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sábado, maio 11, 2013

OUTRA INFORMAÇÂO - Chipre nos dias de agora


11.05.2013
Na leitura do avante! encontrei uma notícia sobre Chipre.
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Depois da avalanche de há uns dias, com o rescaldo, aparente/mediaticamente calmo das reacções cipriotas e as sequelas em escandaloso aproveitamento daquelas “soluções” de ir buscar dinheiro directamente “debaixo do colchão” ou de dentro do “pé-de-meia” que são os depósitos bancários – de cada um, de empresas, de fundos – caira, sobre o País, um silêncio. 
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Abençoado avante!: “AKEL admite sair do euro”… apesar do título me parecer mau:
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A leitura, atenta, confirmou a “maldade” (não intencional, claro) do título: o AKEL tomara uma posição, como principal partido da oposição institucional (e de partido de massas) no parlamento a partir de uma posição do seu Comité Central, em que considerava que a única opção de Chipre está numa “solução fora do acordo de empréstimo e do memorando assinado” com a  troika.
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O que corresponderia, diz o AKEL, a ser “provavelmente equivalente a uma decisão de Chipre de sair da União Económica e Monetária (o que) é uma solução dolorosa. Os efeitos que se antecipam exigem o máximo apoio político do povo e implicam sacrifícios.”
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Continua o AKEL “No entanto, apesar de ser uma opção dolorosa, nestas circunstâncias, é igualmente uma alternativa séria, uma vez que o país se libertará de compromissos políticos, o que pode abrir perspectivas e a possibilidade de desenvolvimento e crescimento no futuro, com base num novo modelo económico de desenvolvimento”
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O avante! prossegue a notícia: “O AKEL considera ainda que uma tal decisão, a ser tomada, deve ser acompanhada de negociações entre a República do Chipre e a União Europeia com vista a uma saída ordenada e na base dos princípios do direito internacional.
Conscientes dos perigos e dificuldades de tal decisão, os comunistas cipriotas apelam ao governo e às forças sociais e políticas, bem como a toda a sociedade no sentido de abrir um diálogo político e social construtivo nesta direcção, propondo que o povo se pronuncie sobre ela em referendo.”

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Apenas dois "pormaiores":
·  A actual situação de Chipre apenas se verificou pela evolução do país, num contexto complexo e único, com os recentes resultados eleitorais que deram o poder político à direita por uma escassa maioria.
·   Essa escassa maioria reflecte-se na votação, no parlamento cipriota, do memorando com a troika, aprovado - em 30 de Abril - com uma maioria de apenas dois votos.


Numa mesma luta, cada País, 
cada Povo, 
com as suas diferentes condições.

quarta-feira, abril 03, 2013

4,5 mil milhões de euros saíram, avisadamente, a tempo!

Enquanto fazia outras coisas, os olhos apanharam em roda-pé a informação de que 4,5 mil milhões de euros tinham sido "retirados" de Chipre, por quem bem avisado foi antes desta enormíssima encenação, só possível após os recentes resultados eleitorais. Para um país e uma economia com as dimensões de Chipre, 4,5 mil milhões de euros é uma... enormidade!
Mas o país era, além de muita outra coisa diferente e que fazia a diferença, uma ilha em offshore. O que é o capitalismo em todo o seu esplendor especulativo, beneficiando da cumplicidade e do servilismo de quem politicamente concedeu a libertina e universal circulação de capitais e a desmetalização/desmaterialização do dinheiro (o que é recente... só tem escassas décadas!, e percorre o mundo capitalista ou que o capitalismo alcança com as suas garraS).
Assim se procuram saídas para a inevitabilidade (essa sim, inevitável) da mudança de sistema de relações sociais. A besta está no seu estertor. Perigosissimo e que pode durar décadas.

De Chipre, esta foto tirada no museu de Lanarka,
HOMEM QUE GRITA!



domingo, março 31, 2013

O IDH - Indicador de Desenvolvimento Humano-2013 - 1ª de algumas mensagens


Já o esperava. Como, agora, espero disponibilidade para me dedicar a ele.Ao relatório que deveria ter saído em 2012 e foi adiado para Março de 2013. 
É, todos os anos, um documento de trabalho (de trabalho de informação que também é de gosto/gozo de "brincar" aos dados...). Como todos os anos, neste com alguns meses de atraso, actualizo-me. Como ele próprio, o relatório, actualiza as suas séries, e escolhe um tema central. Para este ano de 2012/13 o do "despertar do Sul" (traduzido como "A ascensão do Sul"... talvez por estarmos na Páscoa)), como já se referiu em anterior "post", antes da série que se inicia com este. 
Não há nenhum plano, vai-se folheando o relatório, acompanhando a realidade, deixando dados e comentários. 
Antes de todas as observações, o relevo para a importância de uma "ferramenta", que procura libertar(-nos) um pouco das grilhetas dos dados monetarizados (PIB, RNB e outros), ajustando informações sobre saúde, educação - sempre - e outros "valores". Ferramenta que traz a garantia (chamemos-lhe assim...) do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, e de uma equipa de técnicos de grande qualidade e e com a consciência do peso e da distorção das tais grilhetas.
Para (re)começar, retoma-se um confronto entre dois países, que já vem de trabalho sobre relatórios anteriores:











clicar sobre o quadro
para ver melhor 

quinta-feira, março 28, 2013

Chipre - da posição estratégica e do IDH

Entre Dezembro de 2010 e o "post" anterior, ou seja, no intervalo de menos de 2 anos e um trimetre, "postei" neste "blog" 38 mensagens sobre Chipre ou em que Chipre era referência dominante. É verdade que 10 desses 28 correspondem ou resultam de umas curtas férias, que muito úteis foram para um melhor conhecimento da situação.

