domingo, novembro 30, 2014

Reflexões lentas suscitadas por outros

DESPACHO: não obstante riscos que, no texto, se não quer (ou se não pode?) pisar e ao não usar determinado e identificador léxico, transcreva-se este escrito dada a sua evidente lucidez e assertividade... para reflexões lentas:

SÉCULO XXI, O SÉCULO DOS TRIBUNAIS, 
OU SÉCULO DO ESTERTOR DA DEMOCRACIA?

As negociações, no Parlamento Europeu, relativas ao Acordo sobre o Comércio dos Serviços (ACS, em inglês, TISA), que congrega cerca de 50 países, entre eles os da EU), iniciaram-se em março de 2013, com os votos favoráveis (526), dos partidos da direita e dos partidos socialistas, e a oposição dos partidos de esquerda (111).
O ACS, de entre os seus objectivos, estabelece a aceleração das privatizações em praticamente todas as áreas do comércio e serviços dos países aderentes e a proibição de qualquer forma de nacionalização ou reapropriação pública de não importa que actividade comercial ou de serviços que tenha sido objecto de privatização.
Lembremos o princípio da irreversibilidade das nacionalizações incluído na nossa Constituição em 1976, mais tarde suprimido pelos partidos “do arco da governação” que preparam agora a aceitação do princípio da irreversibilidade das privatizações, não no texto constitucional, sujeito a revisão democrática, mas em tratados internacionais que vão prevalecer sobre a Lei fundamental portuguesa.
Aqueles que ainda conservavam a expectativa de, um dia, sectores estratégicos da economia portuguesa vendidos a preço de saldo para se “reduzir” a dívida pública - que afinal aumentou de 90% para 130% do PIB em 3 anos - poderem voltar à esfera pública para ali cumprirem o desígnio do serviço à comunidade, bem melhor é que se unam e se organizem para não permitirem que o processo da prevalência dos interesses empresariais se consolide sobre os interesses da soberania dos Estados e dos cidadãos.
É que uma empresa privada, operando num sector estratégico para a população, sendo de tal modo mal gerida que implique insuportáveis custos sociais, mesmo assim, o Estado não poderá intervir, pois regerá o princípio de que qualquer modificação do estatuto da empresa deverá operar “dentro” da esfera privada; assim, por exemplo, a “renacionalização” dos CTT, se amanhã a empresa deixar de cumprir o serviço público a que se “obrigou”, será impossível.
Dir - se - á: mas ainda vai correr muita água sob as pontes antes do ACS e do TTIPS (o Tratado Transatlântico), e outros na forja, começarem a produzir efeitos.
Mas já está a correr: a onda de privatizações em Portugal, dos sectores energéticos às águas, da saúde aos aeroportos, da TAP à CGD (lá irão!) revela que as multinacionais estão em campo, “encolhendo” o Estado e utilizando para isso a docilidade, senão mesmo o entusiasmo, dos partidos do arco da governação e dos seus agentes que vão propagando a irreversibilidade do poder das multinacionais sobre os Estados.
Veja-se o que diz o deputado ao parlamento europeu Paulo Rangel no Público de ontem (25.09.2014), a propósito de declarações, no âmbito de uma organização de magistrados, que apontam o século XXI como o século dos tribunais (o século XX seria, assim, o século do poder legislativo/executivo): “a desterritorialização do poder e o fim do monopólio estadual do poder político enfraquecem os centros legislativos e executivos e valorizam o poder judicial como polo de arbitragem e de regulação politico-constitucional dos conflitos sociais”.
Paulo Rangel (PR) está de acordo: o século XXI vai ser o século dos tribunais, porque a “capacidade de afirmação do eixo do poder legislativo – executivo diminuiu francamente - PR”; enquanto deputado ao Parlamento Europeu, ex-deputado ao parlamento português e membro do governo, Paulo Rangel não pode desconhecer que a “captura” dos centros políticos dos Estados pelos grandes interesses (financeiros, conglomerados industriais, químicos, alimentares, armamentistas, etc, estes de facto na génese do ACS, do TTIPS e quejandos), gerou a origem da redução da “capacidade de afirmação do eixo do poder legislativo – executivo” dos países; e não pode desconhecer que, para o conseguirem, tais interesses contaram sempre com a colaboração infamante de deputados, nos parlamentos, e de ministros, nos governos dos Estados onde operam, em iniciativas contrárias aos interesses de quem os elegeu ou designou.
Parece, assim, não ser preocupante, antes natural, para um qualquer democrata, a perda de substancia dos poderes legislativos e executivos nas sociedades democráticas, ou quando se se descarta a prioridade do reforço e da consolidação da casa da democracia (o Parlamento) e a prioridade do reforço e fiscalização da acção governativa, dentro do quadro constitucional e do respeito pelos cidadão; eis, assim, a defesa da teologia da inevitabilidade do declínio dos poderes do Estado, da lógica da propriedade/acumulação e da sua prevalência e da consequente perda de direitos cívicos e políticos das pessoas.
E esta defesa, respaldada no conforto da máxima liberal de que os mercados tendem sempre para o equilíbrio e para o pleno emprego e no delirante efeito de “compensação salvífica” dos tribunais que, “emergindo” no século XXI (“valorizados” através de uma mexida “nos pilares da sua legitimidade - PR”, obviamente!), harmoniza-se já, em Portugal, com o grande número de tribunais suprimidos, ao mesmo tempo que as custas judiciais aumentaram escandalosamente e o acesso à justiça é crescentemente dificultado.
Entretanto e simultaneamente, a “onda” da desjudicialização alastra através da criação e funcionamento de tribunais arbitrais, em passo ultra-rápido e acertado com o “imperativo” incontornável de se obter a condenação fatal do Estado e o ganho das empresas dominantes.
Mas com o ACS e o TTIPS, apoiados pela maioria dos deputados europeus, nem ao que “resta” dos tribunais judiciais sobrará grande coisa: espoliados de legitimidade para dirimirem conflitos entre multinacionais e os Estados, matéria reservada aos tribunais arbitrais, os tribunais judiciais, no século XXI, ainda vão ficar mais imersos no estatuto de soberania limitada, remexendo em bagatelas e, claro, aplicando as leis que punirão a “des-ordem” provocada pela inexorabilidade da “natural” e crescente incapacidade “de afirmação do eixo legislativo – executivo”.
E mesmo que, episodicamente, aumente o “circo mediático” à volta de casos em que haja “biqueiradas” dentro de um bloco central superficialmente desavindo (mas sempre consolidado enquanto bloco dos interesses), o circo mediático, justicialista e antidemocrático assinalará, não a vitalidade, mas o real declínio dos tribunais.
Vai, assim, a democracia do século XXI, nos seus três pilares, legislativo, executivo e judicial, escorregando no plano inclinado que, simultaneamente, descolora e esvai cada um dos pilares… até à extorsão total dos seus poderes, perante a mansidão dos eleitos e a perplexidade dos cidadãos transformados em ordeiros produtores e consumidores, sem direitos, sem liberdades, sem garantias.
Rui Coelho e Campos
Advogado

