terça-feira, janeiro 24, 2017

S.O.S.!

Sinto-nos inundados de trumparia. Por todos os lados nos assalta uma trumpofobia. E incomoda-me. Não que tenha quaisquer resquícios de vontade de defender a criatura, porque partilho a grande maioria das valorações que fundamentam as críticas e os ataques e as preocupações devidas ao personagem. Mas uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra.
Trump é Trump. E é um produto exemplar do capitalismo e do que este gera e torna, em toda a legitimidade, presidente dos Estados Unidos da América, cabeça de império e manipuladores de bonecreiros servis.
(e faço, desde logo, uma declaração de interesses: recuso ter preconceitos anti-americanos, admirador que sou de tanto que nos EUA se cria e até nós vem)
O que me incomoda é a demonização que sempre me perturba quaisquer que sejam as razões ou os pretexto para ela, é o apagamento de parecidos pretextos ou razões por práticas de outros “pecadores” ou, até, a simétrica beatificação ou mesmo santificação destes.
Nesta onda, não me apraz falar de Trump, mas não me obriguem a ter de lembrar (por ordem cronológica e não de gravidade de “pecados”) de Kennedy e Baia dos Porcos e crise dos misseis, de Nixon do Watergate e da inconvertibilidade do dólar, de Reagan e sua postura cívica/cultural, de Bush I e II, com Clinton pelo meio e sua postura no que respeita a sexo e da respectiva esposa e sua acção como fautora de guerra, de Obama e do seu protagonismo no arrasar de um Médio Oriente iniciado por Bush pai e filho e de que seria o espírito santo apocalíptico... em nome de direitos humanos.

Esta “guerra” comunicacional é abjecta, como abjectos são o objecto dela e os meios utilizados.
Há que manter níveis de decência e, como dizia uma voz dissonante, há que não nivelar tudo pelo mais rasteiro e fulanizado.


3 comentários:

Olinda disse...

Bem certeiro!Bjo

João Baranda disse...

Não posso estar mais de acordo ... já chega de Trump ... deixem o homem ... as expectativas negativas geradas são tão grandes ... que o homem só poderá fazer melhor ...

João Baranda disse...

Não posso estar mais de acordo ... já chega de Trump ... deixem o homem ... as expectativas negativas geradas são tão grandes ... que o homem só poderá fazer melhor ...