quinta-feira, junho 29, 2006

Isto foi mal programado...

... como é que se consegue preencher este tempo todo de domingo a sábado?!
Conferências de imprensa e reportagens para "encher chouriços". ..
Ah, se o Cristiano não se tem (se não tivesse sido!) aleijado e se o Deco não tivesse sido expulso, tinha sido (ainda) maior a dificuldade em manter a malta presa ao que se passa na Alemanha.

Deram-nos boletins de voto

Depois de ter lido (pela enésima vez) um poema de Brecht, resolvi traduzi-lo de libérrima maneira:

Deram-nos boletins de voto,
E, em troca, entregámos as nossas armas
(tudo!, até o que armas não era).
Eles fizeram-nos promessas,
e nós demos-lhe as nossas espingardas,
(a nossa confiança e as nossas poupanças).

E disseram-nos:
“os que quiserem
poderão ajudar-nos a partir de hoje,
nós só temos de tomar as decisões,
e vocês farão tudo o resto para nós”.

Então,
deixámo-nos enganar, como tantas vezes na História,
e comportamo-nos como é preciso,
sossegados,
respeitadores, veneradores e obrigados.

Dizem-nos:
"está tudo certo,

até a chuva…
se é para cima que ela quer cair”.

E não nos cansam de nos dizer,

em vários sons e tons,
que tudo está nos seus lugares devidos.
Se um mal menor nós aguentamos

e se dele nos cansamos,
logo nos será dada a prenda de um mal igual
ou de um mal tal-e-qual,
quando não de um mal maior.

Só na última década,
para não continuarmos a engolir o sapo Cavaco,

escolhemos o beato Guterres
e apanhámos com um durão Barroso
para não suportar um ferro Rodrigues.
Agora,

depois de termos aguentado um santana Lopes
no lugar que sampaiamente lhe foi concedido,
fomos nós a dá-lo a um pragmatófilo Sócrates,
e aí está ele de parceria com o mesmo Cavaco de esquecida e má memória,
cá regressado à custa de alegres Soares e de sisudos Louçã(s).

… e, no entanto, a chuva nunca deixou de cair,

de (es)correr para baixo,
a tombar lá de cima,

às vezes a cântaros, em doses colossais.

terça-feira, junho 27, 2006

Histórias em 100 palavras e 1lustração (se) - 39

Esta tem já alguns meses... Estava à espera de oportunidade (como muitas outras).
A televisão,
a “irmã”
e a “epidemia de gripe”

Tinha-me deitado meio-engripado.
Com alguma preocupação, mas tranquilo porque, na televisão, o D-G da Saúde (e outros) tinham insistido em que não havia epidemia.
Assim me levantei e pus a caminho.
No cafézito da “Rodoviária” tomava o galão-e-queque do pequeno-almoço quando entrou a freira.
Cumprimentos reverentes dos donos-da-loja à “irmã” (mas não deles).
Ela sentiu-se obrigada a retribuir: “Então, sr. António!, está melhor da gripe?, veja lá, que ainda ontem, na televisão, eles bem avisaram: anda por aí uma epidemia!, valha-nos deus…”
E benzeu-se.

Como ser pároco de uma freguesia destas?!

História em 100 palavras e 1lustração (se) -38

Isto está um bocado pesado. Timor, Portugal-Holanda. Longos posts...
Vou tentar aligeirar. Com o recurso às histórias em 100 palavras. Rodoviárias e com freiras porque é em Fátima que apanho os "expressos"...


A freira
e o “expresso”

Ia p’ró “expresso” das 10 mas o das 9.45 estava a chegar.
Corri à bilheteira.
À minha frente, uma freira.
Queria ir para Coimbra. Perguntava horários entre as 14 e as 17, horas de chegada, se era melhor comprar já, e, e…
Ainda tossi… mas desisti quando vi o autocarro ir-se.
Continuou… mais isto, mais aquilo…
Eu quase explodia quando resolveu. Nada! Comprei, em cima da hora-certa, o bilhete para o das 10 que, chegado às 10.25, partiu depois da meia-hora.

