domingo, março 31, 2013

O IDH - Indicador de Desenvolvimento Humano-2013 - 1ª de algumas mensagens


Já o esperava. Como, agora, espero disponibilidade para me dedicar a ele.Ao relatório que deveria ter saído em 2012 e foi adiado para Março de 2013. 
É, todos os anos, um documento de trabalho (de trabalho de informação que também é de gosto/gozo de "brincar" aos dados...). Como todos os anos, neste com alguns meses de atraso, actualizo-me. Como ele próprio, o relatório, actualiza as suas séries, e escolhe um tema central. Para este ano de 2012/13 o do "despertar do Sul" (traduzido como "A ascensão do Sul"... talvez por estarmos na Páscoa)), como já se referiu em anterior "post", antes da série que se inicia com este. 
Não há nenhum plano, vai-se folheando o relatório, acompanhando a realidade, deixando dados e comentários. 
Antes de todas as observações, o relevo para a importância de uma "ferramenta", que procura libertar(-nos) um pouco das grilhetas dos dados monetarizados (PIB, RNB e outros), ajustando informações sobre saúde, educação - sempre - e outros "valores". Ferramenta que traz a garantia (chamemos-lhe assim...) do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, e de uma equipa de técnicos de grande qualidade e e com a consciência do peso e da distorção das tais grilhetas.
Para (re)começar, retoma-se um confronto entre dois países, que já vem de trabalho sobre relatórios anteriores:











clicar sobre o quadro
para ver melhor 

Tem de haver sempre uma Coreia, ou uma Polónia, ou um Afganistão, ou um Chipre, ou um Iraque...

... ou um raio que (não n)os parta!, a todos...

  • reflexões de um russo anónimo na Internet, recebidas por via de um mail amigo:
Qual o objectivo dos mais de 200 000 militares Sul Coreanos e Americanos acompanhados de poderosíssimos meios bélicos nas cercanias da Coreia do Norte? Essas manobras vão durar cerca de dois meses.
Afinal quem está a ameaçar quem?
O objectivo das provocações é esse mesmo, fazer com que os Norte Coreanos façam o primeiro disparo, para haver o pretexto de reduzirem o país a cinzas em poucas horas.
O que fazem lá os B2 com capacidade nuclear, 2 porta aviões a deslocação de parte da esquadra do Indico para os mares da China, a mobilização dos meios aéreos estacionados no Japão (cerca de 350 aeronaves)?
E porque razão os Americanos sempre se têm recusado em aceitar as propostas apresentadas no principio dos acordos? Ou seja retirar as armas nucleares que têm estacionadas na Coreia do Sul. Quando aceitarem isso, a Coreia do Norte desmantela imediatamente o seu arsenal nuclear.
As propostas para a resolução do conflito apresentadas pela China e a pela Rússia são muito claras. DESNUCLEARIZAÇÃO DA PENINSULA COREANA.
A Coreia do Norte nunca de opôs a isso.
Por isso, não falseiem a verdade lançando mentiras em beneficio do patrão que lhes paga o serviço!

já agora...
desnuclearização para fins militares
do mundo todo!

Abril é sempre amanhã, logo antes de Maio



Abril começa amanhã.
Terão os juizes (sobretudo os do Tribunal Constitucional) que ser economistas, e primeiros ministros, e ministros das finanças, e directores gerais das sobreditas, e terão de colocar a "troikulência" acima do  Estado de direito, ou seja, fazer dele um Estado de direita ou, pior, uma ditadura?
A mim, que sou economista (embora reformado), não me peçam que dê pareceres sobre a constitucionalidade das decisões orçamentais (ou outras), exijam que eu - como qualquer outro cidadão, particularmente os que a juraram - cumpra a Constituição democraticamente instituída. 

sai um Coca-Cola zero!

Para este domingo de Prima vera?



?????? Ouçam, ao mesmo tempo... neste chuvoso tempo:



Escusam de ouvir as 8 horas da gravação! Chego eu.... e já chega!

sábado, março 30, 2013

ESTA POLÌTICA não é para as mulheres - 5

Este País, este mundo, ESTA POLÍTICA não é para as mulheres. Também assim o dizem as estatísticas. As reveladas e as ocultas. As que dão a distribuição dos desempregados em percentagem da população activa por sexo, mas, sobretudo, as das diferenças salariais. No entanto, muito para além das estatísticas, as mulheres são a parte (maioritária... estatisticamente) da população que é discriminada, suportando uma herança milenar, de divisão natural, biológica, do trabalho, aproveitada para a relação social exploradora. Como muitos o vêm dizendo, alguns repetindo ou divulgando Engels (Origem da família, da propriedade privada e do Estado).
ESTA POLÍTICA não é para as mulheres. Vê-se pelos números, sente-se no tempo que se respira em cada casa, em cada empresa, na escolha (?) das profissões, dos brinquedos, dos jogos, onde elas, as mulheres, parecem ser a personagem secundária, ou vangloriadas por não o serem, quando são, quase sempre, a intérprete segura, estável, criadora do que é mais importante.  

sexta-feira, março 29, 2013

Reflexões lentas - excertos de "dias de agora"...

29 de Março de 2013


O exercício e o excurso do poder.

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Comecei assim o dia, depois do final de ontem, a olhar a televisão..

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A adjectivação salta incontrolável.

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E a improperiação.

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Pobreza – como adjectivo apropriado e improp(e)riado…

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Malabarismo, vazio, oco, petulância, pose. 

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Funambulismo, manipulação, bacoco, sobreposse.

