domingo, janeiro 29, 2017

A propósito de MUROS e de informação

Chegou-nos às mãos este artigo, de que se scaneou a tradução em francês, e se deixam dois parágrafos em português:

"... Foi com efeito o presidente democrata Bill Clinton que começou a construção (do muro) em 1994..."

"... Esta é a realidade por cima do muro: iniciado pelo democrata Clinton, continuado pelo republicano Bush, reforçado pelo democrata Obama, este mesmo muro que o republicano Trump quer completar sobre os 3.000 kms. de fronteira..."

de escárnio e maldizer



Não sei porquê (😏...) este domingo deu-me para o escárnio.

sábado, janeiro 28, 2017

Consensos sem senso

Se essa coisa chamada UGT acha que a CGPT não deveria participar na concertação social depois de tantos NÃOs, ao fim de quantos SIMs é que que ela própria deveria ser expulsa, ficar sem "consertação" sindical, receber o cartão vermelho (t'arrenego!...)?

Ele há cada um!...



  

frases no contexto

Atenção: o muro entre os Estados Unidos e o México não foi ideia do/nem começou a ser construído pelo recém-empossado (é assim ou empoçado?...) presidente dos Estados Unidos!

É fácil fazer caricaturas quando o caricaturado é, ele próprio, uma caricatura (a propósito da trumpfobia...).






sexta-feira, janeiro 27, 2017

Salário, rendimento e custo

Dia de aniversário do Diogo.

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5 anos!

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Lá fui a Lisboa, primeiro para um almoço com o Marcelo Braz, por ter faltado ao lançamento do livro na 2ª feira.

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Fui de expresso rodoviário, lendo o público…

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Ao mesmo tempo que lia o Sapir (já lá iremos… talvez amanhã).

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Com esta “pérola”:
  

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Mas, se este texto não merece contra-texto, de tal maneira é claro e denunciador o contexto, não resisto a um pequeno comentário sobre a questão magna do salário.

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No Manifesto (em 1848) Marx e Engels dizem que “o salário é o preço do trabalho”, o que mais tarde corrigiram para “o preço da força de trabalho”, sendo esta a mercadoria criada pela relação de forças sociais que define capital.

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Assim, há duas “faces” para a “moeda” do salário – seja ele mínimo nacional ou outro qualquer:
  • ·        A “cara” dos meios/rendimento monetário para o trabalhador;
  • ·        A “coroa” do custo que tem para o empregador o uso dessa mercadoria


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Com malabarismos de mero habilidoso, veio JMTavares juntar, à “coroa” desta moeda, outras faces de outras moedas, na senda de uma negociatação em que o governo e uma coisa chamada UGT também entraram.

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Se se quisesse participar nesses jogos malabares, poderia dizer-se – e provar-se – que a diminuição de contribuições dos empregadores para fins sociais, com o argumento de compensar de um acréscimo nominal de salário, teria como resultado que este salário nominal teria menor poder real de satisfazer necessidades dos trabalhadores e população.  

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Mas não se misturem alhos com bugalhos, porque isso é prática de quem não quer esclarecer mas baralhar, e tudo vê pela óptica de quem compra aquela mercadoria - especial mas mercadoria - com o menor custo (directo ou indirecto) que consiga!

Centenário da Revolução de Outubro

Participa! 

Dia 28 de Janeiro às 15h00 no Forúm Lisboa

com a presença do Secretário Geral do PCP

Jerónimo de Sousa

http://www.dorl.pcp.pt/index.php?option=com_acymailing&ctrl=stats&mailid=246&subid=3076&no_html=1


quarta-feira, janeiro 25, 2017

Algumas (outras) coisas sobre a Síria



Assembleia da República e concertação social, duas instâncias diferentes

Acabou agora mesmo a sessão da Assembleia da República em que uma estranha maioria impediu a baixa de uma taxa (TSU) negociada pelo governo com os patrões-empregadores para compensar estes do aumento de custos salariais decorrente de um acréscimo no salário mínimo nacional (SMN), com o apoio de uma dita central sindical criada para circunstâncias  destas.
Antes e à volta dessa votação têm-se tecido as mais abstrusas considerações. Parece necessário tornar muito claro que:
  • ·        no nosso quadro institucional constitucionalizado, de democracia parlamentar, a AR prevalece sobre a concertação social, onde se podem estabelecer acordos tripartidos muito importantes mas que nunca se poderão sobrepor ao que decidam, no legislativo, os representantes eleitos pelos cidadãos;
  • ·    o apoio parlamentar que deputados e grupos parlamentares possam dar ao executivo depende de acordos que se estabeleçam e das matérias que versem. 

No caso concreto, em sede de concertação social, beneficiando de uma espécie de central sindical chegou-se a acordo numa medida complementar ao aumento do SMN (descida da TSU) com o voto contra da central sindical CGTP, e sendo conhecida a oposição dos partidos que têm acordos específicos com o partido que forma governo.
A essa oposição veio somar-se, na AR, a do partido que mais tem defendido a TSU, o que levou a que o acordo do governo com os patrões-empregadores não passasse. O objectivo seria o de isolar o governo, servindo-se, para isso, de um voto que foi a completa negação do que tem defendido.