Perdi a manhã por culpa daquela freira.
Não há penitência p’ró pecado do egoísmo?

segunda-feira, junho 26, 2006

Assim não brinco!

Suposto era que iria ser um jogo de futebol.
E começou por o ser, tirando, logo a abrir, aquele coice do holandês que deve ter entrado em campo com a determinação (espero que não com a ordem…) de anular – no sentido literal do verbo – o Cristiano Ronaldo.
Enquanto foi jogo de futebol houve lances com algum jeito, num jogo praticado por homens preparados para o jogarem até à perfeição. E um dos melhores foi aquele em que o ataque português fez circular a bola e o Maniche numa sequência de belos gestos técnicos (é assim que se diz, não é?) fez com que a bola entrasse na baliza dos holandeses. Na embalagem, ainda vi mais dois ou três lances (de futebol!) e um deles poderia, e mereceria, ter elevado o 1-0 para o 2-0.
Depois. Depois, foi tudo menos futebol. Esperava e vislumbrava-se que. à maneira portuguesa, a postura “é melhor 1-0 que tentar o 2-0 e arriscar o 1-1”, que tanto me irrita. Mas não tive tempo para me irritar porque os holandeses me não deram folga. Pareciam salazaristas: para a frente e em força. De qualquer maneira. Levando tudo de roldão. E os portugueses a aguentarem, a aguentarem, estoicamente como foi dito e repetido, respondendo à força bruta com a manha e a safadeza.
Futebol? Futebol não é aquilo. Aquilo foi batalha campal. E batalhas campais só aceito as das Aljubarrotas da História.
Dir-me-ão, eufóricos, ganhámos, usando a majestática primeira pessoa do plural e nela me metendo. Mas o resultado é tudo? Se fosse, estava contente sem reservas. Partilharia a euforia. Mas não é! E, assim, estou menos triste do que estaria se a selecção portuguesa tivesse perdido, e cheiinho de reservas.
Tudo isto se tornou deseducativo. E tudo deve ser educativo!

Assim não brinco!

domingo, junho 25, 2006

De Timor-Lorosae algo sei...

Quando fui parar a Bruxelas e Estrasburgo em tarefas no Parlamento Europeu, calhou-me, em substituição do Carlos Carvalhas, ser vice-presidente da delegação PE-Nações Unidas. E, nessa (duvidosa) qualidade, logo fui a Nova Iorque, onde tem sede a organização que das nações unidas se chama.
Passo, agora, sobre as peripécias peripatéticas para que um deputado eleito pelo povo português, proposto nas listas do PCP, tivesse o visto para os Estado Unidos, onde Nova Iorque fica e onde fica a sede da ONU, pois recusei-me a responder – num mesmo sim ou não! – se era comunista, terrorista, homossexual, portador de doenças transmissíveis, se fora condenado por crimes nazi-fascistas e mais coisas. O resultado é que, após murros na mesa e esperas de castigo, consegui o tal visto e lá fui, visto que obtive o visto. Com uma anotação alfabética que fez com que a minha entrada nos States fosse demorada e penosa. Adiante…