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Impropérios?

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Vejo que impropérios são “série de cânticos religiosos que se entoam na Sexta-Feira Santa (que hoje é!), durante a cerimónia de adoração da Cruz”, e fico mais tranquilo com o uso atempado que estou a dar à língua...

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…ou aos dedos.

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É assustador e significativo o discurso dos que hoje se julgam (melhor: dos que ontem discursavam poderosamente por se julgarem) detentores do poder, ou a ele são candidatos.

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Como é arrepiante o mau uso que fazem, dos veículos de comunicação que gerações de trabalhadores lhes proporcionam como da língua pátria, mátria, matriz.

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Não só gramaticalmente, o que seria muito e mau, mas, também e pior, da sua parte etimológica.

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Por exemplo – e só um… –, ouvir falar de convicções como tendo sido o fundamento e a característica de uma "narrativa" (!) completamente ausente de razões e só escorada em ardilosa construção argumentativa de factos, ou de pseudo-factos, ou de quase-factos, carregada de demagogia e habilidades excursivas, indispõe qualquer um que dê às palavras alguma da importância (enorme) que elas têm.

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O que vale, ao pobre mortal que sou e que, por isso, tem de dormir, são as leituras (e releituras) de antes de fechar os olhos.

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E elas estão a ser (re)compensadoras…

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Como por exemplo, e oportunamente, sobre o Poder.

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Num outro sentido… etimológico e com uma cuidada utilização das palavras e, até, do tamanho das letras, com a diferença entre o que escreve com maiúsculas e o que pelas minúsculas de fica.

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“Uma análise atenta da história, tanto do exercício do poder político como do exercício da direcção de partidos, mostra que o abuso do Poder é fácil e a impunidade também. Esta conclusão não significa que a posição correcta seja a desconfiança sistemática. Nem tão-pouco a ideia de que o mal é irremediável porque o defeito está na natureza humana. Se a história é pródiga em abusos do Poder e coberturas de impunidade, regista – e é imperativo que não só registe mas valorize – os que exercem o Poder com respeito pelos direitos e pela dignidade dos que são abrangidos pelas suas decisões.

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Álvaro Cunhal, Julho de 1997, no prefácio à edição do relatório para o IV congresso do PCP (1946)

(...)


... mas este último trecho (e mais)
vai para o outro "blog" em que colaboro
2013 - centenário de Álvaro Cunhal

quinta-feira, março 28, 2013

Chipre - da posição estratégica e do IDH

Entre Dezembro de 2010 e o "post" anterior, ou seja, no intervalo de menos de 2 anos e um trimetre, "postei" neste "blog" 38 mensagens sobre Chipre ou em que Chipre era referência dominante. É verdade que 10 desses 28 correspondem ou resultam de umas curtas férias, que muito úteis foram para um melhor conhecimento da situação.

Se o interesse já existia, aumentou com a evolução dos acontecimentos de que, de certo modo, acompanhei, então eao vivo, a evolução, já com o lastro do contacto com camaradas do AKEL no Parlamento Europeu.

Objectivamente, porquê tanto interesse num País com tão escassa população e tão pequeno poder económico?

 Apenas deixo um mapa que é elucidativo da importância estratégica do País,
além de toda uma relevância na História da Humanidade (que nós, ocidentais, estudámos), com uma colonização britânica de que os cipriotas se libertaram, com uma enorme influência cultural e religiosa grega, com uma brutal ocupação turca que se "resolveu" à boa maneira "kissingeriana" (e/ou de outros "colegas" seus dos negócios estrangeiros estado-unidenses e otans) de cortar um País em dois - e logo em 1974! -... até para colocar um tampão no perigoso ascenso de um povo que queria juntar soberania e democracia a sério à descolonização política. 
Depois, só ainda - por agora - uma referência à subsistência da grande força institucional de um partido comunista, com apoio de largas massas, a configurar uma situação que se diria anómala numa União Europeia de classe, e como um corpo estranho a poder ser contagioso para a correlação de forças. Apesar da pequenez e da periferia...
Mas nada disto é, ou acontece, por acaso.

E porque num desses "posts" se aproveitou o relatório do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) sobre o Indicador de Desenvolvimento Humano, aqui fica, ainda, o quadro então editado, em Dezembro de 2010
e que se actualizará com os indicadores este mês  divulgados, e que estão "em carteira" à espera de oportunidade. Será, decerto, o 30º "post" sobre Chipre desde Dezembro de 2010, e que, ou me engano muito, terá sobejos motivos para ter continuidade.

Chipre - esclarecedor

28.03.2013                          



O Chipre só tem uma solução!
                                                                                                             
Ângelo Alves
O desenrolar dos acontecimentos no Chipre, sujeito a um autêntico assalto comandado pela Alemanha por via do Eurogrupo, levanta um sem número de questões. Tentaremos por isso centrarmo-nos apenas em alguns aspectos chave da situação.
Uma primeira nota vai para o carácter sistémico dos acontecimentos. Não estamos apenas perante um roubo descarado ao Chipre, criminoso de todos os pontos de vista, incluindo o político e de relacionamento entre Estados. Nem apenas perante um acto de chantagem descarada sobre todo um povo como o demonstrou o ultimato do BCE ameaçando com uma autêntica bomba atómica financeira.
Estamos também perante um novo patamar de desenvolvimento da crise do capitalismo na União Europeia. Um patamar em que o processo de extorsão de recursos para a esfera financeira e de centralização e concentração de capital atinge um nível superior e é decidido à margem de qualquer controlo político, é esse o «modelo» de que vem agora falar a Comissão Europeia. É a total submissão do poder político ao poder económico, como o comprova o facto de o roubo às poupanças dos cipriotas e aos activos de centenas de pequenas e médias empresas ter sido decidido em Berlim, acordado em Bruxelas e imposto ao Chipre sem passar sequer pelo seu Parlamento.