sábado, novembro 29, 2014

Pintar o céu de azul claro e limpo
























Queria de ti um país de bondade e de bruma
queria de ti o mar de uma rosa de espuma
Cesariny
Numa pátria não de malfeitores e névoa, 
numa mátria querida e tão ferida, 
o que queria dos Cesarinis, 
o que queria de nós/para nós e o futuro?
 
Trabalho, Festa, Juventude; 
juventude a pintar o céu de azul claro e limpo
como aquela madrugada que a Sofia esperava... 
... e todos nós 
(e eu!, em Caxias...).
 
Como suportar este presente 
se não se tiver a força que vem do futuro 
em que  se acredita e por que se luta?

sexta-feira, novembro 28, 2014

Reflexões lentas - os incómodos dos "intocáveis" e as pedradas anacrónicas



no SAPO (Económico):

Sócrates:
Cartoon no Avante
incomoda PS

MARIANA ADAM


Sócrates: Cartoon no Avante incomoda PS

Avante ‘coloca' Sócrates atrás das grades num cartoon publicado na última edição do jornal oficial do partido. PS reage com desagrado.
O PS não gostou do cartoon publicado no Avante, jornal oficial do PCP, em que o retrato de José Sócrates aparece como tendo sido captado atrás das grades. Na legenda lê-se: "O PS diz que não corta fotografias da sua história. Mas...podem actualizá-las?".
Na reacção, fonte próxima de António Costa, que este fim-de-semana é ‘entronizado' líder do PS, disse ao Económico que "o mau gosto não tem comentários".
O próprio PCP tentou demarcar-se da ilustração: "O referido cartoon - com o que reflecte de expressão própria de um autor a propósito deste ou daquele facto de actualidade - não altera nem substitui a posição do PCP".
A mesma fonte oficial dos comunistas remeteu para as declarações em que Jerónimo de Sousa pediu que "não sejam feitos julgamentos ou precipitados" sobre a detenção de José Sócrates. "Recusamos fazer qualquer comentário que tenha uma componente de julgamento prévio", lê-se nas declarações feitas pelo líder comunista e transcritas também na edição do Avante. Mas a primeira ‘pedra' chegou (talvez inesperadamente) de um órgão oficial comunista.
______________________________________
COMENTÁRIO:
Embora não fosse decisão minha, ou até disciplina (partidária ou outra) a de que seria sujeito voluntário, não me referi (ainda!),  aqui, directamente ao caso Sócrates, tendo, não obstante, reagido a uma expressão que considerei uma "pedrada" despropositada de António Costa, reveladora do seu anti-comunismo. 
Não o terei feito por considerar que a situação é demasiado séria para se tratar com leveza, e porque não gosto de fulanizar o que não é senão reflexo de condições criadas para que aconteça o que vai acontecendo (as ocasiões que fazem os ladrões... embora só os ladrões as aproveitem). 
Cito-me: "A corrupção está no ADN do capitalismo,  a promiscuidade é a sua vocação e o clientelismo voctacional" (os casos personalizados, os nomes, apenas interessam para ilustrar... e se ilustram!)".
Como militante sem quaisquer responsabilidades (partidárias ou outras) que consintam que se atribua às minhas reacções outro significado que não o de posição pessoal, reagi ao que António Costa entendeu referir-se como "práticas estalinistas", e reajo também agora ao que se chama, até anacronicamente, a "primeira pedra". 
Já que há democracia a encher tanta boca que não parece saber do que fala, que se reflicta sobre o "incómodo" que um "cartoon" terá provocado, e o acinte de considerar que se atirou a primeira pedra do lado que é alvo de frequentes e sucessivas pedradas.
E termino com inocentes perguntas: Não é verdade que Sócrates está atrás de grades?, e quem o pôs lá?, foi a Justiça, ainda que só preventivamente, ou foi a imaginação criativa de um cartoonista  fazendo "julgamentos precepitados"? 

