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quarta-feira, fevereiro 09, 2022

isto é de perder a tramontana

 Uns-de-nós estão "ligados" à vodafone; outros-de-nós estão "ligados" à meo; todos-nós estamos "ligados" uns aos outros.

Isto tudo - e todos - feito num nó. Que seria lindo se fosse  no plural, num nós.

Uma das coisas a que uns-de-nós estão "ligados" tem um problema, sabotagem, pirataria, ou lá o que seja (o que deus quiser que seja), e é uma coisa do arco-da-velha: tudo em polvorosa!

Já tinha havido um antecedente, num "ataque cibernético" à Impresa, do Expresso. 

Mas à segunda vez, até parece ter sido "de vez".

Mesmo quem passe pela televisão só de passagem, não conseguiu escapar ao assunto do momento.

Ele foram todas as horas "nobres" com a cibervigilância. RTP1, RTP2 e 3, SIC e vários SIC, TVI, CNN. A CMTV? Não se viu se conseguiu tirar algum espaço ao futebolar. 

Não se garante que alguém tenha ficado devidamente informado, mas de boa mente se pode dizer que não faltaram informação, e debates, e opiniões.

De repentemente, a cibervigilância invadiu-nos a casa, o pós-prandial, o sono, e não se diz os sonhos mas, de certeza, as preocupações.

Como se não chegassem as preocupações que temos como temas, este passou a tema-maior!

Parece tudo - e todos - de tramontana perdida!

A propósito, e do Assange não se fala?

segunda-feira, novembro 29, 2021

Cuidemo-nos!

 Não é só na Atalaia, e no 1º fim-de-semana de Setembro (a começar na 6ª) que fazemos Festa!

Ontem, domingo, 28 de Novembro, houve Festa no Rivoli do Porto.

E foi bonita a Festa, pá!... disse o Chico Buarque e apetece repetir.

Tive a sorte de estar entre muitos (que foram poucos dos que somos) que gritaram/cantaram que assim se vê a nossa força.

Pois é, mas a vida é dura (como a vida o é). E hoje, ao actualizar-me com a "informação" deformadora, entra-me pelos olhos a força que "eles" não têm mas que exibem como se fosse a força que não têm, ou que apenas têm porque calam a nossa...

Veja-se este parágrafo, num dos muitos (tantos...) canais e veículos de desinformação formatadora que entra sem bater à porta do entendimento do funcionamento democrático:

"As eleições para o líder do PSD são este sábado. Paulo Rangel ou Rui Rio, um dos dois vai ser o escolhido pelo partido para enfrentar António Costa a 30 de janeiro. Nesta edição pode ler as reportagens da última de semana de campanha de Rio e de Rangel e ainda esta notícia dando conta da verdadeira campanha de desinformação nas redes que andou a circular."

As eleições a 30 de Janeiro serão um confronto (enfrentamento!) entre Costa e o vencedor do combate de galos pelo poleiro da capoeira PSD, ou serão umas legislativas em que cada cidadão devidamente informado vai escolher os deputados do seu círculo eleitoral que o representarão na Assembleia da República?!

Esta é a verdadeira campanha de desinformação que anda a circular com ou sem rede!  

E têm a lata de dizer, noutra "informação" formatadora da mesma rede anti-social:

"Cuide-se. E siga o mundo no Expresso, Tribuna e SIC."!!!

Não nos cuidemos , não!

qualquer descuido é perigoso!

 

quarta-feira, novembro 10, 2021

Informe-SE - eleições na Nicarágua - 6

NOTÍCIA DA TELE-SUR:

A Frente Sandinista venceu as eleições na Nicarágua com mais de 75% dos votos expressos

Em segundo lugar, vem o Partido Liberal Constitucionalista (PLC), com 14,2% dos votos, seguido do Camino Cristiano Nicaragüense (CCN), com 3,3%, da Alianza Liberal Nicaragüense (ALN), com 3,2%, da Alianza por la República (APRE), com 1,8%, e do Partido Liberal Independiente (PLI), com 1,7%.

A participação foi superior a 65% dos cidadãos inscritos e o processo eleitoral foi seguido por 232 observadores internacionais, vindos de 27 países, e por 600 jornalistas acreditados para o processo eleitoral.

esta é outra informação!

Informe-SE! o chumbo do OE2022 e uma opinião - 5

Não faltam assuntos, temas, a merecerem a atenção de quem se queira informado. E a informação oferece-se em doses substanciais, embora muito repetitivas, dir-se-ia gaguejantes (hoje e amanhã, as mesmas fotos de ontem e anteontem se não de antes, daqui como se fossem dali, dali como se fossem dacolá). 

O OE2022, o ambiente em cimeira espectacular, a web-sumit em espectacular cimeira, os trânsfugas em fuga e os quadros mal guardados, os militares em missão que se transviaram e traficaram, os PSD e CDS em directas muito retorcidas, o futebol sempre no centro das notícias com muitos ou poucos golos, com bola ou sem bola, com os gémeos de um e a homossexualidade de outro, a data das eleições (em Portugal) para já ou para mais logo mas, já já, as sondagens com a pontaria em maiorias absolutas, ou nem por isso... E os comentadores e os debates, as entrevistas armadilhadas, as directas e as indirectas. Um fartote! Com direcções definidas, linhas de manipulação bem assestadas. Que até seriam fáceis de descortinar, isto é, de ver, por detrás da cortina, quem mexe os cordelinhos,

E o que não se diz, e do que não se fala. Que tanto é!

