domingo, setembro 30, 2012

Para este domingo

Só a esta hora me foi possível aceder ao (meu) computador. 
Ando com esta canção a acompanhar-me há muito tempo... e em alguns dias em particulat! 



Jornada
Não fiques para trás oh companheiro
É de aço esta fúria que nos leva
Para não te perderes no nevoeiro
Segue os nossos corações na treva.

Refrão
Vozes ao alto, vozes ao alto
Unidos como os dedos da mão
Havemos de chegar ao fim da estrada
Ao sol desta canção.

Aqueles que se percam no caminho
Que importa? Chegarão no nosso brado
Porque nenhum de nós anda sózinho
E até mortos vão a nosso lado.



Refrão

José Gomes Ferreira/
Fernando Lopes Graça

Mesmo com os binóculos ao contrário!

Mesmo com os binóculos ao contrário... é impossível não ver como foi enorme a concentração de protesto e luta. Ontem, no Terreiro do Paço cheio de Povo, que extravasava para as ruas do Ouro, da Prata e Augusta (também com gente à procura de sombra...).
Ouvimos as propostas da CGTP, pela viva voz de Arménio Carlos (a fugir à rouquidão de quem tanto tem de gritar para ser ouvido), a provarem que a inevitabilidade é uma redonda mentira e que apenas se quer uma inaceitável opção ideológica radical e reaccionária. Para que não têm força porque a força está do nosso lado. Como esteve ontem e a prazo. Que é o futuro.
Nem com os binóculos ao contrário, senhor primeiro-ministro, mandantes e acompanhantes! Só se for cego e surdo, senhor primeiro-ministro. Que mudo não tem sido... e tem-se saído com cada uma que até os seus parceiros de conteúdo (ideológico) lhe reprovam a forma. Tem sido cada cavadela, cada minhoca. Tal qual o seu consultor privilegiado, vindo do Goldman Sachs e do FMI, Borges chamado, para o ajudar. (mas também lhe dizemos que com "ajudas" dessa não precisava de abrir a boca...)
Ou serão só manobras de diversão apalhaçada que tais bonifrates estão encarregados para que acontecimentos como o de ontem no Terreiro do Paço (vejam-se as fotografias enquanto por aí andarem!...) tenham companhia na comunicação social e desviem atenções para o caricato e ridículo de tão pedante e auto-suficiente?
 
E agora?
Pois... agora, a luta continua. Com mais força. Com a marcha dos desempregados de 5 a 13 de Outubro, partindo de Viana do Castelo e de Faro, com a greve geral em cima da mesa (a ter de ser preparada... e se dá trabalho!).
E mais luta, e mais luta! Com todos mobilizados. Os que vieram ao Terreiro do Povo e os que não vieram (ainda). 

sábado, setembro 29, 2012

Logo à tarde daremos força a essas propostas!

A CGTP foi ontem a Belém apresentar ao Presidente da República as suas propostas alternativas para melhorar a economia do país.


"Apresentámos ao Presidente da República as nossas propostas alternativas às medidas de austeridade do Governo e ficou claro que elas são credíveis e possíveis de executar", disse aos jornalistas o secretário geral da Intersindical, Arménio Carlos, no final de um encontro com Cavaco Silva.



Até já!
(vamos a caminho)

Lei 22/2012 rejeitada em Ourém

A caminho da grande manifestação, e antes que ela a tudo se sobreponha (momentaneamente), uma informação, que até me foi pedida num comentário a post anterior:

Na Assembleia Municipal de Ourém a lei 22/2012 (da dita Reorganização Territorial e que é a da obediente extinção de freguesias) foi rejeitada e a AM não vai fazer qualquer proposta. Por trabalho nosso (1 em 39!) mas também (e muito) por divisão e desorientação nas hostes "troikulentas"... O que falta é a informação/ligação à população.

Somos (e fazemos) o caminho


Como o fio de água que passa aqui à porta e a chuva faz renascer. Que ali adiante se junta à ribeira de Seiça de caminho para o Nabão que irá engrossar até chegar ao Zêzere, afluente do grande rio que é o Tejo, que por todo este caudal espera para continuar até Lisboa. Até ao Terreiro do Paço.
Assim como de todo o País, de todos os rios e de todas as nascentes.
E por outras afluências, veredas e estradas companheiras do mesmo rumo e destino.
Seremos muitos!. Não seremos todos.
Seremos tantos e tantos. Não seremos os bastantes.
Mas somos o caminho!


sexta-feira, setembro 28, 2012

Declaração política

Por esta hora, estarei a dizer isto (mais ou menos...):
01.04


Esta é uma reunião de Assembleia Municipal histórica.
Pelos temas, pelo que é de decisiva ou, melhor…, pelo que tem (ou poderia ter) de decisiva. Mesmo que nada se decida!...
A minha já tão longa participação cívica leva-me a ter sensibilidade, percepção quase sensorial, para avaliar a importância dos momentos (históricos). E, também, a humildade para pensar que posso estar redondamente enganado...

Há quase 40 anos, entrámos num período de pouco mais de 400 dias em que Portugal se transformou, em que foi diferente. E se transformou. Em que foi um País vivo, em que foi um Povo alegre e orgulhoso. Acreditou. E avançou com conquistas sociais e direitos para as pessoas, para quem não os tinha.
Hoje – agora! –, quase 40 anos depois, parece estarmos a fechar um ciclo de retorno, pouco a pouco, ao cinzentismo, à descrença, ao desespero de antes, com uma recta final de 400 dias de “tudo raso”, de “custe o que custar”, depois de uma invasão de “ajuda” que se faz pagar bem cara e impõe condições a pretexto de terapêuticas que se sabia – e tão duramente se comprovam - que não iriam resultar. Com consequências sociais gravíssimas.
(Mas só para alguns, para muitos. Não para todos, não para os que sempre aproveitam).

Vivemos há quase 4 décadas em democracia, mas não de aprendizagem, de experiência, de treino de democracia participativa, daquela em que todos somos políticos, porque informados e tomando parte nas decisões que a comunidade que somos vai adoptando. Vivemos há quase 4 décadas em democracia representativa, em que, naturalmente, delegamos em alguns a responsabilidade de nos representar. Porque neles votámos, porque os escolhemos, ou deixámos que outros os escolhessem por nós.

O Poder Local foi uma das bases, e das mais significativas, desse caminho democrático. Do que percorremos e do que não percorremos. Do que não percorremos porque nos limitámos a escolher quem nos representasse e os fomos julgando ao escolhe-los de novo... ou não.
Escolhemos democraticamente os nossos autarcas, mas não aprendemos a participar nas assembleias de freguesia, nas assembleias municipais, nas sessões públicas dos executivos.
Só aqui vimos, ou reagimos enquanto nossa vida colectiva, quando nos toca pela porta alguma coisa, como indivíduos e isolados. E assim, ao mesmo tempo se descredibilizam os que chamam "políticos", se não fortalece e dignifica a democracia.
Mas chegou-se a um limite. Decerto porque atingiu muitos, porque tocou a muitas portas. E à nossa custa talvez estejamos a aprender o que, por não termos aprendido ao longo dos tempos, e dos avisos e das prevenções, a tantos atinge em situações económicas e sociais intoleráveis.
Destruiu-se a nossa economia produtiva, desperdiçaram-se – e desperdiçam-se – os nossos recursos naturais (de que somos ricos), e Portugal transformou-se em lugar de turismo e peregrinação, cada vez com mais lojas que compram ouro enquanto temos dedos, em balcões de bancos para negócios fictícios e alguns fora da lei, para operações de especulação e casino.
E temo-nos safado com “engenharias e arquitecturas financeiras”, com remédios que só agravam a doença e adiam as curas.

