quinta-feira, fevereiro 27, 2014

Desafabos (não é gralha nem dislexia...)

CONSIGNAS

Nossa:
Lutar para que a teoria (o conhecimento da história, no tempo histórico) fundamente, escore, avalie a prática. A prática que alimenta a teoria.

D’eles:

Fazer do pragmatismo intemporal a arma contra a teoria, e contra as dinâmicas que esta revela inevitáveis, a tempo incerto e a modo consoante. Consoante a correlação de forças. Na luta de classes. 

Atenção! Só NÓS (e não se fala SÓ de nós, os que estamos na luta) o podemos evitar!

 
  • Jorge Cadima
Os povos do mundo já pagaram um preço demasiado elevado
A caminho da guerra
Da Ucrânia à Venezuela, de África e Médio Oriente aos mares da China, multiplicam-se os sinais de que a tendência predominante nas potências imperialistas é para a guerra generalizada, o autoritarismo mais violento e o fascismo. Seja pela via da agressão aberta e directa, seja através de grupos mercenários a soldo, os imperialismos em crise sistémica estão em guerra aberta contra os povos e em guerra surda entre si, como ainda recentemente comprovou o telefonema da «diplomata» dos EUA Victoria Nuland ao seu embaixador em Kiev. No combate contra governos que se atrevem a dar mostras de soberania, lançam mão de paleo-fascistas, cuja ligação directa às hordas nazis na II Guerra Mundial ninguém pode contestar. Tal como o fundamentalismo religioso mais retrógrado e reaccionário ékosher na Líbia ou na Síria, também o anti-semitismo dos fascistas ucranianos torna-se «europeu» e «democrático». A sra. Nuland confessou numa Conferência Internacional de Negócios patrocinada pela petrolífera Chevron (13.12.13) que nos últimos 20 anos os EUA gastaram mais de cinco mil milhões de dólares a subsidiar a subversão na Ucrânia. Entretanto são retiradas as ajudas alimentares aos norte-americanos com fome porque «não há dinheiro».


Quem ache que isto é exagero faria bem em dar ouvidos a alguém que vem do coração do sistema e lhe conhece as entranhas, embora seja hoje dissidente. Paul Craig Roberts (PCR) pertenceu a governos de Ronald Reagan e foi vice-editor do Wall Street Journal. Hoje escreve que «a União Soviética servia de entrave ao poder dos EUA. O colapso soviético possibilitou a ofensiva neo-conservadora pela hegemonia mundial dos EUA. A Rússia sob Putin, a China e o Irão são os únicos entraves à agenda neo-conservadora. Os mísseis nucleares russos e a sua tecnologia militar tornam a Rússia o mais forte obstáculo militar à hegemonia dos EUA. Para neutralizar a Rússia, os EUA romperam acordos [...] expandiram a NATO para antigas partes constitutivas do império soviético […] e Washington alterou a sua doutrina de guerra nuclear para permitir um ataque nuclear inicial. […] O desenlace provável da ameaça estratégica audaciosa com que Washington está a confrontar a Rússia será a guerra nuclear» (14.2.14). Sob o título «Washington empurra o Mundo para a guerra», PCR escreve (14.12.13): «a guerra fatal para a humanidade é a guerra com a Rússia e a China para a qual Washington está a empurrar os EUA e os estados fantoches de Washington na NATO e na Ásia. […]. A única razão por que Washington quer estabelecer bases militares e mísseis nas fronteiras da Rússia é para negar à Rússia a possibilidade de resistir à hegemonia de Washington. A Rússia não ameaçou os seus vizinhos e […] tem sido extremamente passiva face às provocações dos EUA. Isto está a mudar […] tornou-se claro para o governo russo que Washington prepara um ataque inicial decapitador contra a Rússia. […] A postura militar agressiva de Washington face à Rússia e a China indicia uma auto-confiança extrema que costuma conduzir à guerra». Sobre a Ucrânia, escrevia PCR há mais de um mês (4.12.13): «A UE quer que a Ucrânia adira para que a Ucrânia possa ser pilhada, tal como o foram a Letónia, Grécia, Espanha, Itália, Irlanda e Portugal. […] Os EUA querem a adesão da Ucrânia para poderem aí posicionar bases missilísticas contra a Rússia».