Se o interesse já existia, aumentou com a evolução dos acontecimentos de que, de certo modo, acompanhei, então eao vivo, a evolução, já com o lastro do contacto com camaradas do AKEL no Parlamento Europeu.

Objectivamente, porquê tanto interesse num País com tão escassa população e tão pequeno poder económico?

 Apenas deixo um mapa que é elucidativo da importância estratégica do País,
além de toda uma relevância na História da Humanidade (que nós, ocidentais, estudámos), com uma colonização britânica de que os cipriotas se libertaram, com uma enorme influência cultural e religiosa grega, com uma brutal ocupação turca que se "resolveu" à boa maneira "kissingeriana" (e/ou de outros "colegas" seus dos negócios estrangeiros estado-unidenses e otans) de cortar um País em dois - e logo em 1974! -... até para colocar um tampão no perigoso ascenso de um povo que queria juntar soberania e democracia a sério à descolonização política. 
Depois, só ainda - por agora - uma referência à subsistência da grande força institucional de um partido comunista, com apoio de largas massas, a configurar uma situação que se diria anómala numa União Europeia de classe, e como um corpo estranho a poder ser contagioso para a correlação de forças. Apesar da pequenez e da periferia...
Mas nada disto é, ou acontece, por acaso.

E porque num desses "posts" se aproveitou o relatório do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) sobre o Indicador de Desenvolvimento Humano, aqui fica, ainda, o quadro então editado, em Dezembro de 2010
e que se actualizará com os indicadores este mês  divulgados, e que estão "em carteira" à espera de oportunidade. Será, decerto, o 30º "post" sobre Chipre desde Dezembro de 2010, e que, ou me engano muito, terá sobejos motivos para ter continuidade.

Chipre - esclarecedor

28.03.2013                          



O Chipre só tem uma solução!
                                                                                                             
Ângelo Alves
O desenrolar dos acontecimentos no Chipre, sujeito a um autêntico assalto comandado pela Alemanha por via do Eurogrupo, levanta um sem número de questões. Tentaremos por isso centrarmo-nos apenas em alguns aspectos chave da situação.
Uma primeira nota vai para o carácter sistémico dos acontecimentos. Não estamos apenas perante um roubo descarado ao Chipre, criminoso de todos os pontos de vista, incluindo o político e de relacionamento entre Estados. Nem apenas perante um acto de chantagem descarada sobre todo um povo como o demonstrou o ultimato do BCE ameaçando com uma autêntica bomba atómica financeira.
Estamos também perante um novo patamar de desenvolvimento da crise do capitalismo na União Europeia. Um patamar em que o processo de extorsão de recursos para a esfera financeira e de centralização e concentração de capital atinge um nível superior e é decidido à margem de qualquer controlo político, é esse o «modelo» de que vem agora falar a Comissão Europeia. É a total submissão do poder político ao poder económico, como o comprova o facto de o roubo às poupanças dos cipriotas e aos activos de centenas de pequenas e médias empresas ter sido decidido em Berlim, acordado em Bruxelas e imposto ao Chipre sem passar sequer pelo seu Parlamento.

Mas os acontecimentos no Chipre demonstram ainda um outro traço do desenvolvimento da crise do capitalismo. E esta é a segunda nota: o aprofundamento das contradições entre diferentes sectores do grande capital e por consequência entre potências económicas capitalistas no contexto do aprofundamento da crise. A medida de roubo às poupanças tem objectivos que demonstram até que ponto vai, no contexto da continuação dos processos de desvalorização de capital típico de uma crise de sobreprodução, a guerra económica entre sectores do grande capital.
O confisco criminoso das poupanças depositadas nos dois maiores bancos cipriotas tem duas consequências imediatas: a mais do que previsível fuga de capitais do conturbado Chipre para o «seguro» centro da Europa, mais propriamente para os mesmos mega bancos alemães; e a perda de muitos milhares de milhões de euros por parte de sectores do capital russo. Ora o que motivou parte da violência desta medida foi exactamente o que está por detrás das medidas que até agora vinham sendo tomadas em relação a países como Portugal. Ou seja, as economias do «centro» da Europa tentam a todo o custo construir cordões sanitários em torno do «seu» grande capital. Para isso arrasa-se economias, cria-se o caos económico e social e transfere-se para a periferia as ondas de choque da crise. O que é relativamente novo na situação do Chipre é que essa «exportação» de perdas é feita já não só para a periferia da União Europeia mas também para a Rússia. E é isso que está a irritar de sobremaneira Putin, defensor acérrimo dos interesses do grande capital russo e das suas máfias.

A terceira nota vai para a hipocrisia. Tenta-se justificar esta medida com a ideia hipócrita de que o sector financeiro cipriota estava sobredimensionado porque a sua economia tem uma forte componente de offshore. Ora os que agora afirmam isto são os grandes defensores da liberalização de circulação de capitais, os mesmos que se recusam a taxar o capital e as operações financeiras, aqueles que nem querem ouvir falar do fim de offshores como o Luxemburgo ou a Madeira. Hipocrisia pura para tentar justificar um roubo.

