sexta-feira, março 30, 2007

Mais uma de Bertold Brecht

O "Analfabeto Político"

O pior analfabeto é o analfabeto político.
Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos.
Ele não sabe que o custo de vida,
o preço do feijão, do peixe, da farinha, da renda de casa, dos sapatos, dos remédios,
dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro
que se orgulha e enche o peito de ar
dizendo que odeia a política.
Não sabe, o idiota,
que da sua ignorância política
nasce a prostituta, o menor abandonado,
e o pior de todos os bandidos
que é o político vigarista, aldrabão,
o corrupto e lacaio dos exploradores do povo.



Bertold Brecht

Pois é... a tal "sociedade civil"...

Da minha navegação matinal pela "blogaria", retive esta expressão "tem que ser a sociedade civil a dar a volta a isto. Já pensei em começar mas rapidamente me falta a vontade."
Curiosamente, estou a ler "Da mentira: um ensaio - transbordante de errores", do José Barata-Moura, e ontem, antes de apagar a luz, li e sublinhei este pedaço de nota de pé-de-página, em que o autor, com o seu inexcedível cuidado e rigor, sublinha que «... para Hegel, a "sociedade civil" - ou a "sociedade burguesa", já que bügerliche Gesellschaft veícula as duas camadas de significação - é que constitui o "campo de batalha (der Kampfplatz) "do interesse individual privado de todos contra todos" (des individuellen Privatinteresses aller geggen alle)...»
Era bom que quem diz ter pensado (!) em começar a "dar a volta a isto", e tanto espera da "sociedade civil", tenha a vontade de se dar ao trabalho de aprender algo sobre as coisas de que fala, evitando seguir acriticamente expressões "na moda", e também que comece, sim, por tentar perceber o que é "isto" a que gostaria de começar a "dar a volta", e porque é que "isto" está neste estado e estádio.
E que não lhes falte a vontade tão rapidamente!

terça-feira, março 27, 2007

Para que não voltem!

Tempos Sombrios

Realmente, vivemos tempos sombrios!
A inocência é loucura.
Uma fronte sem rugas
denota insensibilidade.
Aquele que ri
ainda não recebeu a terrível notícia que está para chegar.
Que tempos são estes,
em que é quase um delito
falar de coisas inocentes,
pois implica fazer silêncio
sobre tantos horrores.

Bertold Brecht

Em que tempo estamos a viver?!

O "post" anterior foi escrito sob alguma tensão. Reconheço-o embora me reconheça inteiramente no que nele está escrito. Lidos os comentários e outras "fontes", volto à carga, começando por reagir ao "amigo" Segismundo que, com o seu "mano" Nicky Florentino, me dão prazer/gozo ler, e com alguma frequência aqui transcrevo, e que ao assunto se refere.
O dito Segismundo chama ao concurso já passado "jogo da galega sobre os dez maiores tugas de todos os tempos" e, depois de comentário curtíssimo e irónico (à sua maneira), termina dizendo que tudo o resto é histerese (aparecimento de um atraso na evolução de um fenómeno físico em relação a outro) ou histeria. Ora não me parece que seja adequado este remate.
Primeiro, porque não considero que haja qualquer atraso, no sentido de algo que acontece fora do tempo certo, nesta emergência de sinais de que o fascismo anda por aí a espalhar. Haverá, sim, antecipação e concertação.
Depois, porque se a expressão histeria é usada como carapuça a enfiar em quem mais reagiu ao resultado desta operação de branqueamento do fascismo, não a aceito e acrescento que mais reagiu quem melhor conhece o que foi o fascismo, e sente que ele se insinua e manifesta em algumas das suas máscaras preambulares.
Naquele selecto cenáculo televisivo da sessão de "apuramento do maior português" o promotor-mor da "candidatura" de Oliveira Salazar a tal épico título, numa postura de grand seigneur, de magnânimo vencedor, deixou a imagem de um "Estado Novo" em que não havia as maleitas e doencas que atingem os portugueses na actualidade, entre outras a da corrupção. E não só ele o fez...
Logo logo hoje, dois dias depois da consagração salazarenta, de corrupção se fala, e muito, e muito oportunamente, para se insistir na tecla de que tal é maleita nova de que o regime anterior ao 25 de Abril não sofria.
E é prudente, diria da máxima prudência, ver nestas insistêncas o ataque ao 25 de Abril e à democracia como se fossem estas as causas da corrupção que, antes..., se diz não ter existido porque havia um homem que a não consentia. O que é multiplamente falso, porque a corrupção que existe - e tem de ser seriamente combatida! - é fruto de não se cumprir o 25 de Abril e porque, no antigamente..., havia (oh! se havia...) impune corrupção de cariz fascista. E assusta ver o necessário, urgente e sério, ataque à corrupção servir de instrumento para, insidiosamente, se branquear o fascismo e fazer a apologia de ditaduras salazarentas.
Como assustam tantos outros sinais de aparente tolerância e de neutralidade histórica com a mesma finalidade.
Estaremos a acordar fantasmas, dirão alguns. A questão é que não se trata de fantasmas mas de reais ameaças e ai de quem não sabe ler os sinais. E estes não estão nas conchas, ou noutros artefactos esotéricos. Estão nas escolas, na televisão, nos jornais, nas rádios.

