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sábado, agosto 08, 2020

Quase-diário com reflexões lentas

 08.08.2020

Comecei assim:

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Não há dúvida, o Partido Comunista é um partido diferente.

 

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Não que eu tivesse dúvidas que o fosse, mas está a tornar-se tão evidente que é preciso não perder esta oportunidade de o dizer.

 

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É partido que vai muito para além da sua expressão eleitoral, apesar de também estar nessa frente de luta (política), e não ser despicienda a sua participação.  

 

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A actual campanha que a (des)propósito da Festa do avante! ataca o Partido, atinge níveis que roçam a paranóia, sendo de uma violência e desonestidade na manipulação da informação que é dada aos cidadãos que chega a surpreender – e a decerto indignar – quem, independentemente de posição política-partidária, paute as suas valorações por critérios de ética e deontologia.

 

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Mas é preciso denunciar, pois as doses, se excessivas, são edulcoradas e os títulos não dizem com os textos (e tantas vezes só os títulos se vêem ou ouvem), nem as citações com o extenso do que é citado.  

 

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Três dias seguidos, 5ª, 6ª e Sábado, o expresso curto, que cá por casa se lê – entre outras coisas!... – para se saber como vai o mundo, pôs a Festa do avante! no título numa escolha de prioridades de informação que nem Beirute perturbou!

 

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E em cada cavadela na leitura (coisa que poucos fazem, ou têm tempo ou paciência para o fazer), minhoca!... qual delas a mais infeliz ou repelente.

 

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Já procurei desmascarar algumas, mas a tarefa é insana, diria mesmo impossível.

 

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Reflicto, lenta e tão profundamente quanto sou capaz, e quase me assusto… porque confirmo que o inimigo do PCP é capaz de tudo.

 

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E uso, com dificuldade para o meu estilo (de estar na vida…), a expressão inimigo por não haver outra.

 

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O PCP é diferente.

 

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Porque adoptou, estatutariamente e na sua prática como partido político, uma postura em que a luta política não se resume ao mercado do voto, à conquista do poder político servindo-se de tudo, não recuando perante nada (porque o fim justifica os meios) e, se hoje, a correlação de forças obriga a que seja por via do voto do eleitor, torne-se o eleitor num cliente enganado pela publicidade enganosa, em que se transformou a chamada comunicação social (e Goebbels foi mestre).  

 

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É o PCP intocável, imune, perfeito?  

 

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Longe disso!

 

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Quando pareceu a alguns que o PCP, na correlação de forças sociais de então, poderia atingir o poder político ou parte dele, teve muitas aderências que, logo que viram que isso não iria acontecer ou que seria mais difícil que as suas forças (convicções, objectivos) poderiam suportar, desistiram, ou mudaram de campo, ou tentaram mudar o partido.

 

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Como grupo de humanos… é colectivo de humanos.

 

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E é o inimigo porque, na sua linha de conduta no exercício da cidadania que é a convivência para transformar o mundo, não desiste, e se mantém firme e, por isso, é o inimigo a abater por quem não o quer transformado, eterno com exploradores e explorados.  

 

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A Festa do avante! é um sinal, é uma prova de vida e de força… para além da política, apesar de tudo ser política (mas isto tem a ver com a dialéctica).

 

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A Festa do avante! incomoda porque demonstra que se é diferente e que se pode ser diferente, e há muito deixou de ser a festa de um partido político, ainda que diferente.

 

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Já uma vez conseguiram – nesta luta que não começou em 1921, como não começou em 1917, como não começou em 1848 mas que tem estes e outros marcos históricos – que não houvesse Festa do avante! (em 1987), mas a resposta foi o seu ressurgimento cada vez mais… Festa do avante!, a provar que o PCP existia e existe – e diferente –, e que é realização que transcende o partido porque é capaz de se adaptar às condições adversas e, sendo Festa, também é dos que não são seus militantes mas nela  se sentem cidadãos inteiros, vivos e participantes.

quinta-feira, agosto 06, 2020

Obviamente... vai acontecer!

