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segunda-feira, outubro 24, 2022

A la une

 L'Expresso:

 

 

À la une

 


 

 

 

 

 

La résistance néerlandaise à l'adhésion à Schengen de Bulgarie et Roumanie risque d'alimenter l'euroscepticisme. 

Alors que les Pays-Bas continuent de refuser l’adhésion de la Roumanie et de la Bulgarie à la zone sans frontières de l’Europe, les responsables politiques des pays des Balkans mettent en garde contre le risque que cette décision, perçue comme injuste et discriminatoire, alimente l’euroscepticisme et la discorde en période d’instabilité. 

Un approfondissement signé Sofia Mandilara.

 

terça-feira, outubro 04, 2022

Quando o previsto deixa de ser inconcebível...

 Vale a pena ler... e reflectir (Público de ontem)






desUniãoEuropeia




terça-feira, dezembro 07, 2021

6º ano consecutivo de despesas militares

 Em Público (Espanha):


El gasto militar en la UE

alcanza un máximo histórico en 2020

con 198.000 millones de euros

El 83% de la inversión se ha destinado a la adquisición de equipos y el 17% –unos 8.000 millones– a investigación y desarrollo, la misma división porcentual que en 2019.

BRUSELAS

06/12/2021 20:46 ACTUALIZADO: 06/12/2021 21:02

PÚBLICO / AGENCIAS

La crisis del coronavirus no ha sido un impedimento para que el gasto militar en el seno de la Unión Europea experimente un incremento del 5% con respecto a la cifra anterior, que ya supuso un récord histórico.

En concreto, la partida destinada alcanza los 198.000 millones de euros. Así lo recoge el informe anual de la Agencia Europea de la Defensa (EDA) que sitúa la inversión militar en el 1,5% del PIB del bloque europeo y marca el sexto año consecutivo de crecimiento.

Se trata de un aumento en el gasto que, pese a la coyuntura de crisis suscitada por la pandemia, sigue al alza y crece en 19 de los 27 Estados miembros de la Unión. Al menos 13 de ellos aumentaron en más de un 5% el gasto militar, mientras que seis lo hicieron en un 10 por ciento o más.

Sólo siete países contrajeron su inversión en Defensa en comparación al año anterior, según apunta el informe de la EDA que no desvela los detalles sobre de qué países se trata. La EDA destaca el aumento en el gasto en investigación y tecnología, que se situó el pasado año en 2.500 millones gracias al impulso de Francia y Alemania, que representan el 90% del gasto en esta materia. 

El grueso va destinado a la adquisición de equipos

El informe, que se basa en datos proporcionados voluntariamente por los Ministerios de Defensa, señala igualmente que de los 44.000 millones de euros gastados en inversiones de defensa, el 83% o 36.000 millones se dedicaron a la adquisición de equipos y el 17% o 8.000 millones a investigación y desarrollo, la misma división porcentual que en 2019.

En lo que se refiere a inversión en proyectos compartidos de investigación y tecnología de defensa, Croacia, Estonia, Italia, Polonia, Portugal y España alcanzaron la referencia de al menos el 20% del gasto total en esa área.


segunda-feira, junho 21, 2021

Desinformação ou informatação



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Ora aqui está um bom exemplo
de desinformação a combater...
a não ser que
comecem lá por casa!

domingo, maio 09, 2021

Tratados e tratantes

 09.05.2021

 Quando, no Público de hoje, leio

 Comissário Europeu para o Emprego

“Integrar os direitos sociais

nos tratados será muito difícil”

 pasmo!

 

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No Tratado fundador da Comunidade Económica Europeia, dito de Roma, e assinado em 1957, há 64 anos!, pode ler-se (e cito em francês porque o português não estava entre as “línguas signatárias”):

 

DISPOSITIONS SOCIALES

ARTICLE 117

Les États membres conviennent de la nécessité de promouvoir l'amélioration des conditions de vie et de travail de la main-d'œuvre permettant leur égalisation dane le progrès. Ils estiment qu'une telle évolution résultera tant du fonctionnement du marché commun, qui favorisera l'harmonisation des systèmes sociaux, que des procédures prévues par le présent Traité et du rapprochement des dispositions législatives, réglementaires et administratives.

