quarta-feira, agosto 31, 2011

A “fazer-de-conta”

Li, em diagonal obviamente, o Documento de Estratégia Orçamental – 2011-2015, esta tarde apresentado pelo ministro das finanças.
Tive a sensação de rejuvenescer. Voltei aos tempos escolares e – mesmo em diagonal… –, fiz-de-conta.
Até porque se trata de contas… é adequado fazer-de-conta.
  • Faça-se então de conta que não se vive em capitalismo
  • Faça-se de conta que as relações sociais de produção não são o que são
  • Faça-se de conta que a economia não é o que é
  • Faça-se de conta que o mercado (ou os mercados?) funciona(m) com uma mão invisível que tudo regula, e que não é (são) exclusivamente movido(s) pelo objectivo de acumular capital-dinheiro, seja verdadeiro (com base metálica) ou fictício
  • Faça-se conta que o Estado é neutro e que não está ao serviço do capital financeiro
  • Faça-se conta que não há fuga ao fisco por parte de quem tem, para fugir ao fisco e à justiça, pernas e braços e luvas e caridadezinha de compensação, e o Estado ao seu serviço
  • Faça-se de conta que os salários são apenas custos horários de mão-de-obra, e não o preço da força de trabalho e, por isso, aquilo com que os trabalhadores compram os melões, e o pão, e os livros, e os telemóveis para os filhos, e o resto
Feitas estas contas todas (e muitas outras que ficam por fazer), o documento, pomposamente sub-titulado Programa de Assistência Económica e Financeira, até esté muito bem organizado, com boa apresentção gráfica, e mereceria ser discutido… mas sem se fazer-de-conta.
O que deveria ser o âmago da discussão, ou que deveria estar nas entranhas da discussão que ele mereceria, não se discute. Porque há um pensamento único e indiscutível, porque o que se quer é fazer-de-conta, com as contas que se fazem.

Há outra economia, há outra política.

"Crise e Transição Política" e... Líbia

Na leitura do livro de Rui Namorado Rosa, em boa hora forçada por tarefa para a Festa do Avante!, frequentemente aparece o apelo a parar e a comunicar a outros o que a leitura traz.
E acontece não resistir.
Transcrevo dois mapas, das páginas 266 e 267, que ajudam muito a perceber a importância da Líbia., importância estratégia e alvo privilegiado (há outros!) da "guerra de recursos" em que o imperialismo e o capitalismo fnanceiro não dá tréguas, e não recua perante desastres humanitários, sempre com a hipócrita destrinça entre vítimas boas e vítimas más, mas - sempre! - vítimas.



O que vem aí, hoje!; e mais "promessas"

em económico:

Despesa
Governo anuncia hoje "cortes históricos" de mil milhões

Mariana Adam
31/08/11 08:40
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Medidas serão divulgadas hoje por Vítor Gaspar, às 15h.
Governo apresenta hoje “corte histórico” na despesa
Governo vai duplicar saídas de pessoal da Função Pública
Governo também vai cortar 45% das chefias municipais 
Crato tira 95 milhões às universidades
Executivo aprova Plano de Estratégia Orçamental 
Governo apresenta hoje “corte histórico” na despesa
PS quer imposto extra de 3,5% sobre lucros das empresas
Troika ameaça cortar receitas de mil milhões da EDP
Dossiers sobre avaliação dos professores
ficam encerrados em Setembro
Como poupar 700 euros por ano em combustível
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O Governo vai apresentar hoje os prometidos "cortes históricos" na despesa do Estado.

As medidas que constam deste documento de estratégia orçamental, que será divulgado pelo ministro das Finanças às 15 horas, vão permitir uma poupança de cerca de mil milhões de euros ao Estado.

Além dos cortes na despesa este documento deverá conter o cenário macroeconómico e orçamental a quatro anos. Sobre este ponto o comunicado do conselho de ministros de ontem antecipou que o "documento referencia as principais opções que permitirão alcançar uma meta próxima do equilíbrio orçamental em 2015".

Embora o conteúdo deste documento esteja fechado a sete chaves é expectável que haja novidades sobre o programa de rescisões amigáveis no Estado e sobre a redução de trabalhadores na "administração indirecta do Estado". E segundo apurou o Diário Económico o Executivo vai duplicar as saídas de pessoal da Função Pública. Até 2014 terão de sair do Estado dez mil funcionários por ano.

Espera-se também novidades sobre o programas de racionalização do património do Estado e sobre a "redução do número de cargos de direcção e administração e de dirigentes intermédios". O Executivo já fez saber que pretende que o já afamado imposto sobre as fortunas comece a ser estudado no âmbito deste pacote de medidas.

Embora as expectativas estejam elevadas desde que Vítor Gaspar anunciou, a 1 de Julho, a criação deste plano que irá poupar aos cofres do Estado cerca de mil milhões de euros, recentemente fonte oficial do Ministério das Finanças afirmava que este documento será apenas "um documento estratégico, com as linhas gerais de política orçamental". Não se comprometendo assim com medidas concretas. Recorde-se que o Orçamento do Estado para 2012 será apresentado já daqui a um mês e meio, a 15 de Outubro.

Desde Julho que os serviços do Estado estão a estudar as verbas que serão sujeitas aos cortes e, segundo o ministro das Finanças, elas foram identificadas depois de uma revisão completa dos gastos públicos: "Olharemos para todas as despesas, faremos uma avaliação de todas as despesas.Nesse contexto os consumos intermédios estão incluídos e faremos um esforço para os limitar na medida em que seja compatível com a eficácia dos serviços", garantiu na altura Vítor Gaspar. Na altura o ministro das Finanças explicou ainda que este documento incluirá também "os objectivos fixados em termos de sustentabilidade das finanças públicas", bem como as medidas definidas no programa de assistência económica e financeira "e outras que o Governo decida apresentar".

Embuste 2 - passe social +

Conferência de Imprensa, Jorge Pires, da Comissão Política do PCP, em Lisboa

Sobre a retirada do direito ao passe social

Terça 30 de Agosto de 2011

Um mês depois do mais brutal aumento (entre 15 a 25%) do preço dos transportes públicos de que há memória e quando, pela voz do Ministro da Economia e do Emprego, se apontam para novos aumentos, tão grandes ou maiores quanto os de Agosto, o Governo veio anunciar a retirada na prática do direito ao “Passe Social” a centenas de milhar de portugueses.

Com a criação do “Passe Social+”, cujo acesso fica limitado a quem tenha um rendimento médio mensal por sujeito passivo que não ultrapasse os 545€ brutos (ou seja 485€ líquidos), o governo introduz a quebra da universalidade do direito ao passe social, e a sua dimensão social e económica, excluindo do seu acesso centenas de milhar de portugueses das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto.

Esta nova figura destina-se a uma percentagem absolutamente residual da população que não só deixa de fora a esmagadora maioria dos utilizadores de transportes públicos - trabalhadores, estudantes e reformados – como os coloca completamente à mercê das subidas vertiginosas de preços dos bilhetes que está em curso. Refira-se ainda que, alguns dos potenciais beneficiários deste novo passe passarão ainda assim, nas situações em que tenham que adquirir passes para crianças dentro do agregado familiar (o caso generalizado de filhos em idade escolar), a pagar mais do que aquilo que pagavam antes dos aumentos registados em Agosto.