A quarta e última nota vai para o que não se fala. É que em Abril o Parlamento cipriota vai ser chamado a votar o «verdadeiro» memorando da troika. E nesse memorando estão todas as medidas que Portugal bem conhece. Cortes em salários e pensões, destruição de serviços públicos, privatizações, aumentos de impostos, etc... Com um acrescento: os falcões estão de olho nas reservas de gás recentemente descobertas em Chipre. Portanto, como afirma o AKEL, a solução está fora do quadro do memorando, e essa é a única solução!

e haverá (muito) mais
sobre Chipre

quarta-feira, março 20, 2013

De Chipre, uma resposta!

A decisão tomada no parlamento de Chipre tem o maior significado e terá inevitáveis consequências. Não só em Chipre.
Ao rejeitar o "entendimento" entre o governo e a "troika", em que nenhum deputado votou a favor do acordado, apesar da maquillagem a que foi sujeito, depois de terem esticado tanto a corda aquando do anúncio, o parlamento cipriota antecipou-se às manifestações daqueles que representa institucionalmente. Um lição! Como tantas que se podem colher em Chipre. E noutros pequenos paises como a Islândia.
E agora? Fala-.se de um plano B. Com a certeza de que os deputados eleitos pelo povo cipriota não estão desligados de quem os elegeu para o representar.
Como consequências, a partir de um pequeno País, de 800 mil habitantes, percorre a União Europeia, a Europa, o mundo capitalista, uma onda de hesitações. Que era previsível. Por quem sempre afirmou a existência de alternativas para o desastre.
E a confirmação da certeza de que haverá um futuro outro.

terça-feira, março 19, 2013

No dia de hoje: CHIPRE. Duas ou três notas

no sapo:

O Parlamento cipriota vai hoje votar o resgate europeu de dez mil milhões de euros, que inclui a controversa taxa sobre os depósitos. A votação estava marcada para domingo, mas foi adiada por duas vezes devido à falta de apoio político ao acordo assinado pelo Presidente Nicos Anastasiades.
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Chipre é um "caso de estudo", é um "tubo de ensaio", é um espaço especial num sítio estratégico, é uma encruzilhada. De povos e história.
Um dos países que mais veio a este "blog". Por todas as razões. Quando era silêncio porque exemplo calado, agora porque é "esticar da corda.
Só três ou quatro notas para que não se perca o contexto.
Um povo em luta de libertação e independência. 800 mil numa ilha ocupada há quase 40 anos, ilustrando a "solução" de dividir para impedir perigosos avanços (Coreia, Vietnam... Portugal, sim!, pela longitude Rio Maior e o governo a transferir de Lisboa para o Porto). 
Chipre: um muro a separar o País e a capital. Dos dois lados um mesmo povo.
Uma forte implantação de forças do progresso social, um partido comunista (AKEL) com forte apoio eleitoral e defensor infatigável da unidade do povo e da soberania nacional.
Até há pouco, às eleições de há semanas, um presidente vindo desse partido - de que saiu de secretário geral para ser Presidente da República -, uma composição do parlamento com muito importante, decisiva, participação do AKEL.
Ao mesmo tempo, uma espécie de off-shore, o capital transnacional infiltrado e um sistema bancário-financeiro frágil e com comandos no exterior. Uma situação instável, um ilha rodeada e ocupada por interesses e com  apetitosos recursos em volta. Uma localização sempre estratégica. Sul da Europa, Turquia, Médio Oriente, Norte de África
Um incidente com um barco para o Irão e um incêndio e tragédia "estranhos", aproveitados numa campanha até ao (im)possível e (in)admissível para atacar e fragilizar o presidente, assim se preparando as eleições. Que se perderam (e ganharam)  por pouco. Só depois, as "negociações" e a entrada de uma "troika". Até aí,  apenas uma alternativa para a resposta a criados e ampliados problemas financeiros. Porque, antes, cenários alternativos como de recurso à Rússia e à China.
Neste quadro e dinâmica, jogo tão forte que parece demencial, tanto que até Cavaco Silva clama por falta de senso. A novidade do ataque pelos depósitos bancários. O que antes das eleições e dos seus resultados, não teria sido possível. 
E o povo - que votou... - a ter, quase logo, a resposta às consequências do resultado do voto a que foi levado por uma massacrante campanha mediática. Resultado por pouco e, por isso também, não sendo tudo.
A "ideia" de ir buscar o dinheiro dos trabalhadores e das populações até onde o que substituiu o colchão ou o pé de meia a ser levada à prática do ensaio. Parada alta de mais para a relação de forças e a intrínseca contradição? Esticar da corda para além dessa relação de forças e com incontroláveis efeitos num sistema bancário frágil e com efeito de contágio inevitável apesar da pequenez do País? Mais um passo (ou passe) ensaiado numa estratégia 

Como sempre, caso a acompanhar numa informação a pegar com pinças, a tentar ver por todos os lados e em todas as direcções. 
A informar-SE cada um. E agir!
Se Haiti é AQUI, Chipre é ainda mais perto e somos NÓS. 




quinta-feira, fevereiro 21, 2013

OUTRA INFORMAÇÃO - Chipre


  • Ângelo Alves 
  • O que move o AKEL é a luta contra a ocupação da Turquia
Eleições no Chipre

No próximo domingo o povo cipriota será chamado às urnas para, na segunda volta das eleições presidenciais, eleger o chefe de Estado e de governo que sucederá a Dimitris Christofias, presidente da República desde 2008, Secretário-geral do AKEL entre 1988 e 2009. Os resultados da primeira volta do passado dia 17 ditaram que a decisão será entre o candidato da direita, Nicos Anastasiades, dirigente do partido DISY, e Stavros Nalas, candidato independente apoiado pelo AKEL. Um resultado que contrariou todas as vozes, e até projecções, que davam como certa a vitória do candidato da direita à primeira volta.