A argumentação e a especulação com o feito é a ilustração de uma maneira de fazer política, em que todos os meios servem para os fins que se pretendem atingir. Neste caso, chegam a ser caricatas as posições do PSD e da UGT de tão evidentemente contraditórias do que os define e do que afirmam. 
E, neste caso, a política venceu a "pulitiquice". Em várias frentes.

terça-feira, janeiro 24, 2017

S.O.S.!

Sinto-nos inundados de trumparia. Por todos os lados nos assalta uma trumpofobia. E incomoda-me. Não que tenha quaisquer resquícios de vontade de defender a criatura, porque partilho a grande maioria das valorações que fundamentam as críticas e os ataques e as preocupações devidas ao personagem. Mas uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra.
Trump é Trump. E é um produto exemplar do capitalismo e do que este gera e torna, em toda a legitimidade, presidente dos Estados Unidos da América, cabeça de império e manipuladores de bonecreiros servis.
(e faço, desde logo, uma declaração de interesses: recuso ter preconceitos anti-americanos, admirador que sou de tanto que nos EUA se cria e até nós vem)
O que me incomoda é a demonização que sempre me perturba quaisquer que sejam as razões ou os pretexto para ela, é o apagamento de parecidos pretextos ou razões por práticas de outros “pecadores” ou, até, a simétrica beatificação ou mesmo santificação destes.
Nesta onda, não me apraz falar de Trump, mas não me obriguem a ter de lembrar (por ordem cronológica e não de gravidade de “pecados”) de Kennedy e Baia dos Porcos e crise dos misseis, de Nixon do Watergate e da inconvertibilidade do dólar, de Reagan e sua postura cívica/cultural, de Bush I e II, com Clinton pelo meio e sua postura no que respeita a sexo e da respectiva esposa e sua acção como fautora de guerra, de Obama e do seu protagonismo no arrasar de um Médio Oriente iniciado por Bush pai e filho e de que seria o espírito santo apocalíptico... em nome de direitos humanos.

Esta “guerra” comunicacional é abjecta, como abjectos são o objecto dela e os meios utilizados.
Há que manter níveis de decência e, como dizia uma voz dissonante, há que não nivelar tudo pelo mais rasteiro e fulanizado.


domingo, janeiro 22, 2017

inFormação sobre imperialismo


 - Edição Nº2250  -  12-1-2017

Médio Oriente

Tentar compreender o que se passa no Médio Oriente sem ter em conta a natureza do imperialismo e as suas ambições hegemónicas é condenar-se a não perceber o essencial.
O imperialismo caracteriza-se pela 'necessidade' de dominar o planeta e os seus recursos. A sua relação com o Médio Oriente é uma história de guerra, subversão, ingerência e dominação. Há 100 anos, o Foreign Office inglês mandava o seu agente Lawrence da Arábia instigar a revolta dos árabes, então sob dominação turco-otomana, prometendo apoio para uma independência futura. Com a Declaração de Balfour, prometia também o seu apoio à criação dum Estado judaico na Palestina. Mas ao mesmo tempo que distribuíam promessas na região (e fora dela), as potências imperialistas elaboravam planos secretos de partilha do Médio Oriente, como o acordo Sykes-Picot, revelado ao mundo pela jovem Revolução de Outubro. As promessas e instigação à revolta não visavam a libertação dos povos. Eram apenas mecanismos para alcançar o objectivo central das potências imperialistas: dominar a região.
É também assim nos nossos dias. Após a II Guerra Mundial, o imperialismo manteve o seu controlo sobre alguns países da região: Israel, Turquia, Jordânia e as mais autoritárias e retrógradas ditaduras da região, como a Arábia Saudita, Catar, EAU. Mas muitos outros países viram os seus movimentos de libertação nacional alcançarem o poder, pese embora numerosas contradições e limitações. Afirmaram políticas independentes e nacionalizaram os seus principais recursos, até então sob controlo imperialista, em particular o petróleo e o canal do Suez. Tudo isto num contexto em que a existência da URSS e do campo socialista limitava e condicionava a capacidade intervencionista do imperialismo. Entre estes países encontramos os principais alvos do imperialismo nos anos mais recentes: Síria, Iraque, Irão, Líbia.
Contra-ofensiva imperialista
A contra-revolução na URSS libertou o imperialismo de constrangimentos. Quem achar que isto é «conversa de comunistas», pode atentar na conversa dos imperialistas. O General Wesley Clark, comandante das tropas da NATO na guerra contra a Jugoslávia, conta1 que, em 1991, Paul Wolfowitz, na altura «o número três no Pentágono», lhe confidenciou que a principal lição da Guerra do Golfo foi a de que «aprendemos que podemos usar os nossos militares naquela região do Médio Oriente sem que os soviéticos [então na fase final da perestroika – NA] nos travem. E [...] temos cerca de cinco ou dez anos para limpar todos aqueles regimes clientelares dos soviéticos, Síria, Irão, Iraque, antes que surja uma nova superpotência que nos desafie». Wesley Clark conta ainda que dez anos mais tarde o ministro da Defesa dos EUA deu instruções para invadir sete países nos cinco anos seguintes: Iraque, Síria, Líbano, Líbia, Somália, Sudão e Irão.
A contra-ofensiva do imperialismo para impor de novo a sua hegemonia sobre toda a região revestiu muitas formas. Por vezes interveio directamente (com os custos financeiros e políticos respectivos). Outras vezes delegou o trabalho sujo nos seus acólitos na região (Israel, Arábia Saudita, Turquia, Catar). Recorreu a criminosos bandos terroristas fundamentalistas. De novo distribuiu promessas, de estados curdos, sunitas, xiitas, sultanatos ou califados, a quantos participassem nas suas operações de desestabilização e caos. Tal como Saddam Hussein que em 1980 atacou o Irão, fazendo o frete aos EUA e Israel, os incautos que lhes derem ouvidos cedo descobrirão qual o valor das promessas imperialistas. No 'novo mapa do Médio Oriente' do Tenente-Coronel Peters, publicado na revista norte-americana Armed Forces Journal em 2006, não são apenas a Síria, o Iraque ou o Irão que aparecem fragmentados e retalhados. São também a Arábia Saudita e a Turquia.
Mas há razões para um optimismo cauteloso. A resistência do povo sírio e seus aliados, e a derrota dos planos de agressão imperialista na Síria, se consolidada, representa um acontecimento de grande alcance. O poder do velho imperialismo euro-americano revela os seus limites. É também por isso que as mentiras mediáticas são cada vez mais delirantes.
Esconder a ingerência imperialista no Médio Oriente é como tentar explicar a revolução da Terra no Espaço sem falar da existência do Sol. É impossível ser coerente na defesa do direito dos povos a decidir o seu destino, sem ser solidário com os povos que resistem às agressões e ingerências do imperialismo. E não haverá paz e progresso para a Humanidade sem a derrota do imperialismo.

