terça-feira, maio 31, 2016

JÁ NÃO HÁ BANCO DE PORTUGAL, por Nicolau Santos

in Expresso Diário 27 Maio 2016

Cada vez é mais evidente que o Banco de Portugal já não é o Banco de Portugal, mas uma agência do Banco Central Europeu, que atua por ordens de Frankfurt e que, quando decide pela sua cabeça, desculpa-se depois com as ordens que supostamente vêm de fora. Os exemplos já são muitos mas hoje surgiu mais um.

Pelo seu estatuto orgânico, o Banco de Portugal apenas obedece ao BCE. O governador é inamovível e não pode ser demitido pelo Governo, a não ser no caso de falha grave (mas até agora nunca tal aconteceu em nenhum país da União Europeia). E quando o país foi obrigado a cortar duramente em salários e reformas, os funcionários do Banco de Portugal mantiveram-se olimpicamente “a latere” desse esforço.

 A primeira grande confusão veio, contudo, com a resolução do BES. Supostamente, o BCE decidiu exigir num fim-de-semana uma linha de crédito de três mil milhões concedida ao banco e impedir o seu acesso para se refinanciar junto do Eurosistema. O Governo PSD/CDS não lutou contra esta imposição, o Banco de Portugal também não e o terceiro maior banco do sistema, na altura já liderado por uma pessoa escolhida e convidada pelo próprio governador, Vítor Bento, foi mesmo riscado do mapa, com prejuízos enormes para milhares de depositantes e acionistas e para a economia nacional.

Não contente com isto o Banco de Portugal voltou a ter uma atuação perfeitamente opaca no caso do Banif, cuja resolução impôs em Dezembro de 2015, depois de ter assistido de forma passiva à aparente degradação da situação, tanto mais que tinha um homem nomeado por si na administração do banco, que depois passou a ser o responsável pela supervisão do banco central. Para além do custo para acionistas e clientes, desta vez os contribuintes também receberam uma fatura de três mil milhões para pagar. E o governador atirou responsabilidades para cima de todos (o presidente do Banif, o anterior e o atual Governo, a Comissão e o BCE), menos para si próprio.

Não contente com isso, o Banco de Portugal decidiu de repente passar cinco emissões obrigacionistas que estavam no Novo Banco para o banco mau, o que atraiu as atenções dos investidores internacionais para a situação do país e pressionou as taxas de juro da dívida pública para a alta, além de criar uma desconfiança acrescida na atração de investimento estrangeiro e novas pressões das agências de rating.

Agora, pelos vistos, o Banco de Portugal quebrou uma regra que se repetia anualmente: entregar os seus dividendos ao Estado em Abril, já que fecha as suas contas em Março. Pois bem, este ano passou essa entrega para Maio, o que está a ser um motivo adicional para em Bruxelas se pedir que o país seja alvo de sanções (pelos resultados de 2015) e que ponha em prática novas medidas (porque a evolução orçamental não está em linha com o previsto).

Disse o primeiro-ministro que, se o Banco de Portugal tivesse entregue as verbas em causa em Abril, a evolução orçamental estaria em linha com o previsto e seria mesmo mais favorável. Mais: explicou que bastaria isso para que o défice estivesse com uma evolução melhor, mesmo que o Banco de Portugal, justificando-se com uma alteração de regras, vá entregar este ano ao Estado apenas um terço do que entregou em anos anteriores.

Ora mesmo sem uma pessoa ser adepto das teorias da conspiração, começam a ser casos demais contra os interesses do país. Ou se levarmos a teoria ainda um pouco mais longe, começam a ser casos demais contra o atual Governo, com que obviamente o governador não compartilha as mesmas opções económicas e ideológicas.

Convenhamos, por isso, que Carlos Costa começa a estar a mais na liderança do Banco de Portugal. Mas como manifestamente não se vai demitir, então talvez seja boa ideia começar a chamar-lhe funcionário superior do BCE e não governador do Banco de Portugal – que, como digo, já não existe. O que há é uma casta de funcionários, que não estão sujeitos às leis do país, liderados por um senhor que está sempre do lado de Bruxelas e Frankfurt – e não de Portugal.



segunda-feira, maio 30, 2016

terça-feira, maio 24, 2016

Memórias VIVAS!