Queria de nós...


O 16.º Encontro Internacional de Partidos Comunistas e Operários (EIPCO)

 - Edição Nº2139  -  27-11-2014

16.º EIPCO

De 13 a 15 de Novembro, realizou-se em Guayaquil, no Equador, o 16.º Encontro Internacional de Partidos Comunistas e Operários (EIPCO). Um Encontro que foi acolhido pelo Partido Comunista do Equador e que contou com a participação de 53 delegações de partidos comunistas dos cinco continentes, entre os quais o Partido Comunista Português.
Este Encontro Internacional constituiu um importante espaço de debate, permitindo uma ampla troca de opiniões, de informações e de experiências, tendo sido adoptado um conjunto de linhas de orientação para a acção comum ou convergente durante o próximo ano.
A realização do 16.º EIPCO no Equador (seis anos depois de ter tido lugar no Brasil) permitiu um melhor conhecimento dos exigentes desafios que se colocam aos processos de afirmação soberana, progressistas e revolucionários que têm lugar na América Latina e nas Caraíbas – de que Cuba é expoente exemplo. Processos que têm vindo a constituir um importante factor de resistência anti-imperialista no plano mundial e a dar um significativo contributo para a luta pela construção de alternativas de desenvolvimento e progresso social e pela emancipação social e nacional.

No Encontro foram colocadas em evidência grandes tendências que marcam a actual evolução da situação internacional, como o aprofundamento da crise estrutural do capitalismo, a ofensiva contra as transformações e avanços alcançados pelos trabalhadores e os povos, a séria ameaça à paz que representa a aposta do imperialismo na guerra e no fascismo, o complexo e vasto processo de rearrumação de forças que se verifica à escala mundial, a resistência e as lutas dos trabalhadores e dos povos que tem lugar por todo o mundo.
Do debate realizado salienta-se que, apesar dos grandes perigos que resultam da ofensiva do imperialismo, confirma-se não só a premência, mas igualmente a possibilidade do desenvolvimento da luta dos trabalhadores e dos povos travar os sectores mais reaccionários e agressivos do imperialismo, derrotar a sua ofensiva exploradora e opressora, e conquistar processos de transformação progressista e revolucionária – que, por diversificados caminhos e etapas, apontem como objectivo a construção do socialismo.
Constatando-se a existência de naturais e inevitáveis diferenças, continuaram, no entanto, a manifestar-se sérias divergências que, pela acentuação e absolutização que alguns partidos nelas colocam, impossibilitaram a adopção de uma Declaração final pelo 16.º EIPCO, tendo o partido anfitrião do Encontro tomado a iniciativa de elaborar um Comunicado da sua responsabilidade.

Como salientou neste Encontro, o PCP contribuirá para o encontrar de soluções que permitam ultrapassar dificuldades e que contribuam para o fortalecimento do movimento comunista e revolucionário internacional, com base nos princípios de igualdade, respeito mútuo, não ingerência nos assuntos internos e solidariedade recíproca, e rejeitando as diferentes formas de oportunismo, seja na sua expressão de adaptação ao sistema ou dogmática e sectária que, como a experiência comprova, dificultam o exame franco e fraternal de problemas comuns e prejudicam a unidade do movimento comunista, incluindo a unidade na acção contra o inimigo comum.
Neste mesmo sentido, o PCP empenha-se na solidariedade internacionalista com as forças políticas e sociais que, nos respectivos países, lutam em defesa dos interesses dos trabalhadores e dos povos, assim como no alargamento e maior expressão da frente anti-imperialista.