Em cada reunião em que participei, fui colocando questões sobre Timor Leste. Tantas pus que, às tantas, o senhor Perez de Cuellar, então secretário-geral das Nações Unidas, que até fazia gala em lembrar as suas familiares relações com Portugal, me proporcionou uma conversa a sós com o seu (se me lembro da função) secretário-adjunto encarregado de Timor.
A conversa foi elucidativa. Naquela horita fiquei a saber mais sobre a armadilha da simultaneidade de eleições em Timor, enquanto região da Indonésia, com um referendo sobre autonomia, e outras “habilidades”, que em dias de leitura e estudo embrulhados em documentos e relatórios.
Não que tivesse ficado satisfeito com o que soube. E menos o quis guardar para mim. No regresso a Bruxelas, dada a informação a quem considerava responsável pela minha tarefa, logo procurei divulgar o que seria de divulgar pela via da comunicação social. Falei para a Lusa e para outros órgãos de comunicação social.
Depois, em Lisboa, provoquei uma reunião na comissão da AR para Timor, na presidência de Eduardo Pereira, informei do que soubera, tive um debate frutuoso com intervenção relevante de Sousa Lara, fui ao CIDAC e outros, procurei que o que sabia ajudasse a melhorar a luta contra o que pretendia esmagar o povo de Timor-Leste. Desde 1975, desde que ele começara a ter condições, fora do quadro colonial, de se afirmar como povo que era. Que falava e rezava em português.
Após o massacre de Santa Cruz, em Bruxelas e Estrasburgo fui dos que contribuíram para que lá tivessem ido os jornalistas que tinham presenciado o massacre, no quadro das iniciativas do Intergrupo Timor-Leste, que animei quanto me foi possível, procurando que não estiolasse em guerrilhas de influência partidária e penachos de presidências, tendo para ela convidado Simone Veil, primeira mulher presidente do Parlamento Europeu (1979-82), com um leque de vice-presidentes um por partido português representado em Bruxelas-Estrasburgo.
Os episódios que me saltam à memória, e susceptíveis de terem interesse para além de recordações pessoais, são muitos. Para agora, retenho as visitas de Ramos Horta ao Parlamento, a disponibilidade que tinha no meu gabinete, autenticamente colocado às suas ordens, a decisão de pagar a um timorense como lobbyista a custear pelos deputados, as “animadas” sessões de algumas comissões em que tive papel activo, convidando gente para falar ou interpelando gentinha como o timorense (?!) Martins da Cruz, hoje embaixador da Indonésia em Portugal, convidado por grupo excursionista ao Oriente, chefiado por um enorme e reaccionaríssimo deputado holandês com quem me cheguei a “pegar”, também a outorga do Nobel da Paz ao Ramos Horta, a minha participação, enquanto “deputado europeu” nos “festejos” no PE, a proposta do nome de Xanana para rua em Ourém e a mudança, por proposta minha, para rua Povo de Timor.
E, entretanto, vou acrescentando coisas – tantas! – que me chocam, que me/nos agridem.
Como as que já coloquei neste blog.
Como as que leio nos sempre esclarecedores artigos do Pedro Namora.
Como não ver referido o que ouvi e me parece a mais ridícula das manobras neste atoleiro, que foi a do sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros, o inefável Ramos Horta, na esteira do sr. Presidente da República, o não menos inefável Xanana Gusmão, vir anunciar ao corpo diplomático, e às instâncias com que está relacionado pelas funções ministeriais que tem e outras, que o sr. Primeiro Ministro, o alvo a abater Mari Alkatiri, se demitia e que ele próprio Ramos Horta iria voltar à Fretilin para não sei quê da moral e do crédito e do respeito por, e mais isto mais aquilo de que ele seria capaz de ser (e por ser) o agente.

Poucas vezes tenho sentido a ignomínia tão por perto. Pelo que vivi em tarefas parlamentares, talvez por ter tido Ramos Horta como inquilino no 3º andar da rua do Sol ao Rato, decerto porque o povo de Timor-Leste é dos mais massacrados da História. Na escala que é a sua, e na escala do petróleo que existe nas cercanias da terra que sua é e em que resiste heroicamente para que continue a ser. E resiste em português falando e indo à missa nas igrejas onde há traição enroupada de sotainas e sermões hipócritas.

De Timor Lorosae algo sei
Pelo Povo de Timor indigno-me
e sofro a impotência!

Do "arquivo"


... escrever...

Bem acompanhado!

sábado, junho 24, 2006

Seria de antologia...