Ao fim destes 400 dias, que 40 anos iremos ter?

Dir-me-ão que era inevitável. Responderei que foi previsto o que hoje se diz inevitável e que a inevitabilidade não toca a todos mas só aos poucos milhões que vivemos onde se persiste na mesma política de desastre. E que até alguns dos nossos parceiros mais próximos encontraram saídas ou escapatórias. Ou procuram-nas.

Isto tudo ilustrarei, e ilustraremos, nesta longa jornada de trabalho que nos espera, com a Reorganização Administrativa Autárquica, ou seja, com a extinção de freguesias, com o Programa de Apoio à Economia Local, com a discussão da concessão do sistema municipal de saneamento básico. E o mais que for.

28.09.2012

Poder (no) Local

Depois de um dia "dedicado" ao ataque à Caixa Geral dos Depósitos, ao seu cerco e cobiça, depois de um dia em que  abundaram declarações a exigirem comentários vários, desde as "bocas" de uma ministra da Justiça que fala demais e justamente como não pode ou deve, até um presidente  de um conselho de ética com frases "assassinas", eticamente mais que reprováveis, indignas, depois de um dia como foi o de ontem, o dia de hoje será dedicado a uma reunião de Assembleia Municipal verdadeiramente paradigmática (não gosto  da palavra mas não encontrei melhor). Serão longas horas de confronto democrático (representativo mas pouco participado), com 39 membros (21 eleitos directos e 18 juntas de freguesia) a  debater temas da maior relavância e bem reveladores do estado em que estamos, do ataque feroz ao Poder Local, que não foi capaz, nestes quase 40 anos, de se preparar, no plano da democracia participativa, para responder a ataques como este que está aí.
Como exemplificação, a proposta, a exemplo do que foi a arte&manha das PPP, a nova "descoberta" das concessões privadas de servições públicos (CPSP) como receita milagrosa (e sem alternativa...).

Vai ser um... dia em cheio.  

quinta-feira, setembro 27, 2012

Como é que é possível?!

Como é possível que alguém que tem estatuto para falar em nome da ética defenda racionamento de medicamentos, e diga que  "não é possível todos terem acesso a tudo", com exemplos numéricos - em €uros! - absolutamente chocantes?!

É indignado que faço o registo. 
Que sinal dos tempos que vivemos!  

reagi "a quente"
e só agora tenho a frase literal

As campanhas mediáticas

do Económico:

«Tavares e Salgado defendem
privatização parcial da Caixa

Maria Teixeira Alves
e Tiago Freire
27/09/12 11:55

Presidente da CMVM diz que medida reduziria a utilização política do banco. Ricardo Salgado também apoia.

O presidente da CMVM afirmou-se hoje favorável a uma privatização parcial da Caixa Geral de Depósitos, uma vez que isso poderia contribuir para reduzir a instrumentalização política da instituição.
Falando numa conferência da revista Exame, em Lisboa, Carlos Tavares acrescentou que a medida poderia melhorar o modelo de gestão da CGD.
Ricardo Salgado, presidente do BES, também se pronunciou sobre o tema à chegada ao evento. O banqueiro afirma-se favorável à venda a privados de parte do capital da Caixa, desde que o Estado permaneça como accionista de controlo, recusando-se a precisar qual a percentagem ideal que deveria ser vendida. Ricardo Salgado, que sempre foi contra a privatização da CGD, sustentou essa opinião nos constrangimentos que nos são impostos pela ‘troika' e com a situação actual do país.
No mesmo sentido, Rui Semedo, presidente do Banco Popular, disse apoiar a venda do banco público a privados, considerando que "o papel da CGD é ambíguo". O banqueiro alertou no entanto que na conjuntura actual um banco público mais pequeno, de fomento à economia, pode ser útil.
Mira Amaral, presidente do Banco BIC Português, vai mais longe, afirmando que, se é para privatizar, deve ser a 100%. "O que faz a Caixa de diferente dos outros bancos?", questionou. E lembrou que "é o sistema de garantia mútua, criado por mim no PEDIP II, que está a apoiar as PME, e todos os bancos portugueses têm esses sistemas publicos à disposição".
Já Joaquim Pina Moura, da Iberdrola, manifestou-se hoje, na mesma conferência, contra a venda de capital do banco público.

Bruxos!
Quando a exi/urgência é de nacionalizar,
eles defendem a privatização do públco.
A poia m!
Últimas notícias

Opinião actual e outra informação


Ângelo Alves

De Havana a Madrid

Cuba está em eleições. Convocado dia 3 de Setembro pelo Conselho de Estado, o processo eleitoral terminará no próximo sábado a sua primeira fase – a nomeação dos candidatos às Assembleias Municipais do Poder Popular. Os mais de 31 mil candidatos conhecidos até agora foram nomeados em conselhos populares de bairro por voto directo e público. O Partido Comunista de Cuba não participa nas eleições, nem nomeia candidatos. É o povo que, reunido em mais de 51 mil assembleias de bairro, escolhe e nomeia, de entre os seus vizinhos e colegas, os candidatos que depois serão sujeitos a sufrágio no dia 21 de Outubro, dia da eleição das Assembleias Municipais do poder popular. Uma das tarefas destes órgãos municipais será o de nomear 50% dos candidatos às Assembleias provinciais e à Assembleia Nacional do Poder Popular (ANPP). Os outros 50% terão um processo de nomeação e eleição específico de acordo com os mesmos moldes de participação e nomeação. O processo culminará em 2013 com a eleição por sufrágio universal e secreto da ANPP e dos seus órgãos, nomeadamente o Conselho de Estado e o seu Presidente. Cada candidato só pode ser eleito, seja qual for o órgão, se tiver mais de 50% dos votos dos concidadãos da sua circunscrição. Qualquer candidato pode ser destituído por aqueles que o elegeram. O salário de um deputado em Cuba é exactamente o mesmo que recebe na sua profissão, à qual tem de continuar a manter o vínculo. O recenseamento é automático e gratuito e feito aos 16 anos. O voto não é obrigatório, no entanto a participação nas eleições nunca desceu de 95%, sendo que nas últimas eleições mais de oito milhões de cubanos (98%) votaram nas eleições. A contagem de votos é pública e qualquer cidadão pode participar. Não há campanha eleitoral como a conhecemos, as autoridades eleitorais encarregam-se de publicitar o nome, uma foto e uma biografia política, pessoal e profissional do candidato. As ideias são trocadas «cara a cara» nas assembleias de nomeação de candidatos.

Este é, em traços muito largos, o sistema eleitoral da «ditadura cubana» – profundamente democrático e participado. Entretanto da «democrática» Espanha chegam-nos as notícias de uma brutal repressão, corte de sinal de telemóvel e de Internet e dezenas de prisões de manifestantes…
no avante!
de hoje

Uma de cultura

O assessor de imagem, de cabeça quase perdida, chegou-se à frente e lamentou-se "... não pode ser... tem de se fazer alguma coisa..." e teve uma ideia. Disse-a em voz alta, em tom grave "... vamos dar uma de cultura... e a homenagem ao professor que vem do fascismo é uma grande oportunidade!" .
Houve algumas dúvidas nas hostes "... como?, isso não se fabrica assim...". Um dos presentes, clarividente, adiantou-se "... chamem o assessor da cultura que está na biblioteca...".