ARTICLE 118

 Sans préjudice des autres dispositions du présent Traité, et conformément aux objectifs généraux de celui-ci, la Commieeion a pour mission de promouvoir une collaboration étroite entre les États membres dans le domaine social, notamment dans les matières relatives : — à l'emploi, — au droit du travail et aux conditions de travail, — à la formation et au perfectionnement professionnels, — à la sécurité sociale, — à la protection contre les accidents et les maladies professionnels, — à l'hygiène du travail, — au droit syndical et aux négociations collectives entre employeurs et travailleurs.

(…)

 

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Quer dizer: o Tratado de Roma (TdeR) incluía disposições sociais e definia um princípio muito claro, o da igualização no progresso.

 

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O que não havia, nem nos tratados…, era uma política para se cumprir esse princípio.

 

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Depois, a CEE passou de 6 a 9, sem alterar o TdeR, e só quando se avançou por mais alargamentos (com a Grécia, primeiro, e depois com a Espanha e Portugal), criando-se uma periférica mais desigual, é que foi feito um Acto Único (AUE) em 1987, com adendas ao TdeR, com a consideração de dois objectivos – mercado interno e coesão económica e social – o primeiro com consequências previsíveis de mais desigualizar económica e socialmente os Estados-membros e mais assimetrizar as regiões, o segundo para compensar as maiores desigualdades e assimetrias decorrentes do primeiro.

 

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Esses objectivos foram consagrados num novo tratado, o Tratado de Maastricht (TdeM), de 1992.

 

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Onde se pode ler (em língua portuguesa) com base no TdeR:

 

No n° 2 do artigo 118°-A, o primeiro parágrafo passa a ter a seguinte redacção:

«2. Para contribuir para a realização do objectivo previsto no n° 1, o Conselho, deliberando de acordo com o procedimento previsto no artigo 189°-C, e após consulta do Comité Económico e Social, adopta por meio de directiva as prescrições mínimas progressivamente aplicáveis, tendo em conta as condições e regulamentações técnicas existentes em cada Estado-membro.»

(…)

 

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Quer dizer, o TdeM substituu o explícito princípio de igualização no progresso, a objectivar com a adopção de políticas, pela adopção de prescrições mínimas, isto é, nivelar por baixo…

 

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E no Título XIV – A coesão económica e social, o TdeM define políticas “a fim de promover um desenvolvimento harmonioso do conjunto da Comunidade”, a partir do artigo 130º.

 

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Em resumo, o senhor “comissário” não (re)conhece os tratados ou foi mal citado (ou mal traduzido) e o que queria dizer era que é muito difícil passar à prática (à política no concreto) o que está nos tratados e de que se faz propaganda, para não dizer (porque não?) publicidade enganosa como se fosse informação.

De cimeira em cimeira (actualizando)

 De conversa gravada na 4ª feira

e de "post" de 5ª:


Depois de afirmados princípios (igualização no progresso no Tratado de Roma)

 sem política

e de afirmados objectivos políticos (coesão económica e social, em Maastricht) 

sem princípios (prescrições mínimas)

aí vêm mais afirmações de princípios e objectivos como propaganda 

sexta-feira, dezembro 25, 2020

Uma notícia para o dia de natal... mesmo a calhar

 Britanniques et Européens saluent un « bon accord » sur les relations post-Brexit

« Nous serons votre ami, votre allié, votre soutien et, ne l’oublions pas, votre premier marché », a affirmé le premier ministre britannique, Boris Johnson.


Notícia de hoje. 
Decerto em inglês, e em alemão, e em italiano, e em grego, e em espanhol, e nas línguas escandinavas e bálticas e do mar negro, e talvez em esperanto,

Mas será que os britanniques deixaram de ser européens por terem decidido deixar de fazer parte da União Europeia?