A cozinha no centro da política internacional

No editorial de hoje do DN, Eduardo Dâmaso critica a influência da mulher Kirsty sobre o presidente Xanana. Eu também achei desbocada a entrevista dada há algumas semanas a uma rádio australiana mas, o que hoje me despertou a atenção, foi o facto de Dâmaso achar que Kirsty só fala na cozinha. Xanana Gusmão "pôs o país em alvoroço dizendo em papel timbrado e com a solenidade das declarações de Estado o que a sua mulher diz habitualmente na cozinha lá de casa". E por que não na sala? Ou no quarto? Ou mesmo na casa de banho? Enquanto um toma duche o outro lava a cara e conversam... Ou será que Kirsty só tem lugar na cozinha como todas as mulheres? Dâmaso admite que Kirsty, além da cozinha, também fala "em incursões pelos bairros pobres de Díli". É aquela costela social que elas também têm...
posted by susana at 22.6.06
Este texto - para que o albergue dos danados me chamou a atenção, e está num outro blog em que susana (a)posta - seria de antologia, sobre o machismo ideológico que nos envenena, se não fosse, também, antológico de como batalhas nossas nos podem distrair ou despriorizar o que, no momento, é fundamental.
Falo de Timor.
Não quero saber se Kirsty é lady ou lord, se falou na cozinha, no salão ou sentada na sanita enquanto Xanana fazia a barba, quero é sublinhar que falou e o que disse, não por ser uma desboca mas por ter sido muito grave - e elucidativo -, embora com a grande vantagem de também ter sido uma verdadeira denúncia anunciada do que o presidencial esposo viria a dizer, depois do que, outros e eles, têm vindo a fazer contra um governo que foi eleito pelos timorenses contra suas excelsas vontades e que contra seus interesses vem governando.
E se é certo que o Eduardo Dâmaso revelou que ainda não teria exorcizado o que temos (ou tivemos) dentro de nós e do berço trouxemos, veja-se que não menos machista é a função distribuída às "primeiras damas" de fazerem incursões pelos bairros pobres e degradados enquanto os "primeiros damos" concretizam as políticas que criam os pobres dos bairros e os degradam.
O que me choca, e de forma em que a angústia se imiscue e só pode ser vencida com a certeza de que as esperanças renascem nas lutas que continuam depois de cada assassínio das esperanças aparentemente concretizadas, é o que têm sido as traições a este povo de Timor. Mas a vitória final não será a dos não vêm lágrimas mas apenas petróleo.

quarta-feira, junho 21, 2006

E eu que...

E eu que gosto tanto de desporto...
e eu que tanto vibrei, há 40 anos, com os "magriços"...
e eu que, aqui por Ourém de onde sou e vivo, muito do que, hoje, sou e faço tem a ver com o hóquei, a patinagem, a natação, o futsal...
e eu que abomino o falsamente intelectual distanciamento "dessas coisas do pontapé na bola"...
e eu que arranjo os horários para ver relatos televisivos dos jogos em que Portugal joga...
e eu que desejo (ou desejava?) que a equipa portuguesa vá ganhando (jogando o que e como jogar pode e sabe) até à final e na final...

eu que isto tudo... estou nauseado
não suporto esta provocada histeria
não colocarei nenhuma bandeira nacional/BES em nenhum lugar que por mim seja controlado
recuso-me a ouvir rádio, a ver televisão (fora do horário dos relatos... e com o som off)
nunca me sentirei ser dos melhores do mundo (porque sei não ser dos piores do mundo!)

eu... acuso!
acuso quem (terceiros e desconhecidos... ou nem tanto) me tirou o prazer de acompanhar a carreira de uma equipa de portugueses seleccionados para representarem Portugal talvez até à vitória (na) final
acuso quem (terceiros e desconhecidos... ou nem tanto) me faz, contraditoriamente, (também) desejar que a equipa de futebol dos amigos e protegidos do sr. Scolari não ganhe o torneio que está a decorrer na Alemanha.