Pedro Guerreiro 

quinta-feira, novembro 27, 2014

Vá lá...uma boa notícia!

Da Rádio Renascença, no Sapo

Cante alentejano 

é agora Património da Humanidade

Foto: Nuno Viega/Lusa
A distinção foi aprovada, esta quinta-feira, 
pelo Comité Intergovernamental da UNESCO.
27-11-2014 10:24
O cante alentejano, um canto colectivo 
sem recurso a instrumentos 
e que incorpora música e poesia, 
foi esta quinta-feira classificado 
como Património Cultural Imaterial da Humanidade 
pela Organização das Nações Unidas 
para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO). 


A distinção foi aprovada, esta quinta-feira, 
pelo Comité Intergovernamental da UNESCO
 para a Salvaguarda do Património Cultural 
Imaterial da Humanidade, 
que está reunido esta semana em Paris. 



O comité aprovou a candidatura do cante alentejano 
e a sua inscrição na lista representativa 
do Património Cultural Imaterial da Humanidade. 



A candidatura do cante alentejano foi entregue
à UNESCO em Março do ano passado, 
depois de, em 2012, 
o Ministério dos Negócios Estrangeiros 
ter decidido adiar a sua apresentação, 
por considerar que o processo 
não reunia condições para ser aceite.



Elogio de "uma arte vibrante"
Em comunicado, o primeiro-ministro 
diz que a distinção é o "esperado e merecido tributo" 
a uma das referências culturais que 
"melhor reflecte a identidade e a história 
de uma comunidade e de uma região", 
assim como uma "forma de expressão musical única" 
que se pretende continuar a "valorizar e divulgar", 
agora com o estatuto reforçado de "legado mundial". 



Pedro Passos Coelho elogia 
“a grande comunidade do cante alentejano", 
especialmente os seus intérpretes, 
"que o elevaram a uma arte vibrante 
e plenamente consagrada". 



“Após a inscrição do fado, em 2011, 
e da dieta mediterrânica, em 2013, 
na lista representativa do património cultural 
imaterial da humanidade, 
este é o terceiro elemento português ali inscrito, 
facto que nos deve encher a todos de orgulho", 
refere ainda o comunicado.

quarta-feira, novembro 26, 2014

Um "libelo acusatório"

Aproveitando um título de Modesto Navarro (Prelo, 1968) para uma brilhante intervenção num episódio significativo numa luta mais larga e a alargar. Com alternativa possível e urgente.

Jerónimo de Sousa

Recebeu-se, na redacção(...), este mail :

"JERÓNIMO DE SOUSA cumpre na próxima quinta-feira 10 anos como secretário-geral do PCP.
Assinalo e registo aqui o facto, pois a sua acção cívica e política orgulha-me como cidadão e militante.
Sim, é verdade, os políticos não são todos iguais. E Jerónimo é,  nestes tempos de chumbo, o mais claro e vibrante exemplo."


que mereceu o seguinte despacho:
Transcreva-se e subscreva-se
S.R. 


segunda-feira, novembro 24, 2014

Reflexões lentas - a contra-face "indisível" do empobrecimento social

A situação é muito séria! Não dá para graças, e não as estou a tentar. Não,  não se trata de jogo de palavras, não se trata (apenas) de uma "questão de estilo". Trata-se de procurar palavras que traduzam a seriedade (e profundidade) da situação que estamos a viver, com tudo o que comprova a instabilidade e a podridão em que mergulhou o regime em que vivemos, nesta fase do capitalismo. Aqui. Neste nosso Estado de direita que se disfarça e arroga de Estado de direito.
A estratégia aplicada, lentamente ou aceleradamente segundo o condicionamento do contexto geral e geográfico em que nos integramos e a correlação de forças sociais, tem-se traduzido no empobrecimento social, na saúde, na educação, na segurança, na estabilidade. E na cultura. E na ética.

Mas a estratégia tem duas faces. E à face do empobrecimento contrapõe-se a face do enriquecimento não invisível mas escamoteado, ou que se quer apresentar como estando desligado da outra face. E poder-se-ia pedir a ajuda de Almeida Garrett em viagens na minha terra... com a sua dúvida (matemtática) de quantos pobres se faz um rico.

Por isso, escrevo agora, com toda a seriedade, sobre a face "indisível" do enriquecimento. Que é face alegal da estratégia. Alegal porque à margem das leis, porque, como se está a tornar público e evidente, o enriquecimento ilícito só será penalizável desde que se encontrem provas da ilegalidade da origem desse enriquecimento inexplicável e seu branqueamento.

Solidariedade com o Povo Palestino


domingo, novembro 23, 2014

Reflexões lentas - Notas pela madrugada

No "dia Sócrates" (que se prolongará pela semana... e adivinha-se que bem mais), a comunicação social massacrou-nos.
Guardo, para futuras reflexões (ainda mais) lentas, duas notas da enxurrada entre directos e comentários.