Vendida junto da opinião pública como uma medida de “apoio aos mais desfavorecidos” o que esta decisão vem consolidar é uma opção clara do actual governo pelo brutal agravamento do custo de vida para a generalidade dos trabalhadores e de outras camadas populares – os que de facto utilizam transportes públicos – ao mesmo tempo que prosseguem com o saque e a transferência dos recursos nacionais para os bolsos dos grupos económicos e financeiros.

É a lógica de quem recusa tributar os lucros, os dividendos, o património e as grandes fortunas nas mãos do capital financeiro, ao mesmo tempo que introduz o conceito de “utilizador pagador” factor que, em si, acentua as desigualdades e as injustiças sociais.

Para o PCP, esta medida não pode escamotear a realidade de um brutal saque aos rendimentos de quem trabalha que está em curso. A melhoria das condições de vida da população, a promoção dos transportes públicos e a defesa das empresas públicas de transportes e dos direitos dos seus trabalhadores reclamam uma outra política.

Em vez do brutal agravamento dos preços dos transportes públicos aquilo que o país precisa é de uma política de incentivo, também por via do preço, à sua utilização designadamente garantindo a universalidade e alargando o âmbito dos passes. Em vez da asfixia financeira das empresas públicas visando a sua privatização e do favorecimento dos operadores privados, o que o país precisa é da recuperação e apoio das empresas públicas, designadamente por via do cumprimento das indemnizações compensatórias, retirando-as do garrote a que estas estão sujeitas por via do serviço das suas dívidas à banca.

Embuste 1 - 20 mil vagas nas crehes

Nota da Comissão do PCP para os Assuntos Sociais:

Sobre o anúncio do Governo de mais 20 mil vagas nas creches:
Um escandaloso embuste para as famílias e para as instituições,
um grave atentado contra os direitos de crianças de tenra idade


Terça 30 de Agosto de 2011
O anúncio do governo de criação de mais 20 mil vagas em creches representa um escandaloso embuste para as milhares de famílias que se encontram em lista de espera e para as instituições que integram a Rede Pública, muitas delas a braços com gravíssimos constrangimentos financeiros.

Estas “vagas” são obtidas – não na base do investimento no alargamento da oferta com os padrões de qualidade e segurança exigidos, mas sim pela artificiosa alteração do número de crianças por sala – sacrificando a qualidade dos serviços prestados a crianças pelas instituições e procurando esconder a opção por cortes brutais no investimento público em novos equipamentos.

As actuais regras relativas ao número de crianças por sala, e número de trabalhadores, tem como base a garantia de qualidade de atendimento e acolhimento a crianças dos 3 aos 36 meses, num período em que necessitam de cuidados personalizados tendo em vista não apenas a sua “guarda”, no período em que os pais trabalham, mas que contribuam para o seu desenvolvimento harmonioso.

A intenção do Governo de aumentar de 8 para 10 o número de crianças em salas de berçário, de 10 para 14 crianças, entre o berçário e os 24 meses e de 15 para 18 nas crianças entre os 24 e os 36 meses representa um verdadeiro atentado contra os direito dos filhos das classes trabalhadoras.

Estas alterações não têm em conta as necessidades específicas e constantes de crianças de tão tenra idade, tanto na satisfação das suas necessidades (alimentação, higiene e repouso) como o tempo necessário para a criação de laços afectivos e sociais entre as crianças e os adultos que delas tratam.

São medidas que apontam claramente numa linha de acentuação das desigualdades na qualidade da oferta dos equipamentos de apoio às crianças: uns superlotados e sem os recursos humanos necessários à garantia da sua qualidade destinados aos filhos das classes trabalhadoras; e outros “de luxo” destinados às elites.

O PCP não deixará de intervir no âmbito das alterações legislativas que vierem a ser adoptadas pelo Governo, ao mesmo tempo que continuará a lutar pela existência de uma Rede Pública, de qualidade para as crianças e acessíveis para as famílias.

terça-feira, agosto 30, 2011

Pois é...

da Rádio Renascença:

Olli Rehn preocupado com economia da Zona Euro

Comissário europeu falou perante os deputados do Parlamento Europeu.


O Comissário Europeu dos Assuntos Económicos confessa estar seriamente preocupado com a evolução da economia da Zona Euro.

“A minha leitura da evolução da economia europeia é que os mercados financeiros e a economia real estão mais sincronizados, o que me traz sérias preocupações em relação a uma eventual turbulência financeira contínua que poderá ter efeitos nefastos na recuperação da economia real e do emprego. Isto revela-nos a importância de conter a turbulência dos mercados para assegurar a recuperação da economia”, disse.

A declaração de Olli Rehn foi feita perante os deputados do Parlamento Europeu que esta tarde estão a ouvir os principais responsáveis europeus no âmbito da crise da dívida soberana nos países do euro.

Rehn diz que persistem as turbulências financeiras que podem prejudicar a evolução da economia real.

Em Bruxelas estão também o presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, e o presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker.
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Pois é! Estão todos muito preocupados...
Em vez de serem os mercados financeiros e a economia real a estarem mais sincronizados não deveria ser o contrário:  a economia real e os mercados financeiros a estarem mais sincronizados?
Ou seja, o problema não está no funcionamento da economia capitalista




segunda-feira, agosto 29, 2011

Leituras

No sábado, no samuel-cantigueiro, pode ler-se:

«(...) Já o primeiro-ministro Passos Coelho vir dizer que os resultados do inquérito ao escândalo da fuga/venda de informações da nossa polícia secreta a uma empresa privada, para onde o "polícia" informador/vendedor foi trabalhar logo de seguida, não podem ser do conhecimento da Assembleia da República, por "razões de segurança"... é um truque rasca de xico-esperto... porque hoje estou a economizar muito nos adjectivos.»

Hoje, na leitura forçada (mas voluntária e muito útil) do livro de Rui Namorado Rosa, apanho este trecho "mesmo a calhar"!

«O pensamento único dominante recorre em palavras e actos à superioridade da força militar para se impor, publicamente disfarçado sob o falacioso argumento da segurança, e serve os interesses comerciais da indústria armamentista. A confidencialidade comercial e o interesse da segurança nacional e dos compromissos internacionais são argumentos usados e abusados para a atribuição de privilégios e a condução de políticas secretivas fora de controlo democrático (...)»