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24.05.2016

Leituras na manhã…

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De Waldemar Cruz, no Expresso Curto:

O QUE ANDO A LER E A OUVIR

Na madrugada do dia 1 de janeiro de 1962 um grupo de militares e perto de trinta civis armados promove uma revolta contra o regime de Salazar. Sob a influência do general Humberto Delgado tentam tomar o quartel de Infantaria 3 de Beja e, com essa ação, contam desencadear uma insurreição geral. A operação falha e o capitão Varela Gomes, o militar que decidira tornar irreversível a depois chamada Revolta de Beja, fica ferido com gravidade. Há dezenas de prisões. Delgado chega a Beja quando já tudo está perdido. Varela Gomes passa uma semana entre a vida e a morte. Transferido para Lisboa, fica mais de dois anos em isolamento até começar a ser julgado em julho de 1964. Quando questionado pelo presidente do Tribunal Plenário se voltaria a pegar em armas contra o regime de Salazar, Varela Gomes recorre à ironia. Afirma que essa opção seria impossível, nas circunstâncias ali presentes, com a sala cheia de agentes da PIDE. Nas alegações finais surge uma resposta mais elaborada à pergunta antes colocada pelo juiz. Na verdade, impedido de momento de repetir a ação, nem por isso deixava de proclamar um voto que era sobretudo um apelo: "que, quanto antes, outros triunfem onde nós fomos vencidos". Menos de doze anos depois acontecia o 25 de abril. O episódio é relatado no livro cuja leitura ontem mesmo iniciei. Trata-se da biografia do coronel João Varela Gomes (1924), agora publicada pelo jornalista António Louçã. Na sequência daquele episódio, é afastado do Exército e entregue à PIDE.Passa seis anos nas cadeias do fascismo, sobretudo em Peniche. Reintegrado nas Forças Armadas após o 25 de abril, assume um papel marcante em todo o processo revolucionário, em particular na 5ª Divisão do MFA. Na sequência do 25 de novembro de 1975 vê-se forçado a sair do país para evitar a prisão. Permanece em Moçambique e Angola. Regressa em 1979 ao abrigo de uma Lei da Amnistia. Frontal, incómodo, lutador, com uma vivência riquíssima, é ainda hoje uma personagem polémica. Ao percorrer a vida do militar, Louçã apresenta uma leitura possível do seu papel e posições em momentos centrais da vida política portuguesa, antes e depois do 25 de abril. Designadamente num tempo sempre marcado por múltiplas interpretações, como é o "chamado Verão quente" de 1975. Embora confesse a sua amizade e admiração para com o biografado, o autor sublinha que "uma vida de luta não precisa de lendas que a enalteçam", pelo que opta por apresentar uma vida "com a sua verdade", sem escamotear contradições, ou a determinação que sempre caracterizou o velho militar.

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Ao ler isto, foi funda a emoção pela lembrança de como conheci (e me "ajudou") o capitão Varela Gomes, há 55 anos! (antes do "caso de Beja"), numa campanha eleitoral para a Assembleia Nacional - nas aproveitadas farsas eleitorais para se continuar a luta contra o fascismo -, em que um militar dava a cara quando o fascismo não recuava perante nada, nem perante a guerra nas colónias.

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... "isto" depois de, ontem, ter terminado o dia a ouVer o António Borges Coelho a contar episódios da sua vida e da nossa História no programa estórias do tempo da outra senhora, na RTP2.

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Há memórias a não esquecer, há regressos de quem tem de estar sempre connosco!

segunda-feira, maio 23, 2016

Pela escola pública!

Assim se começa um dia...

23.05.2016


Olho para o telemóvel, na manhã há pouco acordada do serão prolongado pelo tema das horas de trabalho na luta económica dos trabalhadores, e o sapojornais diz-me, do Público, que “BCE questiona regresso das 35 horas na função pública em Portugal”.
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Sai obscenidade mordida entre dentes, repetindo a que saltou quando li o Expresso e o seu canto superior direito!