Estamos perante umas eleições importantes. As atenções estão voltadas para a difícil situação económica. A explosão em Julho de 2011, que praticamente destruiu a principal central de produção eléctrica do País; o jogo especulativo de um dos maiores bancos cipriotas com títulos da dívida grega; o impacto da crise do capitalismo num país com uma economia com um regime de off-shore, estarão na origem da presente situação. Uma situação complexa, já com graves implicações sociais, que, numa polémica decisão, forçou o governo cipriota a, depois de várias tentativas de o evitar, estar neste momento a negociar o acesso ao mal chamado «Mecanismo de Estabilização» da União Europeia.
Esta situação económica e a possível decisão de um mal chamado «resgate» são demonstrativas das limitações a que o governo de coligação do AKEL – agindo numa situação de minoria na Câmara dos Representantes, com um governo em que o partido mais votado tem uma minoria de ministros, gerindo um país capitalista, com uma imprensa dominada pelo grande capital e com uma economia com alto grau de financeirização – esteve e está sujeito. Limitações essas acentuadas pelo colete-de-forças da União Europeia (a que o Chipre aderiu na esperança de ver por aí resolvido o seu problema nacional) e pelas medidas que a pretexto do «resgate» se tentam impor (e às quais o presidente cipriota tem resistido) como as privatizações de empresas e serviços públicos ou a tentativa de «abocanhar» a exploração e gestão das grandes reservas de gás natural recentemente descobertas nas águas territoriais cipriotas.

Mas então qual a razão pela qual um partido comunista decide gerir um país nestas condições e se propõe continuar a fazê-lo, «estando no poder» mas não tendo de facto o poder, e tendo que agir no quadro da União Europeia? A resposta não é simples e suscita inúmeras dúvidas e contradições, como a realidade o está a provar. Mas o que move o AKEL, um partido comunista com uma forte implantação no seu povo, um partido verdadeiramente ligado às massas, com uma forte organização e uma história heróica de resistência contra o fascismo e a ocupação, é a resolução do principal problema daquele povo – a luta contra a ocupação de mais de um terço do seu território pela Turquia desde 1974 e a reunificação da sua pátria. O AKEL é historicamente, e na actualidade, o grande partido da causa nacional cipriota. Um partido que se lança nos mais complexos, difíceis e contraditórios desafios para persistir no objectivo central de devolver ao seu povo a sua pátria reunificada. Isto não é coisa pequena no acto de decidir, quando, do outro lado, a direita e a social-democracia, ou instrumentalizam ou «deitam a toalha ao chão» no que toca à questão nacional. Mas não só. No próximo domingo estará também em cima da mesa uma de duas opções. Resistir à imposição de uma reconfiguração neoliberal do Estado cipriota, protagonizada pelo DISY, ou resistir, em difíceis condições é certo, a esse objectivo. 

sexta-feira, junho 29, 2012

OUTRA INFORMAÇÃO (que faz muita falta a alguns ignorantes encartados) - Chipre

O ano passado estive em Chipre. Pela segunda vez, e desta como reformado e em turismo assumido (mas comprometido!). Deixei aqui alguns "posts". Por isso, na moção de censura do PCP ao governo, da última 2ª feira, mais ridículas achei as intervenções vindas da extrema direita da Assembleia da República, em que, revelando (na menos má das hipóteses) uma lamentável ignorância político-geográfica, na salada de referências misturaram países e regimes e até fizeram das dificuldades de Chipre, no plano financeiro, um motivo para atacar o PCP, identificando-o como um país governado por comunistas.
Lembrei-me desse episódio ao ler o avante! de ontem, em que nos é facultada "outra-informação". Claro que não tenho qualquer ilusão quanto à leitura, quer do avante!, quer deste blog, por tal gentinha, mas fica como reforço de argumentação entre nós.
Extractos da informação (OUTRA!) na ultima página do avante!,:

«Chipre negoceia empréstimos


(...)
As dificuldades do país resultam da grande exposição do seu sistema financeiro à economia da Grécia, que tem sido alvo da brutal ingerência e aplicação dos denominados «memorandos» da UE e do FMI – inadmissíveis instrumentos de extorsão e de exploração dos trabalhadores e do povo grego, que, representando um enorme retrocesso social e provocando calamitosas consequências para a economia grega, servem os interesses das grandes potências e dos grandes grupos económicos e financeiros.
Dimitris Christofias, Presidente da República de Chipre, criticou a UE, o BCE e o FMI, caracterizando a sua postura como a de uma «força colonial», que procura impor políticas neoliberais e medidas de austeridade através dos seus «memorandos», dando como exemplo o caso da Grécia que se repercute na economia cipriota. Como em qualquer outro país da União Europeia, a aplicação de programas de agressão no Chipre atingirá profundamente os interesses dos trabalhadores e do povo.
Dimitris Christofias foi eleito Presidente da República em Fevereiro de 2008, na segunda volta da eleição presidencial, era então secretário-geral do Partido Progressista do Povo Trabalhador (AKEL).
Actualmente o AKEL participa no governo do Chipre com três dos 11 ministros (com as pastas do Trabalho, Energia e Interior). Nas eleições legislativas realizadas em Maio de 2011, o AKEL obteve 19 dos 56 deputados, sendo a segunda força no parlamento nacional.