Mas os acontecimentos no Chipre demonstram ainda um outro traço do desenvolvimento da crise do capitalismo. E esta é a segunda nota: o aprofundamento das contradições entre diferentes sectores do grande capital e por consequência entre potências económicas capitalistas no contexto do aprofundamento da crise. A medida de roubo às poupanças tem objectivos que demonstram até que ponto vai, no contexto da continuação dos processos de desvalorização de capital típico de uma crise de sobreprodução, a guerra económica entre sectores do grande capital.
O confisco criminoso das poupanças depositadas nos dois maiores bancos cipriotas tem duas consequências imediatas: a mais do que previsível fuga de capitais do conturbado Chipre para o «seguro» centro da Europa, mais propriamente para os mesmos mega bancos alemães; e a perda de muitos milhares de milhões de euros por parte de sectores do capital russo. Ora o que motivou parte da violência desta medida foi exactamente o que está por detrás das medidas que até agora vinham sendo tomadas em relação a países como Portugal. Ou seja, as economias do «centro» da Europa tentam a todo o custo construir cordões sanitários em torno do «seu» grande capital. Para isso arrasa-se economias, cria-se o caos económico e social e transfere-se para a periferia as ondas de choque da crise. O que é relativamente novo na situação do Chipre é que essa «exportação» de perdas é feita já não só para a periferia da União Europeia mas também para a Rússia. E é isso que está a irritar de sobremaneira Putin, defensor acérrimo dos interesses do grande capital russo e das suas máfias.

A terceira nota vai para a hipocrisia. Tenta-se justificar esta medida com a ideia hipócrita de que o sector financeiro cipriota estava sobredimensionado porque a sua economia tem uma forte componente de offshore. Ora os que agora afirmam isto são os grandes defensores da liberalização de circulação de capitais, os mesmos que se recusam a taxar o capital e as operações financeiras, aqueles que nem querem ouvir falar do fim de offshores como o Luxemburgo ou a Madeira. Hipocrisia pura para tentar justificar um roubo.

A quarta e última nota vai para o que não se fala. É que em Abril o Parlamento cipriota vai ser chamado a votar o «verdadeiro» memorando da troika. E nesse memorando estão todas as medidas que Portugal bem conhece. Cortes em salários e pensões, destruição de serviços públicos, privatizações, aumentos de impostos, etc... Com um acrescento: os falcões estão de olho nas reservas de gás recentemente descobertas em Chipre. Portanto, como afirma o AKEL, a solução está fora do quadro do memorando, e essa é a única solução!

e haverá (muito) mais
sobre Chipre

Monginho - As árvores secas e cheias de bicho...

voz-off:
"Está um bocado esCavacada
... mas com este adubo socratino
talvez se aguente mais uns tempos...
também depende do TC!"

Que 5ª feira!... vamos avante!



quarta-feira, março 27, 2013

SÓ crates

em todo o lado
 
... AQUI NÃO ...
 
diversão nada divertida

Dia Mundial do Teatro - Poderá o mundo de hoje ser reproduzido pelo teatro?

Em 1957, perguntava Bertolt Brecht, em
depois editado pela Portugália Editora
(traduzido por Fiama Hasse Pais Brandão,
em colaboração com Liselotte Rodrigues):

PODERÁ O MUNDO DE HOJE
SER REPRODUZIDO PELO TEATRO?,

e começava assim o texto da sua introdução a esses Estudos sobre Teatro :

«Foi com interesse que tomei conhecimento de que Frederico Dürrenmattt formulou numa palestra sobre teatro, a seguinte pergunta: "Poderá o mundo ser, apesar de tudo, reproduzido pelo teatro?" Quanto a mim, esta é justamente daquelas questões que, ao serem levantadas, desde logo se nos impõem pela sua acuidade. Já lá vai o tempo em que do teatro se exigia apenas uma reprodução do mundo susceptível de ser vivida. Hoje em dia, para que essa reprodução se torne, de facto, uma vivência, exige-se-lhe que esteja em diapasão com a vida. (...)»

E, depois de três páginas de texto explicativo, terminava Brecht com uma resposta que, sendo para os dias de há meio século, se ajusta muito bem, penso eu, aos dias de hoje.:

«(...) Nada mais será preciso acrescentar a este breve excurso (um contributo amigável para a vossa controvérsia) senão o meu parecer sobre o problema em causa: creio que o mundo de hoje pode ser reproduzido, mesmo no teatro, mas somente se for concebido como um mundo susceptível de modificação


... ingenuidade?... olhem que não, olhem que não!



Para fazer pensar, com a ajuda do Aleixo (como fui convidado a aproveitar por um amigo)

«Para a mentira ser segura
e atingir profundidade
tem de trazer à mistura
qualquer coisa de verdade»

Dia de muitas notícias...

... ou manhã em condições de me informar:

no sapo:



Medidas adoptadas naquele país “não são uma regra” e obedecem “à muito excepcional situação cipriota".

Notícias Relacionadas

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Mas há uma coisa que me parece (!) estar a escapar ao noticiário. 
Fala-se das "medidas adoptadas" como se não houvesse ainda instâncias do processo de adopção de medidas que ainda não foram ultrapassadas, o povo cipriota e os seus representantes eleitos... por exemplo.
E como vai ser o dia de hoje, ao abrirem os bancos que estiveram fechados estes dias?