O dito da cultura veio, lá do seu canto, de Lusíadas na mão. "Tenho aqui um canto que talvez sirva para a ocasião...". Logo outro pôs reservas "... cantar?, e cante?... à alentejana?... ele é barítono frustrado, gosta de fazer dessas cenas, mas não me parece adequado...".
O da cultura corrigiu "Nada disso!... é ler um trecho de um canto dos Lusíadas de Camões. Ele podia dizê-lo... se o ensaiar duas vezes nem o dirá mal...".
Toda a assessora gente (ou toda a gente assessora) concordou "... se é do Camões 'tá bem!...".

E assim foi!

avante a caminho do Terreiro do Povo


quarta-feira, setembro 26, 2012

OUTRA INFORMAÇÃO - reunião BRICS


Brics se reúnem em Fórum,
na China

Mais de 40 especialistas provenientes da China, Brasil, Rússia, Índia e África do Sul vão debater o reajuste do modelo de desenvolvimento do bloco

Foi aberto hoje (26) em Chongqing, no interior da China, o Fórum Think Tank (usina de idéias, numa tradução livre) dos Brics 2012. No discurson de abertura, Ai Ping, presidente executivo do conselho do centro do estudo contemporâneo mundial da China assinalou que o fórum é uma importante componente da cooperação pragmática entre os membros do Brics. Ele acredita que os eruditos dos cinco países vão apresentar opiniões e sugestões voltadas para promover a cooperação pragmática em diversos níveis e setores entre nações membros.

Durante a reunião de dois dias, mais de 40 especialistas provenientes da China, Brasil, Rússia, Índia e África do Sul vão debater o reajuste do modelo de desenvolvimento do Brics, a viabilidade da criação de um Banco de Desenvolvimento do Brics e a cooperação econômica e comercial entre os países que compõem a organização.

Vermelho
com informações
da Rádio China Internacional

Um momento de (vã e ofensiva) glória

Há dias, ou horas, ou frases, ou ditos que são de glória para alguns protagonistas.
O mini stro Miguel Macedo (mMM) não devia ter calculado o "exito" que iria ter com aquela de nós, portugueses, sermos muitas cigarras e poucas formigas.
Veio para a ribalta, para a galeria, emparceirar com Passos Coelho, Gaspar, Relvas, e outros muito citados pelas suas "pastas" como as da "saúde" e "educação" e as "postas de pescada" que por vezes expulsam ruidosamente pela boca.

Pensava nisto ao "ouver" a AR-tv em que, no debate, para o bem e para o mal, para o péssimo e para ótimo, lá vieram as laboriosas formiguinhas (que tanto trabalharam naquilo das afundações) e as vilipendiadas cigarras, que ao fim e ao cabo, seriam as culpadas do défice, da dívida, do "acima das possibilidades", de não encontrarem meios para aumentar as receitas do IVA, e de, não obstante..., fazerem cri-cri como os grilos, ou parecido, mas em versão de La Fontaine.
mMM até já veio explicar-se melhor e dizer que o que disse foi, enfim..., "uma homenagem aos trabalhadores". 
Tá bem! pronto... mas já que se está em biologia, é caso para dizer "cada cavadela, minhoca" e que são muitos os cavadores. Esta do mMM foi boa, embora nos ofenda por mais que o autor da "graça" se queira limpar. Mas "quem anda à chuva, molha-se" e,  neste estado da nação e na ausência de moscas, começa a ser perigoso abrir a boca. 
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Os cigarras,
de Aljustrel

Quarta a caminho de sábado

de aspalavrassaoarmas
e já de outras origens virá
sempre nas nossas mãos!

"take-away"s e sopa dos pobres


muito bem, Rita!
assim se ilustra
(o que poderia ser)
a democracia representativa
a par-e-passo
da democracia participativa

Hoje, é o dia...

... do Concselho de Mini stros extra (e) ordinário.
Preparemo-nos para o pior, embrulhado em papel de rebu çado.

... e enchamos as listas de inscrição
para os autocarros para sábado!

Hoje, 25 de Setembro, foi o dia...


... das aFundações!

e amanhã,
ou seja,
hoje, 26,
de quem será o dia?!

terça-feira, setembro 25, 2012

as "engenhocas" financeiras

Houve um tempo em as PPP (ou seja, as parcerias-público-privadas) foram apresentadas como verdadeiras panaceias cont(h)abilidosas. Deram no que deram!
Chegou a hora das concessões. Não têm emenda. São uns cont(h)abilidosos...

Esclarecimento da CGTP

recebido e transcrito:

CGTP-IN ESCLARECE
INTERPRETAÇÃO RELATIVA
AOS CORTES DOS SUBSÍDIOS


As recentes declarações, designadamente do Primeiro-ministro, sobre algumas medidas em discussão na reunião de ontem do Conselho Permanente de Concertação Social, terão provocado alguns erros de interpretação junto da população, que aliás têm solicitado junto da central os respectivos esclarecimentos, considerando por isso a CGTP-IN pertinente e relevante esclarecer.

O Governo está a fazer um jogo de palavras para enganar os portugueses aos quais roubou os subsídios de férias e de natal de 2012.
Quando fala em devolver o Governo mente, porque não vai devolver coisa nenhuma.
O que quer dizer é, simplesmente, que em 2013, pretende sonegar um subsídio, dos dois que tinha decidido retirar e o Tribunal Constitucional anulou por inconstitucionalidade.
Em circunstância alguma o Governo prevê devolver, de facto, os valores roubados aos referidos cidadãos.
Esta é a conclusão da CGTP-IN, pelo que consideramos uma afronta aos trabalhadores que o Governo se permita, a propósito de uma matéria sensível e vital, lançar a confusão e criar falsas expectativas junto dos trabalhadores, reformados e pensionistas, atingidos por tal medida no corrente ano.
O Governo deve esclarecer de forma rigorosa esta questão e abster-se de tais manipulações na tentativa de suavizar as medidas que se prepara para impor nos próximos tempos.

DIF/CGTP-IN
Lisboa, 25.09.2012

Comentário

Ricardo O. disse...


Não podemos esquecer que sendo as metas definidas em percentagem do PIB, a quebra do mesmo PIB (o denomidador) implica um agravamento da dívida e do défice...
Entretanto, penso que estes falhanços, estampanços e outros anços não correspondem a erros cometidos. Resultam, são resultado das políticas prosseguidas. Resultados que não espantam qualquer aprendiz de economia (quanto mais doutores economistas de Bruxelas, Frankfurt ou Vancouver...). E só apanham muito boa gente de surpresa, porque ao longo dos anos os sucessivos governos, economistas, ideólogos e outros comentaristas, procuraram apresentar o saldo orçamental como o objectivo, perfeitamente controlável pela política económica. Como é sabido, parte da despesa é controlável - mas só parte! - e a receita está positivamente correlacionada com o nível da actividade económica, ou seja depende da riqueza produzida e das opções políticas sobre quem, como e onde obter as receitas do Estado.
Em conclusão, os vários anços são resultado de opções políticas conscientes e servem determinados objectivos políticos.
Uma sugestão: muito do que aqui falamos está transcrito no projecto de Teses ao XIX Congresso do PCP que, nos próximos dias estarão em discussão no colectivo partidário para recolha de todos os contributos individuais e colectivos, num processo de construção colectiva da análise e orientação políticas de todo o Partido.