1 Intervenção em 2007, disponível em: library.fora.tv/2007/10/03/Wesley_Clark_A_Time_to_lead


Jorge Cadima

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... há que recusar máscaras e mistificações aliciantes e alienantes! Não haverá uma era D.T(rump)., de cara pálida, feia, bruta e "loura", a suceder a uma descoberta era D.O(bama)., morena, agradável, simpática e elegante!


O mundo está cada vez mais perigoso

Por vezes, o silêncio impõe-se-nos (será  isso que nos vai acontecer com o filme de Scorcese?). É a reacção aos excessos de mundo às avessas em que comunicação vai sendo pródiga... e barulhenta. Avassaladora (avacalhadora?). Por morte adiada e cerimónias exéquias de uma figura pública, por crises futebolísticas até à histeria, por tomadas de posse de poses e falas espúrias a provocarem espectaculares manifestações de malmequeres (muito, pouco ou nada), algumas quiçá solertes.
Tudo parece de pernas para o ar, e a exigir silêncio inhabitual e pausa de escola, como  a que calorosa amizade nos colocou nas mãos, a lembrar Galeano (e outros) na colecção nosso mundo da editora caminho.

Bem oportuna lembrança para este domingo, em que mal acordámos (porque assim adormecemos num final de sábado) com a leitura de que "o mundo está hoje muito mais perigoso"... porque a Casa Branca de Washington teria um novo (e desastrado) morador em resultado da aplicação estrita das regras de cidadania dos Estados Unidos da América.
E temos dificuldade em começar o dia, e outros trabalhos e tarefas, sem uma paragem no (relativo) silêncio que nos impusemos, sem uma afirmação peremptória:
Não foi o mundo que ficou mais perigoso por os cidadãos estado-unidense terem aquele presidente, foi por o mundo estar cada vez mais perigoso que os Estados Unidos têm um presidente como aquele. 
Não se valorize tanto o homem, demonizando-o, tome-se consciência do que está antes e por detrás dele, e como ele é um mero reflexo de insanáveis e contraditórias contradições (redundância voluntária...) de um sistema de relações sociais, que está nas nossas mãos superar. E que assim será, com custos humanitários agravados pelo tempo de sobrevivência. 



    

terça-feira, janeiro 17, 2017

DAVOS-2017 – Desfazamento chocante entre a “moral” das empresas e a desconfiança e o descontentamento dos cidadãos






Os membros, porta-vozes responsáveis das maiores empresas mundiais, parecem divididos, segundo esse estudo, sobre os benefícios do que chamam “mundialização”, mas estarão “extremamente positivos” quanto às previsões de crescimento.
 Na continuidade destes trabalhos e acompanhamentos da evolução da economia mundial, do Global Risk Report, o estudo sublinha a queda dos níveis de vida da grande maioria das populações dos países industrializados e a desconfiança crescente relativamente às elites políticas e comerciais, o que ameaça a situação política e económica actual.