segunda-feira, março 26, 2007

Em que tempo estamos a viver?

Adormeci como quem já está a ter um pesadelo. Dormi e, ao acordar, acordei com o pesadelo ainda vivo e, à televisão de ontem, juntou-se a rádio desta manhã para acordado e vivo o manter.
Já não é o apelo de "fugir" para Pasárgada, à maneira de Manuel Bandeira, o que e quem vem à lembrança é Tolstoi que, no fim da sua vida, se retirou como "mujique" para se isolar do mundo que não se sentia com forças para suportar, e que acabou atropelado por um comboio quando até da família fugia.
Mas reajo ao apelo e à lembrança.
O mundo está torto, como diria Cervantes pela voz de D. Quixote (ou vice-versa), e quanto maiores as agressões, quanto mais fundo o desgosto pelo que se vê e vive à nossa volta, mais preciso, mais urgente é a luta. A luta, de cada um, pela informação, pelo esclarecimento, enquanto a expressão mais premente da luta de classes. Como quem está no polo oposto, servindo-se da RPT, RDP & Cia., tão bem sabe. E tão bem sabe fazer na permanente busca da desinformação e do obscurantismo que prossegue o que foi tarefa exemplar e brutalmente executada por Salazar.
E quero afirmar, de novo, o que sempre pensei e disse: a este concurso deveria ter-se dado o que ele merecia, apenas desprezo. Percorrer um caminho que se sabe minado, armadilhado, é ter a certeza de que as minas serão pisadas, que as armadilhas de nós se alimentarão.
Mas foi assim. Paciência. Só resta continuar a luta!

terça-feira, março 20, 2007

No dia da francofonia

Acabo de ouvir, na rádio, que hoje é o dia da francofonia. E logo me saltam os últimos versos de um poema de Paul Eluard que me têm acompanhado na vida, e cito de cor(ação):
... et par le pouvoir d'un mot/je recommence ma vie/je suis naît pour te reconnaître/pour te nommer: LIBERTÉ!
E saúdo quem foi buscar ao temps des cerises (canção de amor no tempo da Comuna de Paris) o título e mote para o seu blog:
Quand nos en serons le temps des cerises,/ Et gai rossignol, et merle moqueur/ Seront tous en fête !/ Les belles auront la folie en tête/ Et les amoureux, du soleil au coeur/ Quand nous chanterons le temps des cerises,/ Sifflera bien mieux le merle moqueur !/
Mais il est bien court, le temps des cerises/ Où l'on s'en va deux, cueillir en rêvant/ Des pendants d'oreilles./ Cerises d'amour aux robes pareilles,/ Tombant sous la feuille en gouttes de sang./ Mais il est bien court le temps des cerises,/ Pendants de corail qu'on cueille en rêvant !/
Quand vous en serez au temps des cerises,/ Si vous avez peur des chagrins d'amour,/ Evitez les belles !/ Moi qui ne crains pas les peines cruelles,/ Je ne vivrai point sans souffrir un jour./ Quand vous en serez au temps des cerises,/ Vous aurez aussi des peines d'amour !/
J'aimerai toujours le temps des cerises :/ C'est de ce temps-là que je garde au coeur/ Une plaie ouverte !/ Et dame Fortune en m'étant offerte/ Ne pourra jamais fermer ma douleur./ J'aimerai toujours le temps des cerises/ Et le souvenir que je garde au coeur !

domingo, março 18, 2007

A frase do dia (cinzento apesar do sol primaveril!)

