quinta-feira, setembro 22, 2022

É preciso informar!

  - Nº 2547 (2022/09/22)


Organização de Cooperação de Xangai 
pela paz, prosperidade e desenvolvimento

Internacional


A 22.ª cimeira dos chefes de Estado da Organização de Cooperação de Xangai, reunida nos dias 15 e 16, em Samarcanda, no Uzbequistão, apoiou os esforços dos países da região para garantir a paz, a prosperidade e o desenvolvimento sustentável.

Os países membros da Organização de Cooperação de Xangai (OCX) divulgaram a Declaração de Samarcanda, que assinala diversos desafios e ameaças globais, como as desigualdades tecnológicas e digitais, as turbulências nos mercados financeiros mundiais, a instabilidade nas cadeias de abastecimento, o aumento das medidas proteccionistas e a incerteza na economia mundial.

O documento foi assinado naquela cidade histórica, no final da cimeira de dois dias que reuniu os líderes do Uzbequistão, China, Rússia, Índia, Cazaquistão, Quirguistão, Tajiquistão, Paquistão e Irão, que concluiu o processo de adesão como membro de pleno direito nesta cimeira.

São países observadores o Afeganistão (que não esteve presente na cimeira), a Bielorrússia e a Mongólia, enquanto a Arménia, o Azerbaijão, o Camboja, o Egipto, o Nepal, o Qatar, a Arábia Saudita, o Sri Lanka e a Turquia são «parceiros de diálogo». Na cimeira participaram como convidados a ASEAN (Associação das Nações do Sudeste Asiático), a Comunidade de Estados Independentes, as Nações Unidas e ainda o Turquemenistão.

A Índia assumiu a presidência rotativa da OCX até Setembro de 2023, quando se realizar nova reunião do Conselho de Chefes de Estado da organização, criada em 2001. Os países membros representam cerca de 30 por cento do PIB mundial e 40 por cento da população do planeta.

 

Desafios e prioridades

Declaração de Samarcanda realça os impactos da mudança climática global e da actual pandemia de COVID-19, que colocam desafios adicionais ao crescimento económico, o bem-estar social e a segurança alimentar, e sublinha a necessidade de adoptar novas abordagens para promover uma cooperação internacional mais equitativa e eficaz e um desenvolvimento económico sustentável.

Apoia os esforços dos países membros para garantir a prosperidade, a paz e o desenvolvimento sustentável e defende o reforço do papel da OCX na melhoria da estabilidade e o desenvolvimento sócio-económico da região. Além disso, expressa preocupação pela ameaça à segurança que representa o terrorismo, o separatismo e o extremismo e condena energicamente os actos terroristas em todo o mundo.

Os países da OCX consideram que um dos factores mais importantes para preservar e reforçar a segurança e a estabilidade na região é a rápida resolução da situação no Afeganistão, apoiando o estabelecimento de um Estado independente, neutral, unido, democrático e pacífico, livre de terrorismo, guerras e drogas.

Assinalaram que os esforços para melhorar a conectividade entre a Ásia Central e a Ásia Meridional garantirá a prosperidade da zona.

Acordaram em fomentar a cooperação económica regional promovendo um ambiente propício para o comércio e o investimento. Propõem-se cooperar na economia digital.

Concordaram em construir um sistema económico sustentável mediante a promoção de tecnologias verdes e respeitadoras do meio ambiente e reconheceram a importância da introdução de tecnologias modernas e a cooperação activa no âmbito da segurança alimentar.

 

Unir forças na Ásia e reforçar cooperação

O presidente da China, Xi Jinping, advogou unir forças na Ásia para impulsionar a cooperação, manter a estabilidade e lutar contra o terrorismo e o extremismo.

Ao intervir na 22.ª cimeira de líderes da OCX, em Samarcanda, o dirigente chinês insistiu na defesa da «autonomia estratégica» da região e na rejeição por todos os Estados de qualquer tentativa de provocar a confrontação.

Apelou ao trabalho conjunto na defesa da segurança duradoura, na prevenção do extremismo e terrorismo, no apoio mútuo em interesses fundamentais e num desenvolvimento mais inclusivo e sustentável.

Xi propôs salvaguardar a estabilidade e o fluxo normal das cadeias de abastecimento, avançar para uma maior integração e articular a iniciativa chinesa da Nova Rota da Seda com as estratégias de progresso dos diversos países da Ásia.

Sugeriu, igualmente, alargar os membros da OCX, face ao interesse de muitos países, considerando essa organização um exemplo de apego a princípios como consultas, benefícios partilhados, tratamento igual e convivência harmoniosa apesar das diferenças.

2 comentários:

Maria disse...

Interessante! Num momento destes, duplamente interessante.
Obrigada, Sérgio. Abraço.

Justine disse...

Artigo muito esclarecedor!