(pág. 240,
de um artigo de Outubro de 2006,
publicado em ODiário)
Ver uma explicação necessária de "o tempo das cerejas" aqui, com anónima (do sec.xxi!) solidariedade.
Lattuf em Vermelho

Para um dossier sobre a Líbia

Três notícias desta manhã,
infímo contributo para que a História não se escreva apenas com a informação manipulada:

1. - Prensa Latina
Trípoli, 29 ago (PL) Varias explosiones se escucharon hoy en esta capital tras ataques aéreos de la OTAN en zonas donde leales a Muamar El Gadafi mantienen choques esporádicos con los rebeldes, empeñados ahora en dominar Sirte.
Testigos en Trípoli dijeron haber escuchado deflagraciones de bombas a primeras horas de la madrugada y el sobrevuelo a baja altura de aviones militares de la Organización del Tratado del Atlántico Norte (OTAN), cuyos bombardeos han sido clave en la ofensiva de la oposición.
Si bien en las últimas 48 horas disminuyeron los cruentos enfrentamientos entre insurgentes y tropas gubernamentales libias, prevalecen escaramuzas y acciones aisladas en diversos puntos de la ciudad contra los que la alianza atlántica arremete puntualmente.
Milicias de los sublevados siguen patrullando y requisando el complejo de Bab Al-Aziziyah, donde residía el líder libio, además de que arrecian la cacería para tratar de dar con el paradero de éste y de sus más cercanos familiares y colaboradores.
Entretanto, el liderazgo del Consejo Nacional de Transición (CNT) intenta afianzarse en Trípoli, a la par que insiste en negociar con los jefes tribales de Sirte, la ciudad natal de El Gadafi, para una rendición pacífica y poder tomarla.
Después de dominar Bin Jawad, el propósito de hacerse con la tierra natal del evadido mandatario es estratégicamente importante para el CNT poder declararse en control de todo el país, aun cuando se prevé habrán bolsones de resistencia durante largo período de tiempo.
El portavoz del CNT, Mahmud Shammam, aseguró hoy que los rebeldes apoyados por la OTAN están en las afueras de Sirte, a unos 30 kilómetros, y lanzó un ultimátum a los jefes tribales advirtiéndoles que la negociación para que se sometan no será eterna.
Los alzados, que se acercan a la mencionada urbe por el este y el oeste, cayeron en las últimas horas en una emboscada en la localidad suroeste de Zuwarah, mientras persisten fieros combates en otras áreas del occidente del país donde resisten partidarios del líder libio.
Por otro lado, medios periodísticos árabes citaron al portavoz de El Gadafi, Moussa Ibrahim, quien afirmó que el mandatario permanece en Libia y estaría dispuesto a negociar una transición con los rebeldes, a lo cual se negaron rotundamente los insurgentes.
En el plano diplomático, el jefe del CNT y exministro de Justicia de El Gadafi, Mutafa Abdel Jalil, se entrevistó anoche en Doha con el emir de Catar, jeque Hamad bin Khalifa Al Thani, cuyo gobierno consideran el principal respaldo árabe a la rebelión contra el gobierno libio.

mv/ucl
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2. Sapo (Sol)
Rebeldes líbios pedem ajuda à NATO para reconstruir o país
29 de Agosto, 2011
Os líderes máximos dos rebeldes líbios pediram à NATO que mantenha a pressão sobre os resquícios do regime de Muammar Kadhafi e proteja as populações através da reconstrução de serviços de saneamento e electricidade.
«Kadhafi ainda tem capacidade de fazer algo horrendo nos seus últimos momentos», afirmou o líder do governo de transição, Mustafa Abdul-Jalil, disse um dos militares seniores da NATO numa reunião no Qatar.
Outros oficiais rebeldes pediram à NATO para se focar em ajudar com equipas de reconstrução para repor os serviços de água e electricidade em Tripoli e noutros locais. Estima-se que 60% dos habitantes da capital não tenham água suficiente.
«Mesmo depois de a guerra acabar, vamos continuar a precisar de apoio logístico e militar da NATO», disse um dos militares rebeldes.

SOL/AP
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3. TeleSur
TeleSUR _ Hace: 01 hora

Hombres armados de la oposición libia cuentan con mercenario argentino en sus filas José Piaggessise hace llamar Yousseff Al Arjentiny entre los mercenarios del Consejo Nacional de Transición libio.

(Foto: Gentileza José Piaggessi).1
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Los hombre armados del Consejo Nacional de Transición libio cuentan en sus filas con un mercenario de origen argentino, quien critica el papel de la Organización del Tratado del Atlántico Norte (OTAN) por su agresión contra el país árabe y le acusa de tener interés en posesionarse de sus recursos energéticos.
El mercenario argentino José Piaggessi, quien se hace llamar Yousseff Al Arjentiny en las filas de los insurrectos libios, llegó a Libia en febrero pasado, cuando iniciaban las manifestaciones contra el Gobierno del líder Muammar Gaddafi en la ciudad de Benghazi, al noreste del país del Magreb.
Piaggessi ha criticado a la OTAN a través de diferentes medios, pese a que ese bloque bélico suministra apoyo táctico y armas al ente de la oposición libia.
Ha señalado, entre otras cosas, que la Alianza Atlántica está en búsqueda de controlar el petróleo de Libia, por lo cual catalogó a esa organización militar como “buitres del cielo”.
Este mercenario participó en la toma del complejo residencial de Bab Al-Aziziyah, en el que habitaba Gadafi, ubicado en la ciudad de Trípoli, la capital libia.
La aparición de este argentino en las filas de insurrectos de Libia ocurre mientras continúan apareciendo más evidencias de la barbarie desatada en la nación del noreste de Áfica. El pasado domingo fueron encontrados al menos 50 cuerpos calcinados en un alamacén cercano a una base militar. Se estima que los cadáveres encoentrados eran los de efectivos de las fuerzas leales al líder Muammar Gaddafi.
El autodenominado Consejo Nacional de Transición se niega a dialogar con Gaddafi, pese a que el líder libio ofreció a través de su vocero, Musa Ibrahim, negociar una transición en el poder. El ente opositor planea, incluso, incrementar la recompensa ofrecida por su captura.
Con esta postura, las fuerzas insurgentes mantienen como objetivo a la ciudad de Sirte, considerada por la oposición como el último bastión de resistencia del Gobierno de Gaddafi, y posible refugio suyo.
Este lunes, el jefe del Consejo Nacional de Transición (CNT), Mustafá Abdeljalil, pidió a la coalición internacional dirigida por la OTAN que mantenga su respaldo a los hombres armados de la oposición libia. Abdeljalil realizó la petición al abrirse en Doha, Qatar, una reunión de jefes de Estado Mayor de los países que intervienen militarmente en Libia.
La intervención en Libia de la coalición dirigida por la OTAN "sigue siendo necesaria para restablecer la seguridad y eliminar (...) los restos del régimen de Gadafi", declaró por su parte Yalal al Deghili, quien se presentó como "ministro de Defensa libio".
Abdeljalil visitó el pasado domingo Qatar y los Emiratos Árabes Unidos, los dos únicos países árabes que se sumaron a la coalición internacional contra Libia.

teleSUR-Agencias/MFD

Reflexões lentas sobre tema imposto - depois do intervalo ou 4ª parte

O pecadilho da auto-citação por vezes tenta-me. Com fortes razões trazidas pela realidade. Digo eu…
Desta vez, até posso ter a atenuante de ser um texto confessadamente adaptado de Histoire de la monnaie et de la finance, de Antoine Ascain/J.-M. Arnaud, Rencontre, 1965. Genève.





Trata-se da ficha B10 (de Não à moeda única – um contributo, edições avante!, 1977 (não me larga este magano…).