Aqui, não nos calaremos, não nos cansaremos.

Por exemplo, com quase uma semana de atraso, mas como que tendo ganho actualidade, reproduz-se uma das opiniões que se pretende que não se conheçam, que se conheçam pouco, que se conheçam mal ou às avessas:   

 


Os dez euros das pensões

Vasco Cardoso
Era pre­vi­sível que, face à re­jeição da pro­posta de Or­ça­mento do Es­tado, não só se in­ten­si­fi­casse a cam­panha contra o Par­tido como se re­for­çassem as li­nhas de dra­ma­ti­zação fa­vo­rá­veis ao PS que vai dis­far­çando cada vez pior o ob­jec­tivo da mai­oria ab­so­luta.

Parte dessa cam­panha visa res­pon­sa­bi­lizar o PCP – des­con­si­de­rando sempre a au­sência de uma res­posta global aos pro­blemas do País - pela não con­cre­ti­zação de me­didas po­si­tivas ins­critas na pro­posta, ou mesmo, por me­didas que che­garam a ser ad­mi­tidas. Esse mesmo en­saio, que co­meçou ainda antes da dis­cussão na ge­ne­ra­li­dade, pro­longa-se até hoje com ele­mentos cons­truídos à me­dida desta ideia: a culpa é do PCP.

O caso das pen­sões de re­forma é talvez o exemplo onde este tipo de cam­panha terá ido mais longe, pas­sando junto dos re­for­mados a ideia de que por causa do PCP já não terão o au­mento dos 10 euros no pró­ximo ano.

Mas vamos aos factos. Ao longo destes anos, nin­guém mais que o PCP se bateu pelo au­mento ex­tra­or­di­nário de pen­sões. Se du­rante os úl­timos cinco anos as pen­sões de valor mais baixo foram au­men­tadas em 50 euros isso é obra do PCP. Sempre com a re­sis­tência do PS. Im­pe­dindo que se alar­gasse o au­mento a todas as ou­tras pen­sões in­cluindo dos que mais des­con­taram. For­çando que o au­mento co­me­çasse em Ja­neiro e não em Agosto como o PS in­sistia. Lu­tando para que fosse por pensão e não por pen­si­o­nista. Foi este o filme a que as­sis­timos ao longo destes anos com cada au­mento a ser ar­ran­cado a ferros. Aliás, se o au­mento das pen­sões de­pen­desse do PS e da Lei que é da sua au­toria não te­riam ha­vido estes au­mentos desde 2016, grande parte das pen­sões teria fi­cado con­ge­lada, ou com au­mentos que não re­ver­te­riam a perda de poder de compra.

Im­porta ainda cla­ri­ficar que, para 2022, o que o go­verno tinha na pro­posta de OE era o au­mento de 10 euros a partir de Agosto, exi­bindo uma vez mais as suas re­sis­tên­cias.

Mas dei­xemos de lado a cam­panha contra o PCP e con­centre-mo-nos nas as­pi­ra­ções dos re­for­mados. É que, tal como temos dito, nada im­pede o go­verno de – mesmo nas ac­tuais cir­cuns­tân­cias – dar res­postas a as­pi­ra­ções exis­tentes. Pode e deve fazê-lo. É o caso do au­mento do Sa­lário Mí­nimo Na­ci­onal, dos au­mentos para a ad­mi­nis­tração pú­blica ou para as pen­sões. Na ver­dade, não há ne­nhum im­pe­di­mento, nem legal, nem or­ça­mental. Um au­mento que é um di­reito dos re­for­mados e não uma moeda de troca ou peça de chan­tagem.

domingo, novembro 07, 2021

Informar-SE, como? (intervalo que não o é, que é "ponte") - 2

 Páginas de um diário que não está em dia

 

Ontem foi um dia de “acontecer coisas”. Um daqueles dias que mexem na vida de um cidadão.

Interrompendo a concretização de uma sequência de reflexões sobre o Estado das cousas e a informação que delas se dá, o escriba comunicante  que sou viveu o acontecimento do encontro de vizinhos que são ou que foram na sua juventude nesta terra onde habito e convivo.

Trata-se de uma iniciativa simpática, tipo realização informal de periodicidade anual (que, ao que soube, só não se realizou em 2020 por motivos conhecidos e com a etiqueta bastante de confinamento) de que há muito tenho conhecimento, mas em que nunca participei por os seus fundadores informais e organizadores serem de um estrato etário, diga-se geração, afastado do meu mais de uma década.

Este ano, ano de recuperação de muita coisa, “o poço” calhou-me vir a ter participação no encontro por os organizadores terem incluído no programa um acto – a que chamaram recepção escolar – para que me convidaram, tendo por motivo a visita ao Centro de Documentação Joaquim Ribeiro-Zambujal, local escolhido para o… pequeno-almoço.