 - Edição Nº2436  -  6-8-2020

Eu faço, mas tu não

Álvaro Covões, responsável da empresa Everything is New, que organiza o festival NOS Alive, deu a 14 de Julho uma entrevista ao Blitz. A entrevista gerou dois destaques na imprensa generalista: a afirmação em que valoriza o trabalho infantil («comecei a trabalhar aos 12 anos. Devia ser obrigatório, acho que isso só nos faz bem») e a que refere à Festa do Avante! («se a situação estiver como está hoje, a Festa do Avante obviamente não vai acontecer»).

Oito dias depois, a 22 de Julho, a mesma pessoa participa na conferência de imprensa de apresentação do «Noites do Palácio», conjunto de oito concertos de 31 de Julho a 22 de Agosto, no Porto. Álvaro Covões participa porque é co-organizador dos concertos. Do que se conhece da intervenção, sublinham-se duas ideias: o lamento de que não existiam mais eventos do género, porque se corre «o risco de os artistas mudarem de profissão»; e o convite a todos os portugueses - «vai ser um evento muito importante para dinamizar o turismo interno».

O que terá mudado em oito dias no pensamento de Álvaro Covões que transforma o «obviamente não vai acontecer» sobre a Festa do Avante! em é-pena-não-haver-mais-convido-todos-os-portugueses? Provavelmente, nada (até porque quando disse não à Festa com certeza que já tinha as confirmações todas do Noites no Palácio).

Podemos classificar as declarações do empresário como incoerentes, tendo dois pesos e duas medidas, com um cheirinho de preconceito. Na verdade, para Covões o problema está em quem organiza: ele próprio, em modelo comercial, pode e deve. O partido dos trabalhadores, defendendo o direito de todos à cultura e ao lazer, não pode. Opções…

Margarida Botelho

sexta-feira, maio 08, 2020

Festa do avante!



NOTA DO GABINETE DE IMPRENSA DO PCP

A pedido de vários 

Órgãos de Comunicação Social 

sobre a Festa do «Avante!», 

o PCP esclarece:


A Festa do Avante! não é um simples festival de música, é uma grande realização político-cultural que se realiza desde 1976, muitos anos antes da existência daquele tipo de festivais.
Como se entenderá uma posição mais detalhada será tomada no conhecimento concreto da disposição legal que venha a ser adoptada.


segunda-feira, setembro 09, 2019

Não há FESTA como esta!... Prová-lo?.... É a FESTA, estúpidos.

No regresso da Festa, quase faz sorrir o início de uma notícia (?):

O PCP diz que não há festa como esta. Trata-se, claro, de um slogan que fica no ouvido e que ajuda a vender bilhetes, mesmo que seja difícil de provar.



É o veneno que é destilado em cada parágrafo, 
em cada frase, 
em cada palavra, 
em cada silêncio.
Não há jornalismo como este! 
É tão fácil de provar!

quinta-feira, setembro 05, 2019

A FESTA DO LIVRO



Serão lançados na Festa do Livro mais dois livros da Edições Avante!:
O último volume de discursos de Álvaro Cunhal, entre 1995 e 2003, com importantes reflexões sobre democracia, soberania, o comunismo, o Partido e o futuro, e o documento «Coimbra – Dois anos de Luta Estudantil», publicado pela primeira vez há quase 50 anos, que evidencia com rigor os traços fundamentais de um dos mais massivos, duros e prolongados confrontos dos estudantes portugueses com o fascismo, e o empenho e firmeza do PCP nessa luta.
Este último será apresentado no Sábado, pelas 22h00, no nosso Auditório.

A Festa do Livro
na Festa do Avante! 
é já este fim-de-semana!