Os “senhores” da moeda e da finança

Os financeiros da política e os políticos da finança são, como parece, os “senhores absolutos” da moeda e da finança?
Mesmo na actual situação, e sem aprofundar a essencial luta de classes, há um terceiro “parceiro”, a que se pode chamar opinião pública, que também tem um papel decisivo na evolução da economia, das finanças, das moedas. Sobretudo depois de todo o mecanismo monetário e para-monetário se basear na fidúcia, na confiança.
Por outro lado – ou talvez não – os mecanismos democráticos, por mais formal que a democracia seja, vão exigindo uma cada vez maior participação dos cidadãos na vida social. Até porque algumas decisões têm de passar pelo seu crivo. Por via da ratificação, por referendo ou não.
Se se instala um sentimento generalizado de desconfiança na moeda ou no circuito monetário, a moeda e os seus sistemas não resistem; se algumas decisões dos executivos agridem os cidadãos, os trabalhadores, os povos, nas suas profundas convicções ou em direitos que tenham enraizado, essas decisões estão condenadas.
Dos três “senhores” da moeda e da finança, a dita opinião pública é a mais misteriosa: Tem um conhecimento imperfeito das regras do funcionamento, o que é provocado e alimentado pelos outros dois “pareciros”, mas sabe dessa sua desinformação e, às vezes, supera-a surpreendentemente. De qualquer modo, eles, os financeiros e os políticos, não podem construir nada de durável sem que a opinião pública o consinta, pelo menos por omissão ou tacitamente. E tem sido tantas vezes ludibriada que parece ser cada vez mais difícil enganá-la.
Assim seja!

Frase de fim-de-semana

Um amigo manda-me, aos fins-de-semana e por e-mail, o que ele chama a frase de fim-de-semana. Sempre com muito agrado (e utilidade) as recebo, nem sempre as agradecendo como devia.
Para este, que está mesmo a acabar, mandou esta que acho de enorme oportunidade:

"If the Nuremberg laws were applied, then every post-war American president would have been hanged."
"Se fossem aplicadas as leis de Nuremberga, todos os presidentes americanos do pós-guerra teriam sido enforcados."
Noam Chomsky (linguista, filósofo e activista político americano, 1928-) in artigo de 1990.

(obrigado, Jorge)

Presidentes dos E.U.A. depois de 1990: Bush pai & filho, Clinton e Obama (com a alcunha de Prémio Nobel da Paz!).


domingo, agosto 28, 2011

Ontem, no casamento...

... um vizinho - só no casamento, porque não o (re)conhecia de lado nenhum, acho eu...-, depois de algumas "aproximações", chegou-se à fala.
- Oh!, dr. Sérgio, qu'é que acha?... este país endireita-se?...
Olhei-o, meio surpreendido (pela abordagem?, pela pergunta?). Hesitei na resposta, mas não tardei muito.
- ...  claro que sim. Vai é custar um bocado e demorar algum tempo...
Interrompeu-me, já com à vontade de emigrante.
- ... e não é com estes gajos... com esta coisa da austeridade para os pobres enquanto os ricos cada vez estão mais ricos...
Foi a minha vez de o interromper (não como na televisão).
- ... também acho. Nem com estes gajos, nem com esta política que nos trouxe a isto. Temos de ser nós...
Meteram-se pelo meio outros convivas, e noivos, e música, e bolos, o casamento enfim.
Também já tínhamos dito tudo o que era preciso dizer! 

Porque hoje é domingo,

estou em ressaca de casamento de sábado (não!, não bebi demais, fui sóbrio até ao fim...), e porque gosto deste sossego com um fundo de Gal Costa, e da comunhão entre a artista e o seu público, que é situação que sempre me comove um pouco, quando cai a parede-fronteira entre o palco e a plateia, a barreira entre os que dizem, protagonistas, e os que ouvem, espectadores:

Onde fica a esquerda

Já que se está numa onda vermelho (aqui!, e como sempre), este "aproveitamento":

Crónica do canto da sala

(veio aqui parar - por azelhice - quando o destino era o docordel!... mas já que está, fica.)

Sentei-me numa mesa do canto da sala do restaurante. Como sempre gosto de fazer. Para estar de frente para a vida. Em V e no vértice.
Cumpri o ritual da escolha (nalguns lugares, o prato único, do dia, facilita), requintando num vinhito que me estava a apetecer, e foi um Cabriz que saiu mesmo bom. Mas antes, pedi um gin tónico. Estava em dia hedonista...
Abri as folhas que levava para ir lendo, e comecei a usar o marcador amarelo.
Entrou um grupo. Discreto, mas suficientemente numeroso para me obrigarem a levantar os olhos do que estava a fazer (também é para isso que me sento nos canto, no vértice, para observar).
Eram dois casais e dois miudos. Três gerações. Bem marcadas pelas vidas vividas, ou ainda não.
O mais velho do casal mais antigo apoiava-se numa bengala que, ao sentar-se, colocou na borda da mesa. 
Voltei à minha lida, e veio a comida e o vinho, e fui entremeando a leitura ligeira com a mastigação e a degustação.
Eu, no meu canto e o resto da sala a deixar-me em paz.
De súbito, um ruído insólito e forte como que me fez regressar ao lugar. A bengala do "mais velho" caira com algum (teria sido?) estrondo.
Tive de levantar os olhos, e fiquei a observar a cena que se se seguiu. Com os olhar, a mulher mais nova disse ao rapazito que estava à sua esquerda o que devia fazer. E ele fez, sem uma palavra, com discreta e nada forçada obediência. Levantou-se, apanhou a bengala do avô (devia ser!...), colocou-a no sítio de onde caira e ia voltar ao seu lugar.
Nos breves segundos, esperei a reacção do endurecido homem, dos seus 70 e muitos, oitenta anos, com muita terra debaixo das botas, que estaria a receber a visita de Agosto do filho emigrante (ou da filha), da nora (ou do genro) e dos netos. A cara, marcada por tantos anos e muito dura vida e, agora, pouca saúde, não amaciou. Eu, no meu canto, nos breves segundos, desejei qualquer coisa, um gesto, uma palavra.
Tive-a, surpreendendo-me: Merci!

Vermelho - a esquerda bem informada

A proopósito do anterior "post", lembre-se o que é Vermelho.
É um "blog", do Partido Comunista do Brasil, com o sub-título a esquerda bem informada, que tem um logotipo


e um manifesto de que se reproduz o resumo:

Toda a noite tem aurora.
E toda a aurora tem os seus galos,
clarinando no escuro o dia por nascer.
A ambição do portal Vermelho é ser um galo assim na internet.
Contribuir para dissipar treva neoliberal.
Trabalhar para que venha a alvorada dos trabalhadores
e povos da Terra.

Depois da Cimeira da NATO em Lisboa

e do "novo conceito estratégico".
Um artigo em Vermelho:

27 de Agosto de 2011 - 6h46

Ángel Guerra Cabrera: Líbia, projeto piloto da Otan


Durante a investida contra Kadafi, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) aplica um projeto piloto que lhe permite intervir onde quer que lhe convenha sob o pretexto de proteger a todos os civis.


A coalizão imperialista propicia derrubar líderes com algum grau de insubordinação – desde rebeldes, como Kadafi, a revolucionários antiimperialistas como Hugo Chávez -, preferencialmente sobre exuberantes recursos estratégicos. Na Líbia, em outra violação flagrante do direito internacional, a aliança atlântica tomou partido do lado oposto em uma guerra civil dentro de um Estado soberano e que, além disso, seu líder obteve apoio popular e de grande parte do Exercito.

O projeto consiste em alegar que um grupo no país em questão está sendo atacado por um ditador e, recorrendo a grosseiras manipulações, superdimensionar o fato na mídia. Esta se encarrega de criar uma imagem fantasiosa do primeiro fato (rapidamente superado, se necessário, como fizeram com o movimento juvenil de Benghazi, pelo mercenário Conselho Nacional de Transição) e de demonizar o vilão do momento, embora tenha sido um "amigo" até alguns dias antes (no caso de kadafi).