Essa escolha deu-me grande satisfação pois o CDJR-Z, inaugurado a 27 de Setembro de 2020, não deu ainda sequer os primeiros passos, ou melhor, este de ontem foi o seu 4º passinho de um caminho que muito desejo seja feito. E os caminhos fazem-se al andar, não é, António Machado?  

No entanto.

Ou… no entretanto – deixando para outros lugares e ocasiões a tão agradável evento e almoço –, na passagem de olhos pela informação que procuro à sexta-feira, trazida pelo correio, encontrei a notícia de que a filha de José da Silva Lopes doara ao Município de Ourém o acervo bibliográfico de seu pai, nascido no concelho e que morreu em 2015.

Essa notícia, se me serviu como uma das referências a fazer no encontro de ontem, foi também “ponte” para o tema a que, neste momento, estou a dar prioridade.

A vida de Silva Lopes, o que dela se conta, é informado, pode ser uma ilustração do que pretendo sublinhar em duas direcções:

i)                por um lado, a excessiva fulanização dos actos e factos políticos e,

ii)               por outro lado , como essa “fulanização” pode ser manipuladora ao empolar uns e diminuir outros, ao reflectir a importância do ambiente ou “pano de fundo” criado pela “grande informação” (os ditos órgãos de referência), e como isso se expressa na informação corrente.

 

De José da Silva Lopes, nascido em Seiça (ou foi em Caxarias?, depende da oscilação do contorno das freguesias), escolheria dizer que chefiou a delegação que, em 1972, negociou as negociações do acordo comercial de Portugal com a CEE, no quadro do alargamento desta e quase desaparecimento da EFTA, negociações em que interesses nacionais, como dos têxteis e das conservas, foram defendidos, pertenceu aos 5 primeiros governos depois do 25 de Abril – o 1º e os 4 com Vasco Gonçalves como primeiro ministro  -  e ao IIIº governo constitucional, de iniciativa presidencial.

Muitas outras coisas foi, como deputado como deputado na AdaR, pelo Partido Renovador Democrático, de 1985 a 1987. Não se pediria que se fizesse uma biografia exaustiva, mas… mas o que dela foi dado é bem o reflexo do que se informa e do que não se informa. Dizer-se que foi “Economista reputado, antigo governador do Banco de Portugal (que foi de 1975 a 1980) e cabeça de lista, pelo PS, à Assembleia Municipal de Ourém em 2009 (lugar que não ocupou)”é pouco e mau, por ser manipulador ainda que de forma indirecta.

 

Assim se faz a informação. Mas este é um exemplo tão-só local, e como simples reflexo do ambiente informativo criado. Que, num exemplo simples e aparentemente inócuo, exclui das informações as que possam ser valorizadoras (ou contrárias a “ideias feitas”) de actividades  e factos que ilustrariam a luta pela liberdade e a democracia em Portugal.

sexta-feira, novembro 05, 2021

Informar-SE!, como? - 1

Com uma relativa frequência, fala-se do Estado da Nação, e também do Estado do mundo. Suscitam-se então reflexões que, sendo sempre oportunas para a reflexão, o posicionamento e a intervenção sobre o estado em que estamos e como se chegou a este estado, se baseiam na informação que se tem. E ela abunda.

No entanto, o facto de haver tanta informação, e tanta inter-comunicação informativa que as chamadas redes sociais vieram provocar, coloca em primeiro lugar das preocupações a orientação e a qualidade da informação e inter-comunicação que há, tanto - ou mais - que a quantidade. E é assustador o  estado em que se está nesse domínio. E se domínio se escreve como maneira de dizer área, também serve para se dizer quem domina, com o significado de manipular.

É justo perguntar-se como e onde informar-se, que jornal ler, que rádio ouvir, que televisão ver. Quais os meios a escolher para que a informação... informe. Mas a preocupação acresce se, e porque, há jornais, rádios, televisões que, sem que haja escolha, se impõem, entram em casa do cidadão, nos seus 5 sentidos e (in)formatam a sua informação.

Não há solução? 

Claro que há, mas é muito difícil a alternativa. Têm de se  vencer barreiras, inércias, cansaços. Se se reparar bem, tem de combater uma poderosa máquina de informação padronizada, que se repete com diferenças muito mais (ou tão-só) aparentes que reais. Independentemente dos veículos ou meios veiculadores.

No actual momento da "política portuguesa" detectam-se - ou podem detectar-se se se estiver atento ao fenómeno relevantíssimo da informação - factos, imagens, linhas de interpretação da realidade viva e vivida, que se repetem, por vezes até à exaustão. Vencendo pela repetição que cansa e convida à resignada aceitação de posições, de interpretações e "leituras", como únicas, sem alternativa, e que de nenhum modo são únicas nem incontroversas. Enquanto outros factos, imagens, linhas de interpretação da realidade viva e vivida são ignorados, escondidos ou... mascarados e confinados.

Não havia alternativa para que de um "chumbo" ao OE apresentado à votação da AdaR resultasse a dissolução do parlamento e eleições legislativas? Ou, de outra maneira, pelo facto do PdaR ter afirmado o que seriam as suas intenções, de acordo com as suas competências, essa sua ingerência (pressão, ameaça... o que lhe queiram chamar) em dois dos outros orgãos políticos do País além do seu (com mais os Tribunais os quatro orgãos de soberania), tornavam inevitável essa solução. 