em "navegação" - 2

"(...) Que sucederá se, como é previsível e natural, a selecção nacional for derrotada um destes dias? Rasga-se a bandeira? Substitui-se por outra mais ganhadora? Acorda-se para a realidade de um país submetido ao neoliberalismo por um governo cobarde, travestido de socialista?
Que país é este onde se fecham maternidades por razões economicistas e os membros – pseudo-socialistas – de um governo mentiroso se passeiam pela Alemanha, à custa do erário público, comentando de forma alarve as incidências dos jogos?
Que país é este onde morre um intelectual como Mário Ventura Henriques e a alegada TSF abre a emissão do noticiário preocupada por não saber se jogaria o Ronaldo ou o Deco? Que nação é esta adormecida para os dramas de trabalhadores despedidos aos milhares, mas disposta a guerrear por excrescências envolvendo craques de futebol?
Onde colocar as bandeiras quando o país começar a arder? Sim, porque tem ardido todos os anos, a horas certas, perante a passividade negligente e cúmplice de sucessivos governos de direita.
Não nos respondem, porque nos querem anestesiados, domados, sem consciência. Apetece fazer, neste fascismo manso e torpe em que vivemos, o que faziam os antifascistas durante a ditadura: empunhar um pau sem bandeira. Hasteando dessa forma o inconformismo dos que não se vergam. A luta continua!
Publicado por Pedro Namora @ 12:22"
Transcrito de "Vale a pena lutar" com a devida vénia!

em "navegação" - 1

Crónica de algo anunciado. Arrepia julgar que a consequência será a que será. Segismundo.

Comentários:

1. giz no quadro: arrepia.
Solvstäg 06.20.06 - 3:46 pm

2. unhas a arranhar granito: arrepia.
Solvstäg 06.20.06 - 6:17 pm

3. e até pode arrepiar o acto de esfarelar a esferovite... mas não é esse o caso.
segis 06.21.06 - 4:37 am

4. O que arrepia é pensar
- e não ser capaz de, definitivamente, deixar de pensar... ou enquanto a esclerose ou o Alzheimer não nos fizerem, definitivamente, incapazes de pensar -
que a (con)sequência será a que será.
anónimo do séc. xxi 06.21.06 - 9:46 am

domingo, junho 18, 2006

Com um brilhozinho nos olhos

... e cantou-se Grândola (garanto que não fui eu que tive a ideia... mas também não digo quem foi), dirigida pelo professor Manuel Rocha, o Manelito da Brigada Vitor Jara, num fim de festa de grande cumplicidade e alguma emoção.
Como dizia alguém que fez parte daquele coro, nunca em Ourém se cantou Grândola tão bem.

sexta-feira, junho 16, 2006

Não se trata de estar de volta...


... porque sempre cá estive.
Mas o facto é que quem podia dar notícias minhas tem andado muito ocupado... Sobretudo com o hóquei, o Juventude e outras coisitas dessas.
Não que me faltem com os cuidados e carinhos que me são devidos, mas não tem sobrado para posts e para fazer chegar notícias ao meu "clube de fãs".
Outro dia, pus-me à janela do lado de fora, meio abrigado desta chuva inesperada, e vieram fotografar-me. Autorizei-os, melhor estimulei-os a publicar duas.
As minhas saudades

Hoje, de manhã

Cansado.
Ontem, foi um dia muito longo. Foi um dia cheio. Cheio de Ourém e de Juventude Ouriense.
Todas as dificuldades - ah!, as nuvens carregadas de chuva! - foram ultrapassadas pela vontade de um grupo grande, muito grande, enorme. De gente, de gente com vontade. Obrigado.
Cansado mas muito contente por fazer parte dessa gente. Desta gente que somos.
Cansado, mas já a continuar o trabalho com a força que é a de sermos a gente que somos.

(não tem ilustração porque não cabia no blog!, ou porque podia ficar de fora alguém que nela teria um merecido lugar)

quarta-feira, junho 14, 2006

Não pode perder-se num comentário a um post...


Tal como o comentário do Hélder Ferreira (ou os do 22-Manel ou do prof. Chinita, e outros), seria uma pena que esta mensagem do Jorge Godinho ficasse "perdida" no meio dos comentários a um post num blog. Por isso a reproduzo, com uns "arranjos" gráficos...