  1. Um jurista, justamente indignado pelo modo como se estão a concretizar os procedimentos relativamente a Sócrates, lembrou que em Março  de 1975,sendo ele advogado de um Espirito Santo detido por acções passiveis desses procedimentos, teve todo o seu processo inicial (interrogatórios e medidas de coacção decididas) resolvido no espaço de 12 horas, dentro dos prazos compatíveis com um "Estado de direito".
  2. O dr.António Costa, no compreensível embaraço que lhe criou a situação, deixou escapar argumentação reveladora do seu visceral anti-comunismo ao dizer que o PS não adopta "práticas estalinistas". De Estaline diria que, recusando liminarmente o que a imagem/preconcceito de estalinista implica na sua versão para uso anti-comunista, lembro um povo (soviético), um Exército (Vermelho), um dirigente (Estaline) que a memória histórica deveriam respeitar. E que eu, que vivi e me formei como adulto durante e após a 2ª guerra mundial, respeito e muito admiro. 

sábado, novembro 22, 2014

Curtas - 2ª edição (ligeiramente aumentada) do publicado há uma semana

Ouvido:

"Há um cheiro a podre que tresanda..."
(o cheiro está a tornar-se insuportável nauseabundo é o termo... será do adubo e suas bactérias?)

Lido:

"Uma questão final: se o primeiro ministro for preso, a ministra da justiça demite-se?!"
(e se for o ex-primeiro-ministro a ser preso detido?!)

Escrito:

"A corrupção está no ADN do capitalismo,  a promiscuidade é a sua vocação e o clientelismo voctacional"
(os casos personalizados, os nomes, apenas interessam para ilustrar... e se ilustram!)

Depois da Assembleia, o Concerto pela PAZ

CONCERTO DA PAZ NO FORÚM LISBOA

O Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) realiza, no Fórum Lisboa (Avenida de Roma), no próximo sábado, dia 22 de Novembro, às 15h00, um concerto pela paz, com a participação de B'rbicacho, Conservatório D'Artes de Loures, Clave de Lua, Duarte, Luísa Amaro, Luísa Ortigoso, Oficina do Canto, Paulo Ribeiro com Jorge Moniz, Peste & Sida, Samuel, Sebastião Antunes e apresentação de Tiago Santos.

A iniciativa ocorre num contexto em que «os povos vêem crescer as ameaças à Paz em diferentes regiões do mundo» e «a guerra, com o seu rasto de barbárie e destruição, é cada vez mais utilizada pelas potências ocidentais dominantes para impor os seus interesses», lê-se na nota de apresentação publicada na página do CPPC. A não perder!

E eu aqui. Ao computador!
Que não faça qualquer falta.
Pois se nem nos coros entro
(e ainda bem para eles...).
Quanto à solidariedade 
e aplauso,
chegará lá!

25ª Assembleia da PAZ

Está a decorrer. 
E eu aqui! Por impossibilidade objectiva.
Pouca falta farei 
(um a menos é, sempre!, um a menos) 
mas a mim me faltará.
Que corra bem. 
Como tão necessário é! 


sexta-feira, novembro 21, 2014

Reflexões lentas - "Os políticos" e as políticas

De súbito, no meio da agitação provocada por estar ainda (sobre)vivente o sistema de relações sociais a que se chama capitalismo e a cuja autópsia se procede, apareceu um acontecimento que ligou os dois níveis a que se faz política em Portugal (e não só) - o nível da superstrutura em que uns fulanos a discutem e a "fazem", e o nível da subjectividade das massas, que é a base de tudo: as pessoas vivendo e con-vivendo.
Quando a ligação entre os dois níveis está no estádio de divórcio, de ruptura, como num golpe de mágica surge o incidente da suspensão da pensão vitalícia aos "políticos", ou seja, aos ex-eleitos - logo, aos cidadãos eleitos para serem, por período de mandato, a parte do nível superstrutural que delibera e executa, no interesse dos cidadãos representados, tal como o configura o quadro definido adrede, isto é, constitucionalmente. Essa delegação, pelo povo, do que, em sua representação, é deliberado e executado deve ser feita sob vigilância de quem, também eleito, tem o mandato temporário de avaliar a justeza e adequação dos desempenhos dos representantes, nesse quadro, e dos que, tecnicamente, têm por função verificar se esse quadro está a ser respeitado.
A isto chama-se democracia, evidentemente condicionada, na prática, pela correlação de interesses e forças sociais mas sempre no quadro constitucional.
Ora, assim sendo (por mal resumido que esteja), começo por recusar a divisão dos cidadãos (dos con-viventes na "cidade" ou num definido espaço geográfico, histórico, cultural) em políticos e não-políticos. São políticos os que têm o direito de eleger (mesmo - e quase diria sobretudo - quando não o fazem), são políticos os que têm o dever de aceitar ser eleitos. Sublinho a (teórica e inquestionável) efemeridade da situação de eleito - representante de representados - e critico a assumpção (pelos eleitos e por consenso inerme) de que a eleição é uma  promoção social, uma nova condição, um outro "ser". A eleição cria, isso sim, um mandato social, uma representação condicionada e temporal, um "estar" com prazo fixo embora potencialmente renovável (e nem sempre).
Não encontro maior e mais perverso ataque à democracia do que aquele que divide "democraticamente" os cidadãos e institui uma casta - "os políticos" -, ou que permite que alguns se castifiquem servindo-se da democracia para a desvirtuar.