Não! 

Porque não seria a primeira vez que aquele orgão institucional, e aquele seu titular, não faria o que antes afirmara ou insinuara, ou ameaçara que iria fazer... E a prova disso é que Marcelo deu todo o espectáculo de audições e de reuniões e de aConselhamentos de Estado, como se todo esse ritual viesse homologar a decisão pré-tomada se acontecesse o que aconteceu... E que NUNCA aconteceria tal e qual como previsto e prevenido, ao tomar a decisão sobre a decisão que iria  tomar (e já tomou... uff!).

Este é um exemplo.   

O tratamento dado pela informação veiculada de forma massiva e impressiva, como se fosse a isenta e desideológica, foi de cristalina transparência. A outra informação, por vezes referida ou apresentada na informação massiva e impressiva como nota de pé de página em tipo 6, existiu (e existe) para quem a procurou (e pode procurar). Para quem, além de informado, quis informar-se! E o tenha conseguido. Sim, porque não é fácil.


continuarei  

segunda-feira, junho 21, 2021

Desinformação ou informatação



___________________________

Ora aqui está um bom exemplo
de desinformação a combater...
a não ser que
comecem lá por casa!

quarta-feira, abril 14, 2021

sábado, março 20, 2021

Um vasto e desolador (e assustador!) panorama

 

"Alguém tão exigente como Vasco Pulido Valente não diria que Cunhal mandaria matar Soares sem ter essa certeza"

Foram mais de 40 entrevistas ao longo de ano e meio ao colunista português mais "sem papas na línguas", na definição feita pelo próprio João Céu e Silva, autor de um novo livro sobre o pensamento de Pulido Valente (falecido em 2020) e grande repórter do DN…

 

Valdemar Cruz no Facebook : «(..) 3. Ficamos a saber que a fezada de um homem morto sobre as supostas intenções assassinas de outro homem morto dão título de jornal. Com destaque. É um certo novo jornalismo em toda a sua glória.

4.A desesperada procura de títulos bombásticos, equivalentes aos títulos destinados a provocarem muitos "likes" nas versões digitais, não abastarda apenas o jornalismo e os jornalistas. Contribui para aquela desesperante sensação de termos entrado num tempo de absoluta perda de valores, sem espaço para a dignidade. Muito menos para um jornalismo honesto e responsável. Esta entrevista é apenas uma amostra de um mais vasto e desolador panorama

quarta-feira, março 17, 2021

Na ordem o dia, ou na (des)ordem dos dias

Hoje, nestes dias de hoje, a grande questão parece ser a atitude de todos nós (simples cidadãos, cientistas, veículos e receptores de informação, nossos representantes por eleição, decididores por vias várias... algumas bem obscuras) perante a ciência e a informação.

É a ciência imune, extra-territorial à política?, qual o papel da informação?

Em 10 de Março de 2020, quando já se falava em pânico, então artificialmente criado (ou antecipado), reproduzi aqui um artigo que lera e traduzira com grande interesse, e que ganha, hoje, mais de um ano depois, oportunidade acrescida:

"

... e pensar em tudo o que está por detrás do pan(ic)o, no que é tão manipulado e manipulador:




10 de março de 2020
Coronavírus: o testemunho de um virologista

Bruno CANARD

Chamo-me Bruno Canard, sou director de pesquisa do CNRS em Aix-Marselha. A minha equipa trabalha com vírus RNA (ácido ribonucleico), que inclue os coronavírus. Em 2002, a nossa jovem equipa estava a trabalhar sobre a dengue, pelo que fui convidado para uma conferência internacional onde era tema os coronavírus, uma grande família de vírus que eu não conhecia. Então, em 2003, surgiu a epidemia de SARS (síndroma respiratória aguda grave) e a União Europeia lançou importantes programas de pesquisa para tentar não ser apanhada de surpresa em caso de emergência. 
A abordagem é muito simples: como antecipar o comportamento de um vírus que não conhecemos? Bem, apenas estudando todos os vírus conhecidos para dispor de conhecimento transferível para novos vírus, especialmente no modo de replicação. A pesquisa é incerta, os resultados não podem ser planeados e é necessário muito de tempo, de energia, de paciência.
Trata-se de pesquisa básica validada com paciência, em programas de longo prazo, que podem eventualmente ter saídas terapêuticas. Também é independente: é a melhor vacina contra um escândalo como o do medicamento mediator.
Na minha equipa, participamos em redes de colaboração europeias, o que nos levou a encontrar resultados a partir de 2004. Mas, em pesquisas virais, na Europa e na França, a tendência é colocar o pacote no caso de uma epidemia, e depois esquece-se. 
Em 2006, o interesse político pelo SARS-CoV havia desaparecido; não sabíamos se ele voltaria. A Europa se retirou-se desses grandes projetos de antecipação em nome dos contribuintes. Agora, quando um vírus surge, os pesquisadores são solicitados a mobilizarem-se com urgência e encontrar uma solução para o dia seguinte. Com colegas belgas e holandeses, enviámos duas cartas de intenções à Comissão Europeia há cinco anos atrás, dizendo que tínhamos que antecipar. Entre essas duas cartas, Zika (vírus) apareceu ...
A ciência não funciona com urgência e resposta imediata.
Na minha equipa, continuamos a trabalhar no vírus da coronavírus, mas com fraco financiamento e em condições de trabalho que gradualmente se deterioram. Quando por vezes reclamei, muitas vezes me responderam: "Sim, mas vocês, os investigadores, o que fazem é útil para a sociedade mas ... vocês são apaixonados pela investigação".