Este é, sem dúvida, um lugar muito especial na Festa do Avante!
Espaço para muitas expressões literárias, da poesia ao teatro, do ensaio à literatura infantil, tudo isto enriquecido por debates, apresentações, autógrafos, oficinas e, sobretudo, um grande convite à leitura e à reflexão, confirmando que o livro é um bom camarada.
 

Na programação do Auditório da Festa do Livro, chamamos a atenção para três debates que se vão realizar no sábado:
Às 16 horas, um debate com o título A Europa em Questão, com a participação de João Ferreira, António Avelãs Nunes e Miguel Viegas, a partir de livros destes autores, nomeadamente A União Europeia não é a Europa;
Às 17h30, um debate sobre A política patriótica e de esquerda, com a participação de Vasco Cardoso com referência ao livro Alternativa Patriótica e de Esquerda;
E às 22 horas, um debate sobre A luta da juventude nos últimos anos do fascismo, durante o qual Jorge Seabra irá apresentar o livro Coimbra, Dois Anos de Luta Estudantil, e que contará também com a presença de José Veloso e João Frazão.
 

Como vem sendo hábito, estarão presentes escritores para conversas descontraídas e informais sobre a sua vida e obra, bem como para sessões de autógrafos.
Também por lá estarão para autografar os seus livros:
Ágata Pereira, Ana Margarida de Carvalho, António Avelãs Nunes, Arlindo Fagundes, Armando Sousa Teixeira, Carlos Tomé, Catarina Sobral, Cláudia Dias, Cristina Nogueira, Domingos Lobo, Fausto Neves, Fernando Correia, Francisco do Ó Pacheco, Francisco Duarte Mangas, Joana Bértholo, João Ferreira, José Goulão, José Veloso, Kalaf Epalanga, Lídia Jorge, Mário de Carvalho, Mário Moutinho de Pádua, Miguel Tiago, Miguel Viegas, Modesto Navarro, Nuno Gomes dos Santos, Patrícia Portela, Pedro Estorninho, Quim Almeida, Sérgio Ribeiro, Susana Matos, Victor Correia, Vítor Pinto Basto, entre outros.


O destaque da festa deste ano vai para os 45 anos da Revolução de Abril.
Na nossa praça central poderá encontrar os livros das Edições Avante! abrangidos pela campanha que decorre este ano sob esse tema.
 


Toda a programação pode ser consultada em:
www.festadoavante.pcp.pt/2019/festa-do-livro

domingo, março 24, 2019

Já chegaram!

https://www.facebook.com/festadoavante/videos/369416897117461/?t=59

terça-feira, setembro 11, 2018

A Festa - ainda e sempre

Querem reduzir a Festa ao ritual dos regressos de férias da política. Procuram metê-la no "pacote das rentrés partidárias". Desde logo, há quem não faça férias de exercício de cidadania (na etimologia séria e exigente) e etiquetar a Festa de redutora "rentré" partiária é, como ironizou Jerónimo de Sousa na abertura da festa-2018, impossível. Ela, a Festa, não tem semelhanças com outras manifestações partidárias em que bem bronzeados dirigentes regressados das praias, ou em intervalo estival, fazem discursos "à maneira". Não tem semelhanças, por muito que algumas iniciativas ridiculamente a queiram arremedar.
A Festa é um acontecimento cultural, de concertos, exposições e espectáculos, de encontros e convívio, de debates e solidariedade, de esclarecimento e informação, de gastronomia e desporto, de internacionalismo e inclusão. Por isso, político. Sendo partidário. Desde 1976.
Todos os anos, muitas reflexões se me suscitam enquanto calcorreio as sempre melhoradas veredas do espaço aumentado e alindado. Com críticas a pedirem necessárias melhorias (por exemplo, o som... ou os sons sobrepondo-se, mormente na Festa do Livro). Este ano, tocou-me a impressionante variedade (e coexistência) etária. Tanto jovem e tanto velhote (como eu)! E o excelente espaço criança (e pais e avós...).
Idílica a perspectiva? Não! Talvez, e felizmente, esperançosa, optimista. Mas com pés assentes naquele chão.
A percorrer a cidade internacional na universalidade das referências, nalguns locais me perguntei se, neste momento histórico, aquele ou aqueloutro partido terá existência para além da Festa do Avante.
Vivemos um tempo incerto e perigoso, disse Jerónimo de Sousa entre muita outra cousa onde a comunicação social pescou à linha o que lhe serviria (e a quem ela serve) para o espaço a conceder à "rentré do PCP".