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Procuro iniciar rotinas programadas entre o dormir e o acordar e leio o que ouvi ontem na televisão:

“Não há forma enviesada” de impedir reposição das 35 horas laborais
Ontem 14:49 Económico
Jerónimo de Sousa, líder do PCP diz que “não há argumento” para impedir o que é “da mais elementar justiça”.
O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, defendeu este domingo que “não há argumento” ou “forma enviesada” que possa impedir a reposição, a 1 de Julho, do horário de trabalho das 35 horas semanais na função pública, avança o Observador que cita a Lusa.
“Não se trata de conquistar qualquer direito novo. O que estamos a propor é que, com a mais elementar justiça, se reponha aquilo que foi roubado, aquilo que foi tirado aos trabalhadores da administração pública”, afirmou durante um comício realizado em Baleizão, concelho de Beja durante uma homenagem a Catarina Eufémia, assassinada há 61 anos.
As actuais 40 horas de trabalho semanal foram impostas pelo anterior Governo PSD/CDS-PP.
Jerónimo de Sousa aproveitou ainda  a ocasião para fazer o balanço da nova solução governativa tendo afirmado que a mesma já trouxe “vantagens” ao país, apesar de os resultados ainda estarem “aquém do necessário”.
“As opções do Governo do PS não integram a solução de fundo que o país precisa para enfrentar os graves problemas com que está confrontado, nomeadamente para responder às necessidades de crescimento económico e do emprego, mas não subestimamos, nem desprezamos os avanços já conseguidos”.

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Cheira-me a enxofre.

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E lembro como há 20 anos, no Parlamento Europeu, se votou favoravelmente um relatório do ex-primeiro ministro francês Michel Roccard que adoptava, para a dita União Europeia, a semana das 35 horas,

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E lembro as lutas de 1970, antes, e quase, e logo depois de Abril de 1974, em que foi central a questão do “tempo de trabalho”

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Como o é sempre!

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Ou não fosse o tempo em o trabalhador vende a sua força de trabalho e, por isso, o tempo que não é o seu tempo de vida.

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O seu tempo - de viver, de trabalhar, de ser livre - e não o tempo em que é obrigado, pelas relações sociais dominantes, a entregar a sua mercadoria força de trabalho a quem dela se sirva para os seus fins... que até podem ser muito necessários e úteis.

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E vou recuperar(-me) para as rotinas do dia a viver.

Da agência Lusa... para as gentes lusas!