O' Ricardo O...brigado!
Inteiramente de acordo.
Apenas chamaria a atenção
para duas coisas:
1. os "objectivos políticos" são componentes
de uma estratégia,
em luta de classes
2. há que impedir que todos os "ansos" rimem com "tansos",
... que seríamos nós, todos!

Roubar o mesmo aos mesmos? O mesmo NÃO de sempre!

 
1- Os dados hoje divulgados sobre a execução orçamental registam uma pronunciada quebra na receita fiscal, a par de uma subida da despesa sobretudo devido ao agravamento dos juros pagos à banca, na linha daquilo que, sem surpresa, tem vindo a acontecer ao longo dos últimos meses.
Um valor que é inseparável da política de exploração e empobrecimento que está a aprofundar a recessão económica e a transformar a vida de grande parte do povo português num inferno. Estes dados confirmam ainda que os sacrifícios imensos que estão a ser impostos aos trabalhadores e ao povo português, e que estão a atirar milhares de trabalhadores para o desemprego, a empobrecer uma larga parte da população, a arruinar milhares de pequenas empresas, não são, nem para combater o problema da dívida e muito menos para combater o problema do défice. São isso sim, uma forma inaceitável de continuar a transferir milhões de euros de recursos públicos para o grande capital nacional e estrangeiro.
2- Dados que, ao contrário do que as manobras que estão em curso procuram fazer crer, não autorizam o prosseguimento de novos roubos conforme anunciou hoje o 1º Ministro.
No fundo, aquilo que o governo veio fazer, a propósito da realização da reunião da concertação social, foi apresentar a intenção de roubar o mesmo e aos mesmos. Ou seja, aquilo que diz não querer roubar com a mão esquerda, prepara-se para tirar com toda a força com a mão direita, na medida em que mantém a intenção de, a propósito do cumprimento das metas do défice, roubar o valor equivalente a dois salários aos trabalhadores da administração pública e aos reformados e de um salário aos trabalhadores do sector privado, deixando mais uma vez, e de forma escandalosa intocáveis os rendimentos do capital.
Um objectivo que o governo procura encobrir com a ideia de que vai “devolver” um subsídio aos trabalhadores da administração pública, exibindo desta forma um cinismo e uma hipocrisia, que o povo português não pode e não vai aceitar.
Por muito que tentem, o povo português não aceitará passar por parvo como pretendeu o primeiro-ministro fazer hoje.
3- O PCP, ao mesmo tempo que alerta para estas manobras do governo, reafirma a necessidade do povo português levantar ainda mais alto a sua voz para rejeitar o Pacto de Agressão que o PS, o PSD e o CDS assumiram com a troika estrangeira.
Ao contrário da receita que tem sido imposta, ou daquela que pretendem agora camuflar, aquilo que o país precisa é de renegociar a sua dívida, valorizar salários e pensões, taxar o grande capital, assumir o controlo público dos sectores estratégicos, assumir o valor estratégico da dinamização do aparelho produtivo nacional.
O PCP, reafirma o seu apelo à indignação e à mobilização dos trabalhadores e das populações para a participação no próximo dia 29 na manifestação convocada pela CGTP-IN. Uma resposta justa e necessária, confirmando que é preciso acabar com esta política e com este governo, antes que esta política e este governo acabem com o país. Uma resposta que expressa a necessidade de derrotar este governo, esta política e este pacto, abrindo caminho a uma politica patriótica e de esquerda. O PCP está e estará em condições de assumir todas as responsabilidades que o povo lhe queira atribuir.

Ex-citação a propósito ou em adenda

de alberguedosdanados:

O falhanço que não é falhanço por não poder ser falhanço, segundo o senhor doutor Rabaça. Em entrevista publicada na edição de quarta-feira do diário de notícias (n.º 52.384, 12.setembro.2012, pp. 6-9), o senhor ministro de estado e das finanças afirmou que “não há nenhum falhanço na execução orçamental” (p. 8). Por isso não demorou a explicar o «falhanço na execução orçamental» como se não fosse «falhanço na execução orçamental» nos termos seguintes: “o que acontece é que, se temos um ajustamento em que a contracção da procura interna é maior do que se previa no programa, e a contracção da massa salarial é também maior do que a que se previa no mesmo programa, temos efeitos sobre as receitas fiscais e sobre as contribuições sociais. Por outro lado, (...) o desemprego tem tido uma evolução mais desfavorável, o que, conjugado com alguns dos outros efeitos já referidos, tem como consequência que o orçamento da segurança social sofra um peso bastante maior” (pp. 7-8). Vamos lá a ver, «programa» não é «orçamento» e um e outro não têm qualquer relação, ó cambada de ignaros. Por isso é que, assente-se - e ora mais sete porcento -, as estimativas inscritas no orçamento não foram falhadas, as previsões do programa é que não foram acertadas. Nicky Florentino.

isto foi nas vésperas dos "sete porcento"
que, entretanto, foram à vida,
... e para que se procuram substitutos!

Um evidente falhanço. Uma derrapagem que é um estampanço. Um desastre... "sustentável"(!)

«Governo espera dívida pública
nos 119,1% do PIB já este ano
Económico com Lusa
24/09/12 21:17

A dívida pública portuguesa deverá atingir os 119,1% do Produto Interno Bruto já este ano, de acordo com as estimativas do Governo, acima dos 114,4% anteriormente previstos e mais 11,3 p.p que em 2011.
Na apresentação dos resultados da quinta avaliação ao Programa de Assistência Económica e Financeira (PAEF) pela 'troika' -- composta pelo Fundo Monetário Internacional, o Banco Central Europeu e a Comissão Europeia -- o ministro das Finanças indicou que a projeção para a dívida pública em 2013 havia sido revista de 118,6% para 124% do Produto Interno Bruto (PIB).
A 'troika' também indicou no seu comunicado este valor, que já havia sido revisto, dizendo, no entanto, que esta continuava a ser "sustentável" aos olhos dos seus técnicos, mas não indicou o valor para 2012.
O Ministério das Finanças nas suas previsões revistas estima agora que a dívida pública chegue já muito perto da barreira dos 120% este ano (119,1%). Esta previsão é revista em alta em 4,7 p.p -- de 114,4% do PIB previstos na quarta revisão para os 119,1% do PIB previstos no âmbito da quinta revisão - num ano em que a meta do défice prevista acordada com a 'troika' foi relaxada em apenas 0,5 p.p, passando agora para os 5% do PIB, quando o acordado anteriormente era de 4,5%.
No próximo ano a revisão é mais elevada, passando Portugal a ter de atingir um défice no máximo de 4,5%, quando o estipulado anteriormente era de 3%.
Essa derrapagem explica também o aumento da dívida pública estimada para 2013 em 5,1 p.p do PIB face ao estimado anteriormente, passando a projeção de 118,6 para os 123,7% do PIB.
Na primeira notificação do ano do Procedimento dos Défices Excessivos enviado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o Eurostat, o valor provisório da dívida pública no ano passado era de 107,8% do PIB. Caso se concretizem as estimativas do Governo, o valor deste ano pode ser superior em 11,3 p.p ao valor do ano passado.
A estimativa incluída no documento datado de 30 de março para a dívida pública deste ano era de 112,5%, podendo ser agora superior em 6,8 p.p.»

