Voz amiga e avisada saudou-nos festivamente e alertou-me para textos lidos (é moeda de troca...). Assim nos desviou do propósito de para aqui trazer leituras feitas e em curso. Porque, depois dos foguetes e das imagens e perguntas repetidas até à exaustão na televisão [rima e é verdade "o que espera (ou o que deseja) de 2017?"], apesar de exausto (salvo seja... da "exaustão"), ainda li dois desses textos recomendados. Li-os, não por especial recomendação mas para descompressão e por curiosidade, e encontrei bastos motivos para os comentários em cuja onda ando sobre textos e contextos (não que tenha quaisquer pretensões a substituir-me ao comentador promovido a comentador oficial da República, isto é, Presidente desta).
Muitos desses motivos guardarei para mim, mas trarei alguns para aqui. Como um, do espaço público ocupado por José Pacheco Pereira, no último dia de 2016,
em que ele termina escrevendo "... Como, na nova ignorância, se trata de uma atitude hostil ao saber e ao seu esforço, mais que um efeito da fonte única, há uma guetização da opinião, com arregimentação entre os próximos e a diabolização dos "outros". Ler só aquilo com que concordamos pode ser satisfatório psicologicamente, mas destrói o debate público fundamental numa sociedade democrática."
E como o título do artigo na página 44 do Público é A ascensão da nova ignorância, parece que a ilustração dessa nova ignorância foi mandada para a página 48, onde João Miguel Tavares, no seu habitual alarde de que "o respeitinho não é bonito",
brinda o eventual leitor com um textinho com o aliciante título Este mundo não é para novo e demonstra a sua ascendente ignorância que disfarça com vestes de citação de David Leonhardt, Thomas Piketty, Raj Chetty, perante as quais pasma de reverente admiração, só possível pela diabolização dos outros" que há muito fizeram uma leitura da História (sempre em necessária actualização) que ajuda a entender as suas "descobertas" por entrepostas citações de seus aprioriticamente tomados por próximos.
Os aumentos das desigualdades impõem-se, como se vê... mas nada de confundir faltar ao respeitinho com o necessário respeito devido a "outros" cujo é muito bonito, aos "outros" que procuram as causas das desigualdades e lutam para as combater
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