Realizador Ken Loach critica austeridade que "provocou a miséria" em Portugal

23 de MAIO de 2016 - 06:58
No discurso depois de vencer a segunda Palma de Ouro, o realizador britânico defendeu que "outro mundo é possível e necessário".
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Yves Herman/Reuters
  •  
Ken Loach defendeu o cinema como forma de protesto contra um mundo em perigo pelas ideias neoliberais que implicaram uma vaga de austeridade "que provocou a miséria de milhões de pessoas desde a Grécia a Portugal, com uma pequena minoria que enriquece de maneira vergonhosa".
No discurso na cerimónia deste domingo, o vencedor da Palma de Ouro na 69.ª edição do Festival Internacional de Cinema de Cannes lembrou que "outro mundo é possível e necessário".
O cineasta fez um discurso muito aplaudido, com a assistência a colocar-se de pé para lhe agradecer as palavras e o filme, com o qual se junta a um número restrito de realizadores - sete no total - que receberam duas palmas de ouro. A primeira palma de ouro foi garantida há dez anos pelo filme "The Wind that Shakes the Barley" (Ventos da Liberdade). Nesta edição venceu com o filme "I, Daniel Blake".
A decisão do júri presidido por George Miller em atribuir a Palma a Ken Loach por uma política social e que denuncia a situação em que se encontram as classes mais desfavorecidas da sociedade britânica, e com uma convincente interpretação de Hayley Squires foi particularmente aplaudida, sublinha a agência noticiosa Efe.
O grande prémio do júri foi atribuído ao jovem realizador canadiano Xavier Dolan, de 27 anos, pelo seu drama familiar "It's Only the End of the World".
O prémio de realizador foi partilhado entre o francês Olivier Assayas ('Personal shopper', um 'thriller' que conta com a atuação da atriz norte-americana Kristen Stewart) e o romeno Cristian Mungiu ('Graduation', um drama sobre a corrupção numa sociedade pós-soviética).
Já o prémio de melhor ator foi entregue ao iraniano Shahab Hosseini pelo seu papel de marido afetado por um ataque à sua mulher dentro da sua própria casa no drama 'The Salesman', do realizador iraniano Asghar Farhadi.
Hosseini já tinha contracenado no filme de Farhadi 'A Separation' (2011), que ganhou um Oscar para melhor filme estrangeiro de língua não inglesa.
Por sua vez, o prémio de melhor atriz foi atribuído à filipina Jaclyn Jose pelo seu trabalho em "Ma' Rosa", realizado pelo seu compatriota Brillante Mendoza, no qual interpreta o papel de uma mãe que vende droga para sobreviver e cai nas presas de uma polícia corrupta.
As duas 'curtas' portuguesas "Campo de víboras" e "Ascensão", premiadas no festival IndieLisboa, no início do mês, foram selecionadas para a competição, no âmbito da Semana da Crítica, que tem como objetivo dar a conhecer novos talentos do cinema, mas acabaram por não vencer.
Esta edição do festival, sujeita às medidas de segurança mais apertadas de sempre, por causa dos atentados de novembro, em Paris, foi também marcada pela manifestação da equipa do realizador brasileiro Kleber Mendonça Filho, contra o que chamou "o golpe", que afastou Dilma Rousseff da Presidência do Brasil.
Além disso, mais de 30 organizações europeias de cinema uniram-se igualmente num protesto contra o Governo do Irão, em defesa do cineasta iraniano Keywan Karimi, de 30 anos, condenado a 223 chicotadas, no seu país, por ter dirigido o documentário "Writing on the city" ("Escrevendo na cidade") sobre os 'graffiti' de Teerão.
Em Cannes, fora de competição, foram ainda apresentadas duas longas-metragens com participação portuguesa: "La forêt de Quinconces", de Grègoire Leprince-Ringuet, produzida por Paulo Branco, e "La mort de Louis XIV", do espanhol Albert Serra, cuja rodagem passou por Portugal, teve a participação da Rosa Filmes e é protagonizada pelo ator francês Jean-Pierre Léaud, homenageado com uma Palma de Ouro Honorária, nesta edição do festival.
Este ano, o festival abriu com o novo filme de Woody Allen, "Café Society", exibido fora de competição, e encerra, pela primeira vez, com a exibição do vencedor da Palma de Ouro.


O júri foi presidido pelo realizador australiano George Miller.

domingo, maio 22, 2016

Para este domingo

Reflexões lentas com "o princípio da incerteza" na "nova era dos monopólios"

A propósito de “o princípio da incerteza”
ou da incerteza por princípio

notas de um (quase) diário:

(…)
tem algo de constrangedor ouvir dizer coisas muito estudadas, a partir e com base em conceitos como quem usa um abcedário que não tem a primeiras letras (o ABC) e muito investiga e discorre de D a Z.

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Antes manusear modestamente todo o alfabeto que fazer malabarismos exuberantes com o alfabeto amputado de letras que são básicas, essenciais para a compreensão da escrita e leitura.

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Como falar de dinheiro, crédito, banca, investimento, economia, ignorando necessidades, recursos, trabalho, relações sociais?

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Como fazer tábua rasa da razão de ser da moeda, apenas instrumento na epiderme das relações entre os seres humanos?

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Sim, do dinheiro!

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Sim, como começar a História da Humanidade a meio caminho (“meio” é força de expressão…), ignorando tudo o que foi História até esse começo a meio, com os séculos e milénios como única escala?

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Sim, meus caros coevos, será que as trocas, a moeda, o dinheiro, a poupança (i.é., a entrada do tempo na História), o crédito com base no poupado, nasceram com o capital, ou seja, com as relações sociais em que força de trabalho é mercadoria?