Queria aqui deixar a minha msg de agradecimento a todos que contribuiram para este marco histórico do Juventude Ouriense!
Aos meus colegas… queria dizer que não é para todos o que conseguimos! Foi duro… tivemos momentos difíceis... mas soubemos ultrapassá-los com amizade, com confiança em dias melhores... e isso foi essencial! Fomos inteligentes!
Aos directores… gostava de agradecer a vossa confiança, o estar sempre presente nas horas dificeis… o ouvir os jogadores e, a partir dai, escolher a melhor solução para resolver os problemas, sempre em defesa de um grupo! Foram grandes!
À equipa técnica… digo vos que foram extraordinários! Têm todos os louros agora!, mas muito merecidos! Souberam conduzir 10-13 feitios diferentes! Não é fácil! E sabem de hoquei! Confesso que, apesar de já ter alguns anitos de hóquei, aprendi muito este ano! Obrigado, Miguel!, obrigado, Chinita! ao Michel, obrigadão! Ao Nunão... espectáculo! Ao sr. Carlos e ao sr. Jorge… que carolice linda!
Agora falo de mim!... também mereço!... sem vaidade! Vim em condiçoes muito duvidosas… por ser gordo… por estar velho… por ser um veneno… por vir “fazer a cama ao treinador”… enfim por tanta coisa má!
No sábado, dei um grito grande de raiva! Só eu sei que essas afirmações são as mais injustas que pode haver! Sempre defendi o colega, o amigo!, o clube que represento, o emblema! Daí o meu grito de revolta! Custou me esta 2ª volta da 2ª fase! Não tive a 100%, mas quis estar junto dos meus colegas. Sempre! Tive 2 lesões que me impediram de estar bem… os meus colegas sabem... mas, no que consegui ajudar, fi-lo com grande entrega e sacrifício!
O que vivi quando cheguei a Ourém ultrapassa as dores que tive! O meu muito obrigado a todos os oureenses pelo carinho com que me receberam! Obrigado a todos os que "ainda" acreditaram no meu valor!

um desabafo do 9

Antologia

... porque ora aqui está um texto (mais um...) que eu gostaria de ter escrito e me deu muito gozo (onomástico e não onanístico!) ler:

á faena e fanecas no alguidar, v. O senhor Scolari chispou estupidez, pelo que parece que é necessário explicar. Perder uma partida de futebol é mau. M-A-U, éme, á, ú. Ganhar uma partida de futebol é bom. Bê, ó, éme. Mas ganhar uma partida de futebol com uma puta exibição é o que se quer. O senhor Scolari insiste em não perceber isto. Julga que o que interessa é apenas ganhar. Isso é na guerra. Julga que o que interessa são apenas os três pontos. Isso é o que qualquer amanuense diz quando, em operação de acerto contabilístico, tenta detectar o raio da diferença entre o deve e o haver. No futebol quer-se mais do que a satisfação pela masturbação. A masturbação desenrasca. Mas não é o mesmo que o serviço completo, com ajudante(s). Aliás, só os miseráveis é que dizem que afagar o pirilau, esgaramantear a laustríbia é suficiente. Porque é, se não se for capaz de mais. Conde Isidoro.

(de albergue dos danados)

segunda-feira, junho 12, 2006

Um recado do capitão:

"Despacho" colocado pelo "dono do blog": Transcreva-se, até porque recados de capitão são ordens!

Esta vitória é dos jogadores, equipa técnica, seccionistas, direcção e todos todos aqueles que nos acompanharam.
Foi um dia inesquecivel não só para os jogadores mas também para todos os ourienses, pois é um feito histórico para a nossa cidade.
Obrigado a todos aqueles que de uma forma ou de outra nos proporcionaram esta felicidade. Agora em nome de toda a equipa peço a todos os ouriense que apareçam 5ª feira dia 15 de Junho pelas 17.30 horas no pavilhão Municipal de Ourém para assim podermos continuar a nossa festa.
Um grande abraço para todos os meus companheiros de equipa que bem merecem, pois foram uns verdadeiros campeões.