Outras (e talvez não...) notícias

• Mil empresas por dia fugiram ao fisco em Janeiro (Renascença)

• Arrendamento: "Vamos desertar, fechar a loja e há-de ser o que Deus quiser" (Renascença)

• Clima económico e confiança voltam a recuperar em Março (Económico)

• Juros da dívida de Portugal sobem em todos os prazos (SIC)

Os juros da dívida soberana de Portugal estavam hoje a subir em todos os prazos face a terça-feira, bem como os das dívidas soberanas italiana, espanhola e grega

Ora caca!

No meu telemóvel, a primeira manchete desta manhã (ou deveria escrevar manha?):

DN: Fisco caca 30 mil empresas
num so mes a fugir ao IVA

Se fossem mas é à caça da caça grossa
que anda aí pelas praias
... off-shore, of course!

OUTRA INFORMAÇÃO - BRICS

26 de Março de 2013  

Brics anuncia acordo para 

sistema bancário de desenvolvimento 

O grupo Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) chegou nesta terça-feira (26) a um acordo para estabelecer um banco de desenvolvimento que faria frente às instituições dominadas pelo Ocidente. A informação é do ministro das Finanças sul-africano Pravin Gordhan, em declaração dada à AFP durante a 5ª Cimeira do Brics na África do Sul, que se estende até esta quarta. 



5ª Cimeira do Brics (...)
de vermelho

terça-feira, março 26, 2013

Censura a quê?


no sapo:

Moção de censura do PS avança na quinta-feira (Renascença)
A moção de censura do PS ao Governo será entregue na quinta-feira na Assembleia da República, sendo debatida em plenário a 3 de Abril. O texto irá apontar a violação de promessas eleitorais, o falhanço das políticas do Governo, a perda de autoridade e credibilidade do Executivo e o facto de o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho não ter voz na Europa.

Na troika,
no pacto de agressão,
na política, enfim...
não se toca?!

Boletim da Primavera (só chuva, por enquanto!)


Saiu hoje o Boletim da Primavera do Banco de Portugal.

É um documento de trabalho. E, neste momento da sociedade portuguesa, todos os documentos são convergentes na denúncia da política e na flagelação dos próprios erros. Sem, no entanto, visível vontade de humildade e reconhecimento da parte dos maiores responsáveis. A culpa é da... conjuntura externa, dos outros. A quem entregámos as rédeas da condução da política. Que nas nossas mãos deveria estar. Até porque as entregámos a mandatários por nós eleitos (nanja eu, nanja eu...). 
E os que vêm de fora dar ordens, fazer avaliações, essas coisas... também dão bons exemplos de pouco tino e nenhuma humildade, até nas "bocas", como o sr. do FMI!
Significativamente, o tema em destaque no boletim é a Avaliação dos erros de projeção do Banco de Portugal para a actividade económica no período 2009-2012.

Estamos perante uma primavera mais de tempestade do que de bonança. O boletim reflecte-o e não pode augurar melhor tempo, embora cheio de cautelas para não contribuir para mais borrasca.
Sem prejuízo do interesse de outros trabalhos, o texto que mais atenção concita é o das Projeções para a economia portuguesa 2013-2014. Dele se retira o Quadro 1 e os sub-títulos, que são elucidativos, informam e convidam ao comentário e à reflexão.
Queda persistente da procura externa em 2013, seguida de recuperação em 2014
(Sim mas também... depende. E nós cada vez mais dependentes com o consumo privado em vermelho e a FBCF com valores projectados absolutamente aterradores - -14,5% para 2012 e -7,1% para 2013).
Contração da actividade económica e deterioração das condições no mercado de trabalho em 2012, num contexto de ajustamento acentuado da balança de pagamentos
(traduzindo: desemprego a galope e o "benefício" de redução nas importações a "ajustar" o "prejuízo" de não se exportar)
Contração menos acentuada da actividade económica e da procura interna em 2013
Mas quando se contra, se contra, se contrai tem, inevitavelmente, de se seguir contracção menos acentuada...)
Desaceleração das exportações em 2013 e recuperação em 2014
(Estavam aceleradas a 3% em relação a 2011?, e quando chegará 2014?)
Continuação do processo de ajustamento do desequilíbrio externo
(Ajustamento, memorando de entendimento... o novo léxico! Austeridade, pacto de agressão!)
Estabilização da inflaçãoem níveis ligeiramente inferiores a 1 por cento em 2013 e 2014
(Como manda o BCE e as estatísticas obedecem)
Continuação da queda do emprego
(... e da subida do desemprego e da emigração)
Riscos globalmente descendentes para a actividade económica, em especial em 2014, e equilibrados para a inflação
(2014 é que vai ser se seria se fosse... não era para ser se seria se fosse em 2013?!)
O processo de redução dos desequilíbrios estruturais deverá continuar a marcar a economia portuguesa nos próximos anos, sem o qual não é possível assegurar um crescimento sustentável
(Isto é que é um sub-título! Tem tudo, ou seja, não diz nada e fala que se farta. 3 linhas de título para 10 linhas de prosa. Economia? Hei-de encontrá-la no palheiro das ferramentas financeiras).

Com esta primavera
nunca mais chega o verão

Viabilização, sim!, privatização e despedimentos, não!

do sapo:

Manifestação de protesto contra a indefinição do futuro da empresa de Viana do Castelo segue em direção à residência oficial do primeiro-ministro.