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Perguntado de outra maneira: será que não vos bastava aceitar (nalguns casos, em resignado estatuto de orfandade) que o capitalismo seria o fim da História.

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E até sendo isso duvidoso – como duvidoso parece ser o que seja o capitalismo –, têm de se apoiar no engano de que o capitalismo é o princípio de tudo, isto é, também o princípio da História?

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O dinheiro não é o que o capitalismo faz dele, mas aquilo para que foi criado e que depois, pelo capitalismo no seu funcionamento – na correlação de forças sociais em luta de classes –, foi sendo ao ser pervertido pelo uso e abuso, pela especulação e fraude.

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“O princípio da incerteza”?, e porque não começar pelo princípio dos princípios?, sem certezas!

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E assim me deitei, com estas incómodas e irritadas (mas revivificadoras) reflexões, e me levantei, hoje, a ler o Spiglitz no Expresso-Economia.

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Comecei bem com o seu “pensamento não convencional”, desta feita com o título de A nova era do monopóllo:

“Concorrência é algo que os mercados muitas vezes não têm. Isso tem consequências, desde logo na desigualdade.”

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Embora, desde logo…, se impusesse explicar bem a que se refere essa coisa da desigualdade, ou a que se referencia, o artigo explana sabença académico/prática para acabar assim:

(…)


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Será admissível que o respeitado Nobel desconheça (com tão silenciosa soberba…) contributos de Marx e de muitos que, por mais modestos, o têm  continuado na crítica da economia política, onde se inclui o trabalho teórico sobre os monopólios?

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Ou a alergia a certas palavras, ou os preconceitos…, são tão fortes que obnubilam tudo o que se use terminologias como concentração e centralização de capital?

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E assim passei a manhã.

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Mas hoje não é domingo?

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Vamos a ele!

sexta-feira, maio 20, 2016

domingo, maio 15, 2016

QUEM é que tomou e assinou esta decisão, QUANDO e ONDE?

Art. 1º Ficam extintos:

(...)

V – O Ministério da Cultura.
(...)
VIII – O Ministério das Mulheres, 
da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos.

sábado, maio 14, 2016

CLARO!!!... é a luta de classes

Mail amigo por aqui recebido:

«Claro que o assunto é totalmente desinteressante, mesmo que se trate do futuro do país.
Claro que as posições deles são sempre iguais e a cassete também, mesmo que sejam praticamente os únicos com a coragem de dar o passo em frente pela rotura com o pântano.
Claro que são todos já muito conhecidos, mesmo que um independente, catedrático de Economia, dê a cara a seu lado.
Claro que nem sequer têm umas carinhas frescas e jeitosas a quem apontar as câmaras.
Está mais que justificado.
São uns chatos.
Incomodam.
Jorge

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Sessão «A libertação do país da submissão ao Euro, condição para o desenvolvimento e soberania nacional»



Newsletter N. 24 - 2016 / 12 Maio 2016s



"A libertação da submissão ao Euro é uma necessidade e uma possibilidade"

10 Maio 2016
Intervenção de Jerónimo de Sousa, Secretário-Geral.
O Euro e a crise  
na e da União Europeia

O Euro e a crise na e da União Europeia

10 Maio 2016
Intervenção de João Ferreira, membro do Comité Central e Deputado ao Parlamento Europeu.

"Preparar a saída do Euro é fundamental, é a sustentabilidade do país como país que está em causa"

10 Maio 2016
Intervenção de João Ferreira do Amaral, Economista.

"Com o Euro a soberania nacional foi confiscada"

10 Maio 2016
Intervenção de Jorge Bateira, Economista.

"Os portugueses têm o direito de exercer a opção soberana de libertar o nosso país do Euro"

10 Maio 2016
Intervenção de Paulo Sá, Deputado à Assembleia da República.

"A libertação da submissão euro, a recuperação da soberania monetária é uma necessidade estrutural do país"

10 Maio 2016
Intervenção de Vasco Cardoso, membro da Comissão Política do Comité Central do PCP.

PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS
(Sede) R. Soeiro Pereira Gomes, n° 3, 1600 - 196, Lisboa | Tel.: 217813800 | Fax: 217969126 | Email: pcp@pcp.pt | Contacta»




Obrigado, Jorge



quinta-feira, maio 12, 2016

A adesão ao euro "foi um desastre" e a permanência no euro é "um desastre ainda maior"!

