daqui surge a possibilidade de, por extensão, aproveitar o que é suscitado por esta “edição em volume” das “páginas” soltas deste trabalho.
Ou seja, tal como no processo histórico a comunidade primitiva se alongou por séculos de séculos, a que se seguiu a predominância do modo de produção e da formação social esclavagista e, depois, depois a do feudalismo e, desde há pouco mais de dois séculos, a do capitalismo, com as suas crises, rupturas e adiamentos de ruptura, como se fossem patamares, esses modos e formações podem representar patamares, também na nossa vida, nos posts que blogamos, vamos subindo degraus e, por vezes, tem de se avaliar o que se está a fazer, num patamar de reflexão.
Como esta “edição” que me foi ofertada ajuda a fazer. Temos é de continuar. Como a luta!

segunda-feira, setembro 08, 2008

Foram 3-dias-3

Foram três dias diferentes. Como se numa outra sociedade.
Mas foram estes três dias - de chuva e sol - porque há quem queira, e trabalhe e lute, todos os dias!, para que seja possível. E construa aqueles três dias em muitos dias de labuta em que se usam fins de semanas e férias.
Obrigado aos construtores da Festa, que estarão agora a desconstruir, porque o terreno tem de ficar limpo e preparado para o próximo ano. Para a Festa de 2009. Para mais três dias a mostrar como tudo é possível!

sexta-feira, setembro 05, 2008

Materialismo histórico - 21 - a representação de coisa nenhuma

Não se quer entrar por caminhos complicados. Mas todos o são com a preocupação de se estar a ser "sério", embora sem a pretensão de fazer mais do que apontar pistas de reflexão. Sérias, mas apenas pistas. Já quando se falou do aparecimento (descoberta-invenção) da roda, e noutros passos, se sentiu necessidade de fazer este alerta: não se pretende estar a “fazer” ou a “refazer” História. Estes episódios sobre materialismo histórico resultam de estudo, de reflexão, e pretendem, apenas, estimular reflexão.
Parafraseando Gedeão, e na sequência do último “passo”, quando o homem se põe a pensar o mundo pula e avança. Ora, quando o ser humano começou a ter coisas suas, iniciadas as relações sociais com base na propriedade, começou a ter necessidade de as contar, para saber se alguma perdera ou lhe fora roubada (ou acrescentada…).
Quantos escravos são os meus?, quantas cabeças de gado são as minhas?
Perguntas simples, pouco mais que primitivas. Como responder? Como sempre, com o que se tinha à mão: a mão! Tantos escravos quantos os dedos da mão que se recolhem, com simbologia que a romana (mas não só) expressa bem, fazendo-a corresponder aos dedos – I, II, III, IIII – e à mão, se é a mão toda – V –; se ainda há escravos para além da “mão cheia” juntam-se-lhe dedos – VI, VII, VIII –, mas se já forem muitos mas as duas mãos ainda tem dedo de sobra, pode procurar-se ajuda para fazer as contas que servem para ver se está tudo certo – IX –, e se chegar outro passam a ser as duas mãos – X. E por aí fora, arranjando sinais, (ar)riscando.
Mais uma vez, a correspondência (agora entre corpo, dedos, e coisas) a dar resposta à satisfação de uma necessidade.
E, como sempre, as necessidades reais a exigirem mais e mais. Um enorme salto foi o da descoberta do ZERO, do 0. Que é a correspondência a coisa nenhuma. A abstracção levada à sua representação, à sua simbolização.
A existência do 0 (zero) foi da maior importância para o desenvolvimento das forças produtivas. Porque, entre outros factos, possibilitou que os seres humanos passassem a poder operar com números a partir de uma simbologia decimal - pois se temos dez dedos à mão (normalmente)! -, em que o nada também se representa. Uma dezena (duas mãos, um corpo!) e nada de outra mão de outro corpo: 10! E por aí fora…
(Experimente-se fazer operações simples, de multiplicar, por exemplo, 514 por 28 em numeração romana – DXIV vezes XXVIII!)
Para não falar de outras complicações, e em outros sistemas e simbologias numéricos (ou “linguagens”) que o decimal veio a possibilitar. E que também travou, porque muito mais racional teria sido a passagem por um sistema duodecimal, o que explica o recurso à dúzia, ao quarteirão, à grosa (doze dúzias, isto é, 144 em sistema decimal e 100 em sistema duodecimal). Mas não nascemos com 6 dedos em cada mão…
Espero não ter abusado… e afastado “clientela! Mas, em materialismo histórico, tem de se referir esta determinante descoberta!

quinta-feira, setembro 04, 2008

Hoje...

... ouve a carvalhesa do ano passado aqui e amanhã lá, na Atalaia!

quarta-feira, setembro 03, 2008

O livro da Festa

Ver no nosso blog de livros e leituras.