Uma frase guardei, reconfortado por me identificar com a "luta que abriu uma fissura no fosso das inevitabilidades". Luta que tem de continuar (e de se aprofundar) para sanear esse fosso/fossa em que tantos se perdem, atolados em falsas inevitabilidades.

VIVA A FESTA!  


   

Ainda (e sempre) A FESTA!

Não há festa como esta. Dá para tudo e para todos. E para todo o ano. Até a próxima. À de 2019.
E cada um terá a sua. Como a antena 2 da RDP teve a sua, que ganha o prémio da ausência ignomiosa, ao ignorar o Concerto em Louvor do Homem da noite de 6ª feira, com a Orquestra Sinfonietta de Lisboa e o Coro Sinfónico Lisboa Cantata, em que uma multidão (não exagero) ouviu Copland, Bernstein, Mendelssohn, Tchaikovsky e Beethoven. Era o que mais faltava, dar relevo a um acto realizado em celebração do II Centenário do Nascimento de Karl Marx (t'arrenego)...
Claro que também tive uma festa para mim. Adaptada às actuais condições, minhas e com os outros, diferente de cada uma das anteriores. Eu que, como dizia um amigo, "fui a todas...". Desde 1976.
Desta, da de há pouco, destaco - para já - uma vivência pessoal nova e uma observação política.
A vivência  começou por ser a contragosto, e por limitação individual. Senti necessidade de recuperar do vai-vem e das visitas a "todas as capelinhas" e a tantos camaradas que fazem a Festa (e de lembrar, como emoção e saudade, alguns que este ano já não vieram). E encontrei-me a descansar numa sombra com vista para o recinto onde se praticava desporto. Nunca o fizera. 
Foi tão bonito ver duas equipas de jovens "teenagers" a jogar futsal, uma vinda de Guimarães e outra não sei de onde! Com qualidade técnica e irrepreensível "fair play", com os árbitros (voluntários) a  fazerem cumprir as regras no vivo e leal confronto. Mas há um pormenor que me traz à escrita: nas duas equipas, que à primeira vista eram femininas (e assim se designava: futsal feminino), integrava-se um rapaz. Naturalmente. Como mais um/a (e até meteu um golo... saudado por todo/as, aliás como todos os outros golos). 
Senti-me tão bem na "cidade do desporto" que por lá me perdi mais que o tempo de recobro do fôlego, e visitei o matraquilhódromo (?), o espaço do xadrez e assisti (pela primeira vez) a jogos inclusivos de Boccia.
Ainda por lá passei, depois do comício, para ver um pouco de hóquei em patins. E sonhar. Com projectos oureenses,,,

o outro comentário fica para mais logo


segunda-feira, setembro 10, 2018

De regresso...


De regresso às rotinas quotidianas depois desta que se tornou a rotina anual de 3 dias de Festa, sonho e luta. com vivências que dão sempre para viver (e contar) o ano inteiro entre as Festas. Inesgotáveis. Em cada Festa há sempre algo para descobrir e sempre muito que fica por viver. Este ano foi o ano descoberta do desporto em Festa a compensar o tanto que ficou por viver ou reviver. 