 - Edição Nº2215  -  12-5-2016

Podem contar com o PCP!



O PCP vai distribuir, a partir de sábado, 14, por todo o País, um folheto intitulado «Basta de submissão à União Europeia e ao euro».
No documento, onde se afirma a necessidade de «defender o interesse nacional», destaca-se a «nova fase da vida política do País», com «as limitações inerentes a um Governo PS», mas também «com as possibilidades que o contributo que o PCP criou para dar resposta aos problemas e aspirações mais imediatas».
No Orçamento do Estado para 2016, por proposta dos comunistas, foi consagrado, entre outras matérias, manuais escolares gratuitos para o 1.º ano de escolaridade já a partir de Setembro; apoio extraordinário aos desempregados de longa duração, redução da taxa do IMI, desagravando o seu valor em 10 por cento; interdição do aumento da taxa máxima e mínima das propinas.
Porque «é necessário ir mais longe», o PCP propôs ainda o aumento extraordinário de 10 euros nas pensões de reforma; o fim das das restrições a direitos e remunerações dos trabalhadores da Administração Pública; o reforço do apoio à criação cultural e ao património; eliminação progressiva do PEC. Estas medidas foram rejeitadas pelo PS.

Na Assembleia da República e fora dela, os comunistas assumem ainda o compromisso de criação de um Plano Nacional de Combate à Precariedade Laboral; combate à desregulação do horário de trabalho; reposição do princípio do tratamento mais favorável do trabalhador e eliminação da caducidade dos contratos colectivos de trabalho; consagração das 35 horas como duração semanal de trabalho para todos os trabalhadores; subida do salário mínimo nacional para os 600 euros; aumento extraordinário das pensões de reforma.

Entre tantas...

 - Edição Nº2215  -  12-5-2016

Da Grécia e da mentira…

Dizem as notícias que o Eurogrupo reuniu para analisar a situação na Grécia e que o «tabu» da dívida grega foi quebrado. As notícias lançam a possibilidade de «reestruturação» da dívida grega e a ideia da «flexibilidade».
Mas trata-se de uma mentira. O Eurogrupo nada decidiu sobre a dívida grega. O que decidiu e analisou foi, ao invés, o prosseguimento de um caminho que aprofundará ainda mais o grau de endividamento e submissão da Grécia aos ditames da União Europeia e do FMI. O que foi de facto decidido e «analisado» foi o cumprimento integral por parte do governo grego das medidas de austeridade contidas no chamado «memorando de entendimento» imposto ao povo da Grécia. Mais precisamente o Eurogrupo «analisou» se os 5400 milhões de euros de cortes nas pensões e de aumentos de impostos decididos pelo governo Syriza/Anel chegam, nesta fase, para «desbloquear» a segunda tranche do «empréstimo» à Grécia – cujo valor é também de 5400 milhões de Euros – que a Grécia «precisa» para «pagar» aos seus «credores». Ou seja, e simplificando, o povo grego paga mais cinco mil e quatrocentos milhões de euros. O Estado «recebe» esse mesmo valor de «empréstimo» que por sua vez entrega aos mesmos que lhe «emprestaram» esse mesmo valor. Contas feitas quem perde cinco mil e quatrocentos milhões de euros é o povo grego. Como sempre aliás. Como o demonstra o facto confirmado há dias de que 95 por cento dos 216 mil milhões de euros «emprestados» à Grécia foi parar aos cofres dos mega-bancos europeus, ou seja, aos «credores».
Quanto à dívida… Fala-se vagamente de reavaliação, de revisão, etc… mas só depois de 2018, e se a Grécia continuar a cumprir escrupulosamente as ordens dos «credores». Ou seja, o Eurogrupo aceitará mudar o método e o ritmo da extorsão (nunca o valor), mas só depois de a Grécia se endividar ainda mais. Pelo caminho, são aprovados mecanismos automáticos de ainda mais exploração e empobrecimento da Grécia (não vá a realidade fazer das suas) e garante-se que o «fundo de privatizações» (o bacanal de privatizações em que quem dita as regra são os «credores») está «operacional» em Setembro.
Não! O Eurogrupo não mudou nada, tal como nada mudou na Grécia e na União Europeia. Quem achar o contrário ou está enganado ou está a mentir.