Com a pressão midiática e diplomática – na Líbia foi decisiva a cumplicidade da Liga Árabe e a abstenção da China e Rússia - se alcança uma ambígua resolução do Conselho de Segurança para proteger os civis. A Otan converte em um plano para mudança de regime, combinado a uma feroz campanha de bombardeios aéreos com ações de um exército rebelde, treinado e armado, e participa de combates decisivos de uma estrutura de inteligência por satélites dos Estados Unidos, apoiado por fortes e sagazes grupos especiais de tropas aliadas de campo. Assim entraram em Trípoli.

Seguindo o plano da Otan, os meios de comunicação dominantes têm cumprido uma função militar de primeira ordem, talvez como nunca antes em uma guerra do império. Não é por acaso, como foi feito em outro momento com a televisão Sérvia, novamente foram destruídas as instalações da televisão pública líbia, com objetivos militares. Claro, com correspondentes baixas na equipe.

Trata-se, além disso, de outro grupo da contrarrevolução montada pelos Estados Unidos e pelo Conselho de Cooperação do Golfo (CCG) – grupo ultrarreacionário de regiões fundamentalistas sob a liderança da Arábia Saudita – contra a rebelião dos povos árabes, que, com distintas variantes e resultados, se tem aplicado também na Tunísia, Egito, Bahrein, Iêmen e Síria. Tem sido o megamilionário e ambicioso emirado do Catar que dentro do CCG tem dedicado seus esforços para que ocorresse a intervenção “humanitária” na Líbia. Quanta semelhança com o ataque burguês-aristocrático contra a Revolução de 1848.

Com uma grande diferença. Desenvolveu-se quando o capitalismo entrava em uma de suas melhores fases, no auge, e necessitava impulsionar a produção, mas precisou fazer algumas concessões aos trabalhadores. A revolta árabe, por sua vez, como outros episódios da revolução juvenil internacional atual, explode quando o capitalismo sofre a pior crise de sua história e sua elite dirigente não mostra nenhum interesse, minimamente, na redistribuição da riqueza.

A ação da Otan na Líbia, e outra que será aplicada na Síria se houver êxito outra resolução do Conselho de Segurança – ou vai passar por cima deste? – contraria os princípios da soberania, autodeterminação dos povos, não intervenção e solução pacífica dos conflitos, contidas na carta da Organização das Nações Unidas (ONU) graças à luta dos povos contra o fascismo e o colonialismo.

Na Líbia, com já ocorreu no Afeganistão e Iraque, a Otan não vai levar nenhuma democracia – nem sequer a meramente representativa e questionada pelos povos rebeldes – não vai haver um minuto de paz durante muito tempo. Os imperialistas agressores da Líbia odeiam a democracia real, verdadeira, como solução de governo para o povo. Cegos pela arrogância colonial, não conseguem tratá-los de outra forma, senão como subordinados e atrasados povos “de cor”. A democracia que querem para nossos povos é a sua submissão ao ganhador de uma acirrada disputa pelo controle territorial da energia, água, ouro, outros minerais estratégicos e sobre os alimentos.

Fonte: La Jornada

sábado, agosto 27, 2011

Líbia - informação

TeleSUR _ Hace: 05 horas

OTAN continúa los bombardeos sobre la ciudad natal Gaddaffi
Insurgentes aseguran controlar aeropuerto de Trípoli
mientras que la OTAN no cesa bombardeos en Sirte.


(Foto: Archivo)


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La Organización del Tratado del Atlántico Norte (OTAN) continúa este sábado los bombardeos sobre la ciudad de Sirte (este), mientras los insurgentes armados de Libia que combaten al Gobierno del coronel Muammar Al Gaddafi afirmaron que lograron controlar el aeropuerto internacional de Trípoli (capital) en la continuación de la campaña guerrerista que mantienen desde hace seis meses.

La coalición imperial informó que se mantienen bombardeando la ciudad de Sirte, donde el pueblo apoya masivamente al régimen de Al Gaddafi, quien se mantiene oculto de las tropas armadas insurgentes, que pusieron precio a su cabeza.

De esta manera, abren paso a la siguiente ofensiva de los insurgentes hacia esta ciudad, pese a que aún no se hacen del control de la capital, donde la resistencia gadafista se mantiene conteniendo a las tropas.

Según la OTAN, estos ataques han permitido la destrucción de 29 vehículos militares en Sirte, supuestamente pertenecientes a un convoy que se dirigía a Misrata (este).

Entre tanto, en Trípoli estos grupos armados sostienen haber tomado por completo el aeropuerto internacional de la ciudad, pese a que se mantiene la resistencia.

El jefe de los rebeldes, Bashir al Taibi, indicó que "controlamos totalmente el aeropuerto. Quedan unos pocos focos de resistencia en la zona de Qafr ben Ghirshir", ubicada a unos dos kilómetros de la terminal aérea.

De acuerdo con el reporte de los insurgentes, en los combates resultaron destruidos tres aviones civiles.

El pasado domingo las fuerzas armadas contrarias al Gobierno de Muammar Al Gaddafi entraron a Trípoli en una campaña de sangre, en la que murieron más de mil personas en 12 horas. Esto, estuvo acompañado de más de 60 misiles lanzados por la alianza atlántica desde el mediterráneo.

El conflicto inició en febrero de este año, cuando se generó una serie de protestas en contra del régimen de Al Gaddafi. Seguidamente dos resoluciones del Consejo de Seguridad de Naciones Unidas abrieron paso a una intervención de la OTAN, que desde marzo se mantiene bombardeando la nación norafricana y ha brindado ayuda a los insurgentes.

Recientemente la OTAN reconoció proporcionar ayuda en tierra para dar con el paradero del líder libio.



teleSUR-EFE-AFP/ag - FC

Portugal a Produzir - na/em Festa!

Lançamento e debate na Festa (de 2011), um ano depois da Festa (de 2010)

Marx em Wall Street?!

Marx em Wall Street


Samuel Brittan, articulista do "Financial Times", resgata, em artigo reproduzido pelo "Valor Econômico" nesta sexta-feira (26), o que ele chama de “recuperação” das teses de Karl Marx. Mas não é possível falar do legado de Marx sem o seu parâmetro revolucionário, sem a sua alma, a sua essência. Numa palavra: a dialética. Pode-se concluir: os antimarxistas, como o articulista do "Financial Times", leêm um Marx sem alma. Por Osvaldo Bertolino
(no blog da Fundação Maurício Grabois)

Convite para debate!

Recebemos convite para este debate. Da Fundação Maurício Grabois, ligada ao PC do B.

Bem gostaríamos de ir e participar. Mas quem é que nos tira da Festa (:-)  ?!

sexta-feira, agosto 26, 2011

Reflexões lentas sobre tema imposto - intervalo para intervenção

Extracto de intervenção de hoje (26 de Agosto) de Jerónimo de Sousa:

«(...) Os que agora se mostram tão disponíveis para tributar os mais ricos, votaram há poucos meses contra todas e cada uma das iniciativas que o PCP apresentou para tributar os poderosos deste País.

Mas o PCP vai dar-lhes uma nova oportunidade. Nos próximos dias apresentaremos novas propostas para tributar os bens e o património de luxo, novas propostas para tributar adicionalmente os dividendos e outros rendimentos de capital, novas propostas para que a banca e os grandes grupos económicos percam benefícios fiscais e passem a pagar a taxa nominal de imposto (IRC), novas propostas para controlar os paraísos fiscais, incluindo o da Madeira, novas propostas para tributar as mais-valias bolsistas de SGPS, ou para passar a taxar as transacções em bolsa.