Tudo isto me faz lembrar uma enorme encenação... ou talvez seja o meu gosto pelo teatro que me faz reagir assim.

sexta-feira, julho 24, 2020

A "CRISE DA CADEIRA VAZIA"

·       A Comunidade Económica Europeia, o mercado comum, tem o seu registo de nascimento pelo Tratado de Roma, de 25 de Março de 1957, formado por 6 Estados Membros, na sequência da CECA. O seu parto não foi fácil, havia outros Estados europeus que pretendiam outra solução que não a de união aduaneira, que pretendiam uma zona de comércio livre, no âmbito da OECE, em particular o Reino Unido que pretendia manter uma soberania sem entraves com o exterior a esse zona, com a sua Commonwealth (e relações particulares, ou de "ponte" com os Estados Unidos), no que foi seguido por mais 6 Estados europeus, entre os quais Portugal criando, em 1970 a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA).

Pode por isso dizer-se que desde o começo, e ao nível de processo de integração económica do espaço europeu de países capitalista, a CEE nasceu "em crise", que aliás foi levada à criação de uma outra associação, procurando uma outra forma de integração dos seus espaços económicos. E, também, desde sempre, até mesmo antes de existir..., a EFTA foi utilizada como instrumento de negociação do Reino Unido nas suas relações com a CEE. Por duas vezes, até 1965, a França, com enorme influência do seu Presidente, o ex-heroi da resistência (assim vangloriado) General De Gaulle, pôs o seu veto a negociações com Reino Unido para adesão do Reino Unido (o que veio a acontecer em 1972).

Mas também no seio dos grupo dos 6 nem mesmo nesse início os progressos foram sem percalços. Se a França ganhara algum protagonismo com a criação da associação, opunha-se a avanços que considerasse lesivos da sua recuperada soberania. E essa oposição manifestava-se relativamente a alguns germens supranacionais, e até federalistas, que se poderiam descortinar. Tanto assim, que o 1º presidente de Comissão (Hallstein, da República Federal da Alemanha), ao propor medidas como a criação de um mercado agrícola comum, o que iria contra interesses da agricultura francesa até aí a maior beneficiária do Plano Marshall, e outras de carácter supranacional, desencadeou uma enorme pico de crise, a 6, que envergonharia, aquele por que se está a passar.

Ao terminar a sua presidência, e opondo-se ao que era proposto e provável aprovação a França abandonou os trabalhos, a 30 de Junho de 1965. E assim desencadeou o chamado episódio da cadeira vazia. Que durou 6 meses.

Isto é, a reunião cimeira (então não havia Conselho Europeu) que deveria terminar às 00:00 horas de 30 de Junho prolongou-se fora de portas - onde ficara aquela cadeira vazia - até se chegar a um compromisso, o compromisso luxemburguês, segundo o qual se avançava  o princípio da maioria qualificada, incluía, também, o direito de de veto por "interesse vital" de um Estado-membro e outras medidas que levaram aquela cadeira a servir de assento a representantes da França.

Como se pode ver há manifesto exagero ao considerar a recente e presente e evidente situação de crise como a mais prolongada (ou uma das mais prolongadas) deste percurso da integração-associação de Estados-membros europeus.

quarta-feira, maio 27, 2020

sexta-feira, outubro 25, 2019

a talhe de foice!