E pensei em todos os arquivos que avaliei.
Pensei em todos os artigos que revi para publicação.
Pensei no relatório anual, no relatório a 2 anos, no relatório a 4 anos.
Gostaria de saber se alguém leu os meus relatórios e se alguém também leu as minhas publicações.
Pensei nas duas licenças de maternidade e nas duas licenças não substituídas na nossa equipa de 22 pessoas.
Pensei nas “festas de despedida” por reformas ou promoções, e nas posições perdidas que não foram substituídas.
Pensei nos 11 anos do CDD (contrato a prazo) de Sophia, engenheira de pesquisa, que não podia alugar um apartamento sem o CDI (contrato  de duração indeterminada), nem pedir um empréstimo bancário.
Pensei na coragem de Pedro, que renunciou ao cargo de CR1 no CNRS para fazer agricultura orgânica.
Pensei nas dezenas de milhares de euros que adiantei do meu bolso para me inscrever em conferências internacionais muito caras.
Lembro-me de comer uma maçã e uma sanduíche fora da convenção enquanto nossos colegas da indústria farmacêutica iam a banquetes.
Pensei no Crédit Impôt Recherche, que passou de 1,5 mil milhões para 6 mil milhões anuais (duas vezes o orçamento do CNRS) sob a presidência de Sarkozy.
Pensei no Presidente Hollande, depois no Presidente Macron, que continuaram meticulosamente esse processo que me faz gastar o meu tempo escrevendo projectos de ANR (
agence française de financement de la recherche sur projets)
Pensei em todos os meus colegas a quem fizeram gerir a escassez resultante destes assaltos e em todos os projetos ANR que escrevi e que não foram selecionados.
Pensei esse projeto ANR franco-alemão, que não teve qualquer crítica negativa, mas cuja avaliação durou tanto tempo que me disseram para reenviá-lo um ano depois, e que “finalmente” foi recusado por falta de fundos.
Pensei no apelo Flash da ANR sobre coronavírus, que acaba de ser publicado.
Eu pensei que poderia parar de escrever projetos ANR.
Mas, então, pensei nas pessoas em condições laborais de precariedade nos trabalhos desses projectos da nossa equipa.
Pensei que, com tudo isto, deixei de ter tempo para fazer pesquisa como queria, aquilo com que me comprometera.
Pensei que tínhamos momentaneamente perdido o jogo.
Perguntei-me se tudo isto era realmente útil para a sociedade, e se eu ainda estava apaixonado por esta profissão?
Perguntei-me, muitas vezes, se iria mudar para um emprego desinteressante ou prejudicial à sociedade, e no qual seria muito bem pago?
Não, na verdade não.
Espero ter feito ouvir, pela minha voz, a cólera legítima que está tão presente no ambiente universitário e na investigação pública em geral.

(tradução - SR.)
"

sexta-feira, julho 10, 2020

Na crista das ondas da informação - critérios... elucidativos

Fui, de súbito, desperto para um grave problema nacional: o preenchimento do lugar de director do Museu do Aljube por Rita Rato. 
Já tinha reparado nessa questão em qu'estamos, e confesso que, para mim, fora novidade quando, há uns dias, a vira noticiada. Perguntei-me: a Rita Rato?, porquê e como?.
Fui ver (Fui-te ver estavas lavando/no rio sem [as]sabão/lavas com águas de rosas/lavas com águas de rosas/fica-te cheiro na mão...)
Fiquei informado: tinha havido um concurso, com regulamento e júri, houvera mais de 60 candidatos ao lugar, a cidadã Rita Rato, cuidando-se habilitada ao lugar, concorrera, o júri fez sucessivas triagens (de acordo com o regulamento) e, por fim, decidiu: a candidata em melhores condições é Rita Rato! Estou esclarecido, pensei eu, e voltei a pensar noutras coisas em que não tinha deixado de pensar.

De súbito, a Rita Rato passou a ser assunto. Ela. que não o fora quando fizera excelentes intervenções na AR, quando fora candidata a deputada pela emigração e fora envolvida numa redoma de silêncio.
Como era possível ter sido escolhida? Que escândalo?... e foi um ver se t'avias! Ainda pensei , ingénuo que sou, que os indignados viessem  refutar o concurso, o regulamento, o júri. Mas não, o alvo era Rita (quere-se dezer: o Partido dela!. Não faltou quem opinasse, em coro com solistas, e foram buscar uma resposta que Rita, não sei a quem nem porquê, dera a uma pergunta, resposta em que dissera que não lera não sei que livros. 
Senti-me forçado a interessar-me, até porque, hoje, um historiador encartado escolheu para sua colaboração semanal (ali!,... porque é vária e em variados orgãos), o tema. Quase impondo uma condição extra-concurso, ao jeito daquelas que antes, no antigamente, para entrar para a função pública tinha de se  fazer uma declaração em que o candidato rejeitava ideias subversivas (para subverter o quê e quem?). Isto perorado em texto publicado na última e nobre página de um jornal dito de referência.
Por curiosidade fui ver se havia alguma reacção ao momentoso caso Rita Rato, nas preocupações maiores do Partido dela. E fiz o rol:



DECLARAÇÃO DE JERÓNIMO DE SOUSA






INTERVENÇÃO BRUNO DIAS

O Parlamento tem de impedir as práticas inaceitáveis que os fundos internacionais estão a impor aos lojistas

segunda-feira, maio 25, 2020

Deliberada mente!