Não obstante este ambiente geral de descontentamento, numa escassa maioria, os inquiridos (51%) dizem-se “extremamente positivos” face às perspectivas de longo prazo para as suas empresas, comparados com os cerca de 30% quando o inquérito foi publicado pela primeira vez. Além disso, 38% dos altos dirigentes declaram-se optimistas quanto ao futuro das suas empresas para os próximos 12 meses, em confronto com os 35% do ano passado.
O inquérito teria revelado que os responsáveis se tinham adaptado à incerteza que continua a dominar as relações comerciais. Também se consideraram capazes de aproveitar as oportunidades criadas em períodos turbulentos.
A saída do Reino Unido da União Europeia e a eleição de Trump nos Estados Unidos teriam sido prova do descontentamento generalizado perante as perdas de emprego em certos sectores, e do crescimento das desigualdades nas sociedades ocidentais. A "mundialização" e as novas tecnologias exacerbaram essas tendências, convergindo numa profunda desconfiança para com o institucionalizado, segundo o relatório.
Cita-se Branko Milanovic, economista e professor em Nova Iorque, que explica que “os mais importantes ganhos da mundialização caíram nas mãos de uma pequena elite cada vez mais rica nos países industrializados e da classe média asiática, cada vez mais importante. Ao contrário, os maiores perdedores são as pessoas de fracos rendimentos dos países desenvolvidos”.
Neste contexto, os chefes de empresa estão divididos quanto aos benefícios da "mundialização". Por um lado, o comércio quadruplicou nestes últimos 20 anos e a circulação na internet explodiu; os progressos tecnológicos e a "mundialização" preencheram vazios entre os rendimentos e os países e mil milhões de pessoas saíram da pobreza extrema, sobretudo na China. Por outro lado, entretanto, em vez de trazer a prosperidade aos países desenvolvidos, que teriam sido os primeiros a adoptar a "mundialização", o sistema provocou perturbações sociais no mundo ocidental; como facto revelador, 44% dos chefes de empresa pensam que a "mundialização" não conseguiu diminuir o fosso entre ricos e pobres,
“Todo o sistema capitalista será posto sob pressão pelos trabalhadores que não aceitarão mais as actuais diferenças na distribuição da riqueza”, estimou um director com base no Reino Unido.
Novo indicador
Em relatório separado, o WEF mostrou que os rendimentos medianos tinham baixado 2,4% em média em mais de 50 países, para caírem para cerca de 2500 US$ (2.300€) por família. “Está no centro do descontentamento público”, declarou G. Corrigan, investigadora no Fórum.
Para além de desígnios puramente retóricos por um crescimento inclusivo, R. Samans, membro do directório do WEF, lamentou a falta de “consenso prático” entre os decisores políticos e os chefes de empresa para o realizar.
Bob Moritz, director de PwC, mostrou-se um pouco mais optimista, declarando aos jornalistas que 2017 deverá ser o ano em que as palavras se transformarão em acções. Segundo ele, os PDG e os decisores políticos estão atentos às inquietações dos cidadãos. Graças às redes sociais, existe uma “tomada de consciência crescente como nunca antes”, acrescentou.
Para começar, o WEF propõe adoptar um novo indicador sobre o desenvolvimento inclusivo, como alternativo ao PIB. O rendimento mediano das famílias estará “no centro” do novo indicador, baseado em 12 critérios, explicou R. Samans, assegurando que reflectirá melhor o desenvolvimento económico.
O estudo do PwC previne, no entanto que “o descontentamento popular não ameaça apenas o crescimento; o bem-estar social e a igualdade são motores de um resultado económico a longo prazo”. Neste contexto, um crescimento económico incerto tornou-se a ameaça número um dos PDG (ou CEO), à frente da sobre-regulamentação.
Apesar do contexto político difícil e da incerteza que reina em volta da administração Trump, os Estados Unidos ultrapassaram a China como fonte potencial de crescimento mais importante para o próximo ano, segundo altos dirigentes. Além disso, o Reino Unido parece mais popular entre os homens de negócios este ano que em 2016, e isso apesar da incerteza que resulta das negociações Brexit.
As palavras inquietantes de Trump visando os principais parceiros comerciais dos Estados Unidos conjugaram-se com a promessa de um reforço orçamental sob a forma de despesas em infra-estruturas e reduções fiscais. Estas promessas "drogaram" claramente o optimismo dos chefes de empresa nas suas perspectivas comerciais com os Estados Unidos.

O estudo foi publicado na véspera da chegada do presidente chinês Xi Jinping a Davos, onde deverá posicionar a China enquanto defensora da mundialização quando se dirigir aos membros, hoje, 17 de Janeiro.
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O texto (e o "post"...) estará longo. Mas contém informação, com base em larga recolha de inquéritos a protagonistas, que parece útil. Pelo que revela, e pelo que pretende que seja conhecido como "ambiente" nas grandes empresas e grupos. A medida anunciada de um novo indicador alternativo ao PIB é significativa. Ignora um indicador já existente, com quase 30 anos e muita informação, criado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), com o nome de "desenvolvimento humano", que completa e corrige o PIB com dados de vária origem, focalizados na saúde e na educação. Esta "invenção" de Davos revela perturbação e objectivo de diversão.
S.R.

A(s) estatística(s) da pobreza e a(s) pobreza(s) da estatística - 2

Como se mede a pobreza?























































Uma mudança na estatística fez 
estranhamente cair o número de pobres no mundo
"A revisão do indicador de referência da pobreza do Banco Mundial coincide estranhamente com a saída da extrema pobreza  de 200 milhões de pessoas..."