Assim se constrói a vida transformada. Com gente de todas as idades e sentires.
Este ano, cumpri uma tarefa num momento de solidariedade. Que me emocionou pelo que lembrei e convivi. No espaço do Setúbal. Momento de solidariedade que abri, dizendo:


ÁFRICA É DOS SEUS POVOS

Caros companheiros,
É com alguma emoção que, em nome do PCP, vos reitero formalmente e neste momento de solidariedade, as boas vindas a esta Festa, na sua 42ª realização e que, por ser o que é e como é, é também a vossa Festa.

42 Festas, desde 1976!
Um tempo que, na nossa contemporânea idade, começa a ter dimensões históricas.
Este ano de 2018 assinalando 2 séculos. Do nascimento de Marx. E também os 100 anos de Mandela!
Como o ano passado, em 2017, se assinalou um século. Da revolução soviética.
Tal como estamos a aproximar-nos de meio século de tanto da História que muitos de nós ajudaram a escrever. E que tão mal escrita está por alguns escribas…

Um tempo na escala da história dos humanos que somos. Mas também, decerto, um tempo histórico à escala da Humanidade.
Na viragem da década de 60 para a de década 70 do século XX vivia-se a consciência da necessidade de uma Nova Ordem Económica Internacional pós-colonial, embora com forte reacção imperialista.

Se se vierem a colocar marcos ou balizas no recente processo histórico, eles bem podem vir a pôr-se nos anos de 1974 e 1975. Em resultado das nossas lutas, das lutas dos nossos povos.
Das lutas do povo português a resistir e a libertar-se do fascismo, das lutas dos vossos povos a resistirem e a libertarem-se do colonialismo e a encetarem caminhos cheios de escolhos e armadilhas, caminhos que se queriam de independência e soberania.

Há algumas datas de imprescindível referência para Portugal e para os novos países em África.

(Repito: à nossa escala humana e à escala temporal da Humanidade. Em 1974/75)

Com o PAIGC a antecipar-se na Guiné-Bissau ao nosso (de todos nós!) 25 de Abril de 1974 com o seu 24 de Setembro de 1973, cumprindo o inapagágel legado do tão nosso, tão de nós todos, Amílcar Cabral, assassinado nesse ano;
em Moçambique, a luta da FRELIMO e a data de 25 de Junho de 1975, depois de vencida a reacção mas, em 86, sem se ter sido capaz de impedir a estranha queda de avião que matou Samora e acompanhantes;
em Cabo Verde, ainda o PAIGC em 5 de Julho de 1975, e depois o PAICV;
uma semana depois, a 12 de Julho, S. Tomé e Príncipe  do seu MLSTP;
por último, e já com dificuldades acrescidas pela sua relevância económica e estratégica, o MPLA e Angola, no acto tristemente unilateral de 11 de Novembro de 1975.

No entanto, já antes, a 12 de Dezembro de 1974, a Assembleia Geral das Nações Unidas, por 120 votos a favor, 6 votos contra e 10 abstenções, aprovara uma Carta dos Direitos e Deveres Económicos dos Estados. Onde, nessa assembleia-geral, se afirmou ser (cito):

“… um instrumento efectivo para o estabelecimento de um novo sistema de relações económicas internacionais baseadas na equidade, na igualdade soberana e na interdependência dos interesses dos países desenvolvidos e dos países em desenvolvimento…”

Na votação dessa Carta não participaram, ainda, os vossos novos Estados em vias de criação, mas o papel dos partidos e movimentos pela independência dos seus povos está nela reflectido.

Foi há quase meio século – foi ontem!

Aqui, neste extremo da Europa, nesta porta para os caminhos do Sul, este Partido lutava, com outras forças, por um continente nas mãos dos povos, em segurança e cooperação, e também foi, este Partido, o único sempre solidário com os povos de África a lutarem pelo futuro nas suas mãos.

Passaram décadas
Em que muito se viveu. Com muitos passos atrás.
Em que aos avanços civilizacionais se seguiram provocadores e inevitados recuos.
Nas sempre novas condições concretas, a retoma dos caminhos de ontem está na ordem dos dias de hoje e na necessidade dos povos. E nas suas lutas!