 - Edição Nº2395  -  24-10-2019
O bi
Está longe de ser um caso único, mas não deixa de ser um exemplo paradigmático. José Milhazes é especialista no PCP e no comunismo em geral, título que lhe é conferido, como a outros, pelo simples facto de ter passado (durante quanto tempo pouco interessa) pelas fileiras do Partido. Mas o Milhazes é ainda melhor, pois viveu na União Soviética e depois na Rússia, o que lhe dá outra qualidade: a de especialista em tudo o que tenha origem nesse imenso país.
Ora, o bi-especialista publicou recentemente um artigo no Observador em que manifesta a sua concordância com a resolução aprovada no Parlamento Europeu que equipara o nazismo ao comunismo. Quanto aos deputados que a votaram favoravelmente – onde se incluem os do PSD, CDS, PS e PAN – demonstraram «coragem», diz o Milhazes. Seguramente a mesma de que dão provas quando condenam milhares de refugiados à sobre-exploração ou à morte no Mediterrâneo, quando promovem a militarização da União Europeia ou quando, no Parlamento Europeu e em cada um dos seus países, privatizam empresas, desmantelam serviços públicos, fragilizam as relações laborais, concentram a riqueza…
O Milhazes sabe muito de história, mas não se referiu ao facto de ter sido a União Soviética a assumir o papel mais relevante na derrota do nazi-fascismo e a pagar por ela o mais elevado preço em vidas humanas: mais de 20 milhões. Nem de ter sido o Exército Vermelho a libertar não apenas os prisioneiros de Auschwitz, mas mais de 100 milhões de seres humanos subjugados ao nazi-fascismo em toda a Europa Central e Oriental. Como também não achou importante referir que a URSS apelou durante anos à unidade com britânicos e franceses contra a Alemanha nazi e que estes preferiram ceder às exigências de Hitler para, deste modo, o voltar contra a União Soviética. O bi-especialista quer estender a condenação do comunismo, em qualquer das suas expressões, para lá das fronteiras da Rússia, mas oculta que foram (e continuam a ser) comunistas os mais combativos resistentes antifascistas em todos os países, incluindo em Portugal.
Mas Milhazes está sedento e não só quer transpor o teor da resolução para os currículos escolares do secundário como «arejar» o Ensino Superior dos «ideólogos de extrema-esquerda» que garante andarem por lá. Tudo, claro, em nome da democracia, que o nosso bi-especialista tanto preza. Mesmo quando clama por purgas.

Deixemos a caracterização dos Milhazes deste mundo ao escritor alemão Thomas Mann, para quem comparar comunismo com fascismo, «na melhor das hipóteses, é uma superficialidade; na pior das hipóteses, é fascismo. Quem insiste nessa comparação pode ser considerado um democrata, mas na verdade, e no fundo do seu coração, ele é realmente um fascista e é claro que só combaterá o fascismo de maneira aparente e hipócrita, deixando todo o seu ódio para combater o comunismo».


Gustavo Carneiro
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O bi(ltre) e os biltres....

sábado, dezembro 29, 2018

U.E. e soberania... exemplos não faltam


Este comentário de João Ferreira tem a maior pertinência e oportunidade. A União Europeia foi-se construindo como que colocando cada vez mais apertadas algemas à soberania dos povos e seus estados. Mesmo quando estes dizem não ou que querem ficar opting-out, usam-se todas as artes e manhas para se transformar o não em nada ou para manter in  quem sempre quis poder escolher ficar out.
Há que esclarecer quem pode travar este caminho que não pode senão levar a situações de enorme perigosidade! Obrigado, J.F., por tal (e tanto!) trabalho.
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 - Edição Nº2352  -  27-12-2018

Comentário
Mais dois exemplos: o euro e o PQI
Dois dos temas discutidos na última sessão plenária do Parlamento Europeu, em Estrasburgo, são exemplares do carácter distintivo da intervenção do PCP face à das demais forças políticas nacionais ali representadas. Distintivo, pela perspectiva que adopta de defesa dos interesses nacionais e, bem assim, pela apreensão da natureza de classe do processo de integração.
1.     Na discussão sobre o orçamento da UE, os deputados do PCP no PE insistiram numa proposta já anteriormente apresentada: a da criação de um programa de apoio aos países que voluntariamente entendam sair do euro, recuperando a sua soberania monetária, por considerarem que essa permanência se tornou insustentável. Este programa visa enquadrar uma saída negociada do euro, que minimize factores de perturbação durante o processo de transição para a nova moeda, compense financeiramente os prejuízos e impactos decorrentes da permanência no euro e potencie os benefícios decorrente da nova situação monetária.
A proposta, por si só, não determina nem propõe a saída de nenhum país. Apenas permite consagrar essa possibilidade, dando-lhe o devido enquadramento, designadamente no plano orçamental. Pois bem, para além dos proponentes, a proposta não recolheu o apoio de nenhum dos partidos portugueses representados no Parlamento Europeu. Ou seja, PS, PSD, CDS (que votaram contra) e BE (que se absteve), não apenas apontam como caminho a seguir manter o País amarrado ao euro – e à estagnação, dependência e subordinação que daí resultam – como não admitem sequer que se preveja qualquer opção alternativa, nenhum outro caminho.