(...)
Num quadro caracterizado por grandes pressões, o governo cipriota formalizou, dia 25, a intenção de solicitar um empréstimo financeiro à União Europeia, faltando agora determinar os termos do pedido e a consequente negociação do conteúdo de um possível acordo, nomeadamente quanto à definição de montantes, prazos e juros. Com vista a assegurar a recapitalização de alguns dos seus bancos, o governo de Chipre desenvolve um conjunto de iniciativas, tendo nomeadamente encetado negociações bilaterais com a Rússia e a China para a concretização de empréstimos por parte destes dois países


Também é de lembrar que,
desde 1974,
Chipre é um país dividido,
com cerca de metade do território 
ocupado pela Turquia,
com um muro a separar,
e que nele continuam bases
da antiga metrópole colonial,
o Reino Unido 

sábado, outubro 15, 2011

Chipre-10

Longas horas se passam em aviões e aeroportos. Que procuro aproveitar nos compridos corredores (também aéreos).
Neste regresso, entre o acordar às 5 horas da madrugada (3 de Portugal) e as 6 da tarde em que "aterrei", aqui na Venda Nova, algo consegui ir fazendo, incapaz de dormir e sem vizinhos de viagem que perturbassem (às vezes, há os que o fazem agradavelmente). Entremeando preparação de coisas próximas, de que falarei, e a escrevinhação de os "dias de agora"

Aqui vão excertos (do dia 15, de agora...):

(...)
E, entre Roma e Lisboa, vou/vôo, de novo, agarrar-me ao documento para o CC.

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Mas, ainda em tempo: li o último Cyprus Mail, o de hoje, comprado no aeroporo de Lánarka.

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Cheio de coisas para comentar, como o facto do anterior ministro das finanças cipriota, até 2ª feira membro do grupo de negociações com os ocupantes, sobre o aeroporto de Nicósia, ter sido preso, na parte ocupada, e com base na legislação turca, por práticas sexuais não-naturais, isto é, sodomia, isto é, homosexualidade.

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Ou a notícia sobre o orçamento para 2012, a provocar clivagens internas entre o ministro (actual) das finanças, a pugnar por mais e mais austeridade, e o presidente (enfraquecido pela exploração da explosão de 11 de Julho) a tentar contrariar.

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Ou a notícia (finalmente, uma destas…) de um concerto para 24 de Outubro de apoio a Christofias, promovido por “cerca de 33 músicos cipriotas gregos, cipriotas turcos e gregos”, onde se pode ler (aleluia) que o problema não é o Presidente mas “a ocupação e a divisão, a crise do capitalismo, os ataques dos especuladores internacionais, o desemprego para milhares de compatriotas, e a burocracia e irracionalidade do aparelho do Estado”.

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As “soluções” anunciadas, e por outros lugares ensaiadas (até onde a “corda da luta de classes” pode ser esticada), não solucionam nada!

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Como se pode demonstrar.

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Onde é que já vi, e vou rever muitas vezes (em horário nobre, e sem dele poder fugir!), este filme?

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… embora em versão em que falta um presidente contra a maré, como em Chipre, mas em que há um presidente-padrinho (no sentido mais mafioso) como em Portugal.

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E tenho material para Chipre-10 quando chegar à Venda Nova, lá para o fim do dia.

(...)
ora aqui fica ele
... esse "material"

sexta-feira, outubro 14, 2011

Chipre-9

Nestes dias, tenho "postado" a partir de Chipre.
Conhecendo melhor - como é possível... - a terra e as gentes, mas nunca perdendo o contacto com a nossa terra e as nossas gentes. Num momento (histórico) particularmente difícil, em em que a luta apela a todos e em todo o lado.
Servi-me de excertos de uma espécie de diário para manter o contacto com quem aqui me visita, e tanta força me dá. Procurando ser útil porque informativo e (permitam-me...) mobilizador.
Vou terminar a série (de Chipre, não sobre Chipre) como talvez devesse ter começado. Com o aproveitamento de quadro já aqui editado, retirado do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, em que se localizam Chipre e Portugal num Indicador de Desenvolvimento Humano (IDH), quer no indicador geral - em que o indicador de crescimento económico é "temperado" com indicadores de "estádios" de educação e de saúde -, quer num outro indicador, dele derivado, em que se procura "desmonetarizar" quanto possível a situação dos países.
No indicador geral IDH, Chipre é o 35º e Portugal o 40º (entre quase 200 Estados) e, no indicador "desmonetarizado", Chipre melhora dois lugares (é o 33º) e Portugal piora cinco lugares (é o 45º).

Na escalada infernal em que nos encontramos, são dois países-alvo. Assim os povos - as massas - sejam capazes de responder à ofensiva, que é a mesma, e diferente segundo os países.

quinta-feira, outubro 13, 2011

Chipre-8

excertos (do dia 13, hoje):

Dia de “excursão turística”.

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Para ir à montanha, uma vez que ela não vinha até nós, assim teria de ser.

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Em transportes públicos, só de táxi, que é pouco público e muito caro.

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A alternativa de alugar um carro e partir à aventura, não só de nos orientarmos pelos “guias” turísticos, e também de guiar em permanente contra-mão não se tornou muito risonha, ainda porque o mínimo eram dois dias e nós só dispúnhamos de um…

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Embora, sozinhos e à aventura, um dia fosse de menos, contando com as buscas e os tempos perdidos e desencontrados…

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Lá nos metemos, ilha portuguesa num mar de alemães calmeirões (e, parece, outras pouco simpáticas aventesmas de estranhas etnias).

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A aldeia de Kakepetria e o mosteiro de Kikkos eram o nosso destino.

