domingo, janeiro 08, 2017

como pôr fim ao banksterismo

O caderno Economia do semanário Expresso, como toda a panóplia de veículos de comunicação deste grupo, ilustra a complexa frente ideológica da luta de classes. 
Não é por acaso que "o fundador" (e fundidor!) do grupo é "o português do Clube Bilderberg". Em doses bem medidas (e à medida do tempo em que se joga), a equipa é uma selecção que vai da direita mais "caceteira" (ideologicamente, claro) ao esquerdismo mais verbal, passando pelas tendências várias da social-democracia e por um keyneseanismo que, evidentemente, não é só económico, apenas ficando de fora quem é, claramente, do outro lado da luta... embora um convite esporádico e espúrio possa aparecer por manifesta oportunidade ou para dar alguma cor ao pluralismo.
Por este caderno e seus alimentadores me perco ao fim de semana (e, por vezes, pelo meio da semana), sempre com proveito, embora irregular. Particularmente na página 5, onde até posso ganhar uns quartos de página de bem escolhida poesia.
Vem isto a propósito deste sábado - como já veio em muito outros apropósitos -, em que Nicolau Santos aborda o "sarilho no Novo Banco" e diz que ele "tem um nome", embora não diga qual ele seja.
Nomes próprios refere alguns (Carlos Costa, Vitor Bento, Stock da Cunha, Sérgio Monteiro, António Ramalho), e muitos ficam por referir, embora citados noutras oportunidades, como Maria Luís Albuquerque, e deixa dois nomes não de pessoas mas ajudando à caracterização do "sarilho" - BNP Paribas (com uma estranha assessoria de €15 milhões) e Lone Star (um dito "fundo de investimento" para que o apodo de abutre é carinhoso). 
Em resumo, sarilho há. E pesado em euros! Eram 4,4 mil milhões de € em "resolução" (que é feito do fundo da dita?), que se propõe "resolverem-se" com 750 mil (que, com uma estranha garantia de 2,5 mil, se podem transformar em - 1,750 mil milhões!), através de uma venda a privados, talvez a conselho de assessorias a custo de mais de 15 milhões de euros (qual o papel do dr. Sérgio Monteiro nestas operações banco-cirúrgicas?), pagando administrações precárias em SOS e, decerto..., não remuneradas ao nível do salário mínimo. E quem confiou, e manteve a sua confiança, no "banco bom" e... Novo?!, o que é que sabe e pensa? 
Nome tem o sarilho! Mas NS não diz qual escolheria (seria Carlos Costa?) porque, se o dissesse, talvez tivesse de ir mais além, de ir ao fundo das questões e não pudesse, "perante o actual cenário...", pedir para "...se continuar a reestruturar o banco e negociar com Bruxelas mais tempo para vender a instituição."
Capitalismo, não lhe dirá nada?, e nacionalização?, e negociação com Bruxelas (e credores) bem para além de apenas tempo para se entregar mais um pedaço nosso a privados em condições menos... "vexatórias"? 

voltarei a esta página 5          

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