A dívida... ou as dívidas

Nos pequenos trabalhos em que procuro aproveitar o tempo (que foge...) acompanho uma coisa chamada World Debt Clock, que traduzo livremente por dívida ao cronómetro, e que, não me merecendo particular confiança, é uma referência curiosa. Já aqui a aproveitei mais de uma vez, e acabo de a actualizar, suscitando-me algumas observações:

  • De Fevereiro de 2012 a meados de Março de 2013, pode retirar-se este quadro, com a virtude de se usar a mesma fonte no intervalo de pouco mais de um ano, dir-se-ia crucial, e em que se pode ver que todos os países escolhidos aumentaram, quer a sua dívida externa, quer a dívida pública, mantendo aproximadamente as mesmas posições relativas, em que aparece anómala, em relação ao conjunto, a percentagem do PIB que mantém a dívida externa da Irlanda, com a do Reino Unido também em níveis muito altos.

  • O que será de salientar, para além do crescimento da(s) dívida(s) em todos os países, é o facto da Irlanda ter absorvida grande parte da sua dívida externa na dívida pública, não obstando a que a dívida externa ainda assim tivesse aumentado em percentagem dos PIB, residualmente... mas aumentando! 
  • O que também parece de relevar é que, sendo a dívida externa (e a pública), calculada em percentagem dos respectivos PIB, a maneira sadia de melhorar a fracção (div./PIB) seria a de conseguir aumentar o denominador com o crescimento da economia e diminuir o numerador no que respeita aos juros da(s) dívida(s), que atingem níveis que só se podem compreender como concretização de uma estratégia de sistema, de uma luta de classes, e que, no caso português, já passam de 7 mil milhões de euros enquanto se alardeia a necessidade de cortes em despesas sociais a esse mesmo nível.
  • É evidente que estas reflexões resultam de permanente observação do que se nos oferece na informação - e do que de informação se procura - e são meros comentários de passagem, deixados com a intenção de que também possam servir a outros na busca de reforço tomadas de posição que ajudem a mudar de política.



segunda-feira, março 25, 2013

A saída do euro... porque nele entrámos!

iinformação

Estes economistas já vêem Portugal
fora do euro e dizem como vai ser

Por Margarida Bon de Sousa , publicado em 25 Mar 2013 - 13:59

Defensores da saída do euro invocam o caso da Islândia.
E dizem que a recuperação será mais rápida

(...)

A propósito... e só para lembrar!

Extracto de actas do Parlamento Europeu (em 50 anos de economia e militância - e mais 5...):

«SESSÃO DE SÁBADO, 2 DE MAIO DE 1998

4. Moeda única
Declarações de voto

Ribeiro (GUE/NGL). – Senhora Presidente, os deputados do Partido Comunista Português, com a solenidade que a ocasião exigiria, mas que a euforia para impressionar a opinião pública não permite, declaram que:

- o seu voto é a expressão coerente de uma posição contra este projecto, o modo como foi conduzido e os interesses que serve. Não é um voto contra a estabilidade de preços, o equilíbrio orçamental, ou o controlo de dívidas, mecanismos e instrumentos. É, sim, um voto contra a sua utilização para impor estratégias que concentram riqueza, agravam desemprego, agudizam assimetrias e desigualdades, criam maior e nova pobreza e exclusão social, diminuem a soberania nacional e aumentam défices democráticos;

- é também um voto contra a formação do núcleo duro para a Comissão Executiva do BCE, privilegiando zonas geográfico-monetárias e partilhando influência entre grandes famílias partidárias, numa evidente polarização do poder na instituição que condicionará todas as políticas dos Estados-Membros;

- após este passo, continuarão a combater os já reais e os previsíveis malefícios do projecto que integram os mecanismos e instrumentos criados. Procurarão, do mesmo modo, contribuir para que sejam potenciadas as suas virtualidades;

- lamentam, por último, que o Parlamento tenha perdido a oportunidade para se credibilizar como instituição democrática, por ter cedido à pompa e circunstância de um ritual de homologação ou de confirmação do que lhe foi apresentado.»*
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* - Em confronto, por me parecer muito significativa a vários títulos, transcrevo, também das actas, a declaração de voto dos deputados do Partido Socialista:
«Marinho, Torres Couto, Apolinário, Barros Moura, Campos, Candal, Correia, Torres Marques, Lage, Moniz (PSE), por escrito. – O euro entrará em vigor em 1 de Janeiro de 1999. É uma certeza que desmente categoricamente os vaticínios negativos que muitos faziam.
Portugal, contrariamente às previsões daqueles que não apostavam um cêntimo nas suas possibilidades, venceu, brilhantemente, todos os exames e está na primeira fila dos países fundadores, participando com orgulho neste momento, verdadeiramente crucial da história da Europa, que assim dá sinais de não querer envelhecer e declinar. Ao contrário também daqueles que arrogantemente garantiam a pés juntos que para atingir o euro seria necessário sacrificar os interesses imediatos dos cidadãos e, ao mesmo tempo, previam uma crise da produção nacional. Portugal desmentiu, nesta recta final do euro, todas as teorias académicas e ideias adquiridas: o crescimento económico do país acelerou, o nível de vida dos portugueses melhorou e a capacidade de exportar aumentou.
Tudo isto foi conseguido porque a grande maioria dos portugueses se sentem identificados com este grande projecto, porque trabalhadores e empresários souberam aproveitar a conjuntura favorável e porque, é justo dizê-lo, o Governo socialista soube combinar habilmente a expansão da procura interna com o investimento público e apostou na iniciativa privada, dinamizada pela baixa da taxa de juro. Tudo isto realizado num clima de tranquilidade social e de solidariedade de que a introdução do rendimento mínimo garantido foi o símbolo maior.
Não se pode dizer que não haverá problemas ou dificuldades. Todavia, tal como o país mostrou ser capaz de realizar as «performances» inesperadas que realizou, também será capaz de, com o mesmo espírito e dinamismo, aproveitar as oportunidades que tem à sua frente e aproximar-se mais depressa dos níveis médios de riqueza e das exigências de competitividade dos nossos parceiros do euro, com os quais encetamos esta caminhada inédita na história contemporânea. Caminho esse que não dispensa, antes exige, uma intensificação da dimensão política e social da integração europeia. A Europa política tem agora a palavra, o funcionamento democrático da União Europeia e o envolvimento dos cidadãos têm a prioridade.
Nós, que desde sempre nos batemos e sonhámos com este momento, temendo quantas vezes em silêncio que não nos pertencesse a alegria da chegada, sabemos reconhecer quem nos indicou o caminho e quem o tornou possível. Vivemos um acontecimento singular da história da Europa, um princípio e não um fim, e estamos conscientes que nesta nova etapa do projecto europeu, esta instituição, será chamada a uma maior intervenção nos destinos da Europa.»