 - Edição Nº2425  -  21-5-2020

Informação em lay-off?

Nas últimas duas semanas ouvimos mais na comunicação social sobre a Festa do Avante! do que em todo o último ano. Parece exagero, até porque, como se sabe, a Festa é em Setembro, não em Maio. Mas é um facto. Entre os noticiários de rádios e televisões de dia 7 e os jornais de dia 8, a Festa esteve em todo o lado. Até as imagens de massas no comício da Festa, que noutras alturas nunca chegaram a antena, saíram das prateleiras dos arquivos televisivos.
Hoje, não há quem não saiba o porquê desta agitação mediática: depois do 25 de Abril e do 1.º de Maio, os comunistas insistem na sua loucura e não correm a anunciar o cancelamento da Festa do Avante!. Por estes dias houve quem escrevesse que o Governo «proibiu os concertos da Festa» (jornal i, dia 8). Houve quem fizesse uma peça em que dá voz a vários promotores de festivais que diziam já esperar a decisão, contrapondo com a «obstinação» do PCP em realizar a Festa, acrescentando que o Partido deveria votar contra a proposta no Parlamento (SIC, dia 7). O voto, ao contrário do que adivinhava a SIC, foi abstenção (tal como todos os grupos parlamentares à excepção do PS). Uns dias depois, no jornal que edita semanalmente na TVI, Miguel Sousa Tavares dizia que «o primeiro-ministro que proibiu festas e romarias populares abre excepção para a Festa do Avante!» (dia 11). E durante todo este tempo, as colunas de opinião do Observador estiveram abertas a tudo o que servisse para atacar a Festa e o PCP, variando entre o ódio e o insulto.
Nestes exemplos temos o jornal i a dizer uma coisa que viria a desmentir apenas três dias depois (faria título, a 11 de Maio, «Festa do Avante! não está proibida»); temos a SIC a tentar adivinhar (e falhar) o sentido de voto do PCP; e temos a TVI a inventar uma nova proibição, de festas e romarias populares. Diga-se que isto tudo admira pouco a quem tem visto ser repetido nos últimos dois meses disparates como o confinamento obrigatório para maiores de 60 anos (como aqui registámos há duas semanas a propósito do 1.º de Maio da CGTP-IN) ou as múltiplas versões em torno da interdição das praias e da proibição de apanhar sol. Nestes tempos, o disparate tem sido uma arma mediática habilmente manejada para incutir medo e abrir caminho à promoção de projectos de uma sociedade em que a dimensão colectiva da vida só é permitida na medida em que é necessária à produção de riqueza – para ser apropriada por uns quantos.
Clamaram «exagero» no 25 de Abril e «irresponsabilidade» no 1.º de Maio. Depois de tanta polémica, um trabalho jornalístico interessante seria procurar o número de infectados em ambas as iniciativas. Mais uma vez, o problema não era sanitário: o período de incubação passou e o surto de contágios no 1.º de Maio nem vê-lo.
Agora, depois de Abril, de Maio e de Setembro, preparemo-nos para Junho. A tinta já começou a correr sobre o comício de 7 de Junho – o JN até se questionava se não seria uma provocação, face à polémica criada (por alguma comunicação social) em torno da Festa. Não é provocação, é acção: também pelos trabalhadores com direitos e salários sob ataque – como aqueles do grupo que detém o JN, a quem foi imposto lay-off.

Novo Banco - sangrar ou falir... não há alternativa?

Tenho andado fugidio (ou fugitivo?) da auto-assumida tarefa de comentar a política nacional. Por razões (umas) objectivas e (outras) subjectivas. Mas gosto dela. Puxa-me o pézinho p'rá dança...
Hoje não resisto ao som que me trouxe o Expresso-curto.
Num texto que começa agradável de ler, porque inteligente e culto (são duas dimensões bem diferentes), porque provocador de tão individualista (a  história - a que se lê e a que se está a escrever - como se feita por protagonistas sem haver gente - classes sociais - por detrás do pano), o autor (Vitor Matos) às tantas escorrega, ao falar do que teria a recomendação de calar, e derrapa:

Jerónimo e o Novo Banco - Não é novo que o PCP seja contra as ajudas à banca e ontem o secretário-geral do PCP disse que os 850 milhões de euros transferidos para o Novo Banco davam para “resolver metade dos problemas sociais que neste momento existem”, mas não explicou que problemas sociais seriam criados com a falência de um banco.