"(...) É tudo normal, inclusive o que não é normal. Nicky Florentino.

sexta-feira, março 16, 2007

Este (desenho) chega, não acham?


(no Ávante! de ontem, 15.03.2007)
Boa, Monginho!

Gato em anúncios de primavera

Há fotografias recentes, novas, novíssimas , do gato senhor, Mounty de seu nome.
A primavera chegou aos domínios de sua excelência. E ele, excelência sua, mostra desfrutá-la, gozá-la. E logo a senhora dona dele, Zé de seu nome pequenino, sai disparada a disparar a máquina de gravar momentos. Sempre com o senhor gato como tema. Embora, às vezes, também fotografe flores.... para não dizerem que não fotografa flores, ou que só fotografa o gato nosso.
E eu, que faço parte do "nosso" que identifica os que se julgam donos do senhor gato, venho, também logo, mostrar aqui uma ou outra das fotos.
Hoje, pode ser esta. Tirada ontem. No meio da primavera que desabrocha por todos os lados.
Para mostrar aos amigos dele, melhor digo fãs, e que nossos amigos são.
'Tá feito.

terça-feira, março 13, 2007

Um senhor!

Um gato é um gato!

E depois?, perguntam-me,
logo acrescentando
um gato é um gato,
um rato é um rato,
um cão é um cão,
um macacão é um macacão.
Em resumo:
um bicho é um bicho.

Pois…
além disso, lembram-me
um homem é um homem,
e eu riposto:
umas vezes… bicho,
outras vezes… humano!

‘Tá bem,
‘tá tudo certo
um gato é um gato
mas o nosso gato é um senhor gato!

sábado, março 10, 2007

As palavras exactas

Hoje, sei lá porquê, ou até sei..., apeteceu-me chamar biltre a um fulano que eu cá sei. E até sei porquê embora quisesse fazer de conta que não sei.
E fiquei nessa de chamo-não chamo... talvez chame... se ele fizer outra igual ou parecida... e se ele estiver por perto.
Por aí me fiquei a chamar biltre a um fulano sem biltre lhe ter chamado. E a palavra comigo ficou, como uma etiqueta a colar quando oportuno.
Biltre... Pois. A palavra exacta.
Era para ir ao dicionário ver o exacto significado da palavra exacta. Mas, antes, abri, ao acaso, um livro do Gedeão e logo me aparece a página com o

Poema da palavra exacta

Eu dou-te uma palavra,
e tu jogarás nelae nela apostarás com determinação.

Seja a palavra "biltre".

Talvez penses num cesto,
açafate de ráfia, prenhe de flores e frutos.

Talvez numa almofada num regaço
onde as mãos ágeis manobrando as linhas
as complicadas teias vão tecendo.

Talvez num insecto de élitros metálicos
emergindo da terra empapada de chuva.

Talvez num jogo lúdico, numa esfera de vidro,
pequena, contra outra arremessada.

Talvez...

Mas não.
Biltre é um homem vil, infame, ordinário.
São assim as palavras.

António Gedeão, no espaço Som da Tinta, hoje, às 16 horas, contado/cantado por Manuel Freire. Com as palavras exactas.






(do blog som-da-tinta.blogspot.com)

quinta-feira, março 08, 2007

O INE em/para o dia da mulher

O Instituto Nacional de Estatística (INE) fez um trabalho, que me parece muito interessante, dedicado a este dia. Só o olhei, quero lê-lo e aproveitá-lo, talvez também para esta forma de comunicação. Vamos a ver...
Entretanto, recebi esta "folha" de que reproduzo o cabeçalho, o título e o resumo introdutório:

Dia da mulher!