Semana de choques, surpresas, pressões e muitas manobras... etc.

os maquiavelismos do Largo do Caldas
(e as pressões para remodelações)
os "choques eléctricos" do gajo do FMI
as esperas do Tribunal Constitucional
a violentíssima moção de censura do PS
(sem beliscar no pacto de agressão?!)


QUE EMENTA!!!



e a luta continua!
contínua!

domingo, março 24, 2013

Uma dúvida...


do sapo:

São cada vez menos os que acreditam que o rumo leva a bom porto, mesmo na bancada do PSD. Ex-
colaboradores de Passos na campanha também não poupam críticas.

????????????????????????????
... pode cair 
o que sempre esteve por terra
e rastejante?
????????????????????????????

Para este domingo



Na manhã seguinte à sessão cultural evocativa
do centenário de Álvaro Cunhal,
na Reitoria da Universidade de Lisboa
e do Reitor Sampaio da Nóvoa
ter feito uma intervenção notável,
que terminou dizendo:
"A gente ajuda. Havemos de ser mais!"

sábado, março 23, 2013

Morreu João Honrado

 Foi já sob intensa emoção, a participar na sessão cultural na Reitoria da Universidade de Lisboa, - de que amanhã falarei, aqui e no blqg 2013-centenário de Álvaro Cunhal -, que soube, pela voz comovida de Samuel, da morte de João Honrado.
Nada sou capaz de escrever sem deixar, antes, esta palavra (e esta fotografia de há 40anos, com o meu filho João), muito emociado pela morte do enorme amigo e camarada.

Amanhã se dirá alguma coisa da extraordinária sessão cultural em memória e homenagem a Álvaro Cunhal, em que fui um dos que encheu a deitar por fora a Reitoria, de que só uns minutos de grande tristeza me tiraram daquele encontro e convívio. 
E por muito que quem falar dela diga, sempre se ficará aquém do que ela foi. E quem a quiser calar, vive decerto num mundo que não é nosso.

 

A execução orçamental - Elucidativo!


Nota do Gabinete de Imprensa do PCP

Execução Orçamental dos dois primeiros meses do ano



1. A Síntese da Execução Orçamental dos dois 1ºs meses do ano, divulgada hoje pela Direcção Geral do Orçamento, permite constatar já um claro desvio entre as previsões de evolução da Receita e da Despesa inseridas no Orçamento para 2013 e a execução verificada em Janeiro e Fevereiro. Dois meses passados desde o início do ano e o fosso entre as previsões e a realidade começa desde já a crescer de forma muito preocupante.
2. A evolução verificada ao nível da Receita Efectiva da Conta Consolidada da Administração Central e da Segurança Social, em que se previa um crescimento de 2,7% nos dois 1ºs meses do ano e a queda foi de 3,5%, e na Despesa Efectiva em que se previa um aumento de 2,9% e o que se verificou foi um aumento de 4,4%, são bem elucidativas do impacto negativo que a situação recessiva em que vivemos tem na arrecadação da receita.
3. A receita fiscal, principal componente da receita efectiva, apesar do forte aumento do IRS que incide sobre os trabalhadores por conta de outrem estagnou, devido à queda das receitas do IVA e do ISP, as receitas das Contribuições para a Segurança Social caíram em vez de aumentar como se previa no OE 2013 e as despesas com o subsídio desemprego dispararam 21,1% nos dois 1ºs meses do ano, não obstante a redução do valor do subsídio de desemprego e os obstáculos cada vez maiores no seu acesso, quando no OE para 2013 a previsão de crescimento é de apenas 3,8%.
4. Os dados da execução orçamental mostram claramente a necessidade de se interromper rapidamente as políticas que têm vindo a ser seguidas sob pena da espiral recessiva em que estamos metidos se vir a aprofundar ainda mais, com mais desemprego, mais recessão, mais défice orçamental e mais dívida pública a sucederem-se uns atrás dos outros.
5. O PCP reafirma uma vez mais que só com a rejeição do Pacto de Agressão, só com a ruptura com a política de direita, só libertando o país dos interesses do grande capital, só com a urgente demissão deste Governo e a com a devolução da palavra ao povo, Portugal poderá ter futuro. O país precisa de uma outra política, de uma política patriótica e de esquerda.»