Traduzo o parágrafo final, o Contexto:
Segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) “uma pessoa vive em pobreza extrema se não dispõe dos rendimentos necessários para satisfazer as necessidades alimentares essenciais – habitualmente definidas com base em necessidades calóricas mínimas (…).”
A extrema pobreza diminuiu de maneira significativa nas duas últimas décadas. Em 1990, cerca da metade da população dos países em desenvolvimento vivia com menos de 1,25 US$ por dia: esta proporção caiu 14% em 2015. A nível mundial, o número de pessoas vivendo em extrema pobreza diminuiu de mais de metade passando de 1,9 milhares de milhões em 1990 para 836 milhões em 2015. Os progressos ocorreram sobretudo desde 2000.

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Para mim, há uma questão de fundo: o dogmatismo da consideração da medida monetária ("dispor dos rendimentos necessários para...", 1,25 US$/dia... ") quando a moeda se desmaterializa, se torna fictícia, os créditos e os juros avassalam a economia real, e as necessidades, em grande parte parte, se satisfazem - ou se vão satisfazendo - marginalizando-se de um circuito monetário-fiscal que as quer garrotar... e ter sob medida única o preço. Há que recuperar a medida custo, em termos de dispêndio de horas para uso de recursos que satisfaçam necessidades essenciais, não estas apenas animais - calóricas e etc. - mas também, e sempre mais, humanas, socializadas.

isto são reflexões soltas
 (largadas) ao correr das teclas 

A(s) estatística(s) da pobreza e a(s) pobreza(s) da estatística - 1

Na manhã, uma avalanche de “informações” sobre a situação da pobreza no mundo (Oxfam, PNUD e etc. de derivados), que parecia mesmo ao encontr(ã)o da minha abordagem de ontem do artigo do Paul De Grauwe sobre a desigualdade e seus aspectos teóricos. 
Informações úteis e trabalhos interessantes numa EurActive Newsletter que me está a alimentar e não quero guardar para mim!
As desigualdades exacerbam-se a grande velocidade
"Em 2016, a riqueza concentrou-se ainda mais no mundo, afirma um relatório da Oxfam..."

Mas, sobretudo, quais as causas da concentração da riqueza versus o aumento da pobreza?
("de quantos pobres se faz um rico"?)
Mas... quem e como se mede a pobreza?

continua



segunda-feira, janeiro 16, 2017

Desigualdade, desigualdades, causas e consequências

Não. Não leio tudo... mas leio mais que o avante! (mas leio o avante!, sim senhor... e far-me-ia imensa falta se o não lesse!). Só assim me informo... e quero ser um cidadão inFormado.
Se me irrito com NSantos (e fico triste... não desiludido - atenção! - porque, para isso, teria de me ter iludido), porque desinforma (!), já me sinto compensado por, no mesmo caderno Economia, na pág. 39, Paul De Grauwe (professor da Universidade de Lovaina) me informar que morreu Atkinson, tecer interessantes considerações sobre o "regresso do estudo da desigualdade nas economias desenvolvidas", e afirmar que a Atkinson se deveria tal mérito.

(,,,)
Logo me convoca, tal abordagem e sua exposição, a dizer duas coisas primeiras (e primárias?):
  • que, sem tirar o valor do contributo de Atkinson para esse regresso à problemática das desigualdades, tal "regresso" resulta sobretudo da realidade se impor, impedindo que seja ignorada (que se varra para debaixo da carpete dos cada vez mais ricos a multidão dos cada vez mais pobres);
  • que esse "regresso" seja detectado por uma elite bem comportada de estudiosos  da realidade que adoptaram a postura de avestruz ao meter a cabeça na areia ao rejeitarem "a predição marxista de que o capitalismo levaria a uma crescente desigualdade" (diz Paul De Grauwe, que assim se confessa... mas não se alarga em penitência!)
Há, na verdade teorias e curvas muito curiosas, alimentando ilusões explicativas sobre a realidade, que esta vai desmentindo. Mas logo novas descobertas se fazem e empolam numa escalada pseudo teórico-explicativa que, para combater (ou escamotear) os efeitos, escamoteia o fundamental, as causas.
E por aqui me fico, em aponta mente, com o sempre adiado mergulho na consideração do conceito de pobreza/pauperização enunciado em 1848, em há que aprofundar as necessidades e a diferença entre ser pobre (e desigual) há 170 anos, sem automóvel nem telemóvel, e ser pobre hoje, com tudo que o trabalho trouxe para o viver em sociedade. Mas em que as causas das desigualdades são as mesmas, e estão nas relações e na correlação de forças sociais!

domingo, janeiro 15, 2017

É com tristeza e desproveito...

É com tristeza que se toma a decisão de cortar relações - ainda que em sentido figurado...- com alguém por quem se tinha respeito e admiração, não obstante desacordos de fundo e pontuais.