Em Festa, em encontros e reencontros que ela proporciona, reafirma-se a solidariedade como intrínseca aos povos que queremos representar.
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Depois de intervenções das delegações presentes, todas a contribuir indelevelmente para um ambiente amigo e fraterno, solidário!, ainda me coube encerrar. o que fiz num brevíssimo apontamento que, apesar disso, ainda deu para lembrar dois episódios: a fuga de Portugal de Agostinho Neto e Vasco Cabral em 1963, e o encontro  das delegações dos nossos povos enquanto a guerra colonial prosseguia, no Congresso Mundial das Forças de Paz de 1973, em Moscovo. 


sexta-feira, setembro 07, 2018

quarta-feira, setembro 05, 2018

segunda-feira, agosto 27, 2018

sexta-feira, setembro 08, 2017

Houve FESTA!

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Ah! G'anda FESTA!

quinta-feira, agosto 31, 2017

segunda-feira, setembro 05, 2016

Ainda (e sempre) na festa da FESTA

Na ressaca da Festa deste ano, e que desejo prolongar até à Festa do próximo ano – para o que sobejarão temas, frases, pormenores –, na conversa fugidia do tardio pequeno-almoço do primeiro “dia normal” depois dos três dias de Festa[1], a "minha opinião pública” pessoal e privada (privilégio que fruo e de que desejo a outros e outras a descoberta e fruição) chamou-me a atenção para texto ainda não lido na azáfama das vésperas.
Esse texto aqui fica, agora, passada a Festa, em que tivemos a honra de partilhar a alegria (e o alívio!) do seu autor, acabadinho de concluir brilhantemente o seu doutoramento na Universidade de Aveiro, com a defesa de uma tese, de que espero o prometido envio para aprender... e saudar com conhecimento de cousa.
Mas não prefacio mais, com um renovado abraço ao camarada Fausto Neves, solidário com tudo o que vive/mos nestes dias de Setembro, que ele antecedeu com este “argumento” que tanto nos diz sobre tudo, publicado no avante! do seu 1º dia:


[1] - que, para muitos de nós – para os construtores da cidade, a que tanto agradecimento se deve – são, todos os anos muito mais que três dias
 - Edição Nº2231  -  1-9-2016