O ex-governante de Reagan não reconhece que o entrave decisivo ao belicismo imperialista é a luta dos povos. Mas é mais lúcido do que muitos que se afirmam “de esquerda” quando adverte a China e a Rússia contra as ilusões e concessões. «É pouco provável que a China se deixe intimidar, mas poderá minar-se caso a sua reforma económica abra a economia chinesa à manipulação ocidental» diz PCR (4.12.13), que também alerta contra a «quinta coluna» de «licenciados programados pelos EUA que regressam à China». E é cáustico para com a tolerância da Rússia e da Ucrânia «que de forma tola permitiram que grande número de ONG financiadas pelos EUA agissem como agentes de Washington sob a capa de “organizações dos direitos do homem”, “construtores de democracia”, etc.» (14.2.13). As ilusões sobre a natureza do imperialismo e sobre a traição dos aspirantes a serventuários ricos pagam-se caro. Os povos do mundo já pagaram um preço demasiado elevado.

Às 5ªs avante! E que 5ª...com guia de marcha!















A CGTP-IN fez o balanço de quase três anos de aplicação do memorando da troika e só encontrou motivos para intensificar a luta pela demissão do Governo, realização de eleições antecipadas e por uma política alternativa. «No momento em que decorre a 11.ª avaliação, os dados, os factos e a generalidade dos números confirmam que estamos perante um programa que não só coloca o País numa situação de insustentabilidade económica, financeira, social e demográfica, como põe em causa direitos fundamentais consagrados na Constituição da República Portuguesa, na Declaração Universal dos Direitos Humanos e na Carta Social Europeia», refere a central. Razões de sobra para dar ímpeto às Marchas de hoje em Lisboa e no Porto.
  

Hoje!


quarta-feira, fevereiro 26, 2014

Dias de agora - morreu Jacques Nagels

25.02.2014

Uma notícia apanha-me no “Curral”, a jantar à pressa para ir para o ensaio da peça de Avelino Cunhal, dada pelo Nobre Correia, que não vejo e com quem não falo há décadas.

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Morreu Jacques Nagels!

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Todas as mortes nos levam um pedaço da nossa vida.

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Mesmo que o não saibamos, ou o queiramos esquecer.

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Com a morte de Nagels, do Jacky, é uma referência que deixa de ter suporte físico fora de mim, é um pedaço decisivo da minha vida que se apaga e reaviva.

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Ganhando, por isso, outra e ainda maior importância.

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O camarada belga, conhecido no princípio dos anos 70, há mais de 40 anos, deputado no parlamento belga – de que foi o último comunista –, professor muito prestigiado na Universidade Livre de Bruxelas… apesar de marxista.

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Que aceitou acompanhar e orientar os meus trabalhos, no âmbito de uma bolsa de estudo da Fundação Gulbenkian para um doutoramento sobre economia internacional (ou a internacionalizar-se).

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Depois, bem… depois foi o 25 de Abril, a mudança no País e nas nossas vidas, a recuperação da Pátria de que nunca abdicáramos por ser a nossa.

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Adeus ao projecto Gulbenkian, adeus a tanta coisa, mas tanta outra nova, e vida e futuro.

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Mas sempre em contacto, sempre lendo (estudando),  publicando Jacques Nagels.
 


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Até que, numa outra curva, o desafio de um doutoramento, o retomar o antigo projecto num outro formato, o processo de doutoramento no ISE e a re-escolha de Nagels como orientador.

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E a aceitação estimulante.

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Processo complicado, esolhoso, mas levado até ao fim

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Com um grande reconhecimento pelo apoio sem reservas, pelo incentivo e pelas ajudas do Jacques Nagels.

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Como se nada fossem, quando tanto – e  decisivas – eram.

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Depois, as vidas afastando-nos, ele na na sua vida na ULB, nos seus projectos (por exemplo, Groupe d’Economie Marxiste-GEM, Laissez faire, laissez troquer) casando a teoria, a carreira académica e a prática, com um período de papel activo nas relações comerciais com os países europeus socialistas e os países em vias de desenvolvimento (sendo a Bélgica “um país em vias de subdesenvolvimento”, como ele escrevia), eu nas minhas tarefas.

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Como eu sinto, hoje, o termos deixado de contactar, desde os aos 90!

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Naturalmente, como se não tivesse importância… logo nos veremos.

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E soube, hoje, da sua morte.

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Que torna esse afastamento, natural mas incompreensível, porque nada o explica senão o modo como as vidas se vão vivendo, com ou sem intercepções, cruzamentos.