Há alguns anos leio, aos sábados (ou nos dias seguintes), a página Cem por Cento do Nicolau Santos, no caderno Economia do Expresso (e noutros espaços o vinha lendo). Com interesse e proveito, muitas vezes o transcrevendo e confessando ter sido informado e aprendido. Era a posição de um keyneseano ("graças a Deus", como ele se confessava) e merecia ser conhecida e reflectida (digo eu...).
Até ontem à noite, antes de adormecer sobre a leitura deste texto:


Que NS admire Mário Soares e que, no contexto, o viesse dizer encomiasticamente é seu pleno direito pleno. Mas fazê-lo como o fez contraria, totalmente, o conceito em que o tinha. "Valha-lhe Deus"... que até Keynes deve ter esquecido tão obnubilado pelo panegírico.
Confesso (é a minha vez...) que me surpreendeu. O NS que tem a leitura da história que aqui se ilustra em quatro quartos de coluna e uma "caixa" (que "caixinha"!), que catastrofiza a situação da economia portuguesa em 1975 (com enormes e evidentes problemas, bloqueios, sabotagens), a que chama "economia em cacos" mas que  a OCDE (com Krugman) dizia "surpreendentemente saudável", que não vê no lançamento dessa economia "nos braços do FMI" e no abrir-se toda - e servilmente - aos tentáculos de uma solução "europeia" cegamente ideológica, não é o NS que eu conhecia. E lia. 
Pelo meu lado, com uma opção ideológica clara, não aceito o radicalismo ideológico (argueiro que vê no olho de outros), o dogmatismo, o sectarismo. Por isso, estou onde estou; por isso, gostava de ler - e aprendia com - NS. Com o que assina este texto? Não conheço...
     

Para este domingo

sábado, janeiro 14, 2017

Hoje, em Ourém



SMN e TSU e o observador do interior...

... mas procurando estar no interior (no imo) das coisas:

  1. é evidente que, depois de série (mais) negra de anos de ataques aos trabalhadores, entre outras muitas coisas o congelamento do salário mínimo nacional (SMN), havia que melhorar algo essa conquista do 25 de Abril, mas já com trabalho técnico relevante anterior;
  2. neste período de condições para recuperar parte das consequências mais nefastas da política com consequências tão nefastas para os trabalhadores e a população em geral, o SMN era questão (e sinal!) a privilegiar;
  3. em vez do Estado cumprir sem titubear a sua obrigação constitucional, foi procurada uma negociação tripartida (à maneira da OIT, trabalhadores-patrões-governo);
  4. porque a parte dos trabalhadores está dividida por existência de uma "central sindical" criada para esse efeito, chegou-se a acordo (sem o acordo dos representantes sindicais!) na fixação de uma subida do SMN e acrescentou-se a cedência numa descida da Taxa Social Única (TSU), "velha" reivindicação patronal, já mais de uma vez patrocinada pelos seus representantes na AR, o PSD;
  5. esperava-se a aprovação do acordo na AR, quando se dá um golpe de teatro de bonifrates da política: o PSD anuncia ir votar contra por estar contra (pasme-se!) a descida da TSU tal como o BE e o PCP (este também a favor de mais alta e fundamentada subida do SMN);
  6. e, como é próprio de teatro de pantomima, vira-se do avesso a questão do aumento do SMN, que passou a secundária ou ignorada, para a questão do TSU que viera à boleia do oportunismo do aumento do SMN;
  7. só  se fala, "politicamente", da questão do TSU, só se refere a convergência parlamentar entre o PSD e o BE, o SMN e o PCP (claro!) deixam de existir à luz (filtrada) da comunicação social e todo o trabalho deste Partido (e da central sindical) a favor do SMN - e explicando o oportunismo da inclusão da TSU no acordo sobre o SMN - é ignorado;
  8. Assim se descredibiliza a política, se indignifica a democracia (isto observa o observador do interior...)   

sexta-feira, janeiro 13, 2017

Porque será?

JMTavares, que s'assina jornalista, está a passar um mau bocado. Que vai até ao ponto de afirmar, num texto a que dá título uma dúvida crucial, temer que os seus filhos estejam condenados a ter de viver com brinquedos, perdão, heróis dos outros (que se presume filhos que tiveram a sorte de  ter outros pais que não ele). 
Qual a angustiada pergunta do dito (por si) jornalista: 
"Por que foi tão pouca gente ao funeral de Soares?"
E começa por dizer que é muito triste, e etc, e etc.


O texto é confrangedor. Cheguei a sentir o que menos desejo: 
ter pena do homem. Sobretudo quando se vê forçado, na via (ou na veia?) jornalística, a ter de argumentar e justificar o abismo na adesão popular relativamente a outro funeral, ao de Álvaro Cunhal, numa segunda feira e também em não-feriado.

Talvez não devesse gastar esta cera, até porque decidira não vir engrossar o espaço ocupado pela morte de Mário Soares, que se lamenta como todas. Mas não se resiste a um balanço de exéquias como este de JMTavares, particularmente quando acabo de ler a mensagem de um amigo da Galiza que me enviou cópia de artigo em que respondia a outra pergunta "Quen era Mário Soares", de que reproduzo um parágrafo, após e antes de outros em que procura ajudar vizinhos seus a conhecer o multifacetado e complexo personagem: 

quinta-feira, janeiro 12, 2017

Esclareci mentes

Oferece-nos a comunicação social, alguma radiosa e não sei se radiante, que o salário mínimo acordado para vigorar a partir de Fevereiro estará posto em causa por duas razões

  • porque o PSD estaria disposto a opor-se, tal como desde o início o afirmaram o BE e o PCP, à descida da Taxa Social Única que faz parte do acordo, colocando o PS em minoria;
  • porque, sem essa descida da TSU, "o acordo não existe" porque os "patrões" dele se retirariam.