PORTUGAL TEM FUTURO!

Falemos sério, muito seriamente!



A 5 Abril de 2011, nas vésperas do Governo PS/Sócrates pedir a intervenção externa do FMI e da União Europeia, o PCP foi pioneiro na apresentação da proposta da renegociação da dívida pública. Entretanto a indispensabilidade da renegociação da dívida passou a ser reconhecida por amplos sectores da sociedade portuguesa, incluindo muitos dos que criticaram originariamente a proposta do PCP. Hoje, mais do que nunca, perante a dimensão trágica da concretização do pacto de agressão, a proposta política que o PCP apresentou ao País há quase dois anos confirma-se como uma opção indispensável para travar o caminho do desastre.
1. Como o PCP sucessivamente denunciou, o endividamento externo líquido do País é uma das consequências mais visíveis da política de direita que PS, PSD e CDS impuseram nos últimos 37 anos. Uma dívida pública e privada colossal, em que a dívida privada é maior do que a dívida pública e que é inseparável de um processo de desindustrialização, do abandono da produção nacional, das privatizações, da submissão às imposições da UE (incluindo a opção pelo euro) e do grande capital. Uma dívida que resultou, não de um povo «a viver acima das suas possibilidades» ou do investimento do Estado na saúde e na educação, mas de um processo de aprofundamento da dependência externa e de subordinação aos interesses dos grupos monopolistas.
2. Com o endividamento do País ganharam aqueles que nos impuseram a liquidação do aparelho produtivo – como a França e a Alemanha – e a quem passámos a comprar aquilo que o País deixou de produzir; ganharam e ganham os bancos da Alemanha, da França, e também de Portugal, que de forma escandalosa se financiam junto do BCE a taxas de juro de cerca de 1%, para depois adquirirem dívida pública cobrando taxas de 6%, 7% e até 8% ao Estado português; ganharam os banqueiros, a quem o Estado limpou prejuízos (como no BPP e no BPN), entregou milhares de milhões (como no BCP; no BPI; ou no BANIF) e adiantou garantias, transformando dívida privada em dívida pública.
3. A opção de PS, PSD e CDS de abrirem a porta à intervenção externa da troika, a pretexto de uma dita bancarrota, tal como o PCP denunciou, não resolveu nem o problema da dívida nem do défice. A cada dia que passa confirma-se o desastre económico e social a que conduz a política do Governo PSD/CDS. Os trabalhadores e o povo viram sistematicamente atacados os seus direitos, os seus salários, as suas reformas e degradar-se de uma forma brutal as suas condições de vida. Semana após semana, foram e são avançadas mais medidas contra os interesses da generalidade dos portugueses, apresentadas de cada vez como inevitáveis e definitivas e logo agravadas.
As consequências desta política na sociedade portuguesa acumulam-se: um desemprego real a caminho de um milhão e 500 mil desempregados; uma recessão prolongada que as próprias previsões da troika apontam já para 2,3% em 2013 e para a sua continuação em 2014; uma destruição acelerada de micro, pequenas e médias empresas; a degradação acentuada de serviços públicos em sectores essenciais; o aumento da exploração; o aumento da pobreza.
De facto, comprova-se que, tal como o PCP sempre afirmou, a consolidação das contas públicas e a redução da dívida pública tem de ser obtida com o crescimento económico e não se atingirá com uma política altamente recessiva como é a inscrita no pacto de agressão. O anúncio de que o défice das contas públicas continuará acima dos 6% e de que a dívida pública ultrapassa já 122% do PIB são disso bem demonstrativos.
4. A gravidade da situação actual impõe que o PCP insista numa política alternativa ao pacto de agressão. Uma alternativa que passa por encetar a renegociação de uma dívida que mostra ser impagável e em nome da qual se continua a impor sacrifícios inaceitáveis aos trabalhadores e ao povo. Uma opção que não sendo original – recorde-se o processo desenvolvido pela Alemanha há 50 anos que indexou o serviço da dívida contraída no quadro da II Guerra Mundial a um valor de 5% sobre as exportações – se adequa à realidade portuguesa.
Renegociar a dívida é indispensável para garantir a criação de condições para o crescimento, para o aumento da produção nacional, para o aumento do investimento e a melhoria dos salários, pensões e reformas e em geral do poder de compra dos trabalhadores e das populações. Renegociar a dívida é pôr fim à imposição de juros agiotas (7330 milhões de euros em 2012 – mais do que a despesa com educação ou com o Serviço Nacional de Saúde) que retiram ao país recursos essenciais. Renegociar a dívida é apurar e recusar pagar uma parte que é ilegítima. Renegociar a dívida é garantir afinal o seu pagamento, que não será possível sem a criação de mais riqueza.
5. O processo de renegociação que o PCP propõe envolve, entre outras, as seguintes medidas:
(a) Determinação completa e rigorosa da dimensão da dívida, identificando a sua origem, natureza e tipo de credores bem como a avaliação da sua previsível evolução, com e sem renegociação;
(b) Fixação de um serviço de dívida que, após a renegociação dos seus montantes e valores legítimos, do alargamento dos respetivos prazos de pagamento e da adequação das taxas de juro, seja compatível com um crescimento económico pelo menos da ordem dos 3%, atribuindo um período de carência e indexando o valor dos encargos anuais com esse serviço da dívida a uma percentagem previamente fixada das exportações anuais do País;
(c) Salvaguarda plena da parte da dívida correspondente aos pequenos aforradores – certificados de aforro e certificados do Tesouro e daquela que está na posse do sector público administrativo e empresarial do Estado, que não serão assim objeto da renegociação;
(d) Reconsideração dos prazos, das taxas e dos objetivos a prever no âmbito do empréstimo do FMI e da UE, recusando qualquer tipo de ingerências ou imposições políticas condicionantes da soberania própria do Estado;
(e) Diversificação das fontes de financiamento do Estado e a adoção de políticas de «renacionalização» dessa dívida;
(f) Reavaliação urgente de todas as PPP, ferroviárias, rodoviárias e na Saúde, visando a sua renegociação ou anulação, com redução substancial dos respetivos encargos;
(g) A adopção de uma política virada para o crescimento económico onde a defesa e promoção da produção nacional assuma um papel central – produzir cada vez mais para dever cada vez menos. Com medidas que visem o reforço do investimento público, a aposta na produção de bens transaccionáveis e por um quadro excepcional de controlo da entrada de mercadorias em Portugal, visando a substituição de importações.
(h) A convergência de ações destinadas a barrar a espiral especulativa e a construir uma resposta conjunta à situação de estrangulamento económico e social dos países que enfrentam problemas similares de dívida soberana – Grécia, Irlanda, Espanha, Itália, Chipre, etc.
6. O caminho da renegociação da dívida pública não é uma solução fácil, livre de dificuldades e constrangimentos, mas é aquela que, em vez de defender os interesses do capital, assume o compromisso com as necessidades dos trabalhadores, do povo e do País. Longe de constituir uma medida isolada, a renegociação da dívida pública é uma opção de ruptura e mudança, uma opção patriótica e de esquerda, tanto mais necessária quanto inadiável e cuja concretização é inseparável da ampliação da luta de massas e do reforço do PCP.