Curiosamente - e gostosamente - este CD foi-me oferecido no dia do pai do ano passado...

Sabes tu, mulher...

Sabes tu, mulher, porque é que hoje
dia 8 de Março
é o dia internacional da mulher?

Saúdo-te, hoje, mulher, no dia que é o teu.

Saúdo-te com a alegria de quem inclui,
nas suas pequenas-grandes lutas,
a luta contra as discriminações,
a luta contra a desigualdade social entre o homem e a mulher.

Saúdo-te, mulher, porque, neste dia,
te sentes mais diferente e mais igual,
mais diferente porque eu sou homem e tu és mulher,
mais igual porque este dia é um dia de afirmação,
de afirmação de que temos os mesmos direitos.

Mas também te saúdo com tristeza.
Porque sei que, se te perguntasse
porque é que o dia 8 de Março é o dia da mulher?
me olharias espantada e, se me respondesses…,
dirias um sei lá convicto e indiferente.
E não podes imaginar quanto me custa
que, para ti, seja este dia um dia igual
ao de S. Valentim ou outro desses,
outro desses dias em que os pequenos comerciantes
aproveitam para tentar atenuar a crise - a sua, a dos pequenos…

Há 150 anos – porque foi em 8 de Março de 1857 –,
130 mulheres morrem queimadas num incêndio,
morreram num incêndio provocado contra elas,
fechadas numa fábrica em Nova Iorque, impedidas de sair,
apenas(!) por lutarem por uma redução do seu horário de trabalho,
de 16 horas diárias para o máximo de 10 horas,
por quererem salário e horário iguais aos dos homens.

130 mulheres, faz hoje 150 anos, morreram carbonizadas,
por lutarem por direitos seus, de mulheres trabalhadoras.
E foi uma mulher, Clara Zetkin, que nascera em 1857,
que, no dia 8 de Março de 1910, em Copenhague,
ao presidir à 2ª Conferência international das mulheres socialistas,
propôs a criação do dia international das mulheres,
dia de manifestação anual para lutar pelo direito de voto,
pela igualdade entre os sexos, e pelo
socialismo.

Divirtam-se, gozem a liberdade tão duramente conquistada
(porque, antes do 25 de Abril de 1974,
a todos estava vedado festejar o 8 de Março),
sejam felizes, ao menos neste dia em cada ano…,
mas lembrem, num minuto, as operárias de Nova Iorque!
Há 150 anos. Faz hoje!

terça-feira, março 06, 2007

Efemérides - 6 de Março

Em Setembro de 1919, o movimento da classe dos trabalhadores fundou a Confederação Geral do Trabalho, ou CGT. (...) O seu principal objectivo era promover ideias revolucionárias e socialistas, e organizar e desenvolver um movimento dos trabalhadores.[4]
Após algum tempo os membros da FMP sentiram a necessidade de uma vanguarda revolucionária entre os trabalhadores Portugueses. Depois de várias reuniões em várias sedes dos sindicatos, e com a ajuda da Comintern, foi fundado o Partido Comunista Português, ou PCP, como a secção Portuguesa do Internacional Comunista (Comintern), no dia 6 de Março de 1921.
De modo diverso ao que ocorrera na generalidade dos países europeus, o Partido Comunista Português não se formou a partir de uma cisão no Partido Socialista, mas ergueu-se, essencialmente, com militantes saídos das fileiras do sindicalismo revolucionário e do anarco.sindicalismo
Após a Revolução de 28 de Maio de 1926 o partido foi ilegalizado, e foi forçado a operar em segredo. Por coincidência, a revolução aconteceu na véspera do segundo congresso, o que levou à sua suspensão. Em 1927, a sede do Partido foi fechada. O Partido foi depois reorganizado em 1929 por Bento António Gonçalves. Adaptando-o ao seu novo modo de operações clandestinas, evitou assim uma onda de detenções.
Após a ascensão ao poder do regime ditatorial de Salazar, ou Estado Novo, a supressão do partido aumentou. Muitos membros foram presos, torturados e assassinados.