Num momento de verdadeiro desnorte e de desagregação de um executivo (nesse desnorte se incluindo os partidos que têm partilhado executivos) que conseguiu unir contra si toda a base social, que criou condições ou permitiu ou facilitou ou cobriu todo o tipo de desmandos e agressões à ética e à legitimidade (e até à legalidade), este episódio da suspensão da suspensão depois suspensa é burlesco em si e é preocupante pela porta que a demagogia escancarou em agressão descabelada contra "os políticos", sem uma análise e serena do que estava (e está) em causa.
Mas reservo opinião sobre o que está em causa por poder implicar uma chamada "declaração de interesses pessoais", declaração que preenchi anos a fio, cumprindo normas constitucionais e estatutárias, com a tranquila consciência de nunca ter beneficiado (bem pelo contrário... e muito!) do facto de ter sido cidadão eleito por con-cidadãos para os representar.
E termino a reflexão que "posto", reiterando a grande preocupação perante o perigo para a democracia por assim se aproveitarem pretextos para mobilizar a dita "opinião pública" na anatematização de "os políticos", como se casta fossem, e iliba as políticas que, executadas pelos que como tal se assumiram servilmente, vão permitindo a sobrevivência de um sistema em estertor.    

"pequeno filme tirado a 500 milhões de quilómetros"

De um amigo recebi este mail com o título acima:

É fantástico e quase parece ficção!
a mais de 3 vezes a nossa distância ao sol, o pequeníssimo filme do impacto da Philae no cometa 67P (a nuvem de poeira!) e, depois do ressalto por falha no arpoamento, a sonda ali próximo finalmente pousada.
Três simples imagens feitas de fotões que levaram quase meia hora a chegar até nós!

Que maravilhas não são possíveis quando a humanidade, em vez de se empenhar na destruição do presente, se dedica a construir o futuro!...

J



(Image: ESA Rosetta Navcam)


Só deu para agradecer 
e para dizer que partilhava o seu entusiasmo. 
Assim o faço.

Coisas que passam "ao lado"...


Em Guayaquil, Equador

PCP participa no 16º Encontro Internacional de Partidos Comunistas e Operários

quinta-feira, novembro 20, 2014

BES e léxico

As audições na AdaR na comissão de inquérito ao BES têm sido, sobretudo por acção do grupo parlamentar do PCP, uma espécie de autópsia do capitalismo regulador, mostrando toda a genética ineficácia e o papel falacioso dos mecanismos e entidades de regulação.

Mas também tem servido para enriquecer as aplicações do léxico:

 «Ministra das Finanças peca por omissões

A diretora do 'Jornal de Negócios' comentou, no 'CM Jornal' de quarta-feira, a ida da ministra das Finanças ao Parlamento, no âmbito da comissão de inquérito ao BES. "A ministra peca por omissões, não por mentir deliberadamente", sublinhou Helena Garrido.» 

Quer dizer, mentir (eventualmente não deliberadamente) será igual ou será o mesmo que omitir.

quarta-feira, novembro 19, 2014

Palavras oportunas

Este "retrato" de uma realidade que está a ser vivida pede mesmo publicação. As palavras são armas (e decerto noutros lugares) já o fizeram. Não resisto a imitá-lo, com o enorme (e oportuno) gozo de ouvir Mário Viegas dizer palavras de Mário Henrique Leiria. 

terça-feira, novembro 18, 2014

Reflexões lentas (e curtas)

A ferro e fogo ou, talvez melhor..., em carne viva, procuro que a cabeça continue a funcionar. Com lucidez.


  • Um "cérebro" privilegiado, daqueles que também reflectem muito, embora (acho eu...) em excesso, aproveitou a morte do José Casanova para... reflectir sobre centralismo democrático. "Reflexão" que foi um ataque ao que o Zé defendia e debatia com enorme abertura e receptividade para as ideias e posições dos outros. Não mereceria duas linhas de resposta, nem o estou a fazer. Não pelo tema, não por entender que em quem morreu não se deve beliscar e apenas lembrar as virtudes (mesmo que haja defuntos que nenhumas tenha revelado em vida), mas pelo oportunismo e ausência de respeito de tal ataque que da morte do Zé se serviu, pelo que, ainda assim, transcrevo a reflexão que as circunstância me provocaram: algumas cabecinhas que se julgam privilegiadas deveriam começar por noções básicas e etimológicas como a de que há uma diferença qualitativa insuperável entre obediência e disciplina. E disse.