Erros evidentes e desastrosos
nas previsões e nas projecções,
sem serem assumidos
com um mínimo de... vergonha!
Continuidade da linha estratégica:
a ofensiva  e a agressão
contra quem vive de salários ou reformas!




segunda-feira, setembro 24, 2012

vIVA quem e como?

vIVA na mesma?
não ao TSUnami!
abaixo o IRS para os de cá de baixo!

Adenda...

Em boa hora recebi um mail de que retiro:

«... (do que leia por aí) poderá ficar a ideia de que a reposição de parte do 13º ou 14º mês dos trabalhadores das administrações públicas e do sector empresarial do estado será conseguida à custa do agravamento da tributação dos rendimentos dos trabalhadores do sector privado e de outros rendimentos tributados no âmbito do IRS.  Esta dúvida é inaceitável, pois em sede do IRS não existe qualquer distinção entre o estatuto da entidade patronal dos trabalhadores por conta de outrem, pelo que serão todos, repito todos, os trabalhadores a serem espoliados dos seus salários por via fiscal, em sede do IRS.(...)»

eis a equi(na)dade
cavaquina!

Última (H)ora!

Governo prepara-se para subir IRS
e taxar subsídios no privado


Mariana Adam
24/09/12 12:20
Passos Coelho sinalizou hoje que o Governo deverá repetir a sobretaxa sobre o subsídio de Natal no sector privado.

Em conferência de imprensa após a reunião com os parceiros sociais, o primeiro-ministro sinalizou que será pelo agravamento de impostos - IRS, tributação sobre o capital e o património, e uma taxa sobre parte ou a totalidade do subsídio de Natal dos privados -, que se compensará a queda da Taxa Social Única (TSU) e que se contornará o veto do Tribunal Constitucional (TC).
Desse leque de medidas para 2013, que estão ainda a ser ultimadas e têm de passar no crivo da ‘troika', não faz parte um agravamento do IVA . "O IVA não tem nesta altura nenhuma proposta de reestruturação", garantiu Passos Coelho. Haverá a devolução parcial dos subsídios de férias e de Natal aos funcionários públicos e pensionistas, um resposta clara ao apelos de "equidade" que chegaram do TC e também de Belém.
O líder do Governo disse estar "a trabalhar numa proposta" que procura "um elemento adicional noutros factores que não o trabalho", como a tributação sobre o capital e o património, para equilibrar as contas do Estado. Sinalizou contudo que parte desse esforço será feito "através de impostos directos, nomeadamente do reescalonamento do IRS". "A única maneira é actuar sobre um instrumento fiscal. O IRS será o imposto privilegiado para o fazer", sublinhou Passos Coelho.
"É crítico que esse novo desenho, que comunicaremos a muito breve prazo, possa ser aceite pelos nossos credores, dado que Portugal está numa situação de não autonomia financeira", concluiu o chefe do Executivo.

Outono

Já que aqui por casa as coisas estão em grandes arranjos e arrumações que me estão a impedir a passagem a actividade normal (?) depois de um interregno de quatro dias "anormais" (?), aproveito um mail amigo (obrigado, Manel!) para assinalar a chegada do Outono. Venha ele...



As propostas da CGTP

CGTP-IN APRESENTA PROPOSTAS
PARA EVITAR SACRIFÍCIOS
E A DESTRUIÇÃO DA ECONOMIA


1 - Criação de uma taxa sobre as transacções financeiras

A criação de um novo imposto, com uma taxa de 0,25%, a incidir sobre todas as transacções de valores mobiliários independentemente do local onde são efectuadas (mercados regulamentados, não regulamentados ou fora de mercado), excepcionando o mercado primário de dívida pública. Esta medida permitirá arrecadar uma receita adicional de 2.038,9 milhões de euros.

2 - Introdução de progressividade no IRC

A criação de mais um escalão de 33,33% no IRC para empresas com volume de negócios superior a 12,5 milhões de euros, de forma a introduzir o critério de progressividade no imposto. A incidência deste aumento é inferior a 1% do total das empresas. Esta medida permitirá arrecadar uma receita adicional de 1.099 milhões de euros

3 - Sobretaxa de 10% sobre os dividendos distribuídos

A criação de uma sobretaxa média de 10% sobre os dividendos distribuídos, incidindo sobre os grandes accionistas (de forma a garantir um encaixe adicional de 10% sobre o total de dividendos distribuídos), com a suspensão da norma que permite a dedução constante sobre os lucros distribuídos (art. 51º do CIRC), o que permite às empresas que distribuem dividendos deduzir na base tributável esses rendimentos desde que a entidade beneficiária tenha uma participação na sociedade que distribui pelo menos 10% do capital. Esta medida permitirá arrecadar uma receita adicional de 1.665,7 milhões de euros.

4 – Combate à Fraude e à Evasão Fiscal

A fixação de metas anuais para a redução da economia não registada, com objectivos bem definidos e a adopção de políticas concretas para a sua concretização. Esta medida permitirá arrecadar uma receita adicional de 1.162 milhões de euros.

Há alternativas
não alternantes,
e que não fazem-de-conta que o são.

Acordai!

Só agora vi e ouvi "isto". No regresso de dois dias de reunião e de trabalho colectivo e fraterno. E confesso - porque não?!... - que chorei.


os insensíveis a coisas destas
podem chamar-me piegas...
Eu tenho outros nomes para lhes chamar!

domingo, setembro 23, 2012

Para o fim deste domingo

Afastado destas paragens por... "boas razões e causas", ao fim deste domingo, ao "ouver" as notícias, não escapei a um ministro deste (des)governo ao serviço de uma estratégia de agressão e de discurso ofensivo e execrável em que falou de cigarras e de formigas. 
Estava em funções ministeriáveis que nem chegou a completar porque nem descerrou uma lápide que esperava por ele. Para o compensar (!), coloco, ainda neste domingo, esta nossa resposta para juntar ao protesto popular que o impediu de... cigarrear.
Atenção às formigas fora do carreiro, ou a criarem um outro carreiro.

sexta-feira, setembro 21, 2012

Quanto mais te baixas...


"THE ECONOMIST":


Portugal passou de bom aluno 

a exemplo de "correcção excessiva"

Diferenças

Para o fim do dia de hoje, espera-se uma declaração do PdaR, após a reunião do CdeE, que foi antecedida de várias e mediáticas reuniões entre várias estruturas e não-estruturas da CG (Coligação Governamental ou Conselho provisório de Gerência do capital financeiro transnacional para Portugal), cujas acabaram decidindo formar um CCC para tentar acalmar as agitadas hostes e continuar como d'antes e com o quartel-general em Abrantes..