Ângelo Alves 

Solidariedade!


terça-feira, maio 10, 2016

Reflexões lentas a propósito de previsões da prima vera

aponta mentes em quase-diário (agora chamado factos i relevâncias):


Na abertura da “intervenção” de amanhã* irei citar as observações de 1962 de um jovem economista de 26 anos na sua crónica na Revista de EconomiaHarmonização e Internacionalismo Político-Económico –, sobre o pedido de adesão do Reino Unido â CEE, precisamente nos 30 anos dos acordos de Ottava de 1932, criadores do “espaço Commonwealth”.
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No final, aproveitarei a lembrança de Paul de Grauwe, último artigo no Expresso das “previsões da primavera” da Comissão publicitadas (mas pouco) a semana passada, para sublinhar que essas previsões estimam um crescimento económico de 1,8% para o a União Europeia enquanto o conjunto (desconjuntado!) dos Estados-membros da zona euro apenas irão crescer 1,6%. 
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Esta diferença apenas agravará o facto dos Estados-membros da União Europeia, no seu todo (se se pode dizer assim), terem recuperado em 2012 o seu nível estatístico da “riqueza das nações” de 2008 enquanto a zona euro apenas o vir a fazer (se fizer…) este ano, isto é, com 4 anos de atraso em relação à comunidade de que são parte… 
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A partes desiguais, e ainda mais entre/dentro em si! 
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Na informação à comunicação social dessas previsões não muito primaveris , o vice-presidente da Comissão intitulado “responsável do euro e do diálogo social” (há compatibilidade?!... ou será irresponsabilidade?) afirmou que “o futuro crescimento dependerá cada vez mais das oportunidades que nós próprios criarmos, o que implica a intensificação dos nossos esforços de reforma estrutural a fim de remediar problemas de longa data de muitos países(...)”.
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E outro membro da Comissão, depois de confessar que o crescimento previsto era “bien maigre” acrescentou que “temos ainda muito a fazer para lutar contra a desigualdade”. 
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Ah, temos, temos! 
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… mas não “eles”, os que tanto têm feito pela desigualdade e as desigualdades. 
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E também não se “luta contra a desigualdade” apenas com a sua denúncia, com mais ou menos contundentes críticas aos “políticos da zona euro” e a esperança/ilusão de que esses aprendam com os erros e passem a estimular qb o investimento público**. 
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A política que os “políticos” podem definir e executar está condicionada pela correlação de forças sociais, e esta tem na sua raiz uma determinante relação social que se chama capital. 
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E o que se tem vivido não resulta de erros que se aprendam e corrijam sem uma transformação real – esta sim "quanto baste"... e enquanto – na correlação de forças sociais. 
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Resulta do funcionamento da relação social matriz, como lhe é permitido pela dita correlação. 
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Isto digo eu… que tomei partido!

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 * - Na UNIESTE-Universidade Intergeracional do Clube D. Estefânia-Lisboa.
** - "(...)O desempenho macroeconómico da zona euro desde 2010 continua fraco. Prometeram-nos um belo futuro na zona euro. Esse futuro não existiu. De facto, os países da União Europeia que decidiram não entrar para a zona euro portaram-se significativamente melhor do que os que aderiram à união monetária. É tempo de os políticos da zona euro aprenderem com os erros. Podem fazê-lo reconhecendo que devem estimular o investimento público. Se o fizerem aumentarão os efeitos positivos que as injeções de dinheiro do Banco Central Europeu tiveram na economia da zona euro.
Isto também tornará possível colocar a zona euro num caminho seguro de mais crescimento e cumprir as promessas que se fizeram no início da união monetária europeia." Paul de GrauweProfessor da Universidade Católica de Lovaina, Bélgica