  • Tenho vindo a adiar a divulgação(zinha) destoutra reflexão sobre estatísticas e comunicação por razões que me parecem justas. Não queria que, com a legionella no topo dos noticiários, contribuir para mais eco, por infinitésimo ele que seja, e menos ainda para alimentar o quase-pânico que se instalou. Por outro lado, não posso deixar de considerar significativo e merecedora de reflexão o uso da estatística não para melhor informar mas para manipular a informação. Quer o director-geral de saúde quer o ministro da pasta que tem esse nome, vieram "acalmar o gentio" com o argumento aparentemente científico da desaceleração do número de pessoas atingidas. Dizer que se passou do crescimento quadruplicado de casos, depois triplicado, para um crescimento apenas duplicado e, por fim, para um de tão-só 35% é contar com a deficiente formação da "malta" (em estatística) e aproveitar esse menor conhecimento para nos desinformar. Exemplifiquemos: de 10 para 40 são 30 casos que quadruplicam o número de casos, de 40 para 120 são 80 casos que triplicam o número de casos, de 120 para 240 são 120 casos que duplicam o número casos, de 240 para 324 são (ainda!) 84 casos a acrescerem 35% o número de casos. A informação é uma arma muito sensível...      

segunda-feira, novembro 17, 2014

Ainda (e sempre) a morte do Zé

Para muitos, terá sido uma notícia inesperada. E brutal. Para alguns, terá sido a notícia adiada nos seus últimos dias de luta. Nem por isso menos brutal. Que nos impede de trabalhar, com a sua perda e já saudade a ocupar-nos o pensamento.
E, para todos, foi tudo tão rápido! Sobretudo, depois da notícia ser posta a correr nas nossas vias de comunicação. No sábado de manhã, o Zé morreu, à tarde, o enterro é amanhã com cremação no Alto de S. João às 19 horas. Assim, a correr. E assim foi! E assim talvez tivesse de ser. Mas ficou-nos um vazio dentro do vazio que a morte e o enterro do Zé deixaram em tantos de nós. Que vamos recuperando, enchendo-o com tudo o que o Zé nos deixou.
Sinto-me incapaz de retomar, com normalidade, o trabalho e a luta (que quero ligados) sem deitar  cá para fora duas ou três observações que me ocupam.
O Zé há tempos que tinha problemas de saúde, desde o deixar de fumar, que tanto o abalou, aos diabetes e outras rasteiras que a idade nos vai armadilhando. Mas a sua morte que tanto nos dói foi provocada por circunstâncias que nos indignam (ou deviam indignar!). O Zé ia ser sujeito a uma intervenção sem grandes riscos (embora todas e tudo os tenham) num hospital e, nesse hospital, aconteceu-lhe o que parece ter passado a ser a condenação de todos, ou quase todos, que aos hospitais têm de recorrer. Foi invadido por uma bactéria que, apesar dos esforços para a expulsar, se multiplicou numa colónia de bactérias. O Zé não resistiu à septicémia. A morte do Zé, pelas causas que teve, teria sido evitável se outra fosse a política em relação aos hospitais públicos, ao Serviço Nacional de Saúde.
Depois, magoa viver um tempo em que morte de um homem como o Zé, pelo exemplo de vida honrada e dedicada a um viver mais humano e a uma Humanidade em construção, pela sua cultura, pela sua intrínseca humanidade, pelo seu currículo, tenha ocupado o espaço e o tempo que ocupou na comunicação social, tempo e espaço que se pode dizer que nenhum foi relativamente ao que lhe era devido se os critérios editoriais não fossem de classe e o Zé um exemplo da luta da outra classe.
Foi tudo tão rápido (e silencioso) que se poderia quase dizer que apenas teria sido a morte de mais um (como foi!), mas foi  também de mais um que, pelo que fez da sua vida durante a sua vida, bem justificou a emoção de tantos mil que o quiseram acompanhar até ao fim físico. E que o acompanharam, tristes e lamentando não o fazerem num cortejo fúnebre até ao cemitério, enchendo aquele curto trecho das ruas de Lisboa. Todos os que estiveram no Alto de S. João sentiram (e continuarão a viver) a importância que o Zé teve nas suas vidas e nas lutas que se travam a todos os níveis, e a muitos custou ter de fazer aquele pequeno trajecto nos passeios encurtados pelos carros estacionados, e sentiram como uma violência ver o carro que transportava o corpo do Zé ter de parar nos semáforos, ao sinal vermelho.

Viva o José Casanova!
Pelo que foi e pelo tanto que nos deixou.        .      