(de Wikipédia)

Mais uma efeméride (mais pessoal... mas não menos importante para mim):
em 1970, no dia 6 de Março, nasceu o meu filho Gonçalo!

segunda-feira, março 05, 2007

Daqui vos vejo

Daqui vos vejo. E observo. E reflicto.
E vou entrar em cena porque tenho saudades de vos ouvir.
Eu sei que uma aparição minha desperta comentários que outras coisas (umas chatas, outras mesmo para ficarem sem comentário) não o fazem. Esta é uma das razões por que volto. De vez em quando.
Pois aqui me têm, Mais maduro, mais caseiro... mas a primavera está a chegar e gosto tanto de dormir sestas entre flores que nascem, entre a natureza que recomeço o seu ciclo... enquanto eu (e os que se julgam meus donos) seguimos a nossa evolução, isto é, vamos caminhando sempre em frente, sem ciclos, sem estações que se repetem. Adiante.

Gostei de aqui vir. De me mostrar.


António Gedeão - Homem

Homem

Inútil definir este animal aflito.
Nem palavras,
nem cinzéis,
nem acordes,
nem pincéis
são gargantas deste grito.
Universo em expansão.
Pincelada de zarcão
desde mais infinito a menos infinito.


No dia 10 de Março, pelas 16 horas, no espaço Som da Tinta, António Gedeão por Manuel Freire.

domingo, março 04, 2007

Um mundo (e uma comunicação) dOPAda

Neste fim de semana (de sábado a domingo à noite), parece que neste País a coisa mais importante que aconteceu (senão a única coisa importante que aconteceu nerte País) foi a morte(?) da OPA da Sonae sobre a TP.
Uma manifestação de 120 a 150 mil pessoas na rua, contra a política social do governo, é como se não tivesse acontecido... Uma vergonha esta "conspiração do silêncio" da parte de alguns dos mais importantes orgãos da comunicação social.
O que aconteceu foi Granadeiro, Belmiro, Ricardo Salgado (isto é, Banco Espírito Santo).
E, ao ver este último na televisão, não me foi possível deixar de pensar que, no tempo de antigamente, os bancos eram os lugares ondes se depositava o nosso dinheiro, e onde se podia, eventualmente, procurar algum crédito vindo do nosso dinheiro e do dinheiro ali depositado por outros. Agora, são produtos e mais produtos com que nos aliciam para, depois, por exemplo, dificultarem a devolução do dinheiro que lá pusemos, com a justificação das letras miudinhas dos contratos, de que não nos falaram e que nós não lemos... até porque, para as lermos, teríamos de mudar as lentes dos óculos.

o euro-turco

Desde dia 1 de janeiro 2007, a Turquia tem uma nova moeda, a "nova lira -turca" (Yeni Turk Lirasi), que substitui a antira lira antiga bastante desvalorizada, tendo-lhe tirado nada menos que 6 zeros. Quando se olha para a nova lira, nota-se logo que se parece estranhamente com a moda de 2 euros. Ao comparar estas 2 moedas, verifica-se que têm exactamente a mesma aparência (uma parte de cobre central rodeado por umaparte de niquel), tendo sensivelmente o mesmo tamanho. A face da moeda, tem como muitos euros, 1 cabeça desenhada (neste caso trata se de Ataturk...).

A unica diferença é que no lugar do 2 dos 2 euros tem um 1 que é semelhante ao 1 das moedas de 1 euro. Esta lira turca é uma imitaçao juridicamente inatacável da moeda de 2 euros.

Ela vale apenas 40 cêntimos (e na Europa não tem qualquer valor, ou seja não vale mesmo nada). Apenas pode servir para, enganosamente, servir para trocos, podendo assim fazer lucros substanciais. Por enquanto, estejamos atentos, verifiquemos bem que as nossas moedas de 2 euros não se tratam de liras turcas, porque já começaram por aí a circular.
mais um dos "benefícios" da moeda única... europeia, e isto antes do alargamento da "Europa" à Turquia!

sábado, março 03, 2007

Manuel Freire e a "Pedra Filosofal" de António Gedeão - 10 de Março no espaço Som da Tinta


Esta imagem pareceu-me mais adequada - aos referidos 40 anos -
que a que ilustra o blog Som-da-Tinta. É a capa de um disco de vinil... e não coube toda no scanner!