2.     O Parlamento Europeu aprovou uma proposta de regulamento do Programa-Quadro de Investigação (PQI), o chamado «Horizonte Europa». Este é o grande instrumento de financiamento da ciência e investigação na UE, dotado, segundo esta proposta, de 120 mil milhões de euros, para um período de sete anos. Todavia, a distribuição dos recursos do PQI é extremamente desigual entre países e áreas de investigação.
Durante vários anos, Portugal foi um contribuinte líquido deste Programa. Pagou mais do que recebeu. Ainda hoje, o grosso das verbas do PQI tem como destino as principais potências europeias. Mesmo países como Israel (cuja indústria aeronáutica utiliza verbas do PQI para o desenvolvimento de tecnologias com utilização militar, como aeronaves não tripuladas, utilizadas nos ataques a Gaza), Noruega e Suíça, não sendo membros da UE, captam mais verbas do que Portugal.
Os deputados do PCP no PE propuseram que, em alternativa à actual gestão directa do PQI pela Comissão Europeia e à distribuição de verbas numa base puramente competitiva, fosse adoptado um regime de gestão partilhada, definindo envelopes nacionais que garantissem uma alocação mínima de recursos por país, prevendo uma distribuição equilibrada de recursos entre todos, tendo em vista a diminuição das desigualdades ao nível das capacidades e actividades de I&D. Esta proposta foi rejeitada, para o que contribuíram os votos de PS, PSD e CDS.
Este não é, todavia, o único problema do PQI. Na linha dos seus antecessores, o «Horizonte Europa» está fundamentalmente orientado para o «mercado», para a «competitividade» e para as «prioridades estratégicas da UE», incluindo as «novas prioridades», como a «defesa» e a «segurança». Estas são razões que, desde há muito, justificam críticas de amplos sectores da comunidade científica ao PQI.
No final, os deputados do PCP rejeitaram a proposta de regulamento. PS, PSD, CDS e BE votaram-na favoravelmente.
 João Ferreira 

terça-feira, dezembro 11, 2018

desCOESÂO ECONÒMICA E SOCIAL na U.E.

INTERVENÇÃO DE JOÃO FERREIRA NO PARLAMENTO EUROPEU

Preparação da reunião do Conselho Europeu de 13 e 14 de Dezembro de 2018

Ver vídeo
01:06
Relativamente ao orçamento da União Europeia pós-2020, nenhuma das posições em confronto no Conselho Europeu é aceitável para os interesses dos povos da Europa e particularmente para os países, como Portugal, mais prejudicados pela natureza assimétrica e divergente da integração.
Nestes países, as verbas da coesão – que agora querem cortar, e para isso não falta consenso – nunca compensaram os impactos negativos das políticas comuns, do mercado único e especialmente do Euro.
Que na mesma reunião do Conselho Europeu em que discutem o aprofundamento do mercado único – cujos benefícios e prejuízos caem, uns e outros, sempre para os mesmos lados – se discuta também um orçamento que corta as verbas da coesão, é elucidativo e diz muito da natureza da União Europeia.
Se o ascenso da extrema-direita nos mostra que o perigo do fascismo existe – e existe, de facto – é de elementar lucidez reconhecer que é a União Europeia quem lhe vem abrindo o caminho.
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... de classe!