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Morreu o Jacky.

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Como hoje me dói o que esta notícia me traz de irremediável!

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Continuará vivo no muito que deixou, estudado, reflectido, publicado, sementes nos seus alunos, entre os quais me conto, no tanto que com ele  aprendi.

terça-feira, fevereiro 25, 2014

Tem de ser! Outro caminho para Portugal e para a Europa










.... esta é outra louça!

Com estes arranjos internos...

Francisco Assis afirmou hoje que a sua candidatura pelo PS ao Parlamento Europeu representará "o bloco central e estruturante" da esquerda, e rejeitou a tese de que as eleições são um teste à oposição.
... (ou desarranjos intestinais?)
hão-de ir longe, hão-de!

segunda-feira, fevereiro 24, 2014

A situação na Ucrânia, o que não se diz, o que não se mostra

Mensagem do Primeiro Secretário do Comité Central do Partido Comunista da Ucrânia aos camaradas do Partido
 23 de Fevereiro de 2014

Caros camaradas comunistas!
Dirijo-me a vós num dos momentos mais dramáticos da história do nosso país. Durante os trágicos acontecimentos dos últimos três meses foi derramado sangue, morreram pessoas. Foi ameaçada a integridade territorial da Ucrânia e a sua própria existência como Estado unificado, independente, soberano.
Estes acontecimentos não têm um carácter unívoco. A participação neles de grandes massas de pessoas reflecte o profundo descontentamento na sociedade com o regime político de Yanukovitch e do seu círculo, que governou o país de forma inepta, enganando as pessoas, abandonando as suas promessas de campanha, e em momentos difíceis abandonando cobardemente o seu posto. O clã que se formou em torno de Yanukovith, que recebeu a designação de “Família” e que se enriqueceu de forma desavergonhada, afastou de si a maioria dos seus adeptos e eleitores.
Mas os protestos de massas não adquiriram o carácter de um confronto de classes. Ocorreu uma batalha feroz entre duas faces da mesma classe dos exploradores - a burguesia oligárquica -, das quais a mais organizada e preparada se revelou o agrupamento que juntou as forças pró-ocidentais, nacionalistas e radicais de direita. Estas forças utilizaram habilmente o descontentamento das pessoas e com o seu apoio realizaram um golpe de Estado .
Ao mesmo tempo, o Ocidente, ingerindo-se de forma aberta e sem cerimónia nos assuntos internos do nosso país, apoiou as acções das forças radicais de direita, na medida em que elas visam uma séria mudança na situação geopolítica na Europa e no mundo, a destruição dos seculares laços económicos, culturais e espirituais entre os povos ucraniano e russo, e os outros povos irmãos da antiga União Soviética, e entregam a Ucrânia ao protectorado dos EUA, da UE, da NATO, do Fundo Monetário Internacional e de diferentes empresas transnacionais.
As acções dos radicais de direita, liderados por forças abertamente neonazistas alimentadas pelo regime de Yanukovitch - herdeiros ideológicos dos ocupantes hitlerianos - são acompanhadas por uma nova e extremamente perigosa vaga de histeria anticomunista, pela destruição em toda a parte dos monumentos a Lenine e aos heróis da Grande Guerra Patriótica, por ataques banditescos às instalações do nosso Partido em Kíev e outras cidades do país, pelo terror moral e físico contra os comunistas, pela exigência da proibição da actividade do Partido Comunista da Ucrânia.
Tudo isso testemunha que estas forças que tomaram o poder podem recorrer a quaisquer acções ilegais, não se detendo perante a repressão não só dos funcionários do partido mas também dos comunistas de base.
É preciso estar prontos para isso.
Nas circunstâncias que se criaram, a nossa tarefa mais importante é manter a estrutura e os quadros do partido, é estar vigilantes, é não sucumbir às provocações.
É importante aproveitar todas as oportunidades para esclarecer os trabalhadores sobre a natureza do golpe ocorrido e o perigo das suas consequências para os cidadãos comuns: uma acentuada deterioração da economia, o aumento do desemprego e dos atrasos no pagamento dos salários e pensões, o aumento dos preços e tarifas, uma criminalidade desenfreada, um ainda maior empobrecimento do povo.
A direcção do Partido e o nosso grupo parlamentar na Rada Suprema da Ucrânia farão todo o possível nestas dificílimas condições para defender os interesses dos trabalhadores, salvaguardar o Partido, preservar a integridade da Ucrânia.