(respigado do Público de hoje)

Ora, para além do curioso do episódio e da afirmação de intenções, bem reveladoras do que é a "baixa política" e os seus golpes e conluios, importaria esclarecer que essa "coincidência" de intenções não anularia o salário mínimo e, sobretudo, a quem compete ele ser estabelecido.
Na minha velhinha cábula constitucional de não-constitucionalista 






lá está 

que é obrigação do Estado (art. 54º)



e, embora a edição seja a 1ª (a de 1976), apesar das 7 revisões continua a mesma redacção, embora actualmente no artigo 59º ponto 2. e com o corte da frase entre vírgulas bem como do salário máximo, que também era constitucional obrigação do Estado estabelecer e actualizar todos os anos. 
Que acordos sejam desejáveis não se nega. Mas, com certa gente, são eles possíveis?

Agenda

Amanhã, em Abrantes:

depois contarei...

quarta-feira, janeiro 11, 2017

Aponta mento - 2

Quase naufragado na enxurrada de notícias - se é que tal se pode chamar ao que transbordou a alcunhada comunicação social - tropecei numa que me surpreendeu estupidamente (o qualificativo é-me auto-endereçado...):

houve uma condenação à morte naquele país do 3º mundo dos direitos humanos 
chamado Estados Unidos da América!

Viva a República Portuguesa! 

terça-feira, janeiro 10, 2017

Aponta mento

Há pouco tempo (nem há uma década...) havia, fixo e "consensual", o anátema dos anti-europeus, dos euro-cépticos, a contrapor, como etiquetas marginais, desprezíveis, à imposta consensualidade dos europeístas.
Hoje, lê-se sobre os pró-europeus como uma espécie de espécie resistente formada por desesperados (mas poderosos...) defensores de uma União Europeia que nunca chegou a existir, nem como Europa nem como união!

Isto a propósito de

segunda-feira, janeiro 09, 2017

De uma "bica" bem tirada...

Sabem a “outra coisa” os Expresso curto(s) do jornalista Valdemar Cruz. Sabem a café… Talvez porque sejam tirados por um jornalista (e basta como identificação de autoria), e que o sejam por muito (e bom) tempo.
Da "bica" matinal de hoje pode saborear-se este gole:
«(...) Celebram-se este ano os 100 anos da Revolução soviética. Nada seria mais redutor do que acondicionar no que possa ser o legado de Estaline uma Revolução cujo impacto em todos os continentes foi único, seja na transformação de mentalidades, seja pelo exemplo de luta, seja pela esperança aberta para a possibilidade de criação de um mundo novo. Isto independentemente dos juízos de valor que cada um possa depois fazer sobre a evolução do processo até a desintegração da URSS. Nesse sentido, é útil a leitura de “O Século Soviético”, de Moshe Lewin. Por fim, uma entrevista de Lewin ao Le Monde Diplomatique do Brasil, na qual sinaliza dois equívocos na discussão sobre a União Soviética: “O primeiro consiste em entender o anticomunismo como uma análise da URSS, e o segundo, em "stalinizar" a totalidade do fenómeno, que não teria passado de um "gulag" do princípio ao fim”.
O 25 de abril fez-se para isto mesmo. Pluralismo e diversidade de opiniões sobre uma mesma realidade.»

apenas juntaria um "cheirinho":
e, respeitando pluralisno e diversidade de opiniões, 
houve também quem tivesse tentado levá-lo mais longe
na caminhada para a transformação da realidade.


O "nosso cartoonista" e as prior idades da actual idade



                                                         GMR

obrigado, GR7!



Deixou de ser impensável, diz ele a ela...

Comecei a manhã cheio de... intenções. Boas. Que irei procurando cumprir!
Mas salta-me do computador esta actualité, cujo começo transcrevo após digitalização:


Repare-se: este senhor é o vice-chanceler alemão e vem dizer que "o acento tónico posto pela Alemanha na necessidade de políticas de austeridade na zona euro deixou a Europa mais dividida que nunca, a ponto da implosão da União Europeia deixar de estar hoje entre o impensável ..." e continua (ou explica-se) "as medidas difíceis tomadas por países tais como a França e a Itália para reduzir os seus défices orçamentais têm riscos políticos..." e por aí fora (com perguntas à chanceler há dias à espera de resposta!), e explicando-se melhor para mais fácil (?) digestão dos especialistas ou especialmente interessados, mas querendo dizer que quando era com a Grécia e com Portugal não havia problema... 
Pois, a "periferia" do "centro" cumpria o seu papel e lugar na "divisão europeia do trabalho", as coisas iam andando à custa (às costas!) dos cidadãos periféricos, agora quando é o "centro" a ver esgotados os paliativos aplicados à "periferia" e a ser invadido pelas metástases do capitalismo é que é o delas...

Lá terei de adaptar a agenda (pessoal) de trabalhos!



domingo, janeiro 08, 2017

Ainda e sempre o mesmo

Ainda na página 5 deste caderno Economia, um texto não assinado que, a meu critério. merece ser lido e comentado.