Esqueceu-se (se alguma vez soube) que já houve bancos (e banca) nacionalizados e que, nesse período,  houve importantíssimos saltos positivos na organização da banca para o serviço público, e que o que Jerónimo e o PCP defende não se reduz à alternativa: injecção desproporcional e anti-social ou falência, mas nacionalização do que está a ser evidentemente uma sangria inaceitável, até pelos defensores do capitalismo mais estreme mas com limites de regulação e decência pública tanto e tão grave é o pecado privado. 

e, assim, termina em estampanço, como acontece depois de se derrapar.

quinta-feira, novembro 14, 2019

INforme-SE(mpre!)


Não há informação neutra.
Nestes des(en)graçados tempos de império do mercado (e abusiva manipulação do léxico), há a oferta e a procura de informação. Sendo a oferta avassaladora (criadora de vassalos…) e a procura geralmente desmunida de critérios de escolha, resignada por insu/deficiente formação.
Há 50 anos, vigorava o lápis azul da Comissão de Censura, que Marcelo (não este, o Caetano) crismara de “aviso prévio”, lancei um caderninho Informar/informar-SE/como?, que foi, como era de esperar, apreendido.
Não terá tido grande préstimo…
mas teve-o para uso pessoal, como frase-consigna adoptada (e alerta).



Lembrei-me disso, ao ler o avante! de hoje, leitura semanal com que procuro informar-ME, compensando outras informações que me procuram avassalar, ou ter da história e da realidade a representação gráfica e áudio-visual ao serviço de uma classe, condicionada pela correlação de forças.

Ora vejamos, em três exemplos:

(,..)
Não se pode ver/ouvir/ler toda a “outra informação”, posso ter estado pouco atento, mas nada vi/ouvi/li na comunicação social relativo a tal acontecimento edito/cultural promovido pelas editoras avante! e Caminho/Leya, dos livros Podem chamar-me Eurídice… (com prefácio de Ana Margarida de Carvalho e ilustrações de José Santa-Bárbara) e O Signo da Ira, que teve intervenções dos responsáveis das duas editoras, de José Manuel Mendes, presidente da Associação Portuguesa de Escritores, e do filho mais velho de Orlando da Costa, que é, neste momento, primeiro-ministro.
Coisa pouca para ser informação…

 (...)
Ah!, é verdade!,… estes também estão lá!, dirá o leitor/tele-ouvinte não muito atento ou relativamente distraído com… “causas fracturantes”.
Estão, estão… e trabalham.

 (...)
Golpe de Estado?!
A ideia que foi sendo instalada, de tanto matraqueada é que Evo Morales se foi embora, e deixou tudo num caos. O ter sido eleito, por maioria absoluta, o ter sido contestada a eleição com manifestações “expontâneas”, o  ter recebido o convite-ultimato-sentença de breve execução, o ter sido insolitamente dificultada a sua viagem para o México, o ser tudo mais uma claríssim (embora com aspectos inovadores…) golpe de Estado, com auto-proclamação de presidente interino à-lá-guaidó venezuelano (inovação repetida!)… isso tudo é escamoteado na “outra informação” que nos invade a casa.

 A INFORMAÇÃO NÃO É NEUTRA!
MAS HÁ A QUE NÃO É INFORMAÇÃO… E É UMA... “COISA ASQUEROSA”
INFORME-SE!

quinta-feira, dezembro 06, 2018

Bem prega Frei Tomás... ou l'arroseur arrosé

Às vezes (raras...) até dá vontade de rir


Bruxelles lance une lutte « low cost » contre la désinformation

[Monde] La Commission a présenté son plan d’action sur la désinformation. Mais le financement n’est cependant pas tout à fait à la hauteur.

domingo, outubro 14, 2018

Informo-ME, informa-TE, informem-SE, informemo-NOS, informai-VOS, informem-SE

O termo/conceito democracia tem origem na antiguidade clássica - na Grécia - e, tal como começou a ser usado em Atenas no século V a.c., é formado por duas partes: demos (“povo”) e kratós (“poder”, “governo”). Isto é, etimologicamente, é o poder do povo.
Na nossa contemporânea idade, a democracia é (ou deveria ser) uma forma  de cada povo, enquanto grupo de cidadãos ("co-habitantes da cidade") identificado pela sua história e cultura, organizar o seu poder, se governar, fazendo prevalecer o interesse geral relativamente aos interesses particulares de parte desse povo (ou de outros). Como tal, a tomada de decisões responde(ria) à vontade geral expressa pela totalidade.
Na prática (actual mente), a democracia é/seria uma forma de governo e de organização de um Estado. Através de mecanismos de escolha directa, o povo elegeria os seus representantes para funções pré-determinadas e mandatos pré-estabelecidos, dos quais acompanharia o exercício que completaria e apoiaria a organização e participação directas.
Pode acrescentar-se que a democracia é a resultante organizativa da convivência social. De uma convivência em que todos os conviventes seriam livres e iguais perante a lei por eles adoptada, condicionados pelas relações sociais entre si estabelecidas.
No entanto, todo esta organização da sociedade humana está, e cada vez mais, condicionada pela informação que cada humano parcela do poder tem. Informação que recebe em casa, na escola, na convivência informal, que lhe é imposta por canais especializados em manipulação, no ambiente geral em que vive e que ultrapassa fronteiras num mundo sempre mais mundializado. 
Para o exercício (ou demissão) do seu poder insubstituível, cada mulher e cada homem tem a sua informação. De que deveria sentir-se estimulado/obrigado a diversificar e a não se deixar manipular, sob pena de estar a fazer uso perverso do seu poder. Que apenas seu é!