Entretanto, do outro lado, além da luta organizada, permanente, imprescindível, trabalha-se laboriosamente (não é redundância...) na preparação do XIX Congresso, para 30 de Novembro, 1 e 2 de Dezembro. Depois de muito trabalho colectivo, sempre em alargamento, no fim-de-semana reunirá o  CC para aprovar os projectos de documentos a pôr em discussão em todo o Partido (de onde já vieram e se transformaram em ante-projectos). Projectos de resolução política/declaração final (99 páginas de "teses") e de alteração ao programa. Para discutir, em todo o Partido, até ao momento de votação pelos delegados ao Congresso, entretanto eleitos. Um processo democrático em progresso de participação colectiva. Sem moções com autores, sem discussões centradas em nomes e protagonistas.

Enquanto a luta, mobilizando para 29 de Setembro.

Que tranquilidade 
e satisfação
(e trabalho) 
me dá
estar onde sou! 

Um Conselho antes da reunião do Conselho

Exmo. Senhor Presidente da República,
Exmos. Senhores Conselheiros de Estado a que chegámos

Antes da reunião do Voscências, depois de baralhar e tornar a dar, Noscências resolvemos - ambos os dois! - criar um Conselho de Coordenação da Coligação (CCC), esperando assim resolver o problema bicudo em que nos metemos e tanto terá incomodado Voscências a ponto de haver, entre vós, quem clame por um Governo de Salvação Nacional.
Esperamos assim continuar a dar satisfação a Voscências, e a ser-nos permitido continuar a nossa obras que, como sabeis, nos está cometida do exterior para experiência e uso em pátria nossa.

Que a troika vos proteja
A bem da nação, 
ou do que nós somos e a quem servimos


quinta-feira, setembro 20, 2012

Sobre "o estado da União"


  • João Ferreira


Comentário
O «estado da União»

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De forma nada inocente, instituiu-se na União Europeia uma prática semelhante à que é corrente nos EUA, onde o presidente realiza, anualmente, perante o Congresso, o chamado discurso sobre o «estado da União».
O discurso que Durão Barroso fez na semana passada em Estrasburgo, com este mesmo título, fornece-nos importantes elementos de compreensão sobre a forma como a burocracia europeia – e, naturalmente, o poder económico que esta serve e que a controla – se posicionam perante a crise do processo de integração capitalista europeu. Com singular clareza, foram enunciadas linhas de resposta à crise que criaram e que vêm aprofundando. Várias passagens do discurso1 quase dispensam comentários. São novas ameaças que se perfilam num horizonte que será de luta intensa, que agora aqui se alinham de forma necessariamente breve.

1. A farsa começa com Barroso a identificar as supostas causas da crise em que a UE se encontra: práticas irresponsáveis do sector financeiro; dívidas públicas insustentáveis; falta de competitividade de alguns estados-membros. O enredo repete-se: as consequências das políticas da UE são ignoradas, os resultados das medidas da UE no somar de mais crise à crise são ocultados, o carácter sistémico da crise é obnubilado. Mas, admite, os cidadãos estão frustrados. Estão ansiosos. Pelo que é preciso fazer algo. Assim se justifica as cenas dos próximos capítulos.

2. Diz Barroso: No séc. XX, um país com 10 ou 15 milhões de habitantes podia ser uma potência global. No séc. XXI, até o maior dos países europeus corre o risco de se tornar irrelevante perante gigantes globais como os EUA ou a China. Por isto se exige «mais integração», económica e política. Por isto se exige novos e reforçados passos na conformação da UE como um bloco imperialista, ao serviço das ambições imperiais dos grupos económicos e financeiros das principais potências. Nesse caminho, o euro é um instrumento de que não querem (por agora) prescindir.

3. Ao nível nacional, exige-se reformas estruturais (do tipo das que constam do pacto de agressão FMI-UE em aplicação em Portugal). Ao nível europeu, aponta-se para novos avanços do mercado, com sujeição à «livre concorrência» de áreas onde tradicionalmente o Estado exerceu um papel chave, referencial, na economia, ou onde assumiu a sua função social, através de serviços públicos.
Aponta-se para uma «harmonização fiscal» (que, curiosamente, vem sendo defendida também por uma certa esquerda, auto-denominada «europeísta»), cujo sentido Barroso trata de deixar claro: criar um «ambiente amigo para os negócios» e «atractivo para os investidores».

4. Para além do aprofundamento do pendor neoliberal da UE, enuncia-se claramente a intenção de aprofundar os demais eixos estruturantes do processo de integração: mais militarismo, mais federalismo. Quanto ao primeiro, o discurso dispensa comentários. Senão veja-se: a situação na Síria lembra-nos que não podemos ser meros espectadores. Uma nova e democrática Síria tem de emergir e nós temos uma responsabilidade a assumir para que tal aconteça. Mais à frente: o mundo precisa de uma Europa capaz de usar as suas capacidades militares (...); sim, precisamos de reforçar uma abordagem comum às questões de defesa, porque juntos temos o poder e a escala para tornar o mundo num sítio mais justo, baseado em regras e no respeito pelos direitos humanos.

5. Perante o descrédito generalizado da UE e das suas instituições, Barroso ensaia a próxima fuga em frente: a UE tem de evoluir. Tal, afirma Barroso, significa caminhar no sentido de uma «federação de estados», com as necessárias alterações aos tratados. Ou seja, em vez de se alterar as políticas, cria-se as condições, do ponto de vista institucional, para as pôr em marcha de forma reforçada.
Pelo caminho, e antes mesmo dessa alteração, anuncia-se uma outra proposta para alteração do estatuto dos partidos políticos europeus, assim como uma alteração do método de eleição do Parlamento Europeu e do presidente da Comissão Europeia, que pretendem que produza efeitos ainda a tempo das próximas eleições, em 2014.
Prefigura-se mais um golpe institucional, com implicações na (distorção da) escolha pelos portugueses dos seus representantes no Parlamento Europeu, a partir de 2014. Mais um sinal evidente do confronto crescente desta UE com os mais elementares princípios e valores democráticos.
____________
(1) http://ec.europa.eu/soteu2012/files/soeu_web.pdf


em avante! 
de hoje

OUTRA INFORMAÇÃO - Acção nacional de contacto e informação


Acção nacional de contacto do PCP com a população para "Pôr fim ao desastre"

Acção nacional de contacto do PCP
com a população
para "Pôr fim ao desastre"




O PCP está a realizar, por todo o país, diversas acções de esclarecimento e contacto com a população, destinadas a denunciar o roubo que tem sido imposto ao povo e ao país e que conheceu nos últimos dias novos desenvolvimentos.

in site do PCP

Tomada de posição do coordenador da central sindical

CGTP
"A equidade passa por taxar o capital"
Económico com Lusa
20/09/12 13:51

A CGTP vai apresentar no próximo sábado uma proposta para "taxar o capital", anunciou hoje Arménio Carlos, recusando qualquer medida que baixe os salários. "Vai ter necessariamente que tocar na fraude e evasão fiscal, vai ter que tocar nas mais-valias, neste caso concreto, e nas transações bancárias. Vai ter que tocar na riqueza, naqueles que são os poderosos", afirmou. O secretário-geral da CGTP falava aos jornalistas no final de uma reunião com o líder do PCP, Jerónimo de Sousa, na sede dos comunistas, em Lisboa. Arménio Carlos disse que a CGTP "recusará qualquer proposta para baixar salários", defendendo que "é preciso moralizar a política e responsabilizar todos sem exceção" já que "os trabalhadores e os pensionistas já pagaram a sua quota de sacrifícios e de austeridade". "Não pode continuar. E por isso dizemos, também aqui o Presidente da República tem uma palavra a dizer", considerou. Arménio Carlos adiantou que a CGTP irá apresentar, no próximo sábado, uma "proposta baseada em componentes identificadoras das condições suscetíveis de poder cobrar a quem tem dinheiro para pagar". "A equidade não passa por depauperar sistematicamente aos trabalhadores. A equidade passa por taxar o capital. Nós não vamos aceitar nenhuma medida seja ela qual for que tenha como finalidade a redução dos salários", reforçou.