sexta-feira, agosto 24, 2018

A definição do inimigo

Resposta aberta a um

Mui Caro comentador deste blog, 
li, com a satisfação de sempre, o seu comentário ao meu post em que me lembra que 
"... hoje é dia 23 de agosto e a Comissão Europeia lançou cá para fora algo:  http://europa.eu/rapid/press-release_STATEMENT-18-5041_es.htm..." 
e onde, além do abraço, junta um 
"...P.S. - trata-se de uma "provocação benigna" só para a discussão






quarta-feira, novembro 01, 2017

A propósito (de Juncker, da U.E., da Catalunha, de"honoris causa")

 - Edição Nº2291  -  26-10-2017

Juncker e a Catalunha

Jean-Claude Juncker tem sido elucidativo sobre o optimismo que reina na UE. Em Março, como Trump aplaudiu o brexit e incitou outros países a seguir o exemplo, veio dizer: «se a UE entra em colapso (sic), haverá uma nova guerra nos Balcãs ocidentais» (Independent, 15.03.17). E agora, a propósito da situação na Catalunha: «a independência da Catalunha causaria muito mais [a lot more] caos na UE (sic)». […] Constatando uma «fragmentação de identidades nacionais dentro da Europa», receia que «se a Catalunha se tornar independente, outras regiões farão o mesmo». E vai ao cerne da questão: o euro «já é suficientemente difícil com 17 estados. Com muitos mais será impossível» (Guardian, 13.10.17).

Mas não terá esta situação raízes na forma como o capital monopolista vem há décadas avançando com a sua UE à revelia da vontade dos povos? Com o facto de se dispor a novos saltos no caminho do federalismo e da centralização de poderes na burocracia de Bruxelas? Julgará o sr. Juncker que será com medidas administrativas e com repressão policial – como faz Rajoy – que irá lá?

Poderia talvez consultar Lénine sobre o processo de formação de estados nacionais, «típico e normal para o período capitalista» (VILOE, T1, p. 512). Lénine escreve em 1914, e refere-se especificamente à época das revoluções democrático-burguesas, «aproximadamente de 1789 a 1871». Acontece que na fase imperialista do capitalismo tais estados nacionais constituem em muitos aspectos um entrave e, como sucede com a UE, do que se trata é da criação de verdadeiros estados supranacionais, queiram os povos ou não.

A propósito da Catalunha, ouçamos ainda Lénine: «Teoricamente não se pode garantir antecipadamente que a separação de uma nação determinada ou a sua situação de igualdade de direitos com outra nação finalizará a revolução democrático-burguesa.» (Id. p. 522) Mesmo não garantindo nada, constitui já uma grande atrapalhação para a classe dominante. E isso não é de deitar fora.

Filipe Diniz



... diria mesmo que é o processo histórico 
na "leitura" materialista dialéctica!

terça-feira, janeiro 10, 2017

Aponta mento

Há pouco tempo (nem há uma década...) havia, fixo e "consensual", o anátema dos anti-europeus, dos euro-cépticos, a contrapor, como etiquetas marginais, desprezíveis, à imposta consensualidade dos europeístas.
Hoje, lê-se sobre os pró-europeus como uma espécie de espécie resistente formada por desesperados (mas poderosos...) defensores de uma União Europeia que nunca chegou a existir, nem como Europa nem como união!

Isto a propósito de

segunda-feira, janeiro 09, 2017

Deixou de ser impensável, diz ele a ela...