Quadro de medalhas

Um post em Cravo de Abrilcravodeabril.blogspot.com, levou-me a retomar "contas antigas", das que fazia há uns anos. Em anos olímpicos. Não tenho nenhuma teoria, mas o número de medalhas é um indicador. E não mais do que isso!
Nas "contas" que então fazia, atribuia 3 pontos a uma medalha de ouro, 2 a uma medalha de prata e 1 a uma medalha de bronze. Num ou noutro ano (olímpico) ia mais longe e ponderava também com lugares além dos 3ºs. e com a população de cada país.
Coisas de quem gosta de "fazer contas" eque davam indicações interessantes. Agora não o faço, apenas por pouco tempo e outras prioridades. Mas, como mero apontamento, aproveitei a lista de todas as medalhas, fiz a ponderação mínima (e discutível) dos países medalhados e saíu-me isto:
Algumas notas:
  • a China tem o 1º lugar em medalhas de ouro, tem o 2º em medalhas no total, e tem o 1º em medalhas ponderadas;
  • os Estados Unidos alternam as posições de 2º e de 1º com a China;
  • a Rússia e o Reino Unido têm, em todos os critérios, os 3º e 4º luagres, respectivamente;
  • a diferença mais significativa é a de Cuba, que teria o 28º lugar em medalhas de ouro, o 11º no total das medalhas e o 12º no total ponderado (o que é verdadeiramente extraordinário para um país com 10 milhões de habitantes);
  • Portugal, com uma medalha de ouro e uma de prata, ficaria entre os 46ºs. na classificação das medalhas de ouro, entre os 46ºs. em total de medalhas (2) e entre os 51ºs. no total ponderado (5 pontos).

terça-feira, setembro 02, 2008

Materialismo histórico - 20

  • Quando seres humanos começaram a ter “tempo livre” porque deixaram de ter todo o tempo de vida ocupado pela satisfação das suas necessidades de sobrevivência como matéria provisoriamente organizada;
  • quando uns seres humanos se apropriaram de outros seres humanos, porque estes lhes serviam como força produtiva fundamental, colhendo e criando o suficiente para eles próprios sobreviverem e ainda excedentes para os seus proprietários disporem de “tempo livre”;
  • quando não só se aprendia e apreendia e transmitia, aos contemporâneos e aos vindouros, o modo como completar o corpo para colocar a natureza (incluindo outros seres humanos) ao seu serviço
os seres humanos começaram a ter representações do que viviam e tinha sido vivido, a tomar consciência do tempo que era o seu, a perspectivar como viria a ser,
a pensar!,
a ter ideias, ideologia.

O esclavagismo não foi (não é) apenas um modo de produção, definido pelo nível atingido pelo desenvolvimento das forças produtivas e pelo estádio das relações sociais de produção, com a prevalência da questão da propriedade de outros seres humanos.
Foi (é), também, uma formação social, uma consciência social, uma ideologia, correspondente ao modo de produção, resquícios das representações das comunidades primitivas, germens de modos de produção futuros. Porque as forças produtivas não podiam (não podem) deter-se no seu desenvolvimento, e exigiam (exigem) outras relações sociais de produção.
Ora, havendo excedentes, colhendo e produzindo os escravos mais do que seria necessário para que a sua sobrevivência fosse assegurada pelos proprietários (enquanto útil a estes), e possibilitando as novas forças produtivas que cada vez mais e maiores fossem sendo esses excedentes, a troca é a consequência de o trabalho de colheita e de produção ter deixado de colher e produzir para quem trabalha, para a satisfação das suas necessidades e dos seus proprietários (no modo de produção da escravatura), de cada vez mais o que uns colhem e produzem viesse sendo colhido e produzido para ser trocado pelo que outros colhem ou produzem.

segunda-feira, setembro 01, 2008

A ponte mentos

Quero saber notícias do Campeonato Nacional de Futebol, e sai-me a Liga Sagres (julgo que é a cerveja, ou será a Companhia de Seguros?). Como quando queria ver coisas e saber resultados dos Jogos Olímpicos e era (gentilmente?) patrocinado pelo Continente.
Agora mesmo, o Presidente da República vai, ou está, a Leste (da Europa), e parece que é no âmbito das "novas oportunidades" (de negócio, acho eu), aproveitando-se - talvez oportunisticamente... - a oportunidade de alguma tensão na concorrência. Quem patrocina a viagem?
Os pinhais e árvores que tais, parece que estão para ser entregues aos privados. Não seria mau que, à maneira de troco, se devolvesse um Pinho.
Tenho alguma coisa contra a economia? Eu?!... Até sou economista! Tenho é tudo contra os sectarismos, as obsessões, os fundamentalismos, a ausência do direito ao ócio para quem tem de estar ao serviço dos negócios dos outros. Ah! e contra o capitalismo.
Nunca mais chega a Festa!