Veremos então como na prática se comportam os que – no PSD, no PS e no CDS - agora dizem estar de acordo em tributar os mais ricos. Veremos então se vão ou não votar a favor destas propostas que o PCP vai entregar e que querem repor alguma justiça fiscal em Portugal. O País e os trabalhadores verão a verdadeira face destes partidos, as suas tentativas apressadas de mudança de opinião, iremos todos ver até que ponto este aparente consenso não serve só para distrair as atenções e tentar apenas conter a crescente indignação popular face ao insuportável peso de políticas de austeridade e de recessão impostas pelo FMI e aplicadas pelo Governo de Passos Coelho. (…)»

continuarão as reflexões lentas,
claro!

Reflexões lentas sobre tema imposto - 2ª parte

Como é que um rico chega a rico?
Trata-se de mote obrigado a glosa. Ou de vinda à praça pública de um tema imposto. Com falácia.
Há que, com a clareza possível (de que se seja capaz), separar águas. Há que lembrar que - usando o vocábulo imposto - já muitas vezes foi fundamentadamente proposto (e até anganosamente aprovado) a taxação sobre rendimentos de vias de enriquecimento, como lucros de operações especulativas, que são isentos de imposto por mera, descarada e perversa injustiça fiscal; e há que afirmar que a criação de uma taxa sobre fortunas, que não belisque nas formas como elas são "produzidas" são meras formas espectaculares e publicitárias de uma outra maneira de distribuir migalhas para acalmar fomes, de fazer caridadezinha.   

Depois... é inevitável. Fala-se de ricos e logo se cita Almeida Garrett, nas Viagens na minha terra (1846!), de Lisboa para Santarém:

«III

(...)
Andai, ganha-pães, andai; reduzi tudo a cifras, todas as considerações deste mundo a equações de interesse corporal, comprai, vendei, agiotai. No fim de tudo isto, o que lucrou a espécie humana? Que há mais umas poucas dúzias de homens ricos. E eu pergunto aos economistas políticos, aos moralistas, se já calcularam o número de indivíduos que é forçoso condenar a miséria, ao trabalho desproporcionado, à desmoralização, à infâmia, à ignorância crapulosa, à desgraça invencível, à penúria absoluta, para produzir um rico? - Que lho digam no Parlamento inglês, onde, depois de tantas comissões de inquérito*, já devia andar orçado o número de almas que é preciso vender ao diabo, número de corpos que se tem de entregar antes do tempo ao cemitério para fazer um tecelão rico e fidalgo como Sir Roberto Peel, um mineiro, um banqueiro, um granjeeiro, seja o que for: cada homem rico, abastado, custa centos de infelizes, de miseráveis.»

• - Sobre estas comissões de inquérito o autor terá deixado uma

Nota do Autor: Os protocolos das comissões de inquérito de há oito anos para dez anos a esta parte, sobre o estado das classes trabalhadoras e indigentes em Inglaterra, é prova real dos grandes cálculos da economia política, ciência que eu espero em Deus se há-de desacreditar muito cedo.

Logo a seguir, e referindo-se à economia política, escrevia Almeida Garrett (em 1846, século xix note-se):

A ciência deste século é uma grandessíssima tola.
E como tal, presunçosa e cheia do orgulho dos néscios.
(...)

Nada mau, nada mau… Ou até bom de ler, desde que não sirva de distracção. Desde que faça reflectir.

haverá 3ª parte?

'Inté cega tanto brilho!

no económico.online tropeça-se nesta coisa:

«Mentes brilhantes
acreditam que o euro vai sobreviver
Eudora Ribeiro
26/08/11 15:58
__________________







Mundell diz que a Europa tem de ir no sentido de
"qualquer coisa equivalente aos Estados Unidos da Europa".


As mentes mais brilhantes do mundo, no que a economia diz respeito,
acreditam que a zona euro vai sair mais forte da actual crise.

Em nova semana de tensão nos mercados, com os elevados endividamentos dos países europeus e Estados Unidos no horizonte, 17 economistas galardoados com o prémio Nobel reuniram-se esta semana em Lindau, no sul da Alemanha, para discutir a disciplina orçamental.

Joseph Stiglitz, Nobel da Economia em 2001, e os canadianos Myron Scholes, galardoado em 1997, e Robert Mundell, vencedor do Nobel em 1999, foram alguns deles.

Os génios da economia acreditam que a zona euro não só vai resistir à actual crise de dívida, como sair fortalecida da actual turbulência. Contudo, em caso de dissolução do bloco, estas mentes brilhantes consideram que faria mais sentido que a "toda poderosa" Alemanha e não apenas a Grécia deixassem de usar o euro.

"Não creio que o euro esteja à beira do colapso", afirmou Mundell, citado pela Reuters, acrescentando que a Europa precisa de ir no sentido de "qualquer coisa equivalente aos Estados Unidos da Europa".

Já para Edward Prescott, economista norte-americano que recebeu o Nobel em 2004, "é preciso haver uma crise real antes de se terem reformas", e, perante uma verdadeira crise, "não é suficiente usar pensos-rápidos".

Apesar dos protestos que se fizeram sentir no ambiente que rodeou o encontro entre os génios do mundo da Economia, com cartazes a exibirem mensagens como "O mundo não está à venda", Prescott desdramatiza o cenário da crise. "Estou optimista. A Europa tem de se reformar. Eles vão sentar-se, acordar e implementar reformas. E depois a Europa vai crescer e ultrapassar os Estados Unidos", acredita o Nobel em 2004.

Contudo, em caso de problemas maiores, Joseph Stiglitz, notou que "está a emergir um consenso entre os economistas que aponta no sentido de que seria melhor em termos de complexidade contratual que fosse a Alemanha a abandonar o euro em vez da Grécia". Uma possibilidade que Angela Merkel, a chanceler alemã, voltou hoje a descartar. "O euro é bom para a Alemanha", disse a governante alemã.

Mas não é só neste ponto que Stiglitz e Merkel discordam. Para o Nobel da Economia, as 'eurobonds' são uma opção "quase indispensável" para superar a crise. Mas em Berlim quase ninguém gosta da ideia.»

-------
Perante tanto brilho, que vai desde o "penso-rápido" até a "qualquer coisa equivalente aos Estados Unidos da Europa" (esta pelo "génio das zonas monetárias óptimas"), um comum mortal  fica embasbacado, ofuscado, aparvalhado. Tanto rigor, tanta "ciência" ao serviço da ideologia de mercado. É só marketing. E quem é que paga? 17 vezes quantos euros de senha de presença e mais estadia e boas refeições... ao nível de génios.
Se o ridículo matasse até os "génios imortais" morriam mais cedo.

A corrida ao ouro - 4

Depois da subida do ouro, ou da queda do dólar, ao longo do ano de 2011, com um começo de ano a aproximar-se dos 1400US$ por onça de ouro para chegar à média de 1572 em Julho, o mês de Agosto verdadeiramente disparou até atingir os perto de 1900 na terça-feira, para verificar uma queda para os 1700 ontem, o que não impedirá uma média mensal que será muito significativa. E a ser um sinal a exigir acompanhamento. Como o estarão a fazer os especuladores, os mercados...