Diz ele que se aproximam tempestades, ou pior, uma tempestade perfeita, e resume reforçando a ideia de que o "BCE não pode praticar duas políticas monetárias, uma para o centro, outra para a periferia. Entre as duas, é de supor que alinhará pelos interesses de Berlim":























  • é de supor!
  • assim como é pressuposto que, no centro, os interesses de Berlim prevalecerão;
  • assim como se supõe e pressupõe que os supostos e os pressupostos são fatais, e que não há outro remédio senão o da defesa civil... contra as tempestades.
Mas vamos lá a ver. Como quem divide orações...
O facto dos juros de referência aumentarem no centro só implica efeitos na periferia se os juros aumentarem também na periferia. 
Ou, de outra maneira, a travagem, ou o não estímulo ao crescimento das economias resultaria dos riscos ou receios de inflação. Ao que o BCE é muito sensível, como aliás está na sua génese e originou a valorização do euro que tão prejudicial foi à periferia, nomeadamente a Portugal.
É neste jogo de taxas de juro do banco central que se baseia toda a política económica comandada pelas forças do mercado, isto é, não pela "mão invisível" mas pelos banqueiros mandatados por essas forças mais fortes.
Tensões inflacionistas no centro até poderiam beneficiar a periferia se, nesta, se pudessem manter as moedas estáveis ou até desvalorizá-las relativamente a eventuais importadores ou turistas. Não o podendo fazer por ser só um o banco e só uma a moeda, a periferia sofre o ónus do aumento das taxas de juro que interessa ao centro no seu serviço de dívida a somar ao não aproveitamento de eventuais vantagens.
Mas esta dinâmica do capitalismo de criação, na Europa, de uma integração de Estados com um centro e uma periferia (e duas velocidades) vem sendo criada desde a década de 70 (e acelerada com Maastrich), e para isso existe a moeda e o banco central únicos.
A única maneira de se evitarem tempestades (não naturais) é identificar as suas causas e ter força para as anular. E essa força ganha-se com o esclarecimento, a começar pelo da não inevitabilidade dessas causas e a não espera de milagres com visitas papais... 

como pôr fim ao banksterismo

O caderno Economia do semanário Expresso, como toda a panóplia de veículos de comunicação deste grupo, ilustra a complexa frente ideológica da luta de classes. 
Não é por acaso que "o fundador" (e fundidor!) do grupo é "o português do Clube Bilderberg". Em doses bem medidas (e à medida do tempo em que se joga), a equipa é uma selecção que vai da direita mais "caceteira" (ideologicamente, claro) ao esquerdismo mais verbal, passando pelas tendências várias da social-democracia e por um keyneseanismo que, evidentemente, não é só económico, apenas ficando de fora quem é, claramente, do outro lado da luta... embora um convite esporádico e espúrio possa aparecer por manifesta oportunidade ou para dar alguma cor ao pluralismo.
Por este caderno e seus alimentadores me perco ao fim de semana (e, por vezes, pelo meio da semana), sempre com proveito, embora irregular. Particularmente na página 5, onde até posso ganhar uns quartos de página de bem escolhida poesia.
Vem isto a propósito deste sábado - como já veio em muito outros apropósitos -, em que Nicolau Santos aborda o "sarilho no Novo Banco" e diz que ele "tem um nome", embora não diga qual ele seja.
Nomes próprios refere alguns (Carlos Costa, Vitor Bento, Stock da Cunha, Sérgio Monteiro, António Ramalho), e muitos ficam por referir, embora citados noutras oportunidades, como Maria Luís Albuquerque, e deixa dois nomes não de pessoas mas ajudando à caracterização do "sarilho" - BNP Paribas (com uma estranha assessoria de €15 milhões) e Lone Star (um dito "fundo de investimento" para que o apodo de abutre é carinhoso). 
Em resumo, sarilho há. E pesado em euros! Eram 4,4 mil milhões de € em "resolução" (que é feito do fundo da dita?), que se propõe "resolverem-se" com 750 mil (que, com uma estranha garantia de 2,5 mil, se podem transformar em - 1,750 mil milhões!), através de uma venda a privados, talvez a conselho de assessorias a custo de mais de 15 milhões de euros (qual o papel do dr. Sérgio Monteiro nestas operações banco-cirúrgicas?), pagando administrações precárias em SOS e, decerto..., não remuneradas ao nível do salário mínimo. E quem confiou, e manteve a sua confiança, no "banco bom" e... Novo?!, o que é que sabe e pensa? 
Nome tem o sarilho! Mas NS não diz qual escolheria (seria Carlos Costa?) porque, se o dissesse, talvez tivesse de ir mais além, de ir ao fundo das questões e não pudesse, "perante o actual cenário...", pedir para "...se continuar a reestruturar o banco e negociar com Bruxelas mais tempo para vender a instituição."
Capitalismo, não lhe dirá nada?, e nacionalização?, e negociação com Bruxelas (e credores) bem para além de apenas tempo para se entregar mais um pedaço nosso a privados em condições menos... "vexatórias"? 

voltarei a esta página 5