Caros Camaradas!
Perante o Partido, perante cada um de nós, erguem-se novas e duras provações. Reforcemos as nossas fileiras, multipliquemos os esforços na luta pela nossa justa causa: o socialismo!
 Piotr Simonenko,
Primeiro-Secretário do Comité  Central do Partido Comunista da Ucrânia, presidente do grupo parlamentar comunista na Rada Suprema da Ucrânia
--

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Neonazis ucranianos assaltam uma sede do Partido Comunista da Ucrânia



Estas imagens impressionam
... e lembram outras que vivemos,
aqui, há 39 anos!
A luta continua!

Venezuela - 4




















Mais uma!
Esta será a última
(desta série...)
das amostras
de manipulação da informação,
e suas várias e desvairadas vias.
Haveria muitas mais,
e também de outras paragens,
com maior ou menor gravidade
e/ou escândalo vergonhoso,
segundo as circunstâncias.

Uma para registar

Nas "correntes de escrita", ao correr das penas de todos nós, Rui Zink saiu-se com uma boa miacoutada:
"o prof. doutor Cavaco Silva mora no Palhácio de Belém", ele, Sexa, não é nenhum palhaço... mora é ali.

domingo, fevereiro 23, 2014

De regresso a de onde nunca saí

Encontro Nacional do PCP

22 de Fev. 2014 - Almada
A situação nacional, as eleições para o Parlamento Europeu
e a luta por uma política patriótica e de esquerda


No meu cantinho-ilha,
invadido pelo que a comunicação me traz,
em verdadeiras ondas de insulto 
à inteligência, à razão, ao que é humano, 
vejo e ouço, ao longe, o que me salva do naufrágio.
Para lá nado, 
nado como sei e sempre,
e encontro!

Para este domingo



L'Affiche rouge 
(Poème de Louis Aragon)

Vous n'avez réclamé ni gloire ni les larmes
Ni l'orgue ni la prière aux agonisants
Onze ans déjà que cela passe vite onze ans
Vous vous étiez servis simplement de vos armes
La mort n'éblouit pas les yeux des partisans

Vous aviez vos portraits sur les murs de nos villes
Noirs de barbe et de nuit hirsutes menaçants
L'affiche qui semblait une tache de sang
Parce qu'à prononcer vos noms sont difficiles
Y cherchait un effet de peur sur les passants

Nul ne semblait vous voir Français de préférence
Les gens allaient sans yeux pour vous le jour durant
Mais à l'heure du couvre-feu des doigts errants
Avaient écrit sous vos photos morts pour la France
Et les mornes matins en étaient différents

Tout avait la couleur uniforme du givre
A la fin février pour vos derniers moments
Et c'est alors que l'un de vous dit calmement
Bonheur à tous bonheur à ceux qui vont survivre
Je meurs sans haine en moi pour le peuple allemand

Adieu la peine et le plaisir adieu les roses
Adieu la vie adieu la lumière et le vent
Marie-toi sois heureuse et pense à moi souvent
Toi qui vas demeurer dans la beauté des choses
Quand tout sera fini plus tard en Erivan

Un grand soleil d'hiver éclaire la colline
Que la nature est belle et que le cœur me fend
La justice viendra sur nos pas triomphants
Ma Mélinée ô mon amour mon orpheline
Et je te dis de vivre et d'avoir un enfant

Ils étaient vingt et trois quand les fusils fleurirent
Vingt et trois qui donnaient le cœur avant le temps
Vingt et trois étrangers et nos frères pourtant
Vingt et trois amoureux de vivre à en mourir
Vingt et trois qui criaient la France en s'abattant

sábado, fevereiro 22, 2014

Da mediocridade enfatuada à idiotice e ao ridículo

Chegou-se às mãos, isto é, ao mail... e foi uma pausa de boa disposição (ri de verdade!... porquê isto de nos rirmos das desgraças dos outros/as?!)). 
Ah!, se o ridículo matasse!
Não sei quem fez (vou procurar...) este excelente trabalho de denúncia, mas apresso-me a partilhá-lo com os eventuais visitantes deste meu cantinho:

Venezuela - 3











Acima à esquerda: Numerosos "twiteiros" publicaram a foto de membros da segurança pontapeando um cão, afirmando que "a Guarda Nacional não perdoa nem aos cães; será que o cão é um perigoso nazi?"
À direita: a foto corresponde a um cão que, na Grécia, acompanhava manifestações anti-capitalistas e foi pontapeado pelos polícias gregos (não consta que se tivessem deslocado a Atenas membros da Guarda Nacional da Venezuela...)