O que se exige,
com as palavras de "eles",
e virá comprovar - mais uma vez! -
ao serviço de quem "eles" 
(os "equitativos"...)
 estão
 entre o "capital" e o "trabalho".
E que há uma luta de classes
... sem equidades.


avante! para o Terreiro do Paço



quarta-feira, setembro 19, 2012

Ah!, sim?

Disse Gaspar:

"Não precisamos de financiamento adicional das fontes oficiais" (entenda-se troika), argumentou Vítor Gaspar em declarações citadas pela agência Bloomberg, que acontecem num dia em que Portugal conseguiu juros mais baixos numa emissão de Bilhetes do Tesouro a 12 e 18 meses no mercado primário.

Então porquê esse argumento da inevitabilidade? Porquê aceitarem tudo o que, de fora, vos é imposto?

Porque se trata de estratégia (de classe) 
de que são agentes e serventuários!

Breve nota... com e sem juros

Tive a oportunidade de ouvir alguma congratulação por Portugal ter "ido ao mercado" e ter conseguido colocar mais de 2 mil milhões de dívida "a juros mais baixos" do que se esperava.
Aleluia!
Neste casino em que vivemos talvez fosse de esperar que o governo se sentisse mais obrigado a não obedecer tão cegamente à troika e reacendesse algumas cinzas da soberania que deveria presevar, para colocar dívida a juros mais baixos (era para isso, não era?).
Assim se comprova que o que está em causa não são questões de défice, de dívida, de juros. É uma questão estratégica. De destruição, nos países periféricos, de conquistas dos trabalhadores no quadro histórico da luta de classes.
 O Tesouro da Alemanha colocou hoje mais de quatro mil milhões de euros de dívida com maturidade a dois anos.

Por outro lado, acabo de ver que o Banco Central da Alemanha deu conta dos resultados de uma operação de colocação de dívida pública, explicando que foram colocados mais de 4 mil milhões de euros, fixando-se a taxa de juro nos 0,06%... 0,06% é quanto vai pagar de juros a "dívida alemã"!... quando não é juro negativo.

Um comentário e... um começo de comentário ao comentário

Comentário recebido (só lamentando o anonimato):

«Anónimo disse...
Olá.
Deixo um comentário que mais do que comentar este "post", pega na sua última frase para colocar uma questão que me anda a atormentar..
Nestes tempos de preparação do que se espera que seja um grandioso/poderoso Congresso em 30/11 e 1/12 e 2/12, tenho debruçado-me sobre o estudo (teórico) da nossa actividade e do nosso programa.
Ora, pegando na última frase, a realçada ("É cada vez mais evidente que só há uma saída, e que ela não pode ser considerada por quem é aconselhado e por quem foi escolhido para aconselhar: uma outra política!"), não posso deixar de concordar em geral mas salta-me à vista uma contradição:
A. Quem aconselha e quem é aconselhado, representa (ou até é mesmo..) o grande capital (nacional mas, não tenho dúvidas, também o transnacional. Portanto é correcto dizer que a saída (a que queremos, a que o povo deve querer) não pode ser considerada por estes..
B. Por tudo o que tem sido dito e escrito, não há dúvidas da necessidade da saída (a tal que queremos) só poder ser encontrada no quadro de uma outra política, que também já muito temos desenvolvido sobre as características centrais.
1. Por toda a análise que temos vindo a fazer, só pode ser claro que essa outra política não será nunca concretizada (excepto em pequenas concessões de carácter necessariamente temporário) por estes protagonistas. Fará então sentido, não será então enganador para as massas, todas as palavras de ordem que se restrinjam à exigência de uma mudança de política sem colocar a questão central da tomada do poder pelas massas proletárias?
2. Recentemente já avançámos nas palavras de ordem introduzindo, além do rasgar do acordo com a troika, a queda do governo. Se do ponto de vista táctico, isto me parece um avanço, do ponto de vista estratégico parece-me que continuamos muito recuados. Poder-se-á em algum momento admitir que faça sentido estarmos a partilhar o poder com o capital para conseguir algumas reformas? A capacidade de empreender reformas estruturais depende não apenas de um governo diferente, com eventual participação nossa e com o apoio das massas populares, mas também do controlo dos meios de comunicação social, das forças armadas e da própria representação externa (dependência da PR), da própria estrutura económica, da propriedade dos principais meio de produção e da capacidade do capital boicotar medidas como eventuais nacionalizações que se conseguissem? Não é então necessária uma revolução (a democrática burguesa já foi há mais de um século e a democrática e nacional já implementou as liberdades formais básica há 38 anos, portanto para mim seria a proletária/socialista que tinha que lhes seguir)? Não é reformismo o estarmos a hipotecar a revolução necessária ao não preparar as massas para ela (do Autoridade Nacional tiro esta pérola sobre a manifestação de dia 15: "Se aqueles milhares de pessoas tivessem um programa revolucionário podiam fazer a revolução.") e, voltando ao início, enganarmo-nos e às massas imaginando que "uma outra política" é possível sem essa revolução, fazendo das reformas que se conquistem o fim (objectivo) da luta?

Será esta uma discussão para ter noutros locais mas não queria deixar de colocar aqui, onde tão abertamente têm sido colocados os pontos de vista de quem quer mesmo contribuir para o melhor para Portugal e os portugueses, no sentido de não deixar esquecer a necessidade da discussão constante destas questões de fundo.

Saudações»

Caro (ou cara) anónimo/a,
como começo de comentário:
claro que esta discussão é para ter noutros locais
... mas neste (ou em outros) também!
Por agora, apenas coloco uma ENORME reserva
à tua primeira pergunta, e que nos traz
ao que me parece ser uma questão essencial:
estar em todas as frentes de luta é,
em algumas, partilhar o poder?
por exemplo: um deputado comunista na AR ou no PE,
enquanto em tarefa militante,
partilha poder
ou está a participar na luta de classes?

Até breve... onde for!

Os conselheiros de estado barulhentos e os conselheiros de estado silenciosos

O Presidente da República convocou o Conselho de Estado. É suposto que, de acordo com as regras constitucionais, para ser aconselhado, em situação considerada séria ou grave em que é chamado a tomas decisões.
Alguns conselheiros, para além da sua mediatização habitual - nalguns casos em exposição semanal garantida - "estão na montra": quem quiser (e mesmo quem não quiser..) já sabe que "conselhos" irão eles dar no Conselho de Estado.
Que alguns não-conselheiros tivessem tornado pública a sua opinião parece-nos natural, mas, pelo contrário, é "curioso" que os que têm o encargo constitucional de, ao nível de Conselho de Estado, servirem de conselheiral apoio ao P da R se exponham tanto quando deveriam guardar alguma reserva mediática.
Salvo - ao que parece - 4 excepções, conhecem-se as posições dos outros 15, e nalguns casos com enorme ruído. Aliás, o próprio P da R, apesar da sua gestão de silêncios, não esconde o que pensa da axtual situação, sempre na sua postura de lembrar que "ele já tinha dito", que "ele já avisara", que "ele já aconselhara" (antes de ouvir conselhos).