sexta-feira, março 22, 2013

Compromissos que são para cumprir...


«Compromisso solene com a cidade do Porto e o seu povo

Uma forte saudação a todos vós, aos membros do Partido Comunista Português, do Partido Ecologista “Os Verdes”, da Intervenção Democrática, a todos os independentes que estão connosco neste projecto singular e nesta grande força política nacional que é a CDU. Uma saudação especial ao candidato à presidência da Câmara Municipal do Porto, camarada Pedro Carvalho, ao cabeça de lista à Assembleia Municipal, camarada Honório Novo e ao camarada Rui Sá, mandatário da candidatura, com votos de bom trabalho e êxito nesta batalha que agora se inicia e que é de todos nós (...)»

Morreu o professor e ensaísta Óscar Lopes, destacado militante do PCP


A DORP do PCP comunica o falecimento do Professor Óscar Lopes, destacado militante do PCP.
O corpo ficará em Câmara Ardente na Sede da Associação de Jornalistas e Homens de Letras do Porto (Rua Rodrigues Sampaio) de onde partirá amanhã, pelas 15 horas, o funeral para o Tanatório de Matosinhos.
A DORP do PCP





Entre o chumbo do pedido de demissão e a moção de censura (violentísima!...) folgam as malfeitorias

... e agora?...

Bem..., agora só falta o Tribunal Constitucional!
Se chegar a tempo.
E espera-se que sim. Para "ajudar" ao depois. Ao depois do adeus.
A quê?... Tem de ser a ESTA POLÍTICA!

... e depois?...

... um governo patriótico e de esquerda, como diz o PCP; um governo de esquerda contra a "troika", como disse o BE?
Caberá ao povo escolher.
Para o que terá de SE informar, e de SE esclarecer contra o verdadeiro massacre ideológico comunicacional.
                                                                                                                                                               

... não foi bonito...

A intervenção de Jerónimo de Sousa no debate, porque trouxe o País à Assembleia da República, obrigou o 1º Ministro a fazer uma espécie de "strip-tease".
Mostrou as dificuldades do governo na sua dependência estratégica, fez sair fumos coloridos de tubos de palco, ilustrou o desconhecimento do que passa fora da "boite", a realidade portuguesa. Não foi bonito o que mostrou, embora tivesse sido... ternurento.

... e tem de mudar. A POLÍTICA!

Depois de ter tirado um Lacão da cartola, para procurar apagar uma incómoda e pressionante interpelação ao governo do PCP - por não poder apresentar uma moção de censura por já ter apresentado, oportunamente, uma em Outubro -, ontem mesmo o PS resolveu avançar com a moção de censura.
A política continua... E tem de mudar!

Dia D + 1 - a mudança inevitável! De quê?

A acompanhar o debate quinzenal na AR.
Depois do dia de ontem... a tentativa de regresso ao "ping-pong", À "redutora redução" do debate político à alternância que há 36 anos nos conuziu - com resistência e luta...que continua, crescente - à situação em que estamos  e sofremos.
E se voltar atrás, para encontrar as raízes da situação é, como se ouviu ontem, "regressar à pedra lascada" é uma imagem que ilustra bem o nível a que se pretende remeter, ou descer, o debate político. 
O governo, perante a interpelação de ontem (e a moção de ontem de hoje), alimenta o ambiente com a chantagem insistente dos... credores que, intervencionando pela "troika", nos tutelam. Mas quem nos "ocupa" não são os credores directos, é uma "troika" político-ideológica em noma de uma dívida que importa discutir. Para pagar, e respeitar, o que seja o resultado do que for soberanamente negociado.

E vamos assistindo à modalidade do  "ping-pong". De má qualidade.