Acima à esquerda: "twiteiro" assegura que uma criança foi ferida na localidade de Tachira por "hostes bolivarianas"
À direita: a imagem dura, cruel, de uma criança ferida... mas na Síria!, em que se considera a situação dos refugiados apenas pior aquando do genocídio ruandês.

Há muitas mais
... e ainda algumas virão aqui,
para ilustrar a manipulação 
a que somos sujeitos!

sexta-feira, fevereiro 21, 2014

Ucrânia

O Parlamento ucranino votou a favor do retrocesso à Constituição de 2004 e, consequentemente, a perda de alguns poderes do Presidente. Viktor Yanukovich e a oposição assinaram o acordo com vista à solução da crise no país. O documento foi assinado na presença de representantes da União Europeia.

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Não tenho opinião
(ainda),
se é bom, mau ou péssimo.
Mas... 
com este apadrinhamento presencial!,
não confio nada.

Venezuela - focos e (des)focos - 2















Acima à esquerda: "Twiteros" opositores apresentam imagem de suposta estudante venezuelana agarrada pelo pescoço e sendo arrastada por guardas nacionais. Pedem "que esta foto dê a volta ao mundo"!
À direita: A imagem corresponde a "estudantes reprimidos no Chile em Outubro de 2011"!














Acima à esquerda: "Twitero" assegura que se realizou "uma imensa marcha em cadeia que se fez em Táchira" contra Maduro, com pessoas de mãos dadas, com flanelas  de cor amarela, símbolo do partido de direita "Primero Justicia"
À direita: A imagem corresponde a "uma cadeia humana realizada na Catalunha, em Setembro de 2013" pela independência daquela região de Espanha!

há mais a publicar
de muitos mais exemplos!

Focos e (des)focos sobre a Venezuela - 1

A Venezuela está sob pressão. Violenta. Criminosa.
Vamos deixar aqui alguns exemplos da verdadeira (e asquerosa) campanha:












Acima à esquerda: "Twitera" opositora venezuelana publica foto de uma suposta estudante venezuelana a chorar, procurando abraçar um polícia "tu e eu somos venezuelanos, pá!"
à direita: a origem da foto é de factos ocorridos na Bulgária no ano de 2013 

publicar-se-ão mais
(dos inúmeros) exemplos

quarta-feira, fevereiro 19, 2014

Miró (e) os pensionistas:

Recebi um e-mail com esta mensagem.
Não sei a origem, mas não resisto a partilhá-la com os meus visitantes!
















Há praticamente 24 horas que os pensionistas estão sem reacção, no mesmo sítio, aterrorizados. Depois de se saber que o leilão de 85 quadros do pintor Miró foi suspenso, os pensionistas começaram logo a imaginar quem vai acabar por ter de comprar a colecção.
«Eu nem gosto particularmente do Miró», desabafou apenas, ontem à tarde, um pensionista que continua vidrado a olhar para a televisão.» 


...também o faço porque,
por sorte,
não me apanharam na fotografia
(e estava ali tão perto...)

composição da(s) "troika"(s)

A propósito de um sobressalto de (falso) pudor do senhor Vitor Gaspar por se sentir insultado ao ser tratado como 4º homem da "troika", há que refazer as contas.
Na tal "troika", há 2 que são 1. O BCE, que se saiba - e apesar da sua umbilical ligação à banca transnacional e de não ter o mínimo resquício de democracia -, é instituição da União Europeia-zona euro. 
Logo, poderia promover-se o dito ex-4º a 3º, e já seria uma promoção e entrada para o pódio. 
Mas não seria justo para os que já foram e para os que ainda são deste governo PSD/PP e, também, para o PS que assinou o documento "troikulento" inicial e, parece, só diverge na estratégia contabilístico-orçamental. 
Pelo que, ao que se tem chamado, justamente, "troika" nacional (os do tal decantado consenso) podem juntar-se todos num molhinho, numa parcela ou parceria (de parceiros).
Assim sendo, acertemos as contas.
A "troika", isto é, "os 3" são:

  • o FMI
  • a União Europeia, ou seja, a Comissão mais o BCE
  • a "troika" indígena (e indigente), composta por PS, PSD e PS, ou, como perora o sr. do FMI, "independentemente do partido no poder" (poder? só se for com ph, segundo um velhíssimo acordo ortográphico). 
Eis o consenso consensual dos consensuados!



