sábado, abril 15, 2023

DIPLOMA CIAS


  - Nº 2576 (2023/04/13)


Entrada de leão… saída de sendeiro?

Opinião

Macron realizou uma visita à República Popular da China para a qual convidou Ursula Von Der Leyen. Tal decisão levanta no mínimo várias questões. A primeira porque Von Der Leyen não representa nenhum Estado, nem foi mandatada para tal. A segunda porque mesmo na arquitectura de poder da União Europeia não é a ela que compete a responsabilidade da «política externa» da UE. A terceira porque se o objectivo da visita era verdadeiramente matizar diferenças e afirmar alguma «autonomia» face aos EUA, dificilmente haveria pior escolha, tendo em conta a postura pública e notória de Von Der Leyen de quase total alinhamento com a estratégia dos EUA de crescente confrontação com a China.

Nas vésperas da partida para Pequim, Ursula fez um discurso elucidativo. Repetiu por outras palavras a tese norte-americana do «adversário sistémico»; afirmou, entre outros mimos, que «o objectivo do Partido Comunista Chinês é uma alteração da ordem internacional com a China no seu centro», uma «visão alternativa da ordem mundial em que os direitos individuais são subordinados à segurança nacional, em que a segurança e a economia se sobrepõem aos direitos civis e políticos»; e condicionou as relações da UE com a China à «forma como interage com a guerra de Putin» e à «demonstração de força militar chinesa» nas suas fronteiras terrestes e marítimas, com uma referência específica à «necessidade de paz e estabilidade no estreito de Taiwan», que, pasme-se, «afecta directamente os nossos parceiros [da UE] e os seus interesses legítimos». Pior preâmbulo de uma visita diplomática seria difícil.

Mas a paciência e sabedoria chinesas lá lidaram com esta dupla para a qual só encontramos três explicações: ou a imagem do polícia bom e polícia mau, mais um sinal das contradições que se acumulam para os lados de Bruxelas ou… ambas. Apesar das aparências, da saída de sendeiro de Von Der Leyen, e da frase de Macron de que a Europa deve resistir à pressão para ser um vassalo dos EUA, inclinamo-nos para a terceira hipótese. A recente notícia de uma possível visita de deputados franceses a Taiwan comprova que não se pode confiar muito nas palavras de Macron… nem no agora silêncio de Von Der Leyen.

Ângelo Alves



sexta-feira, abril 14, 2023

passo-a-passo para se chegar aos saltos

depois da posse de DILMA como presidente  Novo Banco de Desenvolvimento - BRICS+ 

(+ de 40% da população mundial e de 1/4 PIB)

Na China, Lula critica uso do dólar 

no Banco do Brics

O presidente defendeu o uso de uma moeda única do Brics. 

Publicado em 13/04/2023 - 10:49 Por Priscilla Mazenotti - Repórter da Rádio Nacional - Brasília

No primeiro evento da viagem à China, a posse de Dilma Rousseff no comando do Novo Banco de Desenvolvimento, o Banco do Brics, o presidente Lula fez críticas ao modelo tradicional de financiamento das instituições financeiras internacionais e à conduta do FMI no que chamou de “asfixiamento de economias”

Ele também fez críticas ao dólar, disse que se pergunta porque todos os acordos devem ser feitos na moeda norte americana, e defendeu o uso de uma moeda única do Brics. 

Lula ainda destacou o papel do banco como instrumento de combate às desigualdades atendendo aos mais afetados por questões econômicas e climáticas e disse que, após um período de ausência internacional, o Brasil está de volta. 

Lula também falou da importância de Dilma Rousseff no comando do banco. Pela primeira vez, a instituição será presidida por uma mulher. E no discurso de posse, a própria Dilma falou em oportunidades para os países emergentes. 

Depois de passar por Xangai, o presidente chegou nesta quinta-feira (13) à Pequim, onde terá encontro com o presidente Xi Jinping e fará assinatura de acordos bilaterais em diversas áreas.