A «Clássica» na Festa




Não testemunhámos na primeira Festa do Avante! a presença do grande Luigi Nono, mas lembramo-nos da estupefacção com que encarámos no Jamor uma orquestra de músicos portugueses, em nesga de espaço e sombra, sob a direcção de Álvaro Salazar.
E a «clássica» foi passando pelas festas até se instalar num alvíssimo pavilhão com a orquestra do maestro Graça Moura. Daí lançou-se novo desafio: o preenchimento de uma das três noites do seu maior palco, o 25 de Abril, com amplificação do som acústico. E é nesta fase que ainda nos encontramos com os actuais protagonistas.
O PCP tem garantido assim a presença da música «erudita» na Festa, desse repertório peneirado pelo julgamento do tempo, universalizado de cada época pelo génio do compositor, emocionando-nos ainda hoje. É património de todos, usufruto a que temos direito.
Para além das teorias clássicas acerca dos benefícios da música na educação e cultura de um povo, os conhecimentos que a Neurociência abriu acerca da sua importância no desenvolvimento individual permitem-nos compreender o seu papel na evolução da espécie: no estímulo neurológico dos nossos antepassados, na interacção descodificadora entre emissor e receptor, na coesão e disciplina do grupo, mas também no desenvolvimento e refinamento das emoções retratadas ou provocadas. Com presença certa ainda nos habitats hominídeos, a música, interligada profundamente à linguagem e associada à dança, assumiu-se como poderoso símbolo de identidade cultural.
E este impulso evolutivo que sempre soube dar ao Homem manteve-se, mesmo com a especialização de funções: do músico, do bailarino e, maioritariamente, do público, criando-se o espectáculo. Seguiu-se a inevitável apropriação pela classe possidente da música de todos, que evoluía em complexidade e aprofundamento juntamente com o Homem, seu criador e seu simultâneo beneficiário, municiado assim para mais exigentes criações.
Este controlo classista continua nos dias de hoje com meios subtis e sofisticados, com claros e preocupantes objectivos. Marx esclareceu-nos acerca da apropriação das formas de Arte pela burguesia, transformando-a em pechisbeque caseiro, castrando-a da sua função social. Divisam-se hoje os efeitos, quer da supressão do estímulo evolutivo que a música sempre deu ao cidadão no funcionamento neurológico, nas aptidões funcionais para um dia-a-dia mais rico, mais sensível e mais disponível à interpretação do concerto e da vida; quer do preenchimento do vazio criado com produtos sem valor, dentro da música comercial. Se a chamada música «ligeira» possui imensos nichos de qualidade, à sua sombra são produzidos cada vez mais produtos de baixíssimo conteúdo, pobres, confrangedores, repetitivos nas suas receitas. E se conhecemos as potencialidades da prática e do usufruto da música de qualidade – de audição tão exigente quanto gratificante –, os produtos de que falávamos cultivam, na mesma lógica, a regressão da sensibilidade, a passividade, o horror à novidade. Como produtos de consumo que são, buscam a habituação, a dependência do consumidor; a ausência de curiosidade e de reflexão crítica; a reacção agressiva a qualquer saída do cada vez mais diminuto espaço conhecido, de conforto. A passividade acrítica no concerto e no desconcerto do Mundo...
Embora o chamado «pós-modernismo» crucifique estes destemperos reflexivos, felizmente que se começa hoje a sacudir a sua perigosa malha. Vieira de Carvalho denuncia a coincidência temporal da queda do socialismo do Leste europeu com o abandono progressivo da protecção dos estados às artes e, em especial, à criação vanguardista; com a promoção dos seguintes princípios: não distinção entre música avançada e conservadora, entre música erudita e popular; existência apenas de «boa» e «má» música; todos os géneros são fungíveis para agradar e divertir; o músico apenas deve saber vender o seu produto.1
Pierre Boulez aprofunda: Passarmos a falar acerca da música no plural e exibindo um ecumenismo ecléctico resolve o problema? Parece, pelo contrário, que apenas o conjurará para longe [...]. Todas aquelas músicas são boas, todas aquelas músicas são simpáticas. [...] Tudo é bom, nada é mau; não há quaisquer valores, mas cada um é feliz. [...] A economia está aí para nos lembrar, no caso de nos perdermos nesta suave utopia: há músicas que produzem dinheiro e que existem para o lucro comercial; há músicas que custam algo, cujo próprio conceito não tem nada a ver com o lucro. Nenhum liberalismo
apagará esta diferença.2  
A «clássica» na Festa é marca distintiva do PCP. O recolocarmos novos questionamentos a partir do realizado é a nossa natureza. Ou não fosse o discurso musical paradigma da contradição dialéctica.

1 Cf. Carvalho, Mário Vieira de. 2007. A Tragédia da Escuta – Luigi Nono e a Música do século XX. Pág. 14. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda.

2 Foucault, Michel and Boulez, Pierre. 2002. On Music and its Reception. In Scott, Derek B. (ed.). Music, Culture and Society. Pag. 164. Oxford: Oxford University Press.


Fausto Neves 

domingo, setembro 04, 2016

sábado, setembro 03, 2016

FESTA

 

sexta-feira, setembro 02, 2016

À FESTA, camaradas e amigos!

