terça-feira, agosto 16, 2011

A doença crónica e as aspirinas

Para Gustavo Crudell, empresário português, o euro é uma doença crónica.
Está na última página do Público de ontem.
É a "chamada" para uma entrevista nas páginas centrais, em que o título é completado com a afirmação de que "os regastes são aspirinas"

"A estratégia que tem sido seguida (pela União Europeia) é desatrosa, porque aumenta as dívidas, os juros, e o desemprego e, consequentemente, faz minguar a economia dos países resgatados. Os resgates de bancos  e dos países só adiam e aumentam os problemas. O problema está no euro."

E por aí fora!

E que dizia o agora tão explícito analista quando houve quem previsse o que ia acontecer com tal instrumento, criado da maneira que foi?

"No início, também fui um grande apoiante  da moeda única, mas hoje acho que o euro é um colete de forças  para todos os países que a adoptaram (...)".

É interessante e útil ler coisas como estas (a entrevista toda), comprovativas de como a realidade se impõe. Inexoravelmente.

Não que estejamos de acordo com tudo o que, agora, diz quem tão contra nós esteve. Desde logo, o pobre do euro é tão-só um instrumento ao serviço de uma classe social, criado no decorrer de um processo. É verdade, a nosso ver, que há um doente, ele chama-se capitalismo e, neste fase monetário-financeira, não serão aspirinas que o curarão. Apenas adiarão a inevitável terapeutica, que é a mudança de rumo da política económica, no caso português no terreno há 34 anos.

Apenas reproduzo mais uma frase de Gustavo Cudell:

"Os políticos e banqueiros são marionetas do poder, que está agregado nas mãos dos bancos, incluindo os centrais, no FMI, no Banco Mundial, nas bolsas e nalgumas famílias de alta finança."

(Obrigado pela chamada de atenção,
Cid Simões)


2 comentários:

Graciete Rietsch disse...

Aspirinas? O que é preciso é extirpar o capitalismo.

Um beijo.

Justine disse...

Que pena "estas cabeças" acordarem tão tarde...