Sinto-nos inundados de trumparia.
Por todos os lados nos assalta uma trumpofobia. E incomoda-me. Não que tenha quaisquer
resquícios de vontade de defender a criatura, porque partilho a grande maioria
das valorações que fundamentam as críticas e os ataques e as preocupações
devidas ao personagem. Mas uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra.
Trump é Trump. E é um produto
exemplar do capitalismo e do que este gera e torna, em toda a legitimidade, presidente
dos Estados Unidos da América, cabeça de império e manipuladores de bonecreiros
servis.
(e faço, desde logo, uma declaração
de interesses: recuso ter preconceitos anti-americanos, admirador que sou de tanto
que nos EUA se cria e até nós vem)
O que me incomoda é a demonização
que sempre me perturba quaisquer que sejam as razões ou os pretexto para ela, é o
apagamento de parecidos pretextos ou razões por práticas de outros “pecadores” ou,
até, a simétrica beatificação ou mesmo santificação destes.
Nesta onda, não me apraz falar de
Trump, mas não me obriguem a ter de lembrar (por ordem cronológica e não de gravidade
de “pecados”) de Kennedy e Baia dos Porcos e crise dos misseis, de Nixon do Watergate e da inconvertibilidade do dólar, de Reagan e sua postura cívica/cultural, de Bush I e II,
com Clinton pelo meio e sua postura no que respeita a sexo e da respectiva esposa
e sua acção como fautora de guerra, de Obama e do seu protagonismo no arrasar de
um Médio Oriente iniciado por Bush pai e filho e de que seria o espírito santo apocalíptico... em nome de direitos humanos.
Esta “guerra” comunicacional é
abjecta, como abjectos são o objecto dela e os meios utilizados.
Há que manter níveis de decência e,
como dizia uma voz dissonante, há que não nivelar tudo pelo mais rasteiro e fulanizado.
3 comentários:
Bem certeiro!Bjo
Não posso estar mais de acordo ... já chega de Trump ... deixem o homem ... as expectativas negativas geradas são tão grandes ... que o homem só poderá fazer melhor ...
Não posso estar mais de acordo ... já chega de Trump ... deixem o homem ... as expectativas negativas geradas são tão grandes ... que o homem só poderá fazer melhor ...
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