Comecei a manhã cheio de... intenções. Boas. Que irei procurando cumprir!
Mas salta-me do computador esta actualité, cujo começo transcrevo após digitalização:


Repare-se: este senhor é o vice-chanceler alemão e vem dizer que "o acento tónico posto pela Alemanha na necessidade de políticas de austeridade na zona euro deixou a Europa mais dividida que nunca, a ponto da implosão da União Europeia deixar de estar hoje entre o impensável ..." e continua (ou explica-se) "as medidas difíceis tomadas por países tais como a França e a Itália para reduzir os seus défices orçamentais têm riscos políticos..." e por aí fora (com perguntas à chanceler há dias à espera de resposta!), e explicando-se melhor para mais fácil (?) digestão dos especialistas ou especialmente interessados, mas querendo dizer que quando era com a Grécia e com Portugal não havia problema... 
Pois, a "periferia" do "centro" cumpria o seu papel e lugar na "divisão europeia do trabalho", as coisas iam andando à custa (às costas!) dos cidadãos periféricos, agora quando é o "centro" a ver esgotados os paliativos aplicados à "periferia" e a ser invadido pelas metástases do capitalismo é que é o delas...

Lá terei de adaptar a agenda (pessoal) de trabalhos!



quinta-feira, dezembro 15, 2016

"O ERRO" e os retardados




Para o Nobel da economia,
O euro é “um erro”
 13/12/2016 

Se a União Europeia quer sobreviver e prosperar, deveria lançar um processo de descentralização e deixar os Estados decidir mais, diz Oliver Hart, prémio Nobel de economia. Um artigo de EurActiv Espagne (Carmen Rodriguez).
No dia 9 de Dezembro, Oliver Hart e o sue colega Bengt Holmström receberam o prémio Nobel pelos seus trabalhos sobre a teoria dos contratos, que vai da privatização aos salários dos PDG.
Para o economista britânico, Bruxelas foi demasiado longe e a palavra de ordem da economia europeia deveria ser «descentralização». Se a UE abandonar a sua tendência para a centralização, poderia sobreviver e prosperar, de outro modo correrá para a queda, segundo ele.
Este professor de Harvard insiste também na falta de «homogeneidade » entre os Estados-membros, impede que a UE seja considerada como uma entidade única. Assim, designa como «erro» a tentativa de criar uma união única.
As inquietações dos Estados-membros quanto à centralização dos poderes e dos processos de decisão deveriam ser, por isso, segundo Oliver Hart, reguladas atribuindo competências às respectivas capitais.
No entanto, o prémio Nobel admite que a UE deve guardar o controlo de «certos domínios importantes», como as livres trocas e a liberdade de circulação de trabalhadores. Reforça pessoalmente esta última questão, acrescentando que «compreende apesar disso os problemas políticos que a envolvem»,.
Bengt Holmström também referiu que a UE devia «redefinir as suas prioridades, limitar as suas actividades e o pendor regulamentar, a fim de se concentrar no que possa fazer em domínios essenciais».
Este economista finlandês, que ensina no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), declarou que Bruxelas deveria reestruturar o seu sistema de governança e as suas regras de base, para as tornar «mais claras e mais simples».
Oliver Hart considera igualmente que «o euro é um erro», opinião que defende desde a introdução da moeda única. Ele acha, assim, que a UE deveria abandonar a sua moeda, e que Londres foi «manhosa» ao não aderir a ela.
Além disso, o economista é crítico dos projectos de Donald Trump, e preocupa-se particularmente com a política de desregulamentação financeira prevista pelo futuro presidente.


Tanta questão!,
sem se pôr em questão
o que está na génese e no seio
das questões



sexta-feira, novembro 18, 2016

As moscas...

Trump é irresistível. Tem tudo (e muito pouco de bom) para ser mediático... e eleito. Hoje. Nos Estados Unidos. Até o nome parece escolhido a dedo para português dizer que mudam as moscas e o Trump é o mesmo. Mas não é!... porque tudo muda. Até Trump, o previsível, muda quando passa de candidato a presidente a presidente imprevisível... mas controlado. Não queria escrever mais sobre o personagem, que parece (manobra de) diversão. Não resisto - e comprazo-me - a transcrever a crónica internacional do Jorge Cadima. Sempre excelente e didáctica.