Há quase 40 anos foi uma pedrada no charco!

Vamos ouvir e falar disso, e de outras "coisas" do António Gedeão, com o Manuel Freire, no dia 10 de Março, a partir das 16 horas.

Hoje

Hoje, depois de ontem e da enorme manifestação, é dia de assembleia geral do CPPC, Conselho Português da Paz e Cooperação, a que pertenço, e a que tanto queria ir.
Mas uma constipação (resfriado é mais bonito, não é?) fez-me passar uma noite pessimamente dormida e, ao acordar (se é que dormi...) não tive coragem de me ter metido no carro e a caminho de Lisboa.
Vamos lá a ver se isto melhora porque, logo à tarde, gostaria de acompanhar a ida da equipa sénior do JO a Torres Vedras.
Há dias assim. Como não devia haver.

quinta-feira, março 01, 2007

António Gedeão-Manuel Freire, a "pedra filosofal" (e outras!)

Recebemos (é como quem diz...) esta

INFORMAÇÃO-CONVITE
A livrariainicia, no seu espaço,
no dia 10 de Março,
pelas 16 horas,
uma série de iniciativas,a que deu o nome
leitores ao encontro de autores,
em que um grupo de leitores se prepara
para conversar com um autor escolhido,
o que poderá ser animado
por um “leitor especial” desse autor.
Para começar,
o autor será António Gedeão e o "leitor" Manuel Freire
venham sentar-se connosco
sobre uma "pedra filosofal"
(e outras que lhes são comuns)
e conviver
Nós estaremos lá (pois!)

Ex-citação

A constância das eras. O tempo é um absoluto, cujos limites são o «antes» e o «depois». O ritmo desse absoluto é elíptico, embora seduza a ideia da sua forma derramada, fluída. De fluxo, portanto. De algum modo, o tempo é assim, uma sucessão pautada. Atrás os trinta, adiante os quarenta. Uma espécie de impasse. De onde tende a sobrevir uma sensação grave. Que daí, de tal impasse, há duas saídas possíveis apenas, ou pela suspensão ou pela derrapagem. À suspensão chama-se morte. À derrapagem chama-se envelhecimento. Não há escolha. De um ou de outro modo, o tempo matar-nos-á. Segismundo.
Isto foi tirado do Albergue dos danados, onde um tal de (ou do?) Zambujal veio logo, a correr, reagir a comentários já (ex)postos e fazer um seu comentário, que também se (ex)cita:
Para quê complicar, especulando, o que o segismundo tão bem disse?
E não tem, ele, atrás os setenta (que já cá me cantam...), adiante os oitenta (se continuar em derrapagem pois em-velho-sou!).
Não tem... mas parece.
O tal de segismundo sabe muito de "a constância das eras", para a idade....
Aqui fica um abraço respeitoso. Merecido. zambujal

Perdido (e achado) em papéis dispersos - 4

Os papéis (de 1969) andam aqui pela secretária, misturados com os de agora, de agora mesmo. Saltam-me aos olhos e provocam-me. Não resisto!

Estes homens perderam a bússola
andam à deriva
estão náufragos no mar da (sua) iniquidade

(de 1969? pois poderia ter escrito isto hoje!)

O que roi
corroi
e doi

Por dentro, chôro
por fora, riso.
Fundo, a mágoa
nos lábios, o sorriso

Ora o sorriso,
ora o rictus

Que o difícil lutar
de hoje
emprenhe o duro construir
do amanhã

Não espero juizes
nem sentenças
Não procuro réus
nem quesitos
Espero futuro
e nele ser
Procuro luta
e nela estar

Ser,
do futuro,
o seixo do degrau-hoje
da infinda escalada

(Por hoje, chega. Mas há mais, muito mais... isto é uma ameaça)