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Sorte tivemos com a guia (e com o motorista da camioneta, que foi discreto e profissional).

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Uma guia que começou a dar-nos informações sobre Chipre, a falar-nos de Chipre em inglês bonito e doce, suave.

(...)
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Há uma ideia que vou arreigando, que é a de que não há qualquer resignação, bem pelo contrário, mas que os cipriotas vêem a ocupação numa perspectiva de longo prazo (o hábito de viver em séculos) … e pacientemente.

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(...)
Pois as “minhas informações” (do jornal de hoje, o Cyprus mail) são “riquíssimas”, e completam informações que a guia foi, turisticamente, fornecendo.

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Logo na primeira página, grande relevo para um relatório do FMI e declarações de Jan de Vrijer, director-assistente do Departamento Eurpeu, que passa para a 3ª página, com um "aviso muito sério" para que "Chipre actue já para evitar crise".

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E que recomendações são dadas a acompanhar este "aviso muito sério"?

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Diria um PEC alfa & ómega.

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Coisas como contenção da despesa publica, em particular nos salários e benefícios em transferências sociais, como no congelamento do CoLA (cost of living alowance), reforma do sistema nacional de pensões, apoio à capitalização dos bancos…

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E etc.

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Perguntado o "assistant-director" do FMI sobre o que levara à radical revisão entre relatórios e declarações de Fevereiro (com um cenário de crescimento de 1,5/2%) e o que o jornal hoje transcreve, respondeu que a explosão de 11 de Julho, com a consequência colateral a destruição de uma central eléctrica, teve impacto,

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embora também tenha dito que o mais importante para essa revisão (e para as medidas propostas como urgentes) seja a turbulência financeira na Europa e a diminuição nas perspectivas de crescimento nos EUA e na Europa.

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Uma verdadeira escalada! .... em todas as latitudes e longitudes...

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Até porque, nas páginas interiores, está a notícia de negociações para a compra de um pacote de 18% das acções da Cyprus Airways, de que o Estado dispõe de 69%, e resiste a perder a maioria (a seguir é a golden-share, se necessário, e depois… não é?),

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e ainda sobre uma segunda ronda de negociações (ditas ao mais alto nível político) sobre a exploração de possíveis hidrocarbonetos (ou sobre a possível exploração de hidrocarbonetos) na Zona Económica Exclusiva de Chipre.

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E olhe-se para Chipre no mapa.


Agenda ou programa

Hoje, está reservado o dia para visitar o interior - a aldeia de Kakopetria e o mosteiro de Kkkos.
Não vai sobrar para por aqui passar... mas por aí andarei. A acompanhar as lutas de que me não perco.

Bom trabalho!

quarta-feira, outubro 12, 2011

Chipre-7 (continuando)

excertos (de dia 11):

(ficámos, no anterior excerto-"post"-crónica a caminho do Museu Nacional de Arqueologia, de Nicósia...)

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Onde fomos, e onde gostámos mesmo de ter ido.

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O museu de Lárnaka é simpático, este de Nicósia é museu que nos pareceu um “museu a sério”, embora com visita prejudicada por estar em obras de beneficiação, impressionando a amostra da riqueza desta ilha (e deste País) em património arqueológico.

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E, depois, muito andámos pela pequena cidade velha!

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Com muito para contar.

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Sem falar no muro, que daria para… umas páginas, até porque, de novo, muito me impressionou.

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Dele apenas deixo agora, aqui, o registo, da sensação, durante uma conversa muito interessante ao almoço, de que há uma paciente espera, que há uma boa convivência com os cipriotas turcos (o que não se estende, de modo nenhum, aos turcos).

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Talvez um “sentimento nacional”, que inclui os cipriotas turcos, que trabalham e vivem “deste lado”, porque se vai trabalhar e viver do “outro lado” sem quaisquer problemas, e de que a situação se resolverá… um dia.

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Quando?

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Na opinião da empregada de mesa com quem fomos conversando, muito agradavelmente, num restaurante “para cipriotas” indicado por um guarda do museu, depende dos EUA, que controlam a situação, e assim a mantém pelo “off-shore”, que é facto importante em várias economias…

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Esta foi uma opinião (em inglês, claro)…

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Calmamente exposta, pacientemente, talvez com o peso dos séculos que a arqueologia testemunha.

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De mais se falou… mas hoje fico por aqui.

Chipre-6 - cronicando em Nicósia...

Excertos (do diário de 11):


(...) levantámo-nos um pouco mais cedo para ir de jornada até Nicósia.


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Enquanto esperávamos o autocarro, ainda fui à loja em frente e “descobri” um jornal diário cipriota em inglês, o Cyprus Mail, o que me deu algum… conforto.

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(...)
No autocarro, a paisagem não me prendeu, mas já não digo o mesmo do jornal.

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Lá fui lendo as últimas sobre o caso político do momento, em que cada vez sinto mais uma “montagem” (ou, ao menos, um aproveitamento) contra Christofias e Akel.

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(...)
No transporte público para Nicósia, uma notícia no Cyprus Mail chamou-me a atenção.

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No segundo semestre de 2012, Chipre terá a presidência da União Europeia, depois da Dinamrarca, e será muito complicado por três circunstâncias:

1 – a situação económica, melhor: financeira, que se deverá agravar até lá;
2 – a situação política interna que se está a fragilizar e a instabilizar;
3 – a pressão da Turquia, que deverá ir aumentando, e em que a questão da Zona Económica Exclusiva será de grande importância.