  - Edição Nº2242  -  17-11-2016

EUA e UE
As eleições nos EUA são expressão da crise do sistema. Os seus resultados contribuirão para o ulterior aprofundamento dessa crise. Nos EUA e a nível mundial.
Todo o processo eleitoral espelhou um profundo descontentamento popular. Que é fruto da perda de nível de vida dos trabalhadores dos EUA desde há 40 anos e do obsceno enriquecimento da cada vez mais restrita minoria ligada ao grande e parasitário capital financeiro e ao complexo militar-industrial que governa esse país. A situação explosiva dos EUA desde há muito se traduz numa crescente violência, quer individual (tiroteios e massacres), quer estatal (assassinatos policiais). Mas também em indicadores como o aumento de mortalidade entre a população adulta branca, que já provocou uma queda na sua esperança de vida (New York Times, 2.11.15 e 20.4.16). Ou num facto espantoso, revelado num estudo do Centro para o Controlo e Prevenção de Doenças, CDC, relativo a 2014 (citado em wsws.org, 5.11.16): entre as crianças dos 10 aos 14 anos o suicídio é a segunda causa de morte, havendo mais óbitos por suicídio do que por acidentes de viação. Os trabalhadores dos EUA são também vítimas da globalização imperialista e da grande crise do capitalismo, na desindustrialização, no desemprego, na baixa constante de níveis salariais.

Colocados perante dois candidatos do sistema, ambos milionários, milhões de norte-americanos responderam com a abstenção, o voto em terceiros candidatos ou (de forma paradoxal mas previsível) em quem – sendo um candidato do sistema – vociferava ser inimigo do sistema. É tragicamente revelador que enquanto a candidata do Partido Democrata, falcão das agressões imperialistas, assumia o papel de candidata do Partido da Guerra apadrinhando os delírios belicistas anti-russos, fosse o candidato republicano Trump que parecia a voz da razão ao alertar para os perigos duma guerra entre as duas maiores potências nucleares do planeta. O futuro encarregar-se-á de mostrar o que realmente valem as palavras de Trump.
Logo após as eleições, boa parte dos violentíssimos insultos entre os dois candidatos deu lugar aos elogios. Trump, que passou a campanha a dizer que Hillary Clinton devia estar presa, apressou-se a agradecer as suas três décadas de serviço em prol da pátria. E Hillary, que passou a campanha a propagar a delirante tese conspirativa de que Trump seria um agente do Kremlin, apressou-se a desejar-lhe boa sorte e a pedir que lhe seja dada a hipótese de governar. O mais certo é que, conscientes do profundo descontentamento popular que grassa nos EUA, ambos estejam a querer travar os sentimentos de revolta que sentem crescer entre o povo daquele enorme país e que se exprimem já nas ruas e nas lutas operárias.

Mas a candidatura de Trump, além de tentar canalizar o descontentamento em prol do sistema – e criar condições para tornar esse sistema ainda mais agressivo e anti-popular – reflecte reais clivagens no seio da classe dominante dos EUA. Clivagens que são, elas próprias, produto da crescente crise do sistema e da consciência do seu gradual enfraquecimento enquanto centro mundial do imperialismo. Clivagens visíveis nas reacções da UE à eleição de Trump. Juncker afirma que «a eleição de Trump corre o risco de minar os alicerces e a estrutura das relações intercontinentais», e dá lições: «Teremos de ensinar ao Presidente eleito o que é a Europa e como funciona» (Deutsche Welle, 11.11.16). A ministra da Defesa alemã, preocupada com as tiradas eleitorais sobre a NATO e sobre Putin, afirma que Trump «tem de escolher claramente de que lado está» (DW, 11.11.16). No mesmo sentido vai o secretário-geral da NATO, em texto que o Observer (13.11.16) considera «salientar a profunda preocupação no seio de círculos militares europeus com o novo presidente americano».
Uma coisa é certa: seja nos EUA ou na UE, a palavra de ordem é militarizar. Os povos nada têm a esperar dos defensores do grande capital, a não ser exploração, miséria e guerra.