É como se ao longo da longa jornada, o homem tivesse, ano a ano, uma paragem, uma escala, uma estação. Tão esperada, tão querida.
É como se, depois de muito caminho andado, o homem tivesse, três dias por ano, aquele intervalo programado, previsto, construído. Tão necessário, tão recuperador.
É como se, suado e sujo, por si e pelos outros que ele são, o homem soubesse que viriam uns dias limpos, lavados, de barrela. Tão refrescantes, tão revigoradores.
É como se, cansado e tantas vezes só nos seus passos, o homem esperasse o tempo dos encontros e dos abraços. Que tantos serão, de alegria, a antigos e novos a compensarem a tão grande tristeza pela tremenda ausência dos que, ano a ano, vão faltando ao encontro.  
O homem lembra. Lembra, hoje, que 39 vezes foram, ou foi…, a Festa. Sempre a mesma e sempre diferentes – por tudo sempre o estar e por ele ser sempre outro.
E reafirma a sua recusa de crenças e mitos, de Pasárgadas e Ítacas, de Pedras Filosofais e Horizontes Perdidos, mas insiste que de todos se serve para o que os criadores destas imagens no-las ofereceram: para acreditar e continuar a luta.

O homem limpa uma lágrima de ausência pelos que sabe que este ano não vai encontrar, que se somam a tantos que as lembranças e as saudades lhe vão trazer, e abre um largo sorriso sem rugas e uns magros mas fortes braços, tão longos quanto possam e quantos possam abraçar, para a 40ª Festa do Ávante!, a da Atalaia e Quinta do Cabo.
  

sexta-feira, agosto 26, 2016

Com uma imensa alegria


 - Edição Nº2230  -  25-8-2016


Com uma imensa alegria!

Se há tema Actual para esta edição do Avante! um deles é, sem sombra de dúvida, o facto de dois dias depois da publicação deste artigo a Quinta da Atalaia estar cheia de camaradas e amigos para a derradeira jornada de trabalho de fim-de-semana da Festa do Avante! 2016. Lá estaremos todos, incluindo o Secretário-geral do Partido, para trabalhar, conviver e celebrar aquela que é uma das mais belas obras colectivas do nosso Partido e de todos aqueles que connosco compartem essa apaixonante, audaciosa, bela e exigente tarefa de levantar a cidade de três dias, terra da liberdade, da solidariedade, da luta, do presente, de Abril e do futuro.
No terreno será já visível o resultado de milhares de horas de trabalho, criatividade e organização. E se é assim todos os anos, se na última jornada de trabalho a consciência do que ainda há para fazer convive saudável e naturalmente com o sentimento de dever quase cumprido, este ano as razões para ter confiança e orgulho na nossa obra colectiva são acrescidas. Depois de uma notável campanha de fundos e de com ela termos juntado chão nosso ao nosso chão; depois de meses de trabalhos árduos, complexos e exigentes, já podemos ver como toma forma e está bonito o «casamento» da nossa tão querida Atalaia com a «recém-chegada» Quinta do Cabo.
É possivelmente a mais bonita «prenda» que poderíamos dar à 40.ª edição da Festa. A mais bonita porque resultante, tal como a Festa, da nossa audaciosa decisão, determinação, confiança no futuro e capacidade de realização. E que realização! Em apenas um ano conseguimos dotar o novo terreno de condições que em outros momentos da Festa demoraram anos a «conquistar» pela força dos nossos braços e vontade.

Faltam poucos dias para aquele momento único de abrir os portões da Festa do Avante! e entregar com sorrisos rasgados, emoções ao rubro e um orgulho quase único a «nossa» Festa a todos aqueles que dela «tomarão posse», fazendo sua a Festa que por ser edificada com o trabalho, os sentimentos e a vontade de todos e para todos, é uma das mais apaixonantes obras de construção colectiva no Mundo. Até lá, ao trabalho, com uma imensa alegria!

Ângelo Alves





Como nos dizia (e diz!) o Joaquim Pires Jorge!
Mesmo quando com olhos húmidos por uma grande tristeza,
mesmo com a voz embargada porque contava dor e sofrimento.
Com uma imensa alegria porque estava/estávamos na luta, 
cada um com os seus problemas MAS TODOS, NÓS!