 

Reflexões lentas sobre tema imposto - 1ª parte

Como é que um rico chega a rico?

Porque nasceu rico? Há os que o são por assim terem sido paridos, embora alguns deixem de o ser pelo caminho.
Porque trabalharam muito? Há, sim senhor, os que a ricos chegam com muito trabalho e poupança, mas são poucos e pouco ricos.
Porque se meteram em negócios que correram bem? Há, na verdade, os que são ricos porque aproveitaram oportunidades ou as procuraram com afinco e, tantas vezes, pouco ou ausência de escrúpulo.
Porque ganharam o euromilhões, noutra lotaria ou noutro jogo? Há, também, mas estatisticamente são muito raros… senão acabavam as lotarias e fechavam os casinos, e são-no por sorte (ou azar...) e apesar da roda da fortuna poder desandar.

Mas os ricos ricos foram, quase todos e qualquer a origem, feitos de muitos pobres.
Isto digo eu, escorado em leituras várias e experiências mil: os ricos são o produto de exploração do trabalho dos outros, não existiam sem os pobres que os produzem.

Que vale, então, que os ricos todos, ou apenas uns mais “magnânimos” (será por isso?), resolvam, num gesto espectacular resolvam vir propor juntar-se ao chamado “sacrifício de todos” – que apenas tem sido exigido aos pobres!, e, aparentemente, sem força para se oporem –, e se disponham a abdicar de uma parte(zinha) das respectivas fortunas(zonas), de que vale isso se todo o funcionamento social continuar a produzi-los, se os seus rendimentos continuarem a não ser taxados como são os dos trabalhadores e pensionistas, se, acalmada a perturbação provocada pela austeridade, tudo continuar na mesma? Para que serve esse gesto (e a forma tão publicitada de ser eventualmente concretizado) senão para adiar o "acerto de contas" inevitável da/com a História?

haverá uma 2ª parte
(pelo menos) 

quinta-feira, agosto 25, 2011

Nós e eles

Nas comemorações cinquentenárias de José Policarpo, o festejado investido nas funções de Cardeal Patriarca fez um discurso "de classe", em que, claramente, tomou partido... Várias vezes me saltaram os dedos para as teclas com ganas de comentar, mas outras coisas se meteram. Ainda bem! Este texto de Anabela Fino, a talhe de foice no avante! de hoje, diz tudo - e melhor - que queria aqui dizer.

O nosso e o deles

O que poderá haver de comum entre a freguesia de Alvorninha, nas Caldas da Rainha, e cidades como Amesterdão, Roterdão, Amstelveen ou Dublin? Aparentemente nada. E no entanto, vendo bem as coisas, se admitirmos que as terras são o que delas fazem os homens – não a arraia miúda, claro, mas os que escrevem a história oficial –, bem se pode concluir que Alvorninha, com os seus escassos três mil habitantes e uma barragem que seis anos depois de inaugurada continua sem uso para nada quando podia ter uso para todos, pode rivalizar com as cidades que têm o duvidoso privilégio de ser uma espécie de santuários do capital.

O feito deve-se ao cardeal-patriarca José Policarpo, um filho da terra, que no passado fim-de-semana ali comemorou o seu jubileu sacerdotal. O dia era de festa, mas não é em vão que D. Policarpo anda a pregar há 50 anos: na homilia da missa que oficiou zurziu nos grupos que preferem o «nós individual» ao «nós grupal». A formulação, no mínimo esdrúxula, foi clarificada quando D. Policarpo disse não gostar de ver esses «grupos» que andam para aí a «fazer reivindicações grupais, de classe», e a ameaçar com greves contra as medidas que «até foram impostas» por esses beneméritos que fazem o favor de nos emprestar dinheiro... a juros agiotas. Esta parte dos juros o cardeal não disse, obviamente, somos só nós a contextualizar a coisa. O cardeal também não terá, segundo os relatos vindos a público, usado em qualquer momento a palavra sindicatos, mas também não foi preciso; toda a gente sabe somar dois e dois, embora possa ter dificuldade em perceber como é que os interesses de uma classe, que manifestamente só pode ser a classe trabalhadora, podem ser classificados de interesses do «nós individual», mas isso já são contas de outro rosário que não cabe aqui desfiar. Importante mesmo é o facto de D. Policarpo considerar que Portugal tem de ultrapassar este momento «em diálogo com os outros países, mas sobretudo dando as mãos, procurando o bem de Portugal e não o bem de cada grupo, de cada pessoa». «Todos somos chamados a vencer o egoísmo, a pensar no nós e não no eu», enfatizou. Ora é justamente neste ponto que Aldorninhas – local onde tudo isto foi dito, recorda-se – se cruza com cidades como Amesterdão, Roterdão, Amstelveen ou Dublin, que é onde 17 dos 20 maiores grupos económicos cotados na bolsa portuguesa têm sociedades gestoras de participações sociais (Público, 21 Agosto), o que lhes permite – e aos respectivos accionistas – fugir aos impostos que teriam de pagar em Portugal. Estamos a falar da PT, Sonae, Galp, Petrogal Trading, Zon, Jerónimo Martins, Mota-Engil, Cimpor, entre outros. Já os bancos cotados no PSI20 (BES, Banif e BPI) preferem as Ilhas Caimão ou paraísos fiscais similares para sedear as suas sociedades, com idêntico resultado para os cofres do Estado. Não tendo D. Policarpo feito referência a esta matéria, presume-se que para ele tais empresas defendem o «nós grupal» e não o «nós individual» como fazem os egoístas dos trabalhadores que ousam contestar as medidas das troikas. Se há quem acredite que «é mais fácil um camelo entrar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus», não será certamente o cardeal-patriarca, por ventura mais dado a mostrar que ínvios são os caminhos do seu mister.

Segue-se a Síria

A acção guerreira continuada, contínua...
do "Prémio Nobel da Paz"!
O cerco. Ao petróleo e a tudo o resto.

corrrida ao ouro - 3

Na continuação do que se vem acompanhando, a desvalorização do dólar face ao ouro desde 2006 é verdadeiramente impressionante (e sintomática). Em excel se ilustra. nos meses de Janeiro de 2008 até Julho de 2011, tendo neste Agosto em que estamos, já ultrapassado largamente (e tendencialmente) os 1800US$/1 onça de ouro.

Trata-se de ritmo alucinante:

continuar-se-á a acompanhar 

Avante!

Saiu:

quarta-feira, agosto 24, 2011

Festa do Avante! - 2011

Tão ricos!, os "ricos"...

Tão incomodado, indignado, nauseado (de nauseabundo...) tenho andado com o episódio Líbia (e outros  - tantos - haveria...) que nem liguei nuito a essa diversão curiosa dos "ricos" - primeiro, o Buffett, e depois uns cheios de la grandeur française - se virem oferecer para... ajudar a pagar a crise também com o oferecido aumento dos seus impostos.