Helder Ferreira
4

Desabafo

Na procura distraída do que “ouver” na semana que aí vem, em um dos habituais “cartazes”, deparo com uma foto e um título que me prendem:

Leio e irrito-me.
Como é que um escribazinha qualquer se permite dizer que «”O último comunista”, uma biografia de Álvaro Cunhal, é título que ofenderá quem foi fiel ao líder e insiste em abraçar a sua causa»?!
Esse escribazinha é que é fiel a quem lhe paga o soldo e lhe manda – mesmo sem precisar de mandar… – escrever coisas dessas. Pequeninas, rasteiras, mas que fazem a “informação”.
Esse escribazinho de meia tijela não deve fazer a menor ideia (entre as poucas que tenha) do que é ser comunista, e que essa “causa” não era “sua”, de Álvaro Cunhal, mas que era - e é! - de muita gente e não de uns raros atrasados mentais, “fiéis” a uma personalidade e que insistem a ela se manterem abraçados.
Esse escribazinha a soldo, que deve ignorar o que é lealdade (bem diferente de fidelidade), respeito e admiração entre camaradas, e como Álvaro Cunhal é respeitado e admirado, é um agente ideológico, menor mas eficaz, da luta de classes.
Esse escribazinho barato, por muitos que possam ser os euros por que vende a sua (pobre) força de trabalho, apanhou-me num domingo de descontracção e disponível para desabafos.
Este fica aqui.

domingo, junho 11, 2006

Histórias em cem palavras - Manhã de 11.06 - 2

Era só o que faltava...
... Não chegava esta histeria do mundial, com a rádio e a televisão que não se podem ouvir, entra-me em casa esta loucura do hóquei.
Tu não comes, tu não dormes, andas p’raí equipado à rapazinho das claques, só falas de hóquei e Juventude.
Não te vejo aos fins-de-semana porque há jogos, durante a semana porque há reuniões ou treinos. E chegas esta madrugada como se tivessem posto o pé na Lua...
Humm…
‘Tá bem. Também estou contente… mas às vezes apetece-me emigrar.
Para Pasárgada? Contigo? Embora já.
Mas não levas essa t-shirt e esse cachecol…

Histórias em cem palavras - Manhã de 11.06.06 - 1

Perplexidade

Os autocarros e automóveis da caravana oureense pararam numa estação de serviços. Para estender pernas, aliviar líquidos, recarregar depósitos. Para nos encontramos…
Os fatos de treino, t-shirts e cachecóis identificavam-nos.
Repetiam-se abraços, davam-se notícias sobre a recepção que nos esperava. A alegria era esfusiante e contagiante (todos a “portarem-se bem”…).
Um casal simpático dirigiu-se ao mais velho e calmo dos que festejavam: Parabéns! Ganharam onde?, por quantos?
O mais velho e calmo riu muito: Perdemos por 6-1!
E acrescentou, abrindo mais o sorriso e aumentando a perplexidade do casal: é a nossa maneira de estar no desporto!
Depois, explicou…

Resumo

Gostei de estar em Valongo e com a sua gente.
Tudo correu excelentemente, talvez porque perdemos o jogo, e os de Valongo e nós ganhámos a subida de divisão.
Gostaria de gostar de estar em Valongo em quaisquer circunstâncias, mas foi nestas.
Foi bom!

sexta-feira, junho 09, 2006

Já agora...

Para não haver dúvidas (destas):
sempre que jogo, entendendo-se por jogo praticar desporto competitivo, faço o que posso para ganhar... dentro das regras estabelecidas e aceites, e com lealdade.
Mas já me aconteceu ficar mais contente depois de algumas derrotas que após algumas vitórias.

O que não posso aceitar, o que recuso com toda a veemência são situações como esta que estamos a viver em que parece que é preciso ter coragem para ir a Valongo acompanhar o Juventude Ouriense que lá vai jogar hóquei. A ameaça implícita em coisas que tenho lido, só pode ter um resposta: ir lá!
E ganhar o jogo! Não "seja como fôr" mas cumprindo as regras e com o respeito pelos outros e a lealdade que parece faltar por certas paragens e em certas gentes. A nossa coragem é essa, a de afirmarmos, com a presença, que não temos medo de ameaças ou de avisos cobardes.