O fana-liberalismo e os fana -liberais

Nicolau  Santos publicou, no Expresso-Economia, mais um esclarecedor artigo na sua página 5. Merecedor de leitura, reflexão e... transcrição:


Na participação na conferência 
do 90º aniversário da Associação dos Inquilinos Lisbonenses
surgiu-me uma nova expressão:
fana-liberalismo
fase superior do ultra-liberalismo,
querendo que "fana" possa ser lido 
como fanáticos (e se os há!) 
ou... fanado!


domingo, novembro 16, 2014

Foi tão bom o convívio, amigos!

Foi como gostamos (e porque gostamos) deste cantinho. Amigos, camaradas, conversa sempre séria embora envolvida nas falas do aparentemente fútil quotidiano.O nosso presente, com o crescente peso e expreriência do passado a querer ajudar ao f uturo que temos de construir.
Não se diz uma tarde de festa porque não o podia ser. Porque, ontem, perdemos a presença física do Zé, que ainda hoje vamos acompanhar pela última vez. na certeza  de que José Casanova continuará vivo em nós e nesse futuro para que ele deu  tão forte contributo (e continuará a dar com o que nos deixou como testemunho vivo e exemplo).

Ontem, a abrir o nosso convívio, li isto:

Como anfitrião, dou-vos as boas-vindas e agradeço a presença no que se pretendia que fosse um encontro de convívio alegre, festivo. Não o poderá ser! Sobre todos nós caiu a notícia esperada, mas nem por isso menos brutal, da morte do Zé Casanova esta noite. Se tínhamos a intenção de referir a sua falta e de afirmar toda a nossa preocupação e solidariedade para com o Zé na sua luta pela vida, tudo se precipitou e alterou. A todos nós nos faltará a presença física do Zé; para alguns, que melhor o conheciam, essa falta é um desgosto irreparável. 
Chegámos a pensar não realizar este convívio. O Zé não o quereria! Porque é um encontro de amizade e luta. Em que ele sempre esteve, em que ele está e em que ele estará sempre. Vamos passar uma tarde como ele gostaria que o fizéssemos, não com alegria, festiva, mas com a tranquila certeza de que estamos juntos, com toda a confiança no futuro, e que para ele temos de dar o nosso contributo. Vou passar a palavra ao Miguel Tiago, sem apresentações formais para além de sublinhar que é um jovem, embora estas questões de juventude e de velhice tenham muito que se lhe diga e toda a relatividade... Apenas lembro uma das muitas lições que José Casanova deixou em pequenas frases ou observações no meio de conversas amigas: dizem – alguns demagogicamente – que o futuro é dos jovens, mas os jovens são o presente que constrói esse futuro.

Obrigado a todos!














(Obrigado, Guida)

sábado, novembro 15, 2014

Morreu o Zé!

A mensagem veio. Esperada. Nem por isso menos brutal. 
Morreu o Zé. 
O José Casanova, o amigo, o camarada. 
O homem que melhor confundia duas características que o identificavam: o camarada, o amigo.
Morreu um ser humano bom. Comunista. Imprescindível.


«(...) Aproxima-se a freira mais idosa, presumivelmente a madre, já serena, embora com sinais de preocupação no rosto, Como podemos ajudá-lo, meu filho? - pergunta numa voz suave, Indicando-me a saída e emprestando-me algum dinheiro - responde ele.
Espere um momento - diz a freira na sua voz suave, e encaminha-se para a porta, depois pára, fixa o rapaz, corre os olhos pelas três religiosas, duas delas muito jovens, parece reconsiderar, reconsidera: Venha comigo - convida, sorrindo-lhe, seguem pelo corredor que ele já conhece, de um nicho, onde uma Virgem Maria sorri tristemente, a freira tira uma pequena caixa de madeira cujo conteúdo, uma dúzia de moedas diversas, vaza nas mãos abertas do foragido. É pouco, mas é todo o que temos - desculpa-se. (...)»
(pág.63 de Aquela Noite de Natal, de José Casanova)   

sexta-feira, novembro 14, 2014

Curtas

Ouvido:

"Há um cheiro a podre que tresanda..."

Lido:

"Uma questão final: se o primeiro ministro for preso, a ministra da justiça demite-se?!"

Escrito:

"A corrupção está no ADN do capitalismo,  a promiscuidade é a sua vocação e o clientelismo voctacional"

quinta-feira, novembro 13, 2014

Não é preciso convite...

964435446/249591120
        




CONVITE

Algumas destas “coisas”, retidas em papéis de acaso e circunstância, saíram da “arca” para livro, com a intenção de darem a conhecer o avô aos netos.
Também para servirem de pretexto para conversa e convívio em que o camarada e amigo MIGUEL TIAGO aceitou participar como apresentador de
Coisas da arca do velho

No dia 15 de Novembro de 2014, pelas 16h
Chico Santo Amaro, em S.Sebastião-Ourém

                                                                 Apareçam