Quem é que votou neste senhor?

do sapo:


O chefe de missão do FMI, Subir Lall, considera que "os êxitos obtidos até agora" merecem ser reconhecidos", mas têm de ser "levados adiante nos próximos anos".

Notícias Relacionadas

isto, em democracia
(com ou sem aspas), 
é um escândalo,
é um desaforo
que só as colónias tinham de aceitar
HÁ QUE DIZER BASTA!
... e como este governo não o fará ...


    O processo de avaliação da "troika" no Parlamento Europeu - 3

    Este longo (relativamente ao tamanho adequado a um"blog") texto foi public(ad)o na semana passada, na RTP. Justifica estudo e reflexão. Não pode - como nenhum - ser aceite tal-qual, sem reflexão e confronto com a realidade viva e vivida; como não pode ser rejeitado por vir de onde vem. Da preparação de um relatório de uma comissão do Parlamento Europeu a apresentar em plenário. Reflectirá a correlação de forças, ao nivel da União Europeia e entre os únicos eleitos no seu (des)equilíbrio institucional, e dele se devem tirar muitos ensinamentos... e argumentos para a luta que prosseguimos há décadas.
    Como a leitura pode não ser fácil - até por revelar/esconder a luta de classes que está no cerne das dinâmicas e decisões - reproduzo os sub-títulos:
    • Medidas da troika agravaram efeitos da crise
    • Aumento do desemprego e "novas formas de pobreza"
    • Cortes em despesas sociais e serviços básicos
    • Urgente plano de recuperação para os países intervencionados 
    • Conservadores europeus distanciam-se do relatório
    • Ação da troika escrutinada também no plano económico
    • Possíveis violações dos direitos fundamentais
    • BCE defende o seu papel
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    «Parlamento Europeu recomenda medidas para reparar estragos da troika
    António Carneiro, RTP 13 Fev, 2014, 18:48 / atualizado em 13 Fev, 2014, 19:16









    A Comissão de Emprego e Assuntos Sociais do Parlamento Europeu aprovou, por larga maioria, um relatório devastador que acusa a troika de ter agravado o desemprego, a pobreza e a destruição das pequenas e médias empresas na Grécia, Portugal, Irlanda e Chipre. O relatório, que deve ser ratificado numa sessão plenária em março, pede que a União Europeia ponha em marcha um plano de recuperação para reverter os cortes sociais aplicados nos quatro países resgatados.
    “Chegou a altura de recuperar o emprego e a situação social que foram destruídos e de reparar os danos. A dimensão social europeia foi completamente esquecida por aqueles que agiram como se a Europa fosse apenas um clube de credores”, afirma o eurodeputado Alexandro Cercas no texto do relatório agora adotado por 27 votos a favor, sete contra e duas abstenções.
    A análise dos eurodeputados aponta erros graves às políticas que foram impostas pela troika aos países intervencionados, as quais tiveram pesadas consequências sociais.

    Medidas da troika agravaram efeitos da crise
    O relatório destaca o facto de as medidas de ajustamento na Grécia, Portugal, Irlanda e Chipre terem contribuído para agravar os efeitos da crise financeira no que respeita ao desemprego, particularmente no desemprego de longa duração e no desemprego entre os jovens, o que levou a que muitos deles tivessem de emigrar.
    Segundo os autores do relatório, a falência das pequenas e médias empresas é uma das principais causas do desemprego e é também a maior ameaça a uma recuperação futura.
    Os eurodeputados dizem que as políticas da troika não pouparam setores estratégicos que deveriam ter sido protegidos, para sustentarem o crescimento e a coesão social.

    Aumento do desemprego e "novas formas de pobreza"
    O relatório sublinha que a precariedade do emprego aumentou, em conjunto com uma deterioração das condições básicas de trabalho, como a redução de 22 por cento no salário mínimo que teve lugar na Grécia.
    Novas formas de pobreza surgiram, que afetam os trabalhadores e a classe média, incluindo a incapacidade de pagar o crédito da habitação e elevados preços da eletricidade e gás que aumentaram a exclusão tanto em termos de habitação como de energia.
    Os autores do relatório dizem que os cortes que a Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional impuseram  aos quatro países, a troco de assistência financeira, colocaram em risco os objetivos sociais da União Europeia, em parte por causa do tempo demasiado escasso que foi dado para implementar as medidas e por não ter sido avaliado o provável impacto das mesmas nos vários grupos sociais.