quinta-feira, junho 08, 2006

Dúvidas e reflexões na madrugada ou dúvidas e reflexões que tiram o sono

Como converter três metros de altura em medida euro?
Será possível resistir à mercantilização de todos os valores?
Ou melhor(?): haverá valores fora do mercado?
Ou melhor ainda (?): o que não for mercantilizável terá "valor", terá razão para existir?
O uso e abuso do valor de troca submerge os valores de uso e o uso dos valores?
Não há reserva para actividades (e relações) humanas fora da escala €?
Quantos ainda haverá que acreditam em almoços grátis?
Ou melhor (!): quantos se lembram que continua a haver almoços grátis, amigos?
Estamos a caminho do tempo (e reino) da liberdade ou aceitámos (provisoriamente!) a marcha atrás?
Andar nas autoestradas em contramão é o desporto do futuro, ou é um crime porque há o(s) outro(s)?
A actividade lúdica continua ludus e prazer quando se lhe põe um preço, ou uma aposta, ou um desafio vale-tudo?
Tudo tem preço?
O que vale é o resultado, não a prática e a convivência?
Vale tudo para alcançar um resultado?
(... até fazer batota, comprar o árbitro, aldrabar na secretaria?)
Ganhar é preciso, navegar/praticar não é preciso?
Prémio (e glória) para os que ganham (o quê?) e multa (e anátema) para os que perdem (o quê?)?
Os que ganharam poderiam ter ganho (o quê?) sem que os que perderam tivessem perdido (o quê?)?
Muito se fala em saber perder, pouco se fala em saber ganhar... porque se esqueceu o saber competir fraternamente, companheiramente.
O outro é sempre o inimigo, ou é sempre o companheiro sem o qual eu não existia?
O outro é sempre o outro, ou eu sou sempre (também) o outro?

Ganhaste? Não sei... mas foi bom competir!
Perdeste? Sei lá... parece que sim... ou talvez não... mas foi porreiro.
Parabéns... perdeste bem! Parabéns... ganhaste bem!

"Sou duro... mas abomino a violência" devia ser a regra número um do praticante de qualquer modalidade (desportiva ou não).
Para quando a realização da utopia da competição (desportiva ou não) que dispensa árbitro, em que os que competem definem, conhecem e cumprem as regras da competição?
"Fiz falta, desculpa lá... é penalti".
"Não foi golo, meti a bola na baliza com a mão... foi instintivo!"

Posso lutar para que a competição (desportiva ou não) seja leal, sem truques para se "ganhar a qualquer preço"? Não tem preço esta luta. Acho eu...

Que ganhem os mehores. E que os que percam não sejam os derrotados mas aapenas... os que não ganharam. Estou a falar de desporto!

Tenho dito! Por agora...

domingo, junho 04, 2006

4 de Junho... 1966

Nas frequentes "visitas" que faço ao meu "amigo" Zé Gomes Ferreira (o poeta militante) tenho, quase sempre, surpresas. Para hoje, 4 de Junho de 2006, fica esta



"(...) em pleno momento de idílio sórdido do neo-socialismo (desossado do marxismo) com o neocapitalismo..."
(Dias Comuns I - passos efémeros)


O neo-socialismo... desossado de marxismo!
Há 40 anos! Como os momentos se prolongam!
Embora, no tempo histórico, tudo nunca passe de um momento (com picos, saltos e sobressaltos...)

quinta-feira, junho 01, 2006

Antologia

Camarote volante com visão sobre os infortúnios. Em Portugal o rol das expressões estúpidas é mais do que extenso. E nenhuma dessas expressões é mais estúpida do que «visitar o país real». Porque visitar o país real é eufemismo de excursão à paisagem da miséria. Não obstante, por um equívoco qualquer, por momentos acontece que a semântica é colonizada por um juízo discernido, segundo o qual, por cá, a paisagem da miséria é real. O que significa que, em rigor, a paisagem da excelência e da abastança é o país irreal, uma miragem. Nicky Florentino.

(de Albergue dos danados)

Ping-pong

... para que tive o atrevimento de me sentir desafiado pelo enorme José Gomes Ferreira:

Ping -Essencial: a sinceridade, em mim, não se pode desligar da ironia. (Dias Comuns)
Pong - Essencial: pois para mim, a ironia não se pode desligar da sinceridade.

Também em intenção de outros amigos desafios.