Dá vontade de rir, mas o caso é sério...
  • Parece que já não basta estarem, alguns "ricos", na filantrópica disposição de alimentar a caridadezinha, que tão bem lhes fica e tanto os ajuda a ganhar os seus céus.
  • A crise é mesmo de tal monta que alguns "ricos" até se propõem pagar mais impostos para que os governos tomem medidas que eles acham que devem ser tomadas para continuarem "ricos".
  • A questão é que, parece..., alguns "ricos" estão assustados com a posibilidade do número de "pobres" - e da profundidade da pobreza - poder pôr em risco a continuidade do funcionamento da economia que os fez tão "ricos" e com tantas sobras...
E não me venham com aquela história que não há que acabar com os ricos mas sim com pobres. Há sim que acabar com a exploração do trabalho e a especulação que faz uns tão ricos e que cria tanta pobreza. 

TeleSur - há 32 minutos

TeleSUR _ Hace: 32 minutos

Afirman que grandes medios de la derecha desean "asesinar la verdad" sobre situación en Libia Medios imperialistas asesinan la verdad de lo que sucede en Libia para justificar invasión extranjera. (Foto: teleSUR) El analista argentino Fernando Buen Abad afirmó que los medios de derecha desean ''asesinar la verdad'' de los que ocurre en Libia. (Foto: teleSUR).
La mayoría de los decesos en Trípoli se han producido por ataques de la OTAN . (Foto: EFE).
Villamil recalcó que en Libia se quiere crear una matriz de opinión que favorezca la agresión del imperio.
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El analista político y de medios de comunicación argentino, Fernando Buen Abad, afirmó este martes que las cadenas de noticias internacionales de derecha desean “asesinar la verdad” de lo que ocurre en Libia, para así crear la matriz de opinión que favorezca la intromisión extranjera en el país norteafricano.

En una entrevista con teleSUR, Buen Abad condenó que, tras seis meses de constantes agresiones y bombardeos por la parte de la Organización del Tratado del Atlántico Norte (OTAN), los medios reseñen estos ataques como algo “necesario”.

En este sentido, precisó que “lo que estamos viendo es una máquina de guerra ideológica orquestadas por la lógica del imperio”, cuyo fin es “asesinar la verdad” y “tirar bombas de humo” que siembren confusión y miedo en los espectadores.

En esta línea, afirmó además que “el atropello fenomenal -que causó casi tres mil muertos en Libia en los últimos seis meses- nos muestra a las claras el poderío de las armas y la capacidad de crimen comunicacional contra la humanidad y el pueblo libio”.

“Nadie puede decir que lo que estamos viendo no sea previsto ni sea una responsabilidad mundial (…) Es un espectáculo terrible, un crimen contra el pueblo libio, en virtud del saqueo, la depredación, el robo de sus recursos naturales”, condenó Buen Abad.

Aseveró también que América Latina debería estar alerta ante esta situación, ya que a su juicio “esta decisión imperial la pueden tomar con nosotros cuando quieran nuestros recursos”.

Criticó de manera enfática las cadenas norteamericanas como Fox News y CNN, a los que calificó como “con los récords mundiales de canalladas” y recalcó que ante esta situación, los medios alternativos y comunitarios deben alzar la voz para ofrecer una “batalla contra la oligarquía mediática”.

“Ahorita ellos -las potencias de Estados Unidos, Francia y la OTAN- deben estar planeando como hacer lucir el premio Nobel de la paz (Barack Obama, presidente de EE.UU), y deben estar pensando cómo se reparten las riquezas (…) Ellos ya están reunidos destapando su champán para celebrar su impunidad y expedirse de sus culpas”, condenó.

Con Buen Abad coincidió el analista de medios, Jenaro Villamil, quien también en entrevista con teleSUR desde México denunció “un consenso mediático creado por la prensa occidental y buena parte de la prensa árabe”, para tergiversar la información de Libia.

Villamil criticó la “narrativa que unifica a todas las agencias internacionales, que se concentra sólo en la figura del gobernante (Muammar Al Gaddafi) y sus hijos mientras se excluyen todos los otros problemas que están presentes en Libia”.

El analista recalcó que no es perdonable que, hasta la fecha, “ningún medio narre sobre el millón 200 mil libios que salieron del país”, ni tampoco se tenga información precisa sobre el Consejo Nacional de Transición (CNT), el máximo órgano de los opositores libios armados.

En los últimos días, los ataques de la OTAN y de los insurgentes armados han dejado más de mil 300 muertos y cinco mil heridos, según las últimas cifras emitidas por el Ministerio de Salud del país del Magreb.

La cifra doblega la cantidad de víctimas que produjo la misma Alianza Atlántica en los últimos seis meses, donde además dejó destruidos hospitales, universidades y conjuntos residenciales de civiles.

Aunque el autodenominado CNT anunció el inicio de la transformación de la “nueva Libia”, el sur del país se encuentra bajo el poder del Gobierno y la ciudad de Trípoli es controlada en 80 ciento por fuerzas leales a Gaddafi.

teleSUR/ lp-MFD

Quais as palavras?

As mais duras que o dicionário contenha. Que cada um escolha as suas.
Hipocrisia, cinismo, mentira, manipulação, desumanidade, crime, indignação, poderão ser algumas.
A evolução da situação na Líbia não cabe nas palavras.
A "revolução verde", o pensamento (e as acções, e a postura) de Kadhafi nunca nos mereceram simpatia e apoio.
Que havia um povo líbio e que, nesse povo líbio, havia quem estivesse contra Kadhafi é, decerto, um facto.
Que, na "incêndio" tunisino, egípcio, vizinho, tivesse surgido um "foco" líbio não surpreendeu.
Tudo o que seguiu é de um miserável oportunismo por forma a atear esse foco, a alimentá-lo para provocar uma enorme fogueira.
Desde Fevereiro - e foi só em Fevereiro - houve onde e quem tivesse decidido aproveitar a situação. EUA, NATO, França são referência de lugares, e nem vale a pena arrolar nomes, citar frases e declarações bombáticas, ou contar bombardeamentos entre decisões e mobilização de mercenários.

Havia rebeldes na Líbia? Quem o nega? Talvez apenas e ainda Kadhafi.
Mas esses rebeldes foram armados, estimulados, "alimentados", usados, foram pretexto para se perpetrarem e justificarem ataques de grande violência do exterior, escandalosamente ingerentes, absolutamente inaceitáveis à luz de um infimo respeito pelas relações internacionais.
Então?!... seria de permitir, como comunidade internacional, que Kadhafi massacrasse o seu povo? Esse foi um alibi para que se massacrasse o povo líbio para abrir caminho ao melhor acesso a/ controle de recursos apetecidos, enquanto noutras paragens outros povos se massacram, se fecham os olhos a outros massacres, se perpetuam situações e procedimentos de que resultam massacres em lume lento, medida a medida, ao serviço de interesses financeiros tão insaciáveis que se diriam suicidas.

A comunicação social teve/tem um papel relevantísimo nesta miserável montagem. Particularmente evidente no "fim de festa" (passe a enormidade da expressão). Divulgou-se a mentira  com o maior descaro, deram-se repetidas notícias do que iria ser - se viesse a ser...- como já tendo sido.

Neste momento (histórico, isto é, de meses, anos, décadas) que vivemos, este episódio é um marco. Que envergonha a humanidade. De que esta recuperará. Agredida, muito ferida, seguindo o seu caminho.
E, o que contribui para o impressionante da situação actual - 24 de Agosto, pela manhã -, ainda é um episódio, não há que mudar o tempo do verbo para se escrever foi um episódio. Em nada do que se lê e ouve e vê nos orgãos que são os da "nossa" comunicação social se pode acreditar. Porque eles estão ao serviço.