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Assim chegámos a Nicósia, de que não me lembrava quase nada, se alguma coisa de Nicósia vi quando cá estive, em tarefa do PE, apesar de ter guardado agradável (simpática) recordação e ficado impressionado com o muro, que separa a zona ocupada.

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A entrada na cidade, até à paragem do autocarro, desta vez impressionou-me(nos) pelas lojas e marcas que “povoam” a cidade.

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Como confirmámos ao longo do dia e no que andámos pela cidade.

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Disse a Zé “não há nenhuma marca, daquelas de nome…, que falte!”.

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É mesmo uma cidade de contrastes!
(alguma não o será?, sobre esta pode comprovar-se pelas fotos)

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Até a “portuguesa” Lanidor tem aqui uma loja de “alta qualidade” a ombrear com todas por que fomos passando.

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Mas nesta entrámos!

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… e vimos a etiqueta de peças de vestuário “para gente rica”, com a referência da sede da empresa (e marca)… mas fabricadas na China!

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Aliás – e fica para mais adiante talvez pegar na questão da economia cipriota, em conversa com empregada de mesa num restaurante “para cipriotas” – logo à chegada deparámos com um restaurante chamado Nando’s com o galo de Barcelos (no escudo português) como “emblema”.

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Entrámos logo, e as referências a Portugal eram muitas e o “galo” estava bem presente na decoração… mas o estabelecimento, agora, parece que é de um sul-africano (com cipriotas) e ninguém falava português.

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O que não impediu duas coisas:
1 – uma desagradável, de termos visto o “galo de Barcelos” a ser comido como “chicken”;
2 – outra agradável, de terem sido muito simpáticos connosco (em inglês…) e nos terem dado umas “dicas” e uns esclarecimentos sobre a cidade, como o de nos dizerem o caminho para o museu de arqueologia.

(o resto de 11 fica para outro "post") 

segunda-feira, outubro 10, 2011

Chipre-5 - cronicando...

mais uns excertos (dia 10):

(...) fomos almoçar a Larnaca, no transporte público que começa a ser-nos familiar.

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Andámos por ali, e fomos almoçar a um restaurante simpático, o Alexander, mas a finalidade era ir ver o Museu Pierides, ontem fechado.

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Arqueológico mas um bocado baralhado.

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Tem muitas coisas e época (históricas), e é de uma fundação privada.

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Com muita coisa interessante (misturada…), a sua peça emblemática é o homem que grita

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(peça de terracota de 4.500/5.000 anos A.C.)

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Mas o homem (pré-histórico) não grita por ter chegado a Chipre o FMI!, grita porque é homem!

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Confrontei, mais uma vez, e aqui também com ansiedade e quase desespero, aquela situação de olhar para os escaparates dos “quiosques” e das tabacarias ou congéneres, e não ser capaz de perceber uma palavra do que dizem as primeiras páginas.

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O desespero de não saber o que se está a passar aqui, onde estamos, nesta terra e com esta gente que também somos, deste País de que tanto gostamos de saber o que se passa.

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Mas… procurei e encontrei.

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Encontrei um jornal em inglês, o The Cyprus Weekly.

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E bem se justificava a ansiedade.

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Estão mesmo a passar-se coisas, e importantes, nestes nossos transitórios tempo e espaço.

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Christofias, que foi secretário-geral do AKEL (partido que se define marxista-leninista), e que foi eleito Presidente da República de Chipre até Fevereiro de 2013, está a ser colocado numa situação muito delicada, em que o único apoio que parece ter é o do seu partido, que não abandonou emboratenha deixado o lugar que tinha para ser Presidente da República de Chipre.

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Não tenho mais informações, a língua impede-me de conversar com as pessoas… estou numa semana de férias…, mas reconstitui o que me parece objectivo e de interesse informar.

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A partir de aqui.

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A sequência dos factos mais relevantes:

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A 29 de Janeiro de 2009, Hilary Clinton acusou um navio de carga cipriota de estar a violar o embargo de armas ao Irão.

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O navio foi procurado e detido.

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O cargueiro foi confiscado e colocado na base naval de Mari, em Chipre.

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Assim se criou um problema de contornos muito complicados, quer internacionais, quer nacionais., embora dele pouco se falasse.

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A 11 de Julho de 2011, houve um incêndio no cargueiro seguido de explosão de que resultou a morte de 13 pessoas e extensas destruições.

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O Ministro da Defesa e o Chefe da Guarda Nacional demitem-se nesse dia.

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A 21 de Julho, um reputado advogado (Polyviout) é encarregado, pelo Presidente, de um inquérito sobre as responsabilidades do governo e instituições no desastre.

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A 3 de Outubro, é entregue e divulgado o relatório desse inquérito e, nele, Polyviout considera  que o Presidente tem “sérias responsabilidades institucionais e pessoais” no desastre, o que Christofias recusa.

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Uma verdadeira campanha, em que se vê grande envolvimento com participação de familiares das vitimas da explosão, parece estar em curso para que Christofias se demita, o que ele recusa.

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Para agravar a situação, as negociações de paz e segurança dos cidadãos entre Christofias e responsáveis da parte de Chipre ocupada pela Turquia estão em curso, e tinham algum desenvolvimento ao nível tripartido com as Nações Unidas, e eleições neste momento seriam muito complicadas, ainda porque se “o homem que grita” não o faz por causa da vinda do FMI, Chipre não pode estar indiferente ao que se passa, economicamente, na U.E

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E, depois, olha-se para a televisão, vêem-se debates acesos, vê-se alguém do AKEL a falar – muito pouco tempo em relação a todos os outros (ao que me pareceu) – e não se percebe uma palavra.

