quinta-feira, agosto 22, 2019

VIVA A VIDA! Não ao Centro interpretativo do "Estado Novo"!

Li ontem, com atenção e agrado, o post do Cid Simões Assinei o protesto, mas… e concordo inteiramente que
(…) (m)useu necessário é o do salazarismo da miséria, que obrigou milhões de portugueses a emigrar para fugir à fome, dos mortos e estropiados da guerra colonial, do país sem infraestruturas e o mais atrasado da Europa.

Um museu itinerante, documentado com filmes, fotos, documentos e testemunhos vivos, país de gente descalça e analfabeta abençoado pela Igreja os EUA e as “democracias” ocidentais.

Esse é o museu que devemos promover com urgência para que os turistas também possam ter acesso e recordar o que nos seus países fazem por esquecer.(…)»


&-----&-----&

E é o que se está a fazer, com as dificuldades (mal) conhecidas, em Peniche, no Aljube de Lisboa, no Porto, com ainda maiores dificuldades na República de Cabo Verde, no Tarrafal.

&-----&-----&

Ontem mesmo confirmei a minha assinatura na petição Museu Salazar, NÃO!, e esta manhã li o Expresso-curto, assinado pelo Valdemar Cruz, S. o fantasma está de volta.

&-----&-----&

Neste dia de quase-diário cheio de parênteses, deixo mais um em resposta (?) a quem se admira que continue fiel (salvo seja…) aos “Expressos”, apenas com dois nomes que (por diferentes razões) me prendem, compulsivamente, à leitura do semanário e apensos: Valdemar Cruz e Ana Leonardo.

&-----&-----&

Diz V.C.:

Está a tornar-se cada vez mais premente – e presente – o debate à volta da construção do abreviadamente chamado “Museu Salazar”. A Câmara Municipal de Santa Comba Dão, dirigida por um autarca do PS a quem a democracia deu poder local, pretende concluir até depois do verão o que apelida de Centro Interpretativo do Estado Novo. (…)

&-----&-----&

E aqui está o (ou vários) busilis da questão.

&-----&-----&

Não se pode aceitar que se adopte, quase consensualmente, a designação de Estado Novo para o período de 1926 a 1974, que, até constitucionalmente (no preâmbulo da CRP) se define, sem ambiguidades e resistindo a todas as revisões, como um “Portugal da ditadura, da opressão e do colonialismo”, de que se teria libertado em Abril de 1974.

&-----&-----&

Por vezes, parece que me prendo às palavras, às designações.

&-----&-----&

Pois o que mais me choca é o ovo da serpente que está incubado na designação Estado Novo, na aceitação tácita de que o fascismo não foi fascismo que o colonialismo não foi colonianismo, que a tortura não foi tortura, que os assassinatos não foram assassinatos.

&-----&-----&

Indo mais longe, que o nazismo foi nacional-socialismo, que o fascismo foi nacionalista e populista, que o franquismo de "viva la muerte" foi falangismo...

&-----&-----&

Museu Salazar? Não!, porque interpretação falsificadora (e muito perigosa) do "nosso" fascismo-colonialista" que, sob a designação de Estado Novo, é claramente - para quem não for cego - a máscara que esconde e branqueia a ditadura, a opressão, o colonialismo, ou, dito o mesmo de outra maneira, a violência brutal, a tortura, a guerra colonial, a morte (“viva la muerte”).

&-----&-----&

VIVA A VIDA!

1 comentário:

Olinda disse...

E eu diria como Unamuno:Poderão vencer mas sempre pela força,porque a razão está do lado dos que se opõem a esse projecto fascista ."Interessante verificar que o responsável autárquico de S. Comba é de um partido que se assume democrático.Bjo.