    Cortes em despesas sociais e serviços básicos
    Os eurodeputados manifestam preocupação com o facto de os programas de recuperação financeira terem recomendado cortes específicos em despesas sociais concretas, em áreas fundamentais como pensões e serviços básicos, em vez de concederem aos respetivos governos mais flexibilidade para decidir onde poderiam ser feitas as poupanças.
    Os autores lamentam também que os representantes das entidades patronais e dos trabalhadores e a Organização Internacional do Trabalho não tenham sido consultados acerca da concepção inicial dos programas de assistência, o que, no caso de Portugal, levou a que o Tribunal Constitucional se tenha visto forçado a anular algumas medidas legislativas.

    Urgente plano de recuperação para os países intervencionados
    O relatório afirma que os Estados membros e a União Europeia devem colocar em marcha um plano para a recuperação do emprego após ter passado a parte mais aguda da crise financeira e que esse plano deve levar particularmente em conta a necessidade de criar condições favoráveis para as PMEs, por exemplo, reparando o sistema de crédito.
    Os deputados acrescentam que a Comissão Europeia, o BCE e o Eurogrupo devem rever, logo que possível, as medidas que foram postas em prática e a União Europeia deve apoiar, com recursos financeiros suficientes, a recuperação dos padrões de proteção social e a luta contra a pobreza.
    O relatório evita avançar verbas concretas e diz que “compete à Comissão Europeia avaliar as necessidades”, mas considera “absolutamente insuficiente” o fundo europeu de 6.000 milhões de euros que foi instituído para combater o desemprego jovem, e defende que este seja elevado para, pelo menos, 20.000 milhões.

    Conservadores europeus distanciam-se do relatório
    O Partido Popular Europeu (grupo político conservador onde se integram o PSD e o CDS-PP) distanciou-se entretanto das conclusões do relatório, assinado pelo eurodeputado socialista espanhol Alejandro Cercas.
    Em comunicado, o PP sustenta que “a inação dos socialistas é a causa do desemprego elevado”.

    Ação da troika escrutinada também no plano económico
    Para além das conclusões do relatório hoje aprovado na Comissão de Emprego e Assuntos Sociais, a ação desenvolvida pela troika na Grécia, Portugal, Irlanda e Chipre está também sob escrutínio no Comissão dos Assuntos Monetários e Económicos do Parlamento Europeu.
    Quarta e quinta-feira, os membros da comissão debateram quais os pontos a realçar num outro relatório que examina os efeitos da ação da troika no plano económico.
    Em ambos os debates, os eurodeputados aceitaram, em termos gerais, que as reformas dos programas de resgate eram necessárias e que a crise financeira serviu de “catalisador” para as mesmas.
    No entanto, muitos membros da Comissão apontaram erros da troika que poderiam ter sido evitados desde o início, o que teria permitido diminuir as dificuldades que os países intervencionados enfrentam atualmente.

    Possíveis violações dos direitos fundamentais
    Entre estes erros, os eurodeputados destacam a falta de responsabilização, uma abordagem padrão sem levar em conta as especificidades de cada país e possíveis violações dos direitos fundamentais.
    Os eurodeputados focaram-se no papel do Banco Central Europeu, sugerindo que o BCE poderá ter errado quando recomendou reformas laborais, e na forte resistência que se opôs a que os investidores privados sofressem perdas quando se tratou de reduzir a dívida da Grécia.

    BCE defende o seu papel
    Um dos membros do Conselho Executivo do BCE, Benoît Coeuré, foi ouvido na comissão parlamentar e procurou defender o papel da instituição, dizendo que “não se deve culpar os bombeiros pelos danos do incêndio”.
    Benoît Coeuré insistiu que, embora haja lições que devem de ser aprendidas do modo como a Troika operou, a situação teria sido muito pior se a intervenção não se tivesse dado.

    Os autores deste relatório, são Othmar Karas do Partido Popular Europeu e Liem Hoang Ngoc do grupo dos socialistas e democratas. Os dois homens vão agora conduzir conversações com os outros eurodeputados para obter a versão final do relatório que deve ser votada pela Comissão de Emprego e Assuntos Sociais no final deste mês.»