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E não querem que fale em quase desespero…

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Aqui estou.

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Reformado.

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E numa curta semana de férias, há muito marcada!

Chipre-4

excertos cipriotas "diários" (ontem):

Fomos (regressámos...), de autocarro público, a Larnaka, aeroporto onde chegámos e pequena cidade mediterrânica, com um movimento domingueiro muito interessante.

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E miscigenado!

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A cidade tem alguns edifícios que valeu a pena ver, um forte medieval e uma igreja, de S. Lázaro, que é muito fotogénica.



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… e fotografada!

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O passeio pelo passeio beira-Mediterrâneo foi agradável, como o foi o regresso de autocarro, na companhia de equipas de, sobretudo mulheres mais para leste que o próximo ou o médio, que iam entrar ao serviço nos hotéis da zona turística em que estamos.

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O mais interessante é que o ambiente é de grande convivênvia, quase familiar, com um "velhote" sentado no "tablier" em animada cavaqueira com o condutor (também "velhote") e tendo, os dois, uma palavra para cada passageiro que saía nas paragens, perguntando por uma das habituais que faltara e coisas assim (isto em "tradução" minha de grego cipriota...).

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Até amanhã!

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À noite, foi seguir as eleições da Madeira…

domingo, outubro 09, 2011

Um saltinho a outra ilha, esta nossa

Quando consegui a ligação ao sapo-online, a maioria absoluta do PSD-AJJ estava mais que garantida, a CDU era a 7ª força política e tinha apenas 1,5% dos votos, com muito poucas hipóteses de eleger um deputado.
Habituado a "estas coisas"... mantive a calma.
Agora, que perdi o contacto - mas espero retomar -, o PSD não tem a maioria absoluta mostrando uma queda muito significativa em relação a 2007, compensada pela subida do CDS, o PS tem uma queda enorme sendo ultrpassado como 2ª força política e a CDU já elegeu um deputado, e passou folgadamente os 3%.
Entretanto, o delegado da Comissão Nacional de Eleições ter-se-á demitido.
Pelo meu lado... vou dormir muito mais descansado.
Não será o caso de toda a gente... que, aliás, não tem a diferença horária que tenho (são mais duas horas em Chipre) e ainda vai acompanhar o resto dos resultados e das suas consequências. Por hoje...

Chipre-3

excertos de "diário" (de bordo):

(…) voamos entre Roma e Lanarka, e quero tomar, aqui, uns apontamentos.

Tirando características mediterrânicas, nós às portas do mar interior e Chipre no seu outro extremo, num encaixe de “legos” entre Turquia, Israel, Egipto, parece que nada mais une estas duas nações, ou estes dois Estados, Portugal e Chipre. nos estados em que estão.

Além, claro, de serem também ambos Estados-membros da mesma União (?!) Europeia.

Uma pequena ilha com poucos habitantes, relativamente a um outro espaço nacional continental (embora com dois arquipélagos e umas eleições a realizarem-se onde tenho o pensmento) e bastante mais habitantes.

Menos de um milhão para mais de 10 milhões, faz a sua diferença… mais de 10 vezes mais gente, e, para nós, muito Atlântico e muito caminho marítimo para descobrir.

Dois países. Duas posições estratégicas “sensíveis” e um ano igualmente muito sensível nas nossas Históricas aparentemente nada comuns.

1974!

No meio da década-entroncamento: qual o fim da “guerra-fria”?

Com o capitalismo em ânsias (sistema monetário a ruir, fim da era colonial “à antiga maneira”, petróleo) e o socialismo “real”, “no terreno” dos Estados, europeus, a lamber as feridas de uma “coisa inventada”, o “estalinismo” (o que “eles” inventam!, e como “nós” ajudamos…)

E os espectros, o “perigo da sovietização”. Em Portugal e em Chipre!

Duas saídas. Ambas “ciáticas”.

A “saída”-tipo Kissinger: invadir e dividir.

A “saída”-tipo Carlucci: conter para já, inverter, subverter aos poucos, em doses suportáveis.

Para esta “solução”, a necessidade de uma “social-democracia” com capacidade e despudor de tudo perverter (conter, inverter, subverter, perverter). A necessidade de um Mário Soares.

Para nosso mal, uma verdadeira figura execravelmente histórica (com alguns “companheiros”… de perversão).

Colocando caroços de azeitona nas engrenagens do processo histórico.

Fiz-lhe justiça, erigindo-o “figura histórica?

Se acaso lhe fizo gosto de lhe chamar  "figura histórica", foi bem contra-vontade ou de mau-grado!

Para compensar, penso que vai ter o enorme desgosto de não ter um funeral como o de Álvaro Cunhal!

Tenha paciência, ele foi contra-a-História, o “outro” viveu ao correr-da-História, procurando ajudá-la.

Mas é a caminho de Chipre que vamos, onde a “solução” Kissinger provocou esta situação aberrante e criminosa de um País ocupado, e com ocupação mantida há 37 anos, contra qualquer respeito mínimo pelas regras de convivência inter-nacional.

sábado, outubro 08, 2011

Chipre - 2

Na contracapa da
crónica da contemporânea tragédia de Chipre
(Julho-Agosto de 1974):



If I don't burn
If you don't burn
If we don't burn
How will darkness
Ever turn int light?

Hazim Hikmet


Em Julho-Agosto de 1974, enquanto em Portugal se davam passos num caminho de futuro que em Abril se abrira.