Para quem gosta de teatro, este episódio da vida política portuguesa tem o seu quê de "vaudeville" para que se se prepara um "grande final"... ou um (des)dramático adiamento. Que sairá, mediaticamente, desta encenação?
Entretanto, não se cansam os cont(h)abilosos de procurar soluções para que os números dêem certos com as novas e recentíssimas previsões já que as anteriores projecções falharam em toda a linha.
Confessa-se, aqui, que no tal Conselho de Estado, a única posição que nos merece atenção, nem é a dos conselheiros discretos e mediaticamente silenciosas, é a do não-membro "convidado especial", do ministro Vitor Gaspar.
Como irá ele descalçar a bota em que meteu os pés pelas mãos, depois de tantas meses em que representou o papel do "certinho" da companhia? Este ministro, que nunca foi considerado remodelável - e que, eventualmente, nunca o poderá ser pelas sua função de "ponte" com a "troika" exterior e agressora - tornou-se, em termos objectivos, o mais remodelável dos ministros, se isso de remodelar fosse solução para alguma coisa...
É cada vez mais evidente que só há uma saída, e que ela não pode ser considerada por quem é aconselhado e por quem foi escolhido para aconselhar: uma outra política!

terça-feira, setembro 18, 2012

Uma audição sobre o serviço público

Realmente!

destaque no sapo:

Eduardo Catroga:
«Dentro dos partidos do Governo
há vários loucos»
 (DE)

Em declarações ao Económico, Eduardo Catroga diz que é preciso arrefecer os ânimos e “pôr Portugal acima de tudo”.

Realmente!...
o calhordas,
perdão, o Catroga tem razão:
tudo isto
por causa de um "pintelho"...

OUTRA INFORMAÇÂO : OS 5 de CUBA

«Cuba e EUA realizam conferência
em solidariedade aos 5 Cubanos


Havana e Washington realizam nesta segunda-feira (17) uma video-conferência para abordar recentes ações em favor dos Cinco Cubanos condenados injustamente nos Estados Unidos.
O fórum reúne advogados, ativistas de grupos de solidariedade e familiares de Gerardo Hernández, René González, Ramón Labañino, Antonio Guerreiro e Fernando González, que foram detidos em 1998 por seguirem grupos violentos que de Miami atuavam contra Cuba.
Segundo os organizadores, a video-conferência permitirá que setores da opinião pública conheçam detalhes dos instrumentos legais apresentados pela defesa dos Cinco.
Recentemente, o advogado estadunidense Martin Garbus tramitou, em nome de Gerardo -sentenciado a duas correntes perpétuas mais 15 anos - um Affidávit (declaração juramentada), que demonstra a postura anticonstitucional de Washington no processo contra os Cinco.
O documento entregado à Corte na Flórida recolhe informações sobre o pagamento pelo governo estadunidense a jornalistas com o objetivo de predispor ao júri e a comunidade miamense antes e durante o julgamento.
Um exemplo é que os meios de comunicação The Miami Herald e The New Herald publicaram mais de mil materiais hostis em 194 dias, com fecho a 8 de junho de 2001, quando os cubanos foram declarados culpados
A conferência terá, entre seus participantes nos Estados Unidos, o próprio Garbus, também o jurista Raymond Steckel, o ex-fiscal geral Ramsey Clark e a ativista Glória A Riva, coordenadora do Comité Nacional pela Liberdade dos Cinco.
Por sua vez, em Havana estarão presentes Mirta Rodríguez, mãe de Antonio Guerreiro, e a esposa de Gerardo, Adriana Pérez, a quem Washington tem negado de maneira reiterada o visto para visitar o seu conjugue, idêntica situação à sofrida por Olga Salanueva, esposa de René.

Fonte: Prensa Latina

À espera de... Conselho?

Estamos em “dias de ressaca”. Melhor se diria que estamos em “anos de ressaca”, ou até em “décadas de ressaca”. Depende da escala de tempo adoptada.

Desde há uns dias, coincidentes com a estadia dos agressores (ou dos seus representantes de pasta e computadores), que nos visitam trimestralmente para verem - ou para se comprazerem com - os resultados das suas “receitas” levadas à prática pelos zelosos executores, mais concretamente desde sexta-feira, que não foi 13 mas foi 7, que um vendaval percorre a que parecia (parecia!...) estagnada política portuguesa.

Logo depois do anúncio, por Passos Coelho, do que se sabe agora ter sido tradução para português de Vitor Gaspar de instruções de Bruxelas (ou de Frankfurt), tem sido um vendaval que nos entrou pela cidade dentro, inclusive pela casa coabitada em coligação pelo PSD e CDS, ali à Estrela, com serventia para o vizinho PS do Rato.

Logo nesse fim-de-semana, na Festa do avante!, com a indesmentida previsão e prevenção que nos tem acompanhado, o secretário do PCP lembrou o que devia ser lembrado, disse o que devia ser dito, advertiu o que devia ser advertido. O que, como também tem sido prática comunicacional habitual, foi informado mas não tratado, foi transmitido mas a que não foi dada a mais que necessária importância.

Depois, tem sido um avassalador turbilhão. Entrevistas, reuniões cruzadas, conferências de imprensa, comentários em catadupa, “contar de espingardas”, os de Bruxelas “troikulentos” (e ofensivos da nossa soberania).

E o PR a tomar a majestática decisão de convocar o Conselho de Estado, com consultas anteriores aos (indivíduos ou colectivos, mas só aos que… sim, pois!) que não têm estatuto de conselheiros.

Pelo que está tudo à espera dessa reunião conselheiral para que SEXA. tome a posição que já deve ter decidido, mas espaldada nos trâmites constitucionais. Aparentemente, tudo à espera de sexta, com o efeito de amortecedor ou de almofada.

Mas que é isso do Conselho de Estado? É um órgão constitucional de consulta política do PR (artigo 141º da CRP), presidido pelo própriamente dito PR, e composto por membros por inerência (presidente da AR, primeiro-ministro, presidente do TC, provedor de Justiça, presidentes dos governos regionais, ex-presidentes da República) e mais 10 cidadãos, dos quais cinco escolhidos pelo PR e cinco eleitos pela AR.

Daqui resulta, pelas inerências e por opção do PR e dos partidos maioritários na AR, que, dos actuais 20 membros, nada menos de 5 são ex-líderes do PSD mais o actual líder (6-líderes-6 do PSD), 2 são ex-líderes do PS mais o actual líder (3-líderes-3), e não se encontra ninguém que possa “dar conselhos” em nome de um grupo de portugueses que têm significativa representação na AR e/ou que, organizados sindical ou politicamente, têm uma relevante intervenção social. Como, aliás, começou por acontecer em idos Conselhos de Estado, traduzindo o espírito da Constituição e os valores de Abril. (Mas o que é isto?!...)

O debate e a luta política, que também no Conselho de Estado se fazia, enquanto órgão constitucional, deixou de ter aí expressão. Noutros lugares continua. Contínua.