Vem esta reflexão/relambório a propósito de meu exercício, não direi quotidiano mas periódico, de revisitar as minhas habituais fontes de informação. Para daquela informação invasora que me entra - sem pedir sequer licença - no computador e no telemóvel, e da que é criteriosamente canalizada na TV. 
Assim, sendo eu a informação que tenho, procuro fontes de informação que ME informem. De diferentes e bem várias origens, mas há quatro que foram escolhidas (?) para rotineiras: todos os dias o jornal do canal 2 da RTP, às 5ª o avante!, às 6ª o Notícias de Ourém, aos sábados o Expresso.
E cá ME vou informando e, por vezes, vocifero com a "informação" que me... oferecem. Ao mesmo tempo que me sinto estimulado a berrar informem-SE, antes de informarem (ou "informarem") com a informação  que vos (a quem?) serve.
Ainda agora mesmo, numa selecção que semanalmente consulto, encontrei um exemplo:
No caderno "Economia" do Expresso, vejo sempre a selecção MUNDO nas duas penúltimas páginas


1. Angola - Xeque-mate aos garimpeiros
2. Reino Unido - Facebook
3. Alemanha - Previsão de crescimento (em baixa)
4. Estados Unidos - Google (suspensão)
5. Reino Unido - Apple (investimento em Dialog
6. China - não vai submeter-se aos EUA
7 - Arábia Saudita - desaparecimento jornalista saudita e investimento
8 - Espanha - entrada de banco de crédito ao consumo na bolsa
9 - Reino Unido - banca na gestão de patrimónios

É, esta semana, a informação seleccionada sobre o MUNDO. Deles. 
Anoto, entre muito que poderia anotar - a meu critério - a falta de informação sobre o Brasil e sobre a significativa reacção bolsista à previsão (só, para já!) do resultado das eleições do Brasil, e também a ausência, nesta MUNDO, de toda a América Central e Sul, do maior Estado do mundo, a Rússia e da Austrália/Nova Zelândia. Há um MUNDO a informar e um resto do mundo à espera de "informação" oportuna.  

terça-feira, março 12, 2013

Pois falemos de política alternativa...


Nota do Gabinete de Imprensa do PCP

Sobre a proposta endereçada pelo PS



A forma e os termos de uma proposta de que se tomou conhecimento pela comunicação social, revela a natureza de uma iniciativa sustentada não em critérios de seriedade mas sim movida por meros propósitos de propaganda.
O que está no centro das preocupações dos trabalhadores e do povo não são nem as autárquicas do próximo Outono (sem prejuízo da sua importância), nem as ambições de poder do PS. O que o povo português exige com carácter de urgência é a interrupção da acção do governo e a rejeição do chamado memorando de entendimento.
O PCP tem reiteradamente sublinhado a sua disposição para examinar com as forças, sectores e personalidades democráticas a construção de uma política alternativa que rompa com o actual rumo de desastre a que décadas de política de direita têm conduzido Portugal.
Ainda que conhecendo o comprometimento do PS com os eixos essenciais da actual política, a sua intenção de manter vivo um governo politicamente moribundo por mero cálculo partidário e o reiterado compromisso do PS para com o Pacto de Agressão que está a afundar o país e a arruinar a vida de milhões de portugueses, o PCP está inteiramente disponível para debater e confrontar o PS com aquilo que são os eixos essenciais de uma política que corresponda a uma verdadeira ruptura com a política de direita, e a libertação do país do programa de submissão e exploração subscrito com a UE e o FMI.

... e de unidade
mas respeitando os outros!

sexta-feira, setembro 30, 2011

Últimas (?) notícias

«Desemprego: Taxa estabiliza nos 12,3% em agosto em Portugal
30 de setembro de 2011, 10:37


A taxa de desemprego em Portugal estabilizou nos 12,3 por cento em agosto, face a julho, acompanhando a tendência do conjunto dos países da zona euro (10 por cento) e da União Europeia (9,5 por cento).


Segundo os dados do Eurostat hoje publicados, no final de agosto existiam 22.785 milhões de pessoas desempregadas na União Europeia, dos quais 15.739 são da zona euro.»

@Lusa
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Eufemismos e os "números certos" decerto incertos:
  • "estabilizou" (!) nos 12,3% ... de quê?;
  • 12,3% "acompanha a tendência" da zona euro (10%) e da U.E (9,5%);
  • "22.785 desempregados" na U.E. ... não serão 22.786 ou 22.787?, não seria mais correcto informar que são, de acordo com os critérios adoptados pelo Eurostat, cerca de 23 mil ou mais de 22 mil?
  • "15.739 desempregados" na zona euro ... não serão 15738 ou 15740?. não seria mais correcto informar que são, de acordo com os critérios adoptados pela estatística, quase 16 mil ou mais de 